Biologia evolutiva e Ecologia urbana

Estudo publicado na Science mostra como biodiversidade se está a adaptar aos ambientes urbanos

Investigadores e estudante de doutoramento da Ciências ULisboa e do cE3c participam na investigação, exemplo de ciência inclusiva

trevos-brancos

Os investigadores recolheram mais de 110.000 amostras de trevo e sequenciaram mais de 2.500 genomas o que gerou um enorme conjunto de dados que será estudado nos próximos anos

Wikimedia Commons
capa da revista Science
Science, volume 375, 6586, 18 março 2022

Um estudo - colaborativo e sem precedentes -, liderado por biólogos evolucionistas da Universidade de Toronto Mississauga, no Canadá, capa da Science esta sexta-feira, dia 18 de março, mostra como a urbanização está a influenciar a evolução de plantas no mundo. A investigação desenvolveu-se no âmbito do Global Urban Evolution Project (GLUE) e contou com a participação de quase 300 investigadores e estudantes universitários, entre eles membros da Ciências ULisboa e do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c).

No âmbito do projeto GLUE foram recolhidos e analisados dados por 287 cientistas, em 160 cidades, de 26 países, tendo como espécie amostrada, em cidades e áreas rurais próximas, a planta do trevo-branco (Trifolium repens).

Os investigadores recolheram mais de 110.000 amostras de trevo e sequenciaram mais de 2.500 genomas o que gerou um enorme conjunto de dados que será estudado nos próximos anos.

A espécie escolhida é uma das poucas presentes em quase todas as cidades da Terra, sendo para este efeito uma ferramenta fundamental para entender como os ambientes urbanos influenciam a evolução.

De Toronto a Tóquio, de Melbourne a Lisboa ou Almada, o trevo-branco está a evoluir em resposta direta às mudanças ambientais que ocorrem nestes ambientes.

Segundo os autores do artigo “Global urban environmental change drives adaptation in white clover”, com esta descoberta é possível começar a desenvolver estratégias para conservar melhor as espécies raras mesmo em ambiente urbano. A investigação também pode ajudar a entender melhor como evitar que pragas e doenças indesejadas se adaptem aos ambientes humanos.

“Os investigadores reconheceram a importância deste projeto. Nunca houve um estudo de campo de evolução a esta escala, ou um estudo global de como a urbanização influencia a evolução. Teria sido impossível fazer isso sem esta grande colaboração”, comenta Marc T. J. Johnson, coordenador da investigação.

Este trabalho é um exemplo de como a ciência é inclusiva: reúne investigadores de carreira, estudantes universitários de todos os níveis e de todos os continentes habitados do mundo. Os cientistas da Faculdade e do cE3c envolvidos no GLUE representam também a diversidade que este projeto procurava. Da equipa fazem parte os professores Octávio Paulo e Cristina Branquinho; o investigador Pedro Pinho e a aluna do programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução, Filipa Grilo.

Trevo-branco produz cianeto de hidrogénio como mecanismo de defesa contra herbívoros para aumentar a sua tolerância ao stress hídrico

O projeto GLUE ilustra como as condições ambientais nas cidades tendem a ser mais semelhantes entre si do que com os habitats rurais próximos - um efeito conhecido de homogeneização da biodiversidade causada pela urbanização. O centro de Toronto é mais comparável ao centro de Lisboa em muitos aspetos do que às terras agrícolas e florestais circundantes.

Os investigadores observaram a adaptação do trevo-branco à urbanização de forma global, e identificaram a base genética dessa adaptação e os fatores ambientais associados.

O trevo-branco produz cianeto de hidrogénio como mecanismo de defesa contra herbívoros para aumentar a sua tolerância ao stress hídrico; e adapta-se de maneira diferente, consoante a sua localização ocorre nas cidades ou nas zonas rurais.

O trevo que cresce nas cidades normalmente produz menos composto, do que o trevo que cresce nas áreas rurais vizinhas. Essa descoberta foi comprovada para as cidades amostradas em diferentes climas, e as implicações vão muito para além desta espécie.

GJ Ciências ULisboa com cE3c
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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Um grupo de investigadores da ULisboa está cada vez mais perto de conseguir criar um processo economicamente viável de reciclagem do dióxido de carbono responsável pelo efeito de estufa

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Um grupo de investigadores do Grupo de Fala e Linguagem Natural (NLX) do Departamento de Informática de Ciências ULisboa visitou, em julho passado, o Laboratório de Inteligência Artificial da Lenovo, no âmbito de um projeto de intercâmbio científico, coordenado por António Branco, professor do DI e coordenador do NLX.

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A maior conferência Android do mundo, com 11 anos de existência e presente em mais de 25 cidades por todo o mundo, - Droidcon Lisboa 2019 - realiza-se pela primeira vez em Portugal nos dias 9 e 10 de setembro, no campus de Ciências ULisboa.

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A equipa LxUs integra alunos das faculdades de Ciências e de Farmácia da ULisboa e é a primeira a representar Portugal no SenSus. Os estudantes desenvolveram biossensores para medição dum fármaco biológico, utilizado para tratar doenças como a artrite reumatoide. Grande parte da equipa é da área da Engenharia Biomédica e Biofísica.

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“O meu estágio foi muito desafiante”, conta Marissa Verhoeven, estudante de Biologia Aplicada na Holanda, após a experiência no projeto de permacultura experimental da HortaFCUL. Na crónica sobre esta experiência partilha os resultados da sua investigação sobre a produção e o uso do vermicomposto, bem como um livro infantil sobre a importância das abelhas.

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Paula Simões ora leciona e orienta alunos, o que geralmente ocupa grande parte das suas manhãs ou tardes, ora ocupa o restante tempo com outras atividades como é exemplo o projeto “Cigarras de Portugal – Insetos Cantores”, no âmbito do qual os cidadãos são desafiados a estarem atentos aos sons das cigarras!

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O professor de Ciências ULisboa Tiago Guerreiro é um dos novos editores chefes da Association for Computing Machinery (ACM) Transactions on Accessible Computing (TACCESS).

Planta

Grupo de investigadores e responsáveis de instituições de investigação escreveram uma carta aberta de protesto sobre decisão do Tribunal de Justiça Europeu sobre genoma.

Prémio Doutoramento em Ecologia

Francisco Pina Martins, Adrià López-Baucells e Inês Gomes Teixeira são os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2019. Os trabalhos galardoados serão apresentados durante o 18.º Encontro Nacional de Ecologia, que se realiza em simultâneo com o 15.º Congresso Europeu de Ecologia, entre 29 de julho e 2 de agosto em Ciências ULisboa.

Complexidade da diversidade

"É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados", in no Campus com Helder Coelho.

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O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e o Museu da Presidência da República celebram os 50 anos da chegada à Lua.

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Professores de todo o país vão estar reunidos no maior evento de formação acreditada na área do ensino das ciências realizado em Portugal. O VI Encontro Internacional da Casa das Ciências acontece entre os dias 10 e 12 de julho, no campus de Ciências ULisboa.

Logotipo

Tal como sucedeu em edições anteriores, vários professores e investigadores de Ciências ULisboa participam no Ciência 2019 - Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que decorre em Lisboa até 10 de julho.

Mara Gomes, aluna do 2.º ano do mestrado em Ciências do Mar participou no cruzeiro oceanográfico RV Polarstern em junho passado, sob o lema “Changing Oceans – Changing Future”. “Mara Gomes teve a dupla experiência de participar como cientista e de ensinar os alunos do programa POGO”, conta Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal e investigadora do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).

Ciências ULisboa

As classificações excelente e muito bom destacaram-se na avaliação feita aos centros de investigação afetos a Ciências ULisboa. Para os próximos quatro anos, Ciências ULisboa pretende continuar a sua aposta na investigação de excelência, agora com um pouco mais de fundos (um acréscimo de mais de quatro milhões de euros).

Falecimento

Ermesenda Fernandes, assistente técnica do Gabinete de Orçamento e Prestação de Contas da Área Financeira da Direção Financeira e Patrimonial de Ciências ULisboa, faleceu esta quarta-feira, dia 19 de junho de 2019. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laboratórío em Ciências ULisboa

Leonor Côrte-Real, investigadora do polo de Ciências ULisboa CQE, irá representar Portugal no 6th Young Medicinal Chemist Symposium. A jovem doutorada em Química, especialidade em Química Inorgânica por Ciências ULisboa, foi escolhida pela SPQ para representar Portugal neste simpósio e irá apresentar o trabalho desenvolvido durante a sua tese.

Alunos durante um exercício do FCUL Rally Pro

O evento de Ciências ULisboa que convida os estudantes do ensino secundário a programar já vai na 7.ª edição.

Um estudo publicado na revista "Nature" revela novas evidências sobre a ocupação humana da Sibéria desde há 31 mil anos. Vítor Sousa, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c em Ciências ULisboa, é um dos 54 cientistas envolvidos na investigação.

Maria João Verdasca

Maria João Verdasca iniciou em fevereiro de 2017 o programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução. A sua investigação foca-se na modelação espacial de espécies invasoras e no estudo dos seus impactos ecológicos e socioeconómicos. Recentemente foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019.

Síndrome do impostor

Uma das formas mais eficazes de lidar com o síndrome do impostor é mesmo falar sobre ele, partilhando entre colegas ou amigos com quem sinta um espaço seguro, os desafios que vai sentindo profissionalmente e perceber que não está sozinho naquilo que sente. Estima-se que 70% das pessoas sofrem deste fenómeno psicológico.

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