No Campus com Helder Coelho

Enfrentando o cancro: podemos curá-lo?

Helder Coelho

Desde 1971 que a guerra está aberta, mas o combate tem sido difícil. Por um lado, não temos só uma doença, e o que já conhecemos não tem chegado para estarmos contentes. Os dois artigos de Douglas Hanahan e Robert Weinberg (2000 e 2011), publicados na revista Cell, parecem pouco, e a sua leitura deixa-nos uma foto vibrante de complexidade: são 6+2 as características gerais (marcas comuns) do cancro: 1) Estimular a divisão celular, 2) Escapar aos travões supressores de crescimento, 3) Resistir à morte celular e suicídio programado (células normais), 4) Evitar o mecanismo da contagem, 5) Ativar a angiogénese (formação de novos vasos sanguíneos), 6) Invadir e migrar para locais distantes no corpo, 7) Reprogramar o metabolismo energético e celular, e 8) Desligar o sistema imunitário. Em síntese, estamos perante três mecanismos gerais (como os de um automóvel), acelerar (crescer e dividir), travar (suprimir o crescimento) e bloquear (sistema imunitário).

Ao fixarmos a atenção nas células do cancro, observamos que estamos perante uma espécie de “agentes” que causam dificuldades e subvertem as normas de bom comportamento (viram fora das leis), que o nosso organismo tem para que tudo funcione bem.

Vejamos o seu comportamento e as capacidades (modus operandi) destas células: multiplicam-se e juntam-se em massas (tumores que podem ser ativados por muitas causas), sabem fugir aos sistemas de controlo e equilíbrio dos organismos humanos, invadem órgãos e tecidos, sofrem mutações e metáteses (mudanças de lugar).

As células do cancro aprendem a limitar a contagem, a evitar ou a tornarem-se resistentes aos sinais para se suicidarem. De certo modo, são imortais e os tumores aprendem também a ativar este mecanismo e a mantê-lo ligado. Parecem ter um comportamento racional, pois adaptam processos naturais (evolução) que já existem, no desenvolvimento dos tecidos, mas a seu favor. No cancro, há sempre um pequeno grupo de células que encontra uma solução para os problemas que aparecem, isto é resolvem problemas. E, as células adaptam-se, adquirem mutações e ficam resistentes às terapias. Parecem inteligentes.

E, que tal curá-lo? Neste momento, não parece ser realista pensar-se que tal será possível a curto prazo. O importante é evitar a toxidade ao tratá-lo, e se não se consegue erradicá-lo, a alternativa é controlá-lo para se tornar uma doença crónica (veja-se a entrevista de Andrea Cunha Feitas a Hanahan, no Público de 7 de novembro de 2016)! Por exemplo, perante um alvo com características diferentes, uma via é bloquear algumas (angiogénese, metásteses) e tornar mais difícil a sua adaptação.

Assim, começar por melhorar a precisão do diagnóstico, combinar terapias (cirurgia, radiação, quimioterapia, imunoterapia, envio de transportadores de células imunes, enxames de bactérias magnéticas, vírus artificiais, anticorpos, proteínas) ou as drogas, recorrer a grandes computadores para explorar e procurar dados são alguns dos meios atualmente muito usados.

Ultimamente, recorrem-se aos algoritmos de aprendizagem (Deep Learning) para fazer previsões e para misturar com outras tecnologias da Inteligência Artificial (IA), como as redes neuronais, e também à combinação com a Estatística. As sinergias tornaram os tratamentos mais efetivos, e a precisão foi também melhorada. A colaboração entre médicos e engenheiros (Biofísica, Biomedicina, Bioinformática, Biologia computacional) é frequente, dando origem a novas técnicas de sequenciação genética e a bases de dados com informação de doentes (cancercommons.org), duas vantagens para se alcançar maior sucesso graças à Ciência dos Dados (Analytics).

As células do cancro comunicam entre si. Mas, não sabemos se o fazem como as bactérias, que usam uma linguagem (AI-2), que decidem o que fazer por quorum sensing (Xavier e Bassler, 2005) e conspiram contra os organismos. Finalmente, eis ainda algumas das frentes atuais onde se continuam ainda a realizar progressos, tais como classificação mais precisa do cancro, previsão oncológica (tipo de cancro, eficácia das drogas e dos tratamentos), formação do par (cancro, mistura de drogas), descrição da expressão genética, e reparação (edição) do genoma. Serão possíveis mais êxitos neste difícil desafio, e muitas disciplinas científicas não voltarão as costas a tal possibilidade? A ciência, cada vez mais, quer ser proveitosa e benéfica.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Candidaturas para Base de Recrutamento de Professores Auxiliares Convidados do DF

“MARAVILHAR-SE: reaproximar a criança da Natureza” 

Foi duplicado o espaço de armazenamento nas áreas de alunos. A nova quota é agora de 1 Gb.

 

Com o intuito de inovar e proporcionar os melhores temas aos alunos da Faculdade de Ciências no que diz respeito às novas tecnologias, a

David Luz e Pedro Machado, investigadores do Centro de Astronomia e Astrofísica da UL, fazem parte de uma equipa de investigadores que ao fim de dois anos conseguiu medir os ventos da atmosfera de Vénus a partir da Terra. Até então, só era possível fazê-lo recorrendo a sondas espaciais.

À semelhança dos anos anteriores o Departamento de Química e Bioquímica vai promover a realização de Ações de Formação para os professores do Ensino Básico e Secundário na modalidade oficina.

Encontram-se abertos concursos para recrutamento postos de trabalho de Professor Auxiliar, nas áreas disciplinares de Meteorologia, de Geofísica, de Engenharia Geográfica e de Oceanografia Física, Astronomia e Astrofísica, constantes do mapa de pessoal docente d

Empresa Outmind trabalha o conceito de marketing sensorial aliado à tecnologia

“Queremos dar a conhecer um novo espaço, uma nova marca, uma nova estratégia para o Tec Labs e também, claramente, incentivar as pessoas a terem uma atitude diferente face ao empreendedorismo”, sublinhou Luís Matos Martins, presidente do Conselho de Administração do Tec Labs.

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Diário de bordo da nave Esperança. Uma viagem por um dos acontecimentos musicais da comunidade académica com especial tradição…

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Está aberto concurso, até ao dia 07 de dezembro de 2012, para admissão de voluntários para a prestação de serviço em regime de contrato na Categoria de Oficial Técnico Superior Naval (TSN) e Oficial Técnico Naval (TN).

A sessão de encerramento contou com uma breve troca de ideias acerca dos novos desafios e possibilidades oferecidos pelo software Open Source, em particular, pela cada vez maior procura de formação em Quantum GIS.

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Dinâmica das zonas costeiras: conhecer para gerir

O Microsoft Windows 8 e Microsoft Office 2013 já estão disponiveis para download no seu Perfil de Utilizador (apenas Docentes e Funcionários).

Evolução da Complexidade Celular: Filosofia, Biologia Celular e Simbiose

Palestra no GeoFCUL

 

Paisagens do Mundo. Imagens da Dinâmica da Terra

 

Devido a problemas de software num equipamento (redundante) vai ser necessário realizar uma alteração de firmware num equipamento central de rede.

Não se prevê que uma possivel quebra de serviços, a existir, seja maior do que alguns segundos.

Francisco Eduardo Lapido Loureiro

Faleceu no passado dia 4 deste mês, no Brasil, onde consolidou a sua carreira (Centro de Tecnologia Mineral - CETEM ), que iniciara em Lisboa (FCUL, Junta de Energia Nuclear), França (Universidade de Nancy) e Angola (Universidade e IICT Instituto de Investiga&ccedi

Está aberta uma bolsa de Mérito Social para a área de Suporte ao utilizador para a Unidade de Informática.

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