No Campus com Helder Coelho

Imaginação e criatividade

Helder Coelho

Hoje em dia quando se fala de imaginação (criatividade, inovação) queremos dizer, na maior parte dos casos, antecipação e surpresa. Um empresário, um investigador, um professor querem captar a atenção do outro, inventando e brincando com o possível ou o provável. Por isso, falamos frequentemente de criar imagens, ideias, ou mesmo histórias (veja-se o tópico criatividade computacional, e o grupo de Amílcar Cardoso da Universidade de Coimbra).

A imaginação é uma operação da mente relacionada com pensamento, onde se tratam de ações e eventos ainda inexistentes, onde se é capaz de formular imagens mentais, construir cenários hipotéticos e de manifestar a nossa memória de modos muito diferentes. Fala-se também de faculdade da mente pela qual se concebe o que não existe, ou do poder que uma mente tem de formar conceitos, muito além dos que já existem. Repare-se na forma inventiva como a pintora Paula Rego mostra os seus sentimentos, contando histórias pessoais, usando cores e formas. Ou, o cantor John Lennon, no poema e cantiga Imagine (imagine todas as pessoas partilhando todo o mundo) entra no social, capturando uma fração de humanidade.

Empresas como a Google e a Apple vivem à custa de criativos que nos surpreendem, com ideias e depois produtos, e que diminuem a nossa sensação de incerteza sobre o mundo em que vivemos, muito caraterizado hoje pelo incompleto, improvável e incerto. As pessoas com imaginação concebem mapas mentais que dão sentido às ambiguidades, sobretudo em situações em que as informações escasseiam.

Existem oito tipos de imaginação, como a efetiva, guiada por experiências passadas, a construtiva muito apoiada em informações que conhecemos, a fantasiosa, que se enrola com as ficções, a empatia, influenciada pelos sentimentos dos outros, a estratégica capaz de explorar as oportunidades em momentos de crise, a emocional, que se apoia nas disposições e humores, a fabricada nos sonhos, que nos permite fazer filmes pessoais, e a apoiada nas buscas que fazemos pela memória, recuperando sempre algo surpreendente.

Por criatividade entende-se o ato de transformar ideias novas e imaginativas em realidade, ou seja a capacidade de entender o mundo através de modos diferentes, de forma a descobrir padrões escondidos, de fazer ligações entre fenómenos não relacionados, e de gerar novas soluções. Por detrás dois processos: pensar, e depois produzir.

A capacidade de inovar é um dos aspetos típicos dos sistemas complexos, enquanto a invenção é a criação de algo diferente e novo. Ambas são essenciais para os processos evolucionários na tecnologia, biologia e sistemas sociais. Quais são os factores, os processos que surgem quando criamos inovações? Que tipo de descrição formal (teoria da novidade) pode ser desenvolvida enquanto inventamos através dos domínios científicos? O que está por detrás da novidade? Como pode ser ela quantificada e comparada?

Em primeiro lugar, mantendo permanentemente uma perspetiva inter e multidisciplinar, combinando os pensamentos de diversos cientistas, pensando fora da caixa, sem receio de errar, ousando e enfrentando novos desafios, ensaiando novas vias de aproximação na resolução de problemas. O terreno dos comportamentos complexos, nos sistemas matemáticos, físicos, biológicos e sociais, é particularmente atraente porque se associa a dificuldades/problemas nacionais, se mistura com a dinâmica não linear, a formação de padrões, o escalonamento, a computação, a adaptação e evolução, ou as redes.

Peguemos na pirâmide (hierarquia das necessidades) de Brennan, e vejamos como a hierarquia se constitui, de baixo para cima, indo dos reflexos (reações), para a resolução de problemas, a criatividade e a imaginação.

Uma pergunta recorrente é: O que é a invenção e quando é que a novidade persiste? No Santa Fe Institute (SFI) procuram-se intuições qualitativas e modelos quantitativos de previsão. O grupo dos professores Manfred Laubichler e José Lobo pretende avançar na compreensão do aparecimento e persistência do que é novo, de molde a formalizar uma teoria geral da invenção. Até hoje, a investigação mostrou que, através dos domínios, as novas ideias são raras. A maior parte das invenções são recombinações de antigas procuras. Por exemplo, o telefone inteligente (smart phone) é uma fusão de várias tecnologias nucleares, um telefone, uma câmara de filmagem e um processador de dados. Uma teoria da invenção pode permitir isolar as condições que permitiram espalhar as novidades genuínas, e apontar para os factores que determinaram quais foram as invenções que sobreviveram, e as que foram deixadas para trás. Daí, o interesse que aquele grupo do SFI tem mantido para ajudar a nossa compreensão da invenção.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Manuel Martinho, o Tricampeão Nacional Universitário que se quer tornar “um dos melhores” no Taekwondo

Manuel Martinho, estudante da licenciatura em Tecnologias da Informação, é um dos grandes rostos da ULisboa e de CIÊNCIAS nos maiores campeonatos de Taekwondo a nível nacional e internacional.

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Universidade de Lisboa é a líder entre as Universidades Portuguesas no Ranking de Shangai

A Universidade de Lisboa é a melhor universidade de Portugal, segundo a edição de 2024 do mais influente e conceituado ranking mundial, o Ranking de Shangai, que todos os anos avalia mais de 2500 universidades a nível mundial. 

Um conjunto de participantes dos EVM posam em frente a um quadro repleto de equações matemáticas e com um tabuleiro de xadrez desenhado

Terminou no dia 26 de julho a 1.ª edição dos Estágios de Verão em Matemática (EVM), organizada pelo Departamento de Matemática (DM) de CIÊNCIAS.

Imagem que mostra um homem a tirar uma foto de dois estudantes com o telemóvel. À sua esquerda, num espaço branco, pode ler-se "Partilhe as suas fotografias"

Será realizada uma recolha de fotografias pelos ex-alunos, com vista à criação de um itinerário expositivo das histórias e vivências retratadas por todo o campus de CIÊNCIAS.

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O artigo ‘Unforeseen plant phenotypic diversity in a dry and grazed world’ (em português, ‘Inesperada diversidade fenotípica de plantas num mundo seco e pastoreado’), aborda os resultados de um estudo internacional em larga escala, que envolveu 120 cientistas de 27 países, para compreender como as plantas de zonas áridas se adaptaram a estes habitats extremos.

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Entre 24 e 26 de julho, CIÊNCIAS foi palco da conferência MIC- STAND 2024: Mitigation of Microbiologically Influenced Corrosion: Towards Scientific & Industrial Standardization.

16.º Encontro Nacional de Química-Física

O duplo evento decorreu entre 17 e 19 de julho e reuniu investigadores, docentes e outras personalidades ligadas à Química-Física.

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Campus de CIÊNCIAS enche-se de curiosidade e boa disposição para receber alunos deste programa de Verão.

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É já em setembro que o campus de CIÊNCIAS vai ser palco de duas formações do programa ‘C-Academy - Formação Avançada em Cibersegurança’ do Centro Nacional de Cibersegurança.

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Entre 22 e 26 de julho, 67 alunos do ensino secundário têm a oportunidade experienciar, durante uma semana, o que é ser cientista e como é o ambiente de investigação.

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Vem definir o teu futuro e descobre o que temos preparado para ti. Candidata-te a CIÊNCIAS ULisboa!

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Já são conhecidos os vencedores da edição 2024 do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias, organizado pela Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO).

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Foi com um sorriso na cara e com vontade de um dia regressarem, que os estudantes do programa Verão na ULisboa deixaram o campus de CIÊNCIAS, após as cerimónias de entrega de diplomas que decorreram nos dias 5 e 12 de julho.

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CIÊNCIAS assinou um protocolo de colaboração com a Raiz Vertical Farms, com o objetivo de instalar uma horta vertical no campus da faculdade.

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“Temos este mundo, ou nada. E temos um grande problema se não entendermos o planeta que queremos salvar.” Esta citação de Carl Sagan é o mote do documentário ‘O Planeta Vivo’, que estreou no passado dia 3 de julho na RTP.

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O Observatório do Paranal, no deserto do Atacama no Chile, que faz parte do Observatório Europeu do Sul (ESO), vai receber em 2025 um telescópio made in Portugal para observar o Sol.

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Nuno Gonçalves e Inês Leite, estudantes de CIÊNCIAS, foram premiados na SPIE Astronomical Telescopes + Instrumentation, a maior conferência internacional sobre instrumentação para a Astronomia.

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A Universidade de Lisboa (ULisboa) está em primeiro lugar a nível nacional em três áreas de produção científica de CIÊNCIAS no reputado CWTS Leiden Ranking: Ciências da Vida e da Terra, Matemáti

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