No Campus com Helder Coelho

Complexidade da diversidade

Complexidade da diversidade

É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados

unsplash - Perry Grone

Helder Coelho
Imagem cedida por HC

“As organizações não deveriam olhar para os mais espertos - os que tiram as melhores notas em testes – mas, para uma equipa feita com gente que traga uma palete de perspetivas para um problema.”
Scott E. Page, 2017

Por que tivemos em 2017 dois grandes incêndios? Por que as empresas abrem falência e desaparecem? O que faz colapsar um governo? Num estudo do Santa Fe Institute (EUA) de Geoffrey West e colegas (transformado num curso curto em Complexidade Aplicada) sobre a complexidade da diversidade, e mais propriamente sobre as cidades, a escala e a sustentabilidade, fez-se uma reflexão sobre como tomamos decisões em situações de incerteza.

Um dos primeiros aspectos tem que ver com o tipo das pessoas que recrutamos para constituir um grupo de trabalho (projeto, equipa). Em geral, a seleção incide quase sempre sobre os melhores (se possível, os excecionais a passar os testes).

Ora, prova-se que a diversidade cognitiva alimenta a criatividade e a resolução de problemas, e se só nos incomodarmos com o aspecto da identidade dos colaboradores somos conduzidos para uma extrema vulnerabilidade. Pelo contrário, se mantivermos as diferenças, como se pensa sobre as coisas (Morin, 2017), ficamos em melhores condições para decidir sob condições de incerteza, isto é as que falam da modernidade da situação mundial.

O mundo não é só global, e a incerteza, a aleatoridade, a surpresa (improbabilidade), a subjetividade, ou a inviabilidade são características importantes, e algumas vezes determinantes para fazermos escolhas acertadas. E, sem a variedade e as diferenças somos conduzidos ao desastre, e a piores resultados!

A investigação sobre os sistemas complexos (uma cidade, uma empresa) vem demonstrando (West, 2018) que a diversidade pode melhorar a resiliência, a robustez e a adaptabilidade.

O mesmo se passa com as políticas de um governo! Infelizmente, não existe ainda uma teoria geral dos sistemas complexos (por exemplo, os adaptativos). Por exemplo, o trabalho de Luis M. Bettencourt, professor da Universidade de Chicago (EUA) e diretor do Mansueto Institute for Urban Innovation, lançou um programa de educação sobre os desafios que as cidades enfrentam atualmente.

É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados. O melhor  grupo é aquele que possui mais ferramentas diferentes (Page, 2017). O mesmo se passa com as opiniões, e quanto mais divergentes melhor se exploram os espaços de um problema.

A realidade é contraditória. Edgar Morin vem enfatizando a sua atenção nas contradições (conhecimento, ignorância), e no seu jogo, para enfrentarmos os mistérios (Morin, 2017). Tem toda a razão ao apoiar o pensamento dialético (que vem de Aristóteles, passa por Hegel e apoia-se no movimento), pois este abre novas formas de reflexão e debate (confrontação: tese, antítese e síntese). As quatro leis (tudo se relaciona, tudo se transforma, mudança qualitativa e luta dos contrários) mostram como devemos reagir e pensar o mundo presente, a alterar-se constantemente (interdependências, ações recíprocas) e todos os dias, ocultando por vezes o progresso (nenhuma coisa está acabada) e a transformação dos processos, cada vez mais imbrincados.

Referências
Morin, E. Connaissance ignorance mystère, Fayard, 2017.
Page, S. E. The Diversity Bonus: How Great Teams Pay Off in the Knowledge Economy, Princeton Press, 2017.
Page, S. E. Why hiring the ´best´ people produces the least creative results, Aeon, January, 2018.
West, G. How Differences Make a Difference, SFI Parallax, March 22, 2018.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

A próxima atividade deste ciclo ocorre a 29 de maio e conta com a presença do cientista Henrique Leitão, que irá abordar o tema “A Luz na História da Ciência”.

O Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional da Faculdade de Ciências da ULisboa, em colaboração com a Fundação da Juventude e o Novo Banco, promove uma "Sessão de Apresentação de Estágios de Verão", destinada a alunos pré-finalistas e finalistas de licenciatura e de mestrado. 

"As editoras académicas internacionais estão abertas a propostas de livros”, dizem Paulo Teixeira e João Casquilho.

É preciso desfazer o mito de que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são uma área para homens, onde se trabalha de forma isolada e sem espaço para a criatividade.

Seminário Informal em Matemática no próximo dia 8 de Maio, 6ªfeira, às 14h na sala 6.2.44.

 

Tema: Derivação microscópica da equação do calor, apresentado por Alexandra Symeonides.

Seminário Informal em Matemática no próximo dia 24 de Abril, 6ªfeira, às 14h na sala 6.2.44.

 

Tema: Jogos de azar - estratégias ousadas e tímidas, uma perspectiva matemática, apresentado por Cristina Serpa.

Os utilizadores da FCUL que necessitem de acesso VPN à FCUL devem deixar de utilizar a anterior configuração baseada no servidor vpn.ul.pt ou webvpn.ul.pt e reconfigurar a sua ligação para as novas configurações.

Estão disponíveis através do Portal da FCUL novas plataformas e ferramentas de Tecnologias de Informação para toda a Comunidade da FCUL.
 

O seminário "METABOLISMO URBANO" realiza-se a 23 de abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

Temos de acreditar que vamos chegar onde queremos. Para isso, todos teremos de continuar a dar o nosso melhor, a bem da família de Ciências – alunos, docentes e não docentes.

A Associação Portuguesa de Estudantes e Investigadores no Reino Unido (PARSUK – Portuguese Association of Researchers and Students in the UK) vem oferecer 5 estágios de verão, com bolsa de estudos no valor de &eu

19 de abril de 1911. Quando a Faculdade de Ciências da ULisboa surgiu em Portugal, passava pouco mais de cem anos do surgimento da primeira escola classificada como tal, a Universidade de Berlim, na Alemanha, em 1810.

A Ação COST TD1402, iniciada em novembro de 2014, termina em novembro de 2018 e está fortemente ligada ao projeto “Nano partículas magnéticas para tratamento do cancro por hipertermia”, cuja investigadora principal é Maria de Deus Carvalho.

The European Organization for Nuclear Research (CERN) is offering full-time paid internships (4-12 months) to students. CERN has two different programmes, depending on the field of students:

O seminário "Do Espaço para a Terra com Copernicus" realiza-se a 16 abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

 A Sonae vai estar na Faculdade de Ciências, no átrio do edifício C5, com o objetivo de divulgar o Programa Contacto.

O colóquio “A Economia do Mar, Ordenamento, Gestão do Espaço Marítimo e Licenciamento: Oportunidades e Implicações para os Municípios” realizou-se no dia 9 de abril de 2015, nas instalações da Universidade Católica Portuguesa.

Laws of rare events with convergence rates.

34.º aniversário do GeoFCUL!

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (GeoFCUL) existe desde 4 de fevereiro de 1981.

Foi estendido o prazo de candidaturas para o programa de estágios da Jerónimo Martins - Management Trainee Programme, destinado a alunos finalistas de mestrado.

Encontram-se abertas as candidaturas para o programa de estágios de verão da Vodafone - Discover Summer Internship.

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