No Campus com Helder Coelho

Controvérsia e Interdisciplinaridade

Helder Coelho

Quando Leibniz e Newton se enfrentaram no século XVII, sobre a origem do Cálculo, criaram um espaço para exercerem o contraditório, argumentando e criticando, em defesa dos seus argumentos. Esse exercício chama-se controvérsia (debate ou polémica), considerada por muitos como a máquina do progresso intelectual e prático. Cada um dos lados apresenta a sua explicação (causa) das suas razões, como factos (pro ou contra), e os quais sustentam e justificam a sua posição.

Expressar opiniões diferentes, de forma racional, constrói a defesa de um dos lados em oposição, eventualmente com o apoio de críticas, e constitui o núcleo duro de uma discussão, a qual pode-se desenvolver ainda como negociação e juntar-se de seguida, por exemplo, em política ou em negócios. No entanto, na ciência, onde a dissidência é habitual, o choque faz parte da confirmação da oposição e dos avanços que em geral se seguem. Por exemplo, na Inteligência Artificial (IA), as controvérsias dos anos 60 a 80 (Weizenbaum, Searle, Dreyfus, Penrose) denotaram desejos muitas vezes ambiciosos e pouco consequentes, enquanto as mais recentes (Gates, Hawking, Musk, Bostrom) em torno dos riscos existenciais para a humanidade, e do lado da tese mais dura, permitiram o regresso à reflexão e ao estudo, ao aprofundamento e à descoberta de saídas para consolidar conhecimentos e facilitar a utilidade de aproximações entre as posições em disputa. Muitas vezes, implicaram o recurso a outras disciplinas, capazes de servirem de melhores argumentos de defesa.

A polémica sobre o tempo, entre Einstein e Bergson (6 de abril de 1925), envolvendo a Física e a Filosofia, foi bem diferente. A impossibilidade de chegarem a um acordo, dada a radicalidade das posições assumidas, fez estalar o bom senso, impossibilitando a aproximação das posições e o aparecimento da resignação. Muitas vezes, quando o fantástico surge e as explicações deixam de ser razoáveis, existe o perigo de entrarmos no irracional e no não plausível.

Atualmente, na Física Teórica, a confiança na contra intuição e irracionalidade criou também resignação e indiferença. Este é o resultado, e a consequência, da falta de controle sobre a tolerância, quase sempre corrente em ciência (veja-se a posição de Helmut Tributsch na Euroscientist Newsletter de 11 de janeiro de 2017). Curiosamente, e mais uma vez, trata-se do esforço na compreensão do tempo. Na natureza, o tempo é orientado numa só direção e é irreversível.

Outras controvérsias são também famosas como as da Filosofia, em volta de Derrida, e as da Filosofia da Mente. A própria ideia de controvérsia constitui só por si um desafio, e no caso de Derrida o termo adotado é a desconstrução (método de análise de textos) e visa a posição hegemónica. A estratégia usada é interpretativa, partindo-se de uma posição mais fraca para se iniciar o embate, e só depois se amplia o campo do que está em jogo. Em geral, são visados os pilares estabelecidos, e tendo em linha os limites do discurso. Opta-se por questionar a autoridade, sabendo-se que isso não vai diminuir a ação ética, mas, eventualmente, promove-la.

No caso da Filosofia da Mente existem várias controvérsias interessantes, a da mente-corpo (Stoljar versus Pereboom), a da cognição encorpada (Shapiro versus Goldman), a da consciência sobre os temperamentos (Kind versus Mendalovici), a da representação mental (Kriegel versus Rupert), e a da natureza da mente (Siewert versus Lee).

A desconstrução, uma matéria bem controversa, introduz a crítica, a estrutura, o mecanismo, e sobrevaloriza certos conceitos como a influência, a opressão, a moralidade ou a justiça (direito), aumentando a escala do que pode ser colocado em causa e, certamente, a responsabilidade associada dos indivíduos, assim como as suas obrigações éticas. No entanto, embora certas teorias tenham sucesso, nem sempre a sua importância está assegurada. No caso da desconstrução, sabe-se que a sua penetração em outras disciplinas, além da Filosofia, tem sido enorme, e isso permite concluir que a interdisciplinaridade foi atingida. Terá sido pela própria força dessas controvérsias?

Toda esta temática vai estar em cima da mesa durante o IASC International Conference, em Lisboa, na FCUL, nos dias 1 e 2 de junho de 2017. A conferência sobre “Crossing Borderlines: Controversies and Interdisciplinarity” é organizada pelo CFCUL.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências

Visitas guiadas à  Exposição Formas & Fórmulas

13 de abril 11h30-13h00

11 de maio 11h30-13h00

Diálogos com Formas & Fórmulas

11 de abril 18h

No próxima quinta-feira, 11 de Abril, a FCUL e em particular, o Departamento de Informática, vão ser "invadidos" pelos alunos do secundário. Para visitar o DI-FCUL já temos cerca de 200  alunos inscritos.

Maqueta do Campus Sustentável da UL

As expetativas da equipa da Universidade Verde só podiam ser elevadas: as verbas alcançadas no âmbito desta iniciativa serão usadas para implementar medidas de eficiência energética, já identificadas nas auditorias realizadas.

Trial para todos os membros da b-on

 

“No stand da FCUL descobrimos áreas que não sabíamos sequer que existiam e que agora vamos querer pesquisar, já valeu a pena ter vindo. Vamos ter mais informação e hipóteses para ponderar!”, declarou um grupo de alunos da Escola Salesiana de Manique a visitar a banca da FCUL na Futurália.

Rosto de Fernando Ramos

“A maioria das instituições de ensino superior em Portugal têm qualidade superior às do Brasil, contrariando de forma que não deixa dúvidas a 'recomendação' do Governo brasileiro”, escreve Fernando Ramos num artigo publicado no jornal "Público" no passado dia 26 de março.

O artigo intitulado "PAMPA in the wild: a real-life evaluation of a lightweight ad-hoc broadcasting family" da autoria de Christopher Winstanley, Ra

O Departamento de Informática marcou presença na última edição da Futurália. A Futurália, a Feira de Ofertas Educativas e Formativas para estudantes, realizou-se de 13 a 16 de Março, na Feira Internacional de Lisboa (FIL)

“Luís Mendes Victor dedicou uma carreira de mais de 40 anos à investigação nas diversas áreas da Geofísica. Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa desde 1991, ensinou Geofísica, Sismologia, Prospeção Geofísica, Hidrologia e Física dos Recursos Naturais”, refere o colega e amigo, Jorge Miguel Miranda.
 

Atualmente, a nova rubrica disponibiliza entrevistas realizadas a participantes e colaboradores da última edição do Dia Aberto e a dois investigadores que trabalham na área da surdez genética.

Rosto de Teresa Alpuim

Pode-se dizer, sem risco de exagero, que a Estatística é a mais social das ciências exatas.

Programa M23

Atualmente 47 alunos estudam na FCUL através do programa Maiores de 23 anos. A FCUL conversou com uma dessas alunas, Ana Jardim, de 35 anos, aluna do 2.º ano de Engenharia Informática.

FCUL esclareceu possíveis candidatos ao programa M23 no Open Day pelo Núcleo de Formação ao Longo da Vida

“Tenho interesse em prosseguir os estudos académicos por vários motivos, entre eles o pessoal, sei que posso dar muito mais não só para mim como também para a sociedade e também porque poderei melhorar a minha condição de trabalho”, afirma Elísio Gomes, de 31 anos e visitante do Dia Aberto a Maiores de 23 da UL.

Antenas do ALMA

O primeiro de uma série de vodcasts de divulgação científica do CAAUL dedicados aos maiores tópicos da atualidade em Astronomia apresenta o ALMA.

Rosto de Luísa Maria Abrantes

“A professora Luísa Maria Abrantes será sempre recordada pela sua enorme dedicação e empenho durante os 40 anos de serviço a esta casa”, refere o seu colega e amigo Jorge P. Correia.

A FCUL volta a marcar presença na Futurália, na FIL, no Parque das Nações, juntamente com outras unidades orgânicas da UL, entre 13 e 16 de março.

“Foi o professor Henrique Leitão que me alertou para o facto de a questão do real impacto de Pedro Nunes na náutica do seu tempo estar por resolver.

“Foi o professor Henrique Leitão que me alertou para o facto de a questão do real impacto de Pedro Nunes na náutica do seu tempo estar por resolver. A tese e o prémio foram passos saborosos de um caminho longo mas que tem todo o potencial de ser gratificante e divertido”, reforça Bruno Almeida, vencedor do Prémio Cultura 2012 atribuído pela Sociedade de Geografia de Lisboa.

A reportagem multimédia sobre o Dia Aberto em Ciências inclui testemunhos de candidatos ao ensino superior, alunos e professores da FCUL, colaboradores desta iniciativa.

Prémio SAHFC 2012 - Marta Macedo

Prémio SAHFC

  A Comissão Executiva da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências (SAHFC) atribui a anualmente o Prémio SAHFC.

O Grupo de Surdez do BioFIG-FCUL, coordenado por Graça Fialho, já analisou cerca de 400 famílias portuguesas afetadas com surdez hereditária. A primeira tese de doutoramento realizada em Portugal na área da genética da surdez foi defendida em 2012, na UL, por Tiago Matos.

Anfiteatro da FCUL

Cerca de 100 alunos de 15 escolas secundárias da zona de Lisboa participaram na 9.ª edição da ação de divulgação da Física de Partículas.

“Portugal é o principal destino dos estudantes brasileiros de graduação bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras.

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