No Campus com Helder Coelho

Discutir a escola: um dever intelectual

Sala de aula

Todo e qualquer avanço do saber produz uma nova e profunda ignorância, mais mistérios, o que não é surpreendente, pois o progresso, com os avanços sistemáticos, tende para o desconhecido

Ciências ULisboa
Helder Coelho
Helder Coelho
Imagem cedida por HC

“Quem aumenta o seu conhecimento aumenta logo a sua ignorância.”
Friedrich Schlegel

Barbara Reis abordou a organização/estrutura de uma universidade (Institute for Advanced Studies, Princeton University, EUA) e Arlindo Oliveira defendeu a necessidade de dar a voz à tecnologia. Ambos no Público. Curiosamente, não vi preocupação alguma pelo cada vez maior estado de degradação do Liceu/Escola Secundária de Luis de Camões (Praça José Fontana, 1050-129 Lisboa), fundada em 1909, ou pela imobilidade da universidade portuguesa (CRUP – Conselho de Reitores) no que respeita à intervenção no país e numa multitude de temas complexos (incêndios, falta de água (desalinização da água do mar, aproveitamento das descargas das barragens), cidades inteligentes, desigualdades (orla marítima versus interior do país, precários, sem abrigos, falta de emprego para os jovens doutores).

Ao longo dos anos tive o prazer de passar por muitas unidades de ensino e investigação, de que destaco a que mais me impressionou ou satisfez (Santa Fe Institute, Novo México, EUA). Claro que falo do espaço interno (arquitetura), do arranjo de facilidades, dos modos de interação (conversas) com alunos e professores/investigadores, do acesso fácil à biblioteca, e da possibilidade de poder trabalhar numa sala sem ser incomodado e com acesso à Internet.

A escola é algo que devemos sempre defender e não perder de vista, seja ela a escola primária ou a universidade. Fui aluno da primária na escolar do Largo do Leão e do Liceu Camões, e não as esqueci. Quanto à universidade, fui aluno e professor (IST, ISEG, FCUL, ISCTE), fiz perguntas, discuti e operei mudanças de disciplinas (IST), de mestrados e de departamentos (ISEG), e de licenciaturas, mestrados e doutoramentos (FCUL, ISCTE). No entanto, não estou descansado. Acho que a interdisciplinaridade ainda não funciona tão bem, como eu gostaria, na Universidade de Lisboa. Existem receios de misturas (talvez um racismo disciplinar) e os alunos têm medo de sair do seu conforto (área de estudos) para abordarem problemas e temas que exigem multidisciplinaridades. Embora o conhecimento esteja em expansão, em todas as áreas, existem boas razões para esperarmos que sejam inevitáveis as relações de proximidade e possibilidade de combinação entre conhecimentos que nunca foram associados.

As ligações podem ser naturais (por proximidade) ou artificiais através de pontes mais ou menos complexas (via mecanismos, novos conhecimentos, já conhecidos ou ainda ignorados, mistérios por descobrir). E, aqui surge uma dificuldade e muitos desafios: a ligação é contrariada pelo atual ensino, que tende a separar, compartimentar ou mesmo isolar (veja-se a tendência de explodirmos o conhecimento, em cada vez mais disciplinas especializadas e autónomas).

Nos últimos 30 anos, Edgar Morin lutou pela articulação dos saberes, uns com os outros, e de os tornar complementares (Morin, 2017), mesmo buscando junções com conhecimentos, fechados no interior de algumas disciplinas. A nível institucional, a dificuldade aparece com a resistência (ou ignorância) à entrada da Biologia, da Informática, da Física, da Matemática ou da Filosofia em algumas faculdades.

Todo e qualquer avanço do saber produz uma nova e profunda ignorância, mais mistérios, o que não é surpreendente, pois o progresso, com os avanços sistemáticos, tende para o desconhecido. E, como articular o binómio aprender-ensinar, de molde que todo um povo possa usufruir e ao mesmo tempo desenvolver a sua capacidade crítica? Não basta assim resolver problemas, é preciso também constituir equipas, dinamizar as vontades, planear, desenvolver estratégias e auscultar o futuro (predizer). A nossa capacidade de I&DE (Ciência com 1.2% do PIB, face aos 3% desejado pela OCDE) é muito fraca, temos poucos investigadores e temos vindo a perder muitos (doutores), desde 2011, para o mundo.

Referências
Feijó, A. M. e Tamen, M. A Universidade como deve ser, Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2017.
Morin, E. Connaissance, Ignorance, Mystère, Fayard, 2017.
Oliveira, A. Há petróleo no Beato, Público, Março 9, 2018.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Após as audiências pública e privada dos candidatos a diretor, o Conselho de Escola elegeu com maioria absoluta, no dia 26 de fevereiro, a candidatura do professor do Departamento de Química e Bioquímica, frisando na ocasião “o empenho de ambos os candidatos no enriquecimento da discussão e definição dos problemas e desafios que a FCUL enfrenta”.

Jornadas e-Planning

“O objetivo das jornadas é refletir e debater as grandes prioridades e desafios societais que enfrentamos”, diz Pedro Ferraz de Abreu, dinamizador da iniciativa.

Filipe Duarte Santos aceitou coordenar a equipa que vai avaliar a estratégia de gestão da zona costeira nacional, “porque é um serviço para o meu país numa área em que tenho algum conhecimento e experiência”, na sequência do convite feito pelo ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.

Ciências em Movimento - Laboratório Biologia Animal

“Não conhecia a Faculdade e estou a gostar. Nunca tinha aberto um peixe! Acho que é importante fazer parte deste tipo de iniciativas para que quem queira seguir [a área das ciências], tenha contacto com a realidade antes de fazer a sua escolha”, declarou Alexandra Monteiro, aluna do 12.º ano de Biologia da Escola Secundária Dona Filipa de Lencastre.

O Departamento de Estatística e Investigação Operacional apresenta uma oferta de emprego.

O artigo científico com o título "Chord-based Correction for Multitouch Braille Input" recebeu o prémio de Melhor Artigo Científico na Conferência CHI 2014.

O Prof. Nuno Neves é o novo prof. Associado com Agregação do Departamento de Informática da FCUL.

Henrique Leitão

Quem cultiva a terra sabe que os pepinos devem ser podados, para que possam crescer sem rama e com um gosto agradável. Quem trabalha com as comunidades do pré-escolar e dos ensinos básico e secundário deve ter cuidados semelhantes aos dos agricultores. Despertar o gosto pelas ciências, seja em que contexto for, é sempre uma boa prática.

Imagem de ULisboa

No dia em que a VicenTuna festeja os seus 20 anos, a Universidade de Lisboa realiza a sessão de abertura do ano académico 2013/2014.
 

Mediterranean water eddies in the Atlantic (Meddies) are long-living intermediate water eddies spreading long distances across the Atlantic ocean at the depths of about 1000m.

logotipo nielsen

A Nielsen é líder em Estudos de Mercado a nível mundial e Portugal.

To the attention of reviewing panels: On the recent policy of FCT of using ORCIDSCOPUS to assess individual and research units’ bibliographic productivity and impact.

 

A M Galopim  de Carvalho

Para os que tiveram o privilégio de lidar com ele, o Catarino, na gíria dos alunos, ou o Mangas, para os amigos mais chegados, é uma mistura alegre e contagiante de sabedoria, humanidade e simpatia.

Os alunos Afonso M Cardoso, Noa Estes, João Jorge e António Relógio criaram sob a orientação do professor João Serra um protótipo de um sistema de seguimento solar passivo, com o objetivo de aumentar a exposição solar de painéis solares.

Rafael Soledade

Segundo o orientador da Accenture o aluno da FCUL contribuiu decisivamente para a abertura de um nicho de mercado, permitindo a exportação de tecnologia para um cliente estadual norte-americano, materializada num contrato de mais de 40 milhões de dólares.

A AdvanceCare pretende recrutar um Analista de Informação de Gestão.

Estátua de José Pinto Peixoto por Laranjeira Santos

O processo de audição pública aos candidatos ao cargo de diretor da FCUL deverá terminar a 24 de fevereiro. Dois dias depois, o Conselho de Escola deverá eleger o diretor para os próximos quatro anos.

Joana Casimiro - Coruna

“Tanto a coordenadora Erasmus, como o Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional e todos os alunos que já realizaram Erasmus são uma excelente fonte de informação e estão dispostos a esclarecer todas as dúvidas que tenham”, declara a aluna da FCUL, Joana Casimiro.


Paula Estrócio e Sousa

O Laboratório Nacional de Engenharia Civil abriu um concurso para atribuir uma bolsa de Investigação (BI) para mestre, no âmbito do Projeto PAC:MAN – Sistema de Gestão do Risco de Acide

Cartaz da iniciativa

Estão de volta os Diálogos com Formas & Fórmulas.

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