Dark Energy Survey revela um Universo só um pouco menos aglomerado do que o previsto

Estudo mais preciso da composição e crescimento do Universo até ao momento conta com participação de investigador do IA Ciências ULisboa

Simulação de larga escala do Universo

A distribuição da matéria escura é representada a azul e a distribuição de gás a laranja. Esta simulação representa o estado atual do Universo e está centrada num aglomerado de galáxias massivo, cobrindo uma distância de cerca de 300 milhões anos-luz

Colaboração Illustris - Pormenor da simulação de larga escala do Universo

A energia escura é uma misteriosa força que se opõe à atração gravitacional, e que provoca a expansão acelerada do Universo. A energia escura corresponderá a pelo menos 70% de tudo o que compõe o Universo. A descoberta desta aceleração cósmica, em 1998, foi premiada em 2011 com o Prémio Nobel da Física.

Andrew Liddle, investigador do Departamento de Física da Ciências ULisboa e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, integra a colaboração internacional Dark Energy Survey (DES), que catalogou quase um oitavo de todo o céu, ao longo de seis anos, com o intuito de revelar a natureza da energia escura, responsável pela expansão acelerada do Universo. Neste grande projeto, que conta com mais de 400 investigadores, Andrew Liddle contribuiu ao nível da análise teórica e da interpretação dos resultados.

Os resultados recém-anunciados, baseados nos dados dos três primeiros anos, descrevem a distribuição a três dimensões da matéria comum e da matéria escura no Universo, até uma distância de mais de sete mil milhões de anos-luz, sendo assim o estudo mais preciso da composição e crescimento do Universo até ao momento.

“Os principais resultados foram obtidos através da combinação das medições dos aglomeramentos de galáxias com o efeito das lentes gravitacionais. Neste efeito, a gravidade das galáxias mais próximas desvia o percurso da luz de objetos mais distantes, criando uma distorção que é mensurável”, esclarece Andrew Liddle.

Apenas cerca de cinco por cento do Universo é composto pela matéria dita “normal”. Um quarto do conteúdo do Universo é feito de matéria escura, traída, por exemplo, pelas lentes gravitacionais e cuja influência gravitacional mantém as galáxias coesas. Os restantes 70 por cento são constituídos por energia escura, que os cosmólogos assumem como a impulsionadora da expansão acelerada do Universo. A matéria escura e a energia escura permanecem invisíveis e de natureza desconhecida, algo que o rastreio DES procura clarificar estudando como a competição entre elas influencia a evolução da estrutura em larga escala do Universo.

Para testar o modelo cosmológico padrão atual, os cientistas do DES compararam os seus resultados com as medições de radiação cósmica de fundo em microondas obtidas pelo satélite Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA). Estas medições fornecem uma visão precisa do Universo pouco após o Big Bang, há 13 mil milhões de anos. O modelo cosmológico padrão prevê como a matéria escura deverá ter evoluído até ao presente, pelo que, se as observações publicadas pelo rastreio DES não corresponderem a essa previsão, há possivelmente um aspeto desconhecido no Universo, que merece investigação futura.

“Os resultados mostraram ser compatíveis com o modelo cosmológico atual, que assume matéria escura fria e uma constante cosmológica, e mostraram também uma maior coerência com as medições da radiação cósmica de fundo em microondas do que a alcançada em estudos anteriores.”
Andrew Liddle

O legado do DES não se limita aos seus resultados. Para levar a cabo o projeto, foi necessário melhorar as técnicas de análise de dados, tendo em conta o imenso volume envolvido; criar uma das melhores câmaras digitais do mundo, a Câmara de Energia Escura (DECam), construída e testada pelo Fermilab; e melhorar significativamente o método de calibração das distribuições de redshifts – o desvio para o vermelho nos comprimentos de onda da luz de uma galáxia devido à expansão do Universo, e que está relacionado com a sua distância. “O DES é considerado um rastreio de nível III, abrindo o caminho para futuras missões espaciais como o Euclid, peça-chave no programa português para o futuro da investigação em cosmologia”, conclui Andrew Liddle.

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Participantes do BRIDges: Boosting research in interdisciplinary domains

BRIDges: Boosting research in interdisciplinary domains ocorreu no passado dia 14 de maio, no campus da Faculdade. O encontro teve como orador principal Gonzalo G. de Polavieja e contou com outras seis palestras proferidas por André Moitinho, Jessica King, Luis Gimeno-Sotelo, Mário Gonçalves e Diogo Soares. Esta terceira edição incluiu ainda uma sessão de posters. Leia os testemunhos de quem participou no evento.

CIÊNCIAS lança Rotas para a Sustentabilidade para promover sistemas alimentares sustentáveis em 17 municípios

A Faculdade de Ciências dá início a uma nova fase do projeto GrowLIFE com o lançamento das Rotas para a Sustentabilidade, uma iniciativa que visa fortalecer práticas alimentares sustentáveis e promover cadeias curtas de abastecimento em Portugal.

Rita Eusébio

Rita Eusébio é uma das finalistas de Ciências da competição “Três Minutos de Tese – Universidade de Lisboa” - 3MT ULisboa 2025, que se realiza a 22 de maio, pelas 18h00, no Pavilhão de Portugal.

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O Dia Mundial da Reciclagem celebra-se a 17 de maio, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para relembrar a importância de reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos. Na Faculdade de Ciências acreditamos que cada ação conta. A reciclagem é mais que um hábito, é um compromisso com o futuro. É a prova de que pequenas escolhas, ajudam a transformar o presente num futuro mais sustentável.

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O 1.º Workshop de Investigação na RAEGE Açores ocorreu entre 8 e 11 de maio de 2025 nas instalações da RAEGE na ilha de Santa Maria.

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O projeto ESPRESSO recebeu uma menção honrosa do Prémio de Inovação em Ciências e Tecnologias Espaciais 2025. A participação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) no projeto ESPRESSO, através de equipas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, recebeu a única menção honrosa do Prémio de Inovação em Ciências e Tecnologias Espaciais da Agência Espacial Portuguesa (PT Space).

João Duarte assume presidência de divisão da União Europeia de Geociências.

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Tartaruga no oceano

Acaba de ser publicado na revista npj Ocean Sustainability do grupo Nature um artigo liderado por Catarina Frazão Santos, professora da Ciências, que estabelece um novo rumo para a proteção dos oceanos.

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Reflexão sobre o desenho urbano e o planeamento do espaço público: áreas verdes saudáveis requerem complexidade ecológica, e não apenas árvores espalhadas como ornamentos urbanos. Artigo da autoria de António Vaz Pato e David Avelar, guardiões da HortaFCUL

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Esta é já a 3.ª edição que a ULisboa promove e Ciências esteve envolvida desde o início, com estudantes finalistas e premiados em todas as edições.

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A 24.ª edição do Dia Aberto juntou mais de 2500 alunos dos ensinos básico e secundário de cerca de 350 escolas de norte a sul do País e dos Açores. O programa incluiu cerca de 150 atividades. Leia os testemunhos de quem participou no evento e consulte a fotogaleria.

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No Dia de Ciências 2025 a Direção da Faculdade de Ciências homenageou o professor aposentado Rui Agostinho reconhecendo o seu impacto na sociedade 2024. A apresentação da distinção coube a Jorge Relvas, subdiretor da Faculdade. Leia o discurso de agradecimento de Rui Agostinho na notícia.

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A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (ULisboa) integra o top 10 do estudo “RepScore™ 2025 - Reputação das marcas em Portugal”, na categoria ensino superior, da consultora OnStrategy.

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Ana Cachudo, de 34 anos, natural de Lisboa, é licenciada em Química, pela Faculdade. Este ano letivo, começou a dar aulas de Físico-Química, Física e Química no Colégio Vasco da Gama. Ana Cachudo assistiu à palestra da Faculdade com entusiamo durante o Futura-te, uma atividade do Colégio. Enquanto aluna foi monitora do Dia Aberto. Agora pensa trazer os alunos à Faculdade porque se trata de uma atividade interessante.

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A Faculdade de Ciências comemorou no dia 29 de abril o seu 114.º aniversário com a celebração do Dia de Ciências. A cerimónia decorreu ao longo da tarde e foi marcada pelo reconhecimento da excelência, reflexão sobre os desafios futuros e pela valorização da comunidade de Ciências.

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Cassilda Paz, de 59 anos, natural de Almancil, em Faro, licenciada em Matemática, nesta faculdade, é professora de Matemática na Escola Secundária de Camões, em Lisboa, desde 2013. Antes, esteve 20 anos na Escola Artística António Arroio e um ano na Escola Filipa de Lencastre. A sua profissão ajuda a definir gerações.

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Quatro professoras do Departamento de Informática de CIÊNCIAS assinaram um artigo de opinião para assinalar o Girls in ICT Day.

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A saúde começa no bem-estar — e o bem-estar também passa pela saúde sexual. Foi neste espírito que o projeto Ciências em Harmonia recebeu, na passada terça-feira, 15 de abril de 2025, a sexóloga e comunicadora Tânia Graça, num evento que encheu o Grande Auditório da Faculdade de Ciências.

Desejamos a todos os membros da comunidade da Faculdade de Ciências uma Boa Páscoa junto dos seus familiares e amigos.

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