Os objetivos da Geodesia centram-se na medição e compreensão de três propriedades fundamentais do nosso planeta: a dimensão e forma, a orientação no espaço e o campo gravítico
A primeira utilização da palavra Geodesia é atribuída a Aristóteles, para descrever o conceito de divisão da Terra. Após dois milénios, os objetivos da Geodesia são agora muito mais ambiciosos e centram-se na medição e compreensão de três propriedades fundamentais do nosso planeta: a dimensão e forma (geometria), a orientação no espaço (rotação da Terra) e o campo gravítico, bem como as suas variações temporais.
A infraestrutura geodésica atual é constituída por um conjunto de técnicas tão diversas como a interferometria de base muito longa, os sistemas de navegação global por satélite, como o GPS ou o Galileo, os satélites de observação da Terra e os sistemas de varrimento laser, cujas medições, para além de permitirem responder aos seus objetivos, proporcionam igualmente apoio a outras áreas científicas, como a Geofísica, a Geologia, a Meteorologia e a Oceanografia.
A importância da Geodesia vai para além das questões meramente científicas. Um dos marcos interessantes da contribuição da Geodesia para a sociedade foi a definição do metro formulada em 1791 (décima milionésima parte de um quarto de meridiano terrestre), que teve como base a medição do arco de meridiano entre Dunkerque e Barcelona, efetuada ao longo de sete penosos anos (em plena revolução francesa).
Para a sociedade atual, os benefícios ambientais, económicos e sociais da Geodesia traduzem-se no acesso a um referencial global de grande precisão, na monitorização do nível do mar, na monitorização de grandes estruturas da engenharia civil, na avaliação de riscos geológicos, na agricultura de precisão e nos sistemas de transportes inteligentes.
Tal como há 100 anos, a Geodesia continua a ser uma componente essencial na formação de um engenheiro geógrafo/geoespacial, habilitando-o a responder aos desafios atuais e futuros.