Ciências ULisboa apresenta à Aquila Clean Energy primeiros resultados do estudo pioneiro

Avaliação detalhada de impactes da construção da central fotovoltaica do Cercal na biodiversidade

Imagem do Cercal num portátil com pessoas desfocadas

A apresentação de resultados do trabalho científico que a equipa da Ciências ULisboa tem vindo a desenvolver na área onde vai ser implementada a central fotovoltaica do Cercal, em Santiago do Cacém, ocorreu no dia 1 de março

Ricardo Ruella

A  Aquila Clean Energy foi distinguida com o prémio IJGlobal ESG Renewable Energy, pelo seu conceito EcoSolar na central fotovoltaica do Cercal, um reconhecimento que se deve em grande parte à implementação de estudos de I&D como o que está a ser realizado pela Ciências ULisboa ao abrigo desta parceria.

A Ciências ULisboa já tem os primeiros resultados do trabalho científico que tem vindo a desenvolver na área onde vai ser implementada a central fotovoltaica do Cercal, em Santiago do Cacém, resultado do protocolo estabelecido, em outubro de 2022, entre a Faculdade, a Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências.ID) e a Aquila Clean Energy.

“Neste momento temos a informação de referência, antes da construção da central, e que permite fazer quase tudo. Raramente estes projetos avaliam tantas componentes de biodiversidade como o nosso e em tantos locais de observação (50). Fizemos uma análise exaustiva aos solos, que além de análises físico-químicas, inclui uma análise genética ao ADN ambiental (eDNA) que deteta todos os organismos presentes no solo. Analisamos a diversidade das plantas, e analisamos os invertebrados, nomeadamente os polinizadores. Identificamos as aves, os mamíferos, os anfíbios e os répteis”, diz Cristina Branquinho, professora da Ciências ULisboa, investigadora no Centro de Ecologia, Evolução a Alterações Ambientais (cE3c) e coordenadora geral do projeto.

Cristina Branquinho a falar para os participantes da reunião
Cristina Branquinho espera que este know-how possa contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta e para a internacionalização deste tipo de estudo científico
Fonte Ricardo Ruella

“Neste momento temos a informação de referência, antes da construção da central, e que permite fazer quase tudo. Raramente estes projetos avaliam tantas componentes de biodiversidade como o nosso e em tantos locais de observação (50). Fizemos uma análise exaustiva aos solos, que além de análises físico-químicas, inclui uma análise genética ao ADN ambiental (eDNA) que deteta todos os organismos presentes no solo. Analisamos a diversidade das plantas, e analisamos os invertebrados, nomeadamente os polinizadores. Identificamos as aves, os mamíferos, os anfíbios e os répteis.”
Cristina Branquinho

O trabalho realizado pela equipa da Ciências ULisboa e do cE3c identificou mais de 200 espécies de plantas. Em Portugal há cerca de três mil espécies.

Este processo permitiu identificar nesta região espécies muito importantes ao nível de biodiversidade e que não foi possível identificar previamente. “O facto de termos estudado tão bem este território já trouxe valor acrescentado ao conhecimento da biodiversidade” , adianta Cristina Branquinho. A cientista espera inclusivamente que este know-how possa ser aplicado noutros projetos semelhantes, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do planeta e para a internacionalização deste tipo de estudo científico, considerado pioneiro pela integração de tantas componentes biológicas e pelo detalhe espacial que foi usado.

Os cientistas Cristina Branquinho, Helena Serrano, Sergio Chozas e Fernando Ascensão apresentaram os principais indicadores obtidos até ao momento e que permitem caracterizar o solo, a fauna e a flora daquela região, com um detalhe não alcançado antes, no passado dia 1 de março, no campus da Faculdade.

Helena Serrano, Sérgio Chozas e Fernando Ascensão
Helena Serrano, Sergio Chozas e Fernando Ascensão apresentaram os principais indicadores obtidos até ao momento e que permitem caracterizar o solo, a flora e a fauna daquela região
Fonte Ricardo Ruella

A reunião contou com a presença de representantes da Aquila Clean Energy – Manuel Fonseca e Silva, Virgínia Agostinho e Cristina Santiago. Luís Carriço, diretor da Ciências ULisboa e José Manuel Rebordão, presidente do Conselho de Administração da FCiências.ID, também participaram neste encontro. Para ambos este tipo de parceria é fundamental e é para manter, se possível, numa estratégia de longo prazo.

Através de metodologias de investigação científica tem sido possível caracterizar a qualidade do solo em termos de fertilidade, bem como da sua biodiversidade, e a riqueza da fauna e flora. Este estudo permite compreender a situação atual e apoiar a definição de estratégias para preservação da biodiversidade local. O objetivo desta parceria é avaliar os impactes da construção e apresentar estratégias para mitigar os possíveis efeitos e se possível encontrar oportunidades para potenciar alguns aspetos da biodiversidade.

"A parceria que definimos com a Ciências ULisboa permite-nos obter um maior conhecimento da biodiversidade presente no local. Isto permitir-nos-á definir a melhor estratégia de implementação da nossa central fotovoltaica, com um mínimo de efeitos associados a esta construção e que permita, ao mesmo tempo, proteger a fauna e flora do Cercal. Este é um passo integrado na nossa metodologia, através da qual promovemos o desenvolvimento de ativos renováveis sem que os mesmos resultem em alterações aos ecossistemas próprios de cada região", Manuel Silva, diretor do Departamento de Desenvolvimento e Construção de Projetos da Aquila Clean Energy em Portugal, acrescentando ainda que “ desta forma, priorizando a análise e a proteção da biodiversidade e das caraterísticas únicas de cada local, conseguimos acelerar a transição energética do país sem colocar em causa a sustentabilidade de cada local".

Membros da Faculdade e da Aquila Clean Energy
O objetivo desta parceria é avaliar os impactes da construção e apresentar estratégias para mitigar os possíveis efeitos e se possível encontrar oportunidades para potenciar alguns aspetos da biodiversidade
Fonte Ricardo Ruella

Ana Subtil Simões, Gabinete de Jornalismo da DCI Ciências ULisboa com Gonçalo Bofill
noticias@ciencias.ulisboa.pt
relógio solar

“O que é o Planeta Terra?” foi a questão que marcou o início dos workshops “Relógio Solar” e “Robot/Pintor” que decorreram no passado dia 9 de abril na Faculdade de Ciências e que contaram com a participação de 15 alunos do Colégio da Beloura em Sintra com idades entre os 4 e os 5 anos.

Rosto do investigador

O prémio é concedido pelos editores do Journal of Coordination Chemistry a um jovem químico, autor do melhor artigo do ano. Pela primeira vez é atribuído a um português, no âmbito de um trabalho realizado por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, nomeadamente no Centro de Química e Bioquímica e no Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas .

Célia Lee

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de abril é com Célia Lee, que trabalha no suporte à investigação e à prestação de serviços no Instituto Dom Luiz.

 BARCOSOLAR.EU

Sara Freitas, doutoranda de Sistemas Sustentáveis de Energia, colabora no Festival Solar Lisboa, que acontece em maio e inclui muitas atividades gratuitas, tais como passeios num catamarã solar, semelhantes aos que ocorreram em abril no Parque das Nações e que contaram com a presença do grupo Energy Transition do Instituto Dom Luiz.

Erica Sá, bióloga, bolseira e membro da equipa do MARE, faleceu dia 11 de abril, aos 36 anos. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Centro de Dados da FCUL

"Wittgenstein coloca (em 1934) a pergunta “Pode uma máquina pensar?”, 16 anos antes de Alan Turing (no artigo “Computing Machinery and Intelligence” da revista Mind, novembro, 1950). E, essa especulação feita no campo da Filosofia tem um significado interessante nos dias de hoje, aparecendo como uma previsão significativa (Oliveira, 2017)", escreve Helder Coelho em mais um ensaio.

Imagem da Orion A

A missão Gaia dedica-se a observar estrelas. A sua finalidade é mapear a Via Láctea em 3D. O primeiro lançamento de dados ocorreu em 2016. O próximo acontece a 25 de abril e corresponde à primeira entrega com distâncias, velocidades e vários outros parâmetros astrofísicos para a maioria das estrelas.

Trabalho em Bio Hacking

Ciências colabora com o módulo Bio Hacking na iniciativa Young Creators 2018. Esta é a segunda vez que a Faculdade integra o projeto.

Equipa de trabalho CEAUL

O Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa realizou o seu primeiro workshop no dia 17 de março.

Homem a espreguiçar

Sabendo que no nosso dia-a-dia, por motivos laborais ou outros, ficamos sentados muito tempo, que medidas deveremos tomar para minimizar os seus efeitos?

Pormenor da Lua

Martin Schilller e Martin Bizzarro, investigadores da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca e Vera Assis Fernandes, investigadora do Museu de História Natural de Berlim, na Alemanha e colaboradora do Instituto Dom Luiz, desafiam a teoria dominante sobre a formação dos corpos planetários do sistema solar e a própria origem do sistema Terra - Lua.

Conceção artística de um exoplaneta a passar (transitar) em frente da sua estrela

A missão Ariel tem como objetivo descrever as atmosferas dos exoplanetas. A equipa de investigação é composta por 12 investigadores, sete deles têm ligação a Ciências.

Imagem de motivação

Uma das formas de lidar com a ansiedade e o medo é ganhar perspetiva.

Rosto de Henrique Cabral

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o biólogo Henrique Cabral e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Edifício C2

A primeira reunião do projeto PROSEU “PROSumers for the Energy Union: mainstreaming active participation of citizens in the energy transition”, financiado pelo Horizonte 2020 e com a duração de três anos, realiza-se no campus de Ciências, nos dias 22 e 23 de março.

Carrinho

Dez empresas discutem os últimos avanços no sector da mobilidade sustentável.

Sala de aulas

Parece razoável inferir que queremos ter estudantes que saibam como aprender e que conheçam como descobrir a informação que precisam a partir de uma variedade de fontes.

Papel ardido

Saí da FCUL ao fim da tarde rumo ao meu fim de semana. Para trás ficou um edifício imponente a fervilhar de vida, e ao mesmo tempo já a minha casa! A casa que nos ampara, nos ensina e, a mim, permitia uma entrada num mundo tão fortemente diferente do vivido por mim noutro lugar.

Pessoas na Politécnica recuperam objetos no rescaldo do incêndio

Ainda durante o rescaldo do incêndio iniciaram-se as operações de salvamento e recuperação do que ainda fosse possível salvar e recuperar.

Imagem abstrata

Dez países juntam-se para o estudo do património dos materiais plásticos.

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Politénica (FCUL)... escrever e ou pensar sobre “ELA”, hoje, ainda me emociona...

Pormenor de uma palmeira

Agora era diferente. No fim da Ferreira Borges surgia sempre a mesma dúvida que me tolhia o passo: onde são as aulas hoje? E eu, traído pela minha própria desorganização, fazia todos os dias o mesmo esforço para encontrar uma qualquer lógica que me ajudasse a decidir para onde ir naquele dia. Politécnica? 24 de Julho? É claro que ter um horário comigo ajudaria...

Rosto de Marta Antunes

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de março é com Marta Antunes, técnico superior do Departamento de Geologia de Ciências.

Bombeiro apaga fogo

Era madrugada e o edifício da Faculdade de Ciências de Lisboa, na rua da Escola Politécnica, ardia. Dezoito de março, seriam duas horas da madrugada. Um salto da cama, um vestir rápido e uma fuga apressada ao encontro das labaredas.

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Passaram 40 anos do incêndio da “outra” Faculdade. São já poucos os que vivenciaram, alguns os que ficaram marcados. Para os mais novos, o “fogo na Politécnica” é apenas uma história que ouviram contar.

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