Crónica - "Desafio FN, escrita a seis mãos"

Participação da equipa portuguesa na IESO 2015

Participação da equipa portuguesa nas IESO 2015
JR

Ao longo da semana, a delegação portuguesa, juntamente com os restantes alunos e mentores, ficou alojada no Palace Hotel na cidade de Poços de Caldas, Minas Gerais. Desde a chegada que as instalações se verificaram impecáveis, prontas para receber um evento desta natureza. O staff do hotel garantiu o funcionamento exímio do mesmo, permitindo o nosso total empenho na tarefa a realizar. Sendo uma cidade conhecida pelas suas águas termais, o hotel em Poços de Caldas proporcionava ainda a ida a uma piscina sulfurosa tendo esta sido visitada pelos portugueses em diversas ocasiões. Os vários locais de convívio espalhados por todo o hotel, aliados à ampla rede Wi-Fi permitiram uma intensa comunicação entre todos os estudantes, otimizando ao máximo esta experiência já de si extraordinária.


Fonte: JR
 

Nos primeiros dias, tivemos a oportunidade de visitar dois locais que, subtilmente, revelam o passado e evolução da região. No primeiro, a praça dos Macacos, fomos introduzidos aos princípios básicos da geologia da região, dando especial atenção às águas termais. O segundo, um jardim japonês, com a sua grande biodiversidade, proporcionou-nos um contacto direto com os resquícios da Mata Atlântica. Foi num destes preciosos momentos que avistamos pela primeira vez os caricatos macacos, empoleirados nos ramos, dando sinais de uma vida dedicada ao turismo da região.

Os dias seguintes foram dedicados ao principal objetivo desta competição: as provas. A avaliação das olimpíadas consistiu numa prova escrita e em cinco provas práticas. Todas as provas foram muito desafiantes para os alunos, em particular o teste escrito. Este, para além de exigir um vasto conhecimento das várias geociências, apelava imenso às nossas capacidades de raciocínio. No que toca à parte prática, as provas estavam separadas por disciplina: Geologia, Astronomia, Hidrologia, Meteorologia e Geodinâmica. Tal como disse o Vasco, e todos concordamos:

"A realização destas provas práticas foi muito enriquecedora! Para além de serem desafiantes e interessantes, deram-me a oportunidade de realizar experiências que nunca tinha feito na vida, como medir a humidade relativa do ar com um psicómetro ou medir o caudal de um rio."


Fonte: JR
 

Para além destas provas, foram ainda realizados dois projetos em grupo, o "International Team Field Investigation (ITFI)" o"Earth Science Project (ESP)" Ambos foram realizados em equipas de oito estudantes, todos de nacionalidades diferentes. O ITFI tomava como ponto de partida as observações e os registos obtidos em campo pelas equipas, e posteriormente a sua avaliação e explicação das interações entre os sistemas da Terra que levaram à formação dos objetos de estudo (que poderiam ser as águas termais, solos ou formações rochosas, consoante o grupo). Seguidamente, foram dados aos estudantes 12 minutos para apresentar as suas conclusões ao júri. Já o ESP consistiu na elaboração de um poster centrado à volta do fenómeno El Niño e as suas consequências para o território brasileiro. Estes projetos não só contribuíram para desenvolver as nossas capacidades, como também tornaram possível a interação entre os vários membros das equipas e a partilha de conhecimentos entre estudantes.

Por fim, deu-se a cerimónia de entrega dos prémios em que obtivemos resultados excecionais, especialmente se tivermos em conta que esta foi a primeira participação portuguesa na IESO. Portugal contou com uma medalha de ouro, pelo Vasco, correspondente ao 4.º lugar a nível mundial, com uma medalha de bronze, pelo Zé Pedro, que também recebeu uma distinção pelo seu carisma e relacionamento com os demais. E, apesar de não ter ganho uma medalha, a Carolina obteve o terceiro lugar tanto no IFTI como no ESP, com as suas equipas.

No entanto, um dos melhores prémios desta competição foi a possibilidade de interagir com estudantes de todos os cantos do mundo. Unidos pela língua inglesa pudemos partilhar entre nós diversas experiências e culturas, e nos momentos de apresentações culturais feitas pelas equipas, tivemos oportunidade de dançar e cantar com eles, de celebrar e abraçar tudo o que nos torna diferentes. Os almoços e jantares proporcionaram inúmeros momentos de convívio, sempre com uma atmosfera acolhedora e descontraída. Nos poucos dias que lá estivemos, criámos laços que certamente iremos manter por muitos anos.

Resta-nos agora dizer que esta foi uma das melhores experiências das nossas vidas e que esperemos que, para o ano, Portugal leve novamente uma equipa que possa aproveitar tanto esta oportunidade como nós o fizemos. Esperemos que as Geociências em Portugal possam ganhar o reconhecimento que indubitavelmente merecem.


Fonte: JR
 

+ Detalhes
Fotoreportagem em https://ieso2015.ifsuldeminas.edu.br/index.php/news

Carolina Esteves, José Pedro Carvalho e Vasco Esteves, alunos do ensino secundário e participantes do IESO

O dia-a-dia de Luis Filipe Lages Martins divide-se entre a atividade de investigação em Metrologia com aplicação na Engenharia Civil e a gestão laboratorial da Unidade de Metrologia Aplicada do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil. O primeiro estudante a obter o grau de doutor em Engenharia Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa nasceu em Lisboa e aos 34 anos acaba de ser distinguido com o Prémio Inovação em Metrologia.

Luís Filipe Lages Martins, bolseiro de pós-doutoramento do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, é o vencedor da 1.ª edição do Prémio Inovação em Metrologia da Sociedade Portuguesa de Metrologia (SPMet).

Em parceria com a Universidade de Lisboa e outras instituições que lecionam o curso de Química, a Sociedade Portuguesa de Química atribui prémios de mérito aos alunos com melhores resultados alcançados nesta área científica.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O 11.º Dictum et factum é com Aurora Sardinha, assistente técnica do Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências.

Já só faltam dois eventos para a digressão Ignite IAstro terminar. Amanhã acontece um deles, na Covilhã, o último irá ocorrer na Guarda, a 3 de dezembro.

Onde estou? Para onde vou? As células do lugar ajudam-nos a cartografar (guiar) as nossas viagens no mundo, e constituem uma espécie de andaime espaço/temporal/cerebral que suporta a memória autobiográfica. Como o cérebro computa? Não é com Java, mas com um outro tipo de linguagem ainda a descobrir. O caminho para a compreensão dos códigos neuronais da cognição está aberto, e o desafio está lançado simultaneamente à Biologia, à Ciência da Computação e à Filosofia.

capa do livro

A banda desenhada "Reportagem Especial - Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal" é lançada em Ciências esta segunda-feira, 7 de novembro de 2016, pelas 17h00, no auditório da Fundação da Faculdade, sito edifício C1, piso 3.

A ciência contemporânea enfrenta um conjunto de novos desafios que podem limitar a sua legitimidade, o seu valor e alcance. Estas notas abordam alguns destes riscos tentando apontar possíveis caminhos para os ultrapassar.

O ESPRESSO vai permitir descobrir planetas semelhantes à Terra, estudar a variabilidade das constantes fundamentais da Física e será essencial para complementar os dados da missão espacial PLATO.

Faleceu recentemente, com 95 anos, Ricardo Augusto Quadrado. Foi um professor de Cristalografia e Mineralogia da FCUL, e da Universidade da Madeira, extremamente marcante para quantos tiveram o privilégio de com ele privar. 

“Ainda há muito para fazer”, responde Nuno Araújo, quando questionado quanto ao futuro desta investigação, que dá um passo significativo num dos maiores desafios da Física da Matéria Condensada e que diz respeito ao desenvolvimento de técnicas experimentais, económicas e eficazes, capazes de sintetizar as estruturas desejadas de forma espontânea.

“O mergulho científico não se reduz à Biologia (…). Se estás interessado em fazer mergulho científico, esta é uma ótima oportunidade para dares os primeiros passos”, esta é a mensagem em jeito de convite do Núcleo de Mergulho Científico de Ciências ULisboa para alunos, professores, investigadores e outros funcionários de Ciências.

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As florestas de Madagáscar estão em risco, mas um estudo publicado online na revista “Biological Conservation” demonstra que as áreas protegidas da ilha estão a ser eficazes no combate à desflorestação.

Pela primeira vez uma cientista portuguesa é a presidente eleita da European Society for the History of Science.

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

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Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

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“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

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