No Campus com Helder Coelho

A Filosofia de Ludwig Wittgenstein

Centro de Dados da FCUL

Wittgenstein coloca (em 1934) a pergunta “Pode uma máquina pensar?”, 16 anos antes de Alan Turing (no artigo “Computing Machinery and Intelligence” da revista Mind, novembro, 1950)

Ciências
Helder Coelho
Helder Coelho

“A Lógica deve tomar conta de si própria” (22-8-14). Deve, em certo sentido, ser impossível para nós, errar em Lógica. Isto está parcialmente expresso ao dizer que a Lógica deve tomar conta de si. Este é o pensamento extremamente profundo e importante (2-9-14).”
L. Wittgenstein, Caderno Azul, 1989-1951

Wittgenstein é justamente considerado o filósofo mais influente do século 20. De origem austríaca, iniciou em Viena os seus estudos, passou logo para Linz, e depois em Berlim inicia Engenharia Mecânica que só conclui em Manchester. Continuou, após graduação, em Filosofia e em Cambridge, tendo sido professor nessa Universidade de 1939 a 1947. Em sua vida escreveu muitos cadernos, mas publicou apenas, em 1922, o livro (Tratactus Logico-Philosophicus), inspirado nas suas notas (no Blue NoteBook, 1914-1916). O segundo livro, Philosophical Investigations foi publicado após a sua morte, constituindo o seu segundo clássico da Filosofia desse século (Molder, 2003).

O seu trabalho levou à transformação de alguns campos da Lógica, nomeadamente as Filosofias da Matemática, da Mente (parte integrante da Ciência Cognitiva), e da Linguagem.

Pensou muito (o que se pode observar nos seus cadernos e fichas), mantendo uma rigorosa anotação, embora tenha tido muitas dificuldades em articular (em continuidade) esses mesmos apontamentos. Amigo e protegido de Bertrand Russell, submeteu-lhe o exercício das notas do Caderno Azul, em 1934 (veja-se na Internet este espantoso trabalho), onde se pode descobrir o seu pensamento inicial, e como ele se desenvolveu sujeito a diversas influências, como por exemplo a de Schopenhauer.

156. Existe alguma diferença de significado que possa explicar-se e outra que não se deixe explicar? (Wittgenstein, 1989)

Quando a mente começa a pensar, fá-lo por vagas, aos saltos, como se tratassem de erupções. Os Cadernos (por exemplo, o Azul e o Castanho, ou as Fichas) recebem parágrafos que mais parecem imagens (ou insights). Na série em 10 episódios, Genius, da National Geographic (2017), sobre a vida de Albert Einstein (1879-1955), é referido que o grande físico pensava com imagens, e que estas lhe davam muito trabalho, tendo a sua mulher Mileva Maric sido uma ajudante preciosa ao desenvolver discussões e a rebater os seus argumentos. Eventualmente, Wittgenstein não teve um ajudante que o motivasse suficientemente, e por isso levava muito tempo a passar das notas para o texto, e a preencher os buracos. Já o mesmo não ocorreu com o matemático indiano, Srinivasa Ramanujan (1887-1920), que se distinguiu na Análise e na Teoria dos Números, e também na Universidade de Cambridge. O professor Godfrey Harold Hardy, que o convidou para visitar a Universidade, não conseguiu perceber como as fórmulas, apareciam na mente de Ramanujan, muito antes das provas serem construídas (veja-se o filme “O Homem que viu o Infinito”). A relação das provas e da introspeção complementavam-se, com resultados também extraordinários.

Num texto dirigido a Russell, Wittgenstein interroga-se sobre os mecanismos da mente, associados ao trabalho de uma língua, nomeadamente os processos mentais da compreensão e do significado, as relações entre os nomes e as coisas que esses nomes identificavam. Depois escolhe as duas partes da ação da língua, uma inorgânica referente à manipulação dos sinais, e a outra orgânica ligada à compreensão dos sinais, ao seu significado e à sua interpretação, ou seja ao pensamento.

Havendo regras, elas estavam envolvidas na compreensão, no cálculo do significado, isto é no processo do pensamento (operação com os sinais). As palavras e as proposições podem ser ligadas a causas ou razões. Dar uma ordem significa que se pretende uma ação (hipótese) e por isso podemos distinguir duas gramáticas (uso), uma das razões (motivos) e outras das causas. Por vezes, podemos conjeturar a causa e não o motivo (possibilidade lógica), embora o pensamento seja uma atividade, e que necessitamos de entender a gramática das expressões.

Wittgenstein coloca (em 1934) a pergunta “Pode uma máquina pensar?”, 16 anos antes de Alan Turing (no artigo “Computing Machinery and Intelligence” da revista Mind, novembro, 1950). E, essa especulação feita no campo da Filosofia tem um significado interessante nos dias de hoje, aparecendo como uma previsão significativa (Oliveira, 2017).

Referências:
Molder, M. F. A Imperfeição da Filosofia, Relógio d ´Água, 2003
Oliveira, A. Mentes Digitais, A Ciência redefinindo a humanidade, IST Press, 2017
Wittgenstein, L. Fichas (Zettel), Edições 70, 1989
Wittgenstein, L. Cadernos 1914-1916, Edições 70, 2004

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Está disponível a edição de 2014 do Journal Citation Reports (dados de 2013).

COST

Participação no programa COST a partir de 3 Julho de 2014.

FA1403: Interindividual variation in response to consumption of plant foods bioactives and determinants involved.

IMSF

A decorrer de 24-29 de Agosto na Suíça.

Consulte o evento em http://www.imsc2014.ch/

Encontram-se abertas candidaturas para 77 estágios profissionais para o grupo Portucel Soporcel, com a duração máxima de 12 meses, remunerados com uma bolsa de est&aac

A Companhia de Seguros Generali , procura Actuário Júnior para integrar na sua equipa.

Pela primeira vez o Departamento de Matemática de Ciências realiza ações de formação parcialmente à distância.

Príncipe de Girona

O objetivo do meu trabalho é entender alguns dos processos moleculares e celulares que ocorrem durante o desenvolvimento de novos vasos sanguíneos”, explicou o antigo aluno de Ciências.

Príncipe Girona - Rui Benetido

Rui Benedito já trabalhou com estudantes de Biologia vindos de Portugal, Espanha, Inglaterra e Alemanha, a avaliação que faz é a de que “os estudantes saem muito bem preparados da FCUL. Os alunos de Ciências portugueses são muito apreciados no estrangeiro”. Por isso, deixa o convite: “tenho posições disponíveis no meu laboratório para estudantes portugueses!”.

Candidatura GeoFCUL ao X CNG 2018

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da ULisboa organizou a segunda sessão do CNG, em 1986, e candidatou-se a organizar o X CNG em 2018, durante o IX Congresso Nacional de Geologia, que decorreu em julho no Porto.

Cinquenta e cinco jovens experimentam a realidade da investigação científica na Faculdade de Ciências da ULisboa. O desafio começa esta segunda-feira, dia 21 de julho e prolonga-se até quinta-feira, dia 24.

Biologia 2014/2015

Para Ana Rita Ruivo, do 12.º ano da Escola Secundária Quinta do Marquês, passar alguns dias do seu verão em Ciências foi importante porque a ajudou a “clarificar que [assuntos] correspondem aos [diferentes] cursos” e também porque lhe permitiu “[ter contacto com] experiências que nunca tinha feito”.

António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências, é o coordenador do QTLeap, um projeto europeu de investigação para a tradução automática.

“É a primeira vez que tenho contacto com este ambiente. Gosto de programação e o curso que quero seguir é Engenharia Informática. Aqui, vou ganhar alguns conhecimentos”, referiu o aluno do 11.º ano da Escola Secundária da Amadora, Miguel Almeida, um dos participantes do FCUL Rally Pro.

Coleção de culturas

Este é um exemplo de como as coleções biológicas, enquanto infraestruturas científicas, podem ser instrumentais para o avanço da ciência e no potenciar e estreitar de parcerias transversais.

 A Exigo Consultores, empresa de consultoria em actividade desde 2001, focada na consultoria para o sector de saúde, principalmente a consultoria em economia da saúde, epidemiologia, análise matemática e estatística, procura

Parabéns ao aluno Pedro Lencastre, da edição de 2012/2013 do mestrado em Matemática Financeira da Faculdade de Ciências da ULisboa e do ISCTE-IUL, que ganhou uma bolsa da Global Association of Risk Professionals (GARP) para a elaboração da sua tese de mestrado na área de riscos financeiros.

alumna de Ciências e investigadora da ULisboa, galardoada este ano com o Portuguese Young Chemists Award, procura descobrir um fármaco que venha a ser útil à sociedade.

No âmbito de uma parceria estabelecida entre a Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (FCUAN) e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), teve início em abril de 2014 o Mestrado em Microbiologia Aplicada da FCUAN

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A segunda edição do FCUL Rally Pro realizou-se na tarde de 2 de julho.

De 7 de julho a 5 de setembro de 2014 as bibliotecas do C4 e do C8 têm alteração no horário de funcionamento.

Pedro Garret, Investigador de Ciências

A informação com possíveis cenários climáticos até ao final do século já está disponível para consulta de autarquias, responsáveis por licenciamentos de obras, proprietários que queiram construir e autoridades de proteção civil.

Alunos no campus de Ciências

“Quem não gostaria de gerir uma empresa sem o verdadeiro risco mas, ainda assim, de uma forma bastante realista?”, questiona João Guilherme Rodrigues, aluno de Ciências e um dos 21 concorrentes da Faculdade ao Global Management Challenge (GMC).

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