FCUL no mundo

“Motivação para continuar a investir na ciência”

Joana Casimiro - Coruna
Cedida por Joana Casimiro

Ter contacto com outras línguas, melhorar o Inglês, perder o medo do desconhecido. Estes foram os principais motivos pelo qual Joana Casimiro, aluna do 3.º ano do curso de Biologia da FCUL - ramo Ambiental Marinha -, fez as malas e viajou até Espanha, mais precisamente até à Coruña.

A experiência que teve permitiu-lhe ter a certeza que na bagagem de regresso traria “para além de boas recordações, motivação para continuar a investir na ciência”.

Estudou na Faculdade de Ciências da Universidade da Coruña, enquanto aluna Erasmus, de setembro de 2013 a janeiro de 2014.

Para mais informações sobre este tipo de iniciativa, os estudantes da FCUL podem sempre contactar o Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional - internacional@fc.ul.pt - , onde encontram oportunidades além-fronteiras e, assim, podem optar por embarcar numa experiência rica em aprendizagens.

Conheça os pormenores da experiência da aluna Joana Casimiro na entrevista a seguir apresentada.

FCUL - O que despertou o interesse em ter uma experiência além-fronteiras?

Joana Casimiro (JC) - Enriquecer-me com novas experiências, tanto a nível académico como pessoal e perder o receio que se tem quando se ouve a palavra “emigração”.

FCUL - Qual o primeiro passo dado na busca de informação?

JC - Abordar colegas que já tinham feito o programa Erasmus, independentemente do sítio onde estiveram.

FCUL - A quem recorreu, dentro da FCUL e fora dela, para pedir informações e/ou conselhos sobre este assunto?

JC - Recorri à coordenadora Erasmus - Maria Eugénia Ribeiro -, para esclarecer assuntos burocráticos e aos colegas que já tinham feito Erasmus para todos os restantes assuntos (alojamento, disciplinas, [entre outros]).


Fonte: Joana Casimiro
Legenda: "Para além de boas recordações trago motivação para continuar a investir na Ciência"

FCUL - Sempre soube para onde ir nesta aventura ou a incerteza quanto ao destino também fez parte do roteiro?

JC - No início tinha incerteza quanto ao destino. É sempre deslumbrante estar perante uma lista de países prontos para me acolherem! Espanha acabou por ser eleita por estar relativamente perto e não envolver grandes custos de viagem.
 
FCUL - Porquê estudar fora do país?
JC - Principalmente para contactar com outras línguas, nomeadamente para melhorar o Inglês,  e perder o medo do desconhecido.

FCUL - Como descreve o país que a acolheu?

JC - Espanha é um país vizinho de Portugal e, como tal, não se encontram grandes discrepâncias: a língua é diferente mas relativamente fácil de entender para um português e o custo de vida é praticamente o mesmo. Encontrei a maior diferença no horário do comércio devido à siesta bem como nos horários dos hábitos de vida, principalmente os horários das refeições. Fui muito bem acolhida pela “comunidade” Erasmus da minha universidade, da qual faziam parte alguns alunos espanhóis mas, no geral, os restantes espanhóis parecem ter receio de contactar com outras realidades e línguas, ainda que seja a língua portuguesa, pelo que nesse sentido a integração foi mais difícil.


Fonte: Joana Casimiro
Legenda: "Fui muito bem acolhida pela 'comunidade' Erasmus da minha universidade, da qual faziam parte alguns alunos espanhóis"

FCUL - Como é o dia-a-dia do estudante no local onde desenvolveu Erasmus?

JC - Não difere muito do que vivia em Portugal. Encontrei a maior diferença na liberdade que tinha para fazer as coisas ao meu ritmo quando fora das aulas.

FCUL -  Se numa frase pudesse caracterizar a sua experiência, qual seria?

JC - Valeu a pena.

FCUL - Há alguma situação engraçada ou que a tenha marcado, por qualquer razão, que queira destacar?

JC - Os alunos portugueses (eu e o meu companheiro Erasmus) tinham melhores notas a algumas disciplinas na turma de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade da Coruña, talvez por essa razão os estudantes espanhóis nos “olhassem de lado” de vez em quando.

FCUL - De que teve mais saudades longe de terras lusas?

JC - Da família e do ambiente que se vive entre os verdadeiros amigos.

Fonte: Joana Casimiro
Legenda: Playa Orzan, A Coruña

FCUL – Que importância julga ter esta experiência no seu percurso académico/profissional?

JC - Hoje em dia, existem muitos programas de mobilidade (estudos, estágios, etc), bem como um elevado nível de emigração, pelo que sinto que este assunto está um pouco banalizado e, portanto, não me valorizarão tanto quanto queria ao nível académico/profissional por ter tido esta experiência. No entanto, pessoalmente, hoje valorizo-me muito mais por ter aprendido tantas coisas novas com esta experiência.

FCUL – Julga que este marco da sua vida terá influência na sua carreira profissional futura?

JC - Quero acreditar que sim, se bem que a minha resposta vai ao encontro da anterior: a banalização do assunto diminui a valorização das pessoas que têm a coragem de deixar o país.

FCUL - Qual a importância de ter uma experiência além-fronteiras no contexto da área científica que estuda?

JC - No meu caso em particular, esta experiência teve extrema importância pelo facto de ter contactado com artigos científicos (o essencial na minha área), coisa que não ocorreu durante os dois anos em que estudei na FCUL, e até ter de escrever um artigo-tipo com base num verdadeiro trabalho de observação. Hoje, ao falar com alguns colegas da FCUL, percebo que muitos deles têm dificuldades em saber como aceder a artigos, bem como lê-los e entendê-los, coisa que para mim agora é fácil pois passei cinco meses a fazê-lo.


Fonte: Joana Casimiro
Legenda: "No início tinha incerteza quanto ao destino. É sempre deslumbrante estar perante uma lista de países prontos para me acolherem!"

FCUL - O que trouxe na bagagem de regresso para Portugal?

JC - Para além de boas recordações, trago motivação para continuar a investir na ciência.

FCUL - Que conselhos deixa aos seus colegas que queiram ter uma experiência Erasmus ou àqueles que ainda tenham dúvidas?

JC - Informem-se com alunos que já o viveram e verão que o que parece ser tão complicado de viver é, de facto, uma experiência única e enriquecedora.

FCUL - Que dicas lhe dá caso queiram embarcar nesta aventura?
JC - Tanto a coordenadora Erasmus, como o Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional e todos os alunos que já realizaram Erasmus são uma excelente fonte de informação e estão dispostos a esclarecer todas as dúvidas que tenham.


Fonte: Joana Casimiro
Legenda: "Cabalgata de Reyes", A Coruña

FCUL - Que verbo julga vir a aplicar quanto ao seu futuro próximo: ficar no país de origem ou regressar ao estrangeiro?
JC - Preferencialmente ficar no país, mas se regressar ao estrangeiro que não seja como necessidade mas sim como vontade.

FCUL - Que diferenças encontra na forma como é encarada a ciência, aí e em Portugal?
JC -
Encontro as maiores diferenças no facto de em Espanha ter tido a oportunidade de fazer realmente um trabalho científico -  o que é crucial na minha área - , e de ter tido uma avaliação justa baseada naquilo que os alunos sabem e não no que decoram. Por estas razões, penso que os biólogos [da universidade onde me encontro] se sentem mais encorajados a amar a ciência e veem o seu trabalho em ciência recompensado, algo que eu nunca tinha sentido antes.

Raque Salgueira Póvoas, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura da FCUL
info.ciencias@fc.ul.pt
Flávio Gomes Oliveira a verificar se as armadilhas capturaram algum musaranho

Flávio Gomes Oliveira, doutorando do programa doutoral em Biologia e Ecologia das Alterações Globais, é um dos autores de um estudo publicado em outubro na Behavioral Ecology, cujos resultados integram a sua tese de doutoramento. Nesta entrevista o jovem investigador faz um balanço dos primeiros anos do doutoramento e deixa conselhos para quem quer seguir esta área.

Musaranho-de-dentes-brancos a ser devolvido à natureza

Um estudo realizado em Lisboa por um grupo de investigadores do CESAM, polo da Ciências ULisboa e da Universidade Adam Mickiewicz de Poznań, na Polónia, detetou diferenças substanciais no comportamento e metabolismo dos musaranhos-de-dentes-brancos que ocorrem na capital portuguesa, quando comparados com indivíduos provenientes de áreas naturais.

Emmanuelle Charpentier e a Jennifer Doudna

Este ano, o Prémio Nobel da Química foi atribuído às cientistas Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo "desenvolvimento de um método de edição do genoma", denominado CRISPR/Cas9. Leia o artigo da autoria de Lúcia Santos e Madalena Pinto, estudantes de doutoramento no polo da Faculdade do BioISI e Federico Herrera, professor do Departamento de Química e Bioquímica e investigador do BioISI.

Chuva intensa

Um estudo publicado na Nature Communications revela um aumento significativo da quantidade de humidade proveniente das regiões fornecedoras de água precipitável, água transportada até aos continentes pelos chamados rios atmosféricos (ARs).

Logotipo dos Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos 2019

A cerimónia de entrega dos Prémios Científicos ULisboa/CGD 2019 estava prevista para 20 de outubro, na Reitoria da ULisboa, mas face à evolução da pandemia da COVID-19 e na sequência da resolução do Conselho de Ministros emitida recentemente, a cerimónia será adiada para data a anunciar quando as condições de segurança estejam novamente reunidas. Das 30 distinções desta última edição, cinco são para professores e investigadores da Ciências ULisboa.

Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez

O Prémio Nobel da Física 2020 distingue um dos teóricos mais distintos dos últimos 60 anos, o matemático e físico sir Roger Penrose e os astrónomos Reinhardt Genzel e Andrea Ghez, que revelaram a presença de um buraco negro extremamente massivo na região central da Via Láctea. Leia o artigo dos cientistas José Pedro Mimoso e Nelson Nunes, em colaboração com José Afonso e António Amorim.

Imagem abstrata

Ciências ULisboa integra a Rede de Inovação da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), cujo objetivo é promover a ponte entre a investigação produzida em ambiente académico e o contexto industrial e empresarial.

Logotipo Radar Tec Labs

Oitava rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a QPLab.

Campus da Ciências ULisboa

Ciências ULisboa volta a preencher a totalidade das vagas, no âmbito da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior: 1001 candidatos conseguiram colocação nas 13 licenciaturas e nos três mestrados integrados desta faculdade, 449 como 1.ª opção. O número de vagas aumentou na maioria dos cursos, assim como as notas dos últimos alunos colocados nesta 1ª fase.

Cidade

Melhorar o funcionamento e a otimização energética de edifícios e equipamentos, resolvendo algumas das suas limitações, é um dos objetivos do projeto “Self Assessment Towards Optimization of Building Energy (SATO)”, liderado pela Ciências ULisboa e que tem início marcado para o próximo mês de outubro. O projeto integra 16 parceiros europeus da academia e dos sectores público e empresarial e representa a primeira grande colaboração científica entre o LASIGE e o IDL.

Papéis, canetas e braços

Vários alunos da Ciências ULisboa, da Universidade do Algarve (Ualg) e da Faculdade de Medicina Dentária (FMD) da ULisboa apresentaram este verão projetos de iniciação à investigação, desenvolvidos no âmbito da iniciativa “Sê Investigador por Três Semanas!”, promovida pelo Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa (CEAUL), com o objetivo de cativar os jovens para esta atividade.

cabra-montês

Dezenas de cientistas, técnicos e vigilantes da natureza do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, bem como cidadãos uniram-se em prol do novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal continental. O objetivo é melhorar até 2021 o conhecimento destas espécies e dessa forma contribuir para o estabelecimento de medidas e ações de conservação.

Imagens de perfil de 19 cientistas

Entre março e julho deste ano, as redes sociais da Faculdade deram a conhecer 19 pessoas e histórias de investigação, no âmbito da iniciativa “O que faço aqui?”, disponível no site da Faculdade.

Pessoa com livros

"Neste momento tão dinâmico em que vivemos será importante pensar sobre aquilo que se pode ou não controlar e ir aprendendo a navegar perante a realidade que se apresenta a cada momento", escreve a psicólogia Andreia Santos.

Alunos e professoras no campus da Faculdade

O novo ano letivo começou esta semana e a Faculdade deu as boas-vindas aos alunos do Advanced Quantitative Methods on Health Care Innovation, cujas aulas online começaram esta terça-feira e se prolongam em Portugal até ao próximo dia 15 de outubro.

Estação de Extração de RNA

“Foi incrível perceber que numa adversidade, o ser humano tem a capacidade de se reinventar e criar novos projetos", diz Daniel Salvador, voluntário no CT Ciências ULisboa, entre maio e julho, licenciado e mestre pela Ciências ULisboa, atualmente estudante do 4.º ano do doutoramento em Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da ULisboa.

Criança em casa acompanhada pela presença de um adulto

Uma equipa de nove estudantes da ULisboa - LxUs -, supervisionados por Hugo Ferreira, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da  Ciências ULisboa, ganhou o Translation Potential Runner-Up Award na 5.ª edição do SensUs Student Competition, 2.º lugar na categoria de potencial de translação, um prémio que valoriza a capacidade de criação de um modelo de negócio, viável e com qualidade.

Pormenor da visão artística da observação da "estrela bebé"

Pela primeira vez foi possível observar como é que uma “estrela bebé” adquire massa até chegar à sua massa final. Arcos de campo magnético ligam a “estrela bebé” ao disco circundante e a massa flui. Os resultados desta observação encontram-se publicados na revista Nature. O artigo resulta de uma colaboração no âmbito do GRAVITY, um instrumento desenvolvido por um consórcio internacional e do qual fazem parte cientistas do CENTRA, polo da Ciências ULisboa.

Marta Palma no CT Ciências ULisboa

“A maior aprendizagem é perceber que de facto existem pessoas maravilhosas, com uma enorme generosidade e grande sentido de voluntarismo e muito dinâmicas. E que trabalhando juntos, podemos de facto fazer a diferença”, diz Marta Palma, funcionária do Departamento de Biologia Animal e voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Homem em banco de jardim, observando o rio

Andreia Santos, psicóloga do GApsi Ciências ULisboa, deixa um alerta: "o nível de cansaço sentido pelas pessoas a assistir a conferências, palestras através de um ecrã é superior ao de assistir ao mesmo de forma presencial".

Vanessa Mendonça

“Este prémio simboliza não só o reconhecimento do meu trabalho, mas também de toda a equipa que nele participou”, conta Vanessa Mendonça, segunda classificada pelo Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. Vanessa Mendonça concluiu o mestrado e o doutoramento na Faculdade e atualmente é investigadora do MARE.

A SPECO anunciou recentemente os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. José Ricardo Paula é o grande vencedor desta edição e irá apresentar o seu trabalho no 19.º Encontro Nacional de Ecologia, este ano associado às cerimónias dos 25 anos da SPECO, e que se realiza em dezembro, em Ponte de Lima.

Centro de Testes

Rita Loewenstein Simões, de 23 anos, é voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa, na estação Mix e Real-Time PCR, desde maio passado. Para esta jovem bióloga, formada na Faculdade, este trabalho tem um significado muito simples: ajudar. E foi exatamente isso que a motivou - saber que todas as horas que disponibilizasse fariam a diferença.

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

Ganna Rozhnova trabalha em modelação epidemiológica na UMC Utrecht, na Holanda. A antiga aluna de doutoramento em Física Estatística da Faculdade, continua a colaborar com o BioISI e é a investigadora principal de um projeto da FCiências.ID, financiado no âmbito do Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19.

Spinophorosaurus nigerensis

Uma inovação anatómica pode ser a chave na compreensão da evolução dos dinossáurios saurópodes. Os autores deste trabalho - Daniel Vidal, Pedro Mocho, Ainara Aberasturi, José Luis Sanz e Francisco Ortega - acreditam que parte do êxito evolutivo deste grupo de animais está relacionado com alterações na cintura pélvica e que esse fator contribuiu para os converter nos animais de maior porte da Terra.

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