Obituário

Henrique Manuel da Costa Guimarães (1951-2022)

Última Revisão —
Henrique Guimarães
Henrique Guimarães (2014)
Imagem cedida por Luis Saraiva, editada pelo GJ/DCI Ciências ULisboa

O Henrique Guimarães faleceu a 17 de Agosto de 2022 e será lembrado com saudade pelos muitos de nós que com ele trabalharam, colaboraram ou privaram; pela sua simpatia, afabilidade, estima e disponibilidade para construir pontes. 

Henrique Manuel da Costa Guimarães nasceu em 1951, na Póvoa de Varzim. Licenciou-se em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico em 1974, doutorou-se em 2003 na especialidade de Didáctica da Matemática pela Universidade de Lisboa (ULisboa), foi professor de Matemática no Ensino Preparatório até ao ano lectivo de 1984/85, ingressando no ensino superior na Ciências ULisboa em 1985, como professor das disciplinas de Didáctica da Matemática nos cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, tendo aí lecionado vários anos até à criação do Instituto de Educação da ULisboa.

Henrique Guimarães era professor associado aposentado no Instituto de Educação da ULisboa, membro do Conselho Geral do Seminário Nacional de História da Matemática (SNHM) desde 2008, membro e fundador da Associação de Professores de Matemática (sócio nº 3) e membro da Sociedade Portuguesa de Matemática (sócio nº 1304). Era especialista em investigação sobre o ensino da Matemática e a sua história, foi participante activo em inúmeras iniciativas em prol de um melhor ensino da Matemática, orientador de inúmeros professores estagiários e alunos de mestrado em ensino da Matemática, tarefa que algumas vezes tivemos o privilégio de desempenhar a seu lado como co-orientadores do Departamento de Matemática. Pelo trabalho e participação conjunta com muitos matemáticos, o Henrique demonstrou-nos que a colaboração entre duas comunidades com objectivos nem sempre coincidentes, a de matemáticos e a de educadores matemáticos, não é uma quimera. 

Como membros do SNHM, lembramos as duas excelentes exposições por ele organizadas no último Encontro Luso Brasileiro realizado em Portugal, em Óbidos em 2014, sobre a obra pedagógica de José Sebastião e Silva e sobre George Pólya, e igualmente a comunicação feita no 28º Encontro do SNHM em Mértola, em 2015, sobre Sebastião e Silva e a Gazeta de Matemática. Já afetado pela doença, fez o excelente cartaz do Encontro sobre Bento de Jesus Caraça e a Biblioteca Cosmos, que se realizou em 2019, organizado pela Associação Bento de Jesus Caraça, e que é a capa do livro das suas Actas, publicadas pela SPM em 2021. Igualmente apresentou no último Encontro do SNHM, em Gouveia, em Junho passado, a comunicação "Sebastião e Silva e o Seminário de Royaumont (1959) – para um currículo ‘moderno’ de Matemática", que o Luís Saraiva se encarregou de ler.

Durante todo o período da sua doença, que se arrastou por vários anos, com múltiplas e complicadas operações, o Henrique manteve uma visão realista e positiva do futuro, nunca tendo deixado de tentar fazer o que achava importante. A doença existia e era bem real, mas havia muita coisa mais importante que o motivava. 

Era uma pessoa de cultura, no sentido que Bento de Jesus Caraça lhe dá, tinha uma atitude crítica sobre tudo o que se nos depara na vida. Os seus interesses cobriam uma vasta paleta de assuntos, desde o desporto, o cinema, a música, a literatura, as artes plásticas, aos temas sociais e políticos.  Haveria muito a dizer sobre estes temas. Limitamo-nos a referir a sua paixão pela fotografia, tendo participado desde 1994 em exposições individuais e coletivas, em Portugal e no estrangeiro (Ucrânia e França).

Fazem falta pessoas como o Henrique Guimarães, cuja personalidade e valor se impunham em si, com suavidade, sem vaidades, sem ostentações, sem organizações por detrás a empolar a sua ação e valor, contando apenas com o seu trabalho; sempre com uma palavra amiga, sempre com uma sensata apreciação da situação analisada, por mais complexa e delicada que se apresentasse. 

É um exemplo que nos deve ficar de referência. Será sempre lembrado com saudade e carinho por todos os que o conheceram.

 

Agradecemos à professora Lurdes Figueiral os elementos que nos forneceu para completarmos esta nota.

Nota da redação: os autores não seguem o atual Acordo Ortográfico.

Luís Saraiva, Carlota Gonçalves e Maria João Gouveia, professores do DM Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
relógio solar

“O que é o Planeta Terra?” foi a questão que marcou o início dos workshops “Relógio Solar” e “Robot/Pintor” que decorreram no passado dia 9 de abril na Faculdade de Ciências e que contaram com a participação de 15 alunos do Colégio da Beloura em Sintra com idades entre os 4 e os 5 anos.

Rosto do investigador

O prémio é concedido pelos editores do Journal of Coordination Chemistry a um jovem químico, autor do melhor artigo do ano. Pela primeira vez é atribuído a um português, no âmbito de um trabalho realizado por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, nomeadamente no Centro de Química e Bioquímica e no Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas .

Célia Lee

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de abril é com Célia Lee, que trabalha no suporte à investigação e à prestação de serviços no Instituto Dom Luiz.

 BARCOSOLAR.EU

Sara Freitas, doutoranda de Sistemas Sustentáveis de Energia, colabora no Festival Solar Lisboa, que acontece em maio e inclui muitas atividades gratuitas, tais como passeios num catamarã solar, semelhantes aos que ocorreram em abril no Parque das Nações e que contaram com a presença do grupo Energy Transition do Instituto Dom Luiz.

Erica Sá, bióloga, bolseira e membro da equipa do MARE, faleceu dia 11 de abril, aos 36 anos. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Centro de Dados da FCUL

"Wittgenstein coloca (em 1934) a pergunta “Pode uma máquina pensar?”, 16 anos antes de Alan Turing (no artigo “Computing Machinery and Intelligence” da revista Mind, novembro, 1950). E, essa especulação feita no campo da Filosofia tem um significado interessante nos dias de hoje, aparecendo como uma previsão significativa (Oliveira, 2017)", escreve Helder Coelho em mais um ensaio.

Imagem da Orion A

A missão Gaia dedica-se a observar estrelas. A sua finalidade é mapear a Via Láctea em 3D. O primeiro lançamento de dados ocorreu em 2016. O próximo acontece a 25 de abril e corresponde à primeira entrega com distâncias, velocidades e vários outros parâmetros astrofísicos para a maioria das estrelas.

Trabalho em Bio Hacking

Ciências colabora com o módulo Bio Hacking na iniciativa Young Creators 2018. Esta é a segunda vez que a Faculdade integra o projeto.

Equipa de trabalho CEAUL

O Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa realizou o seu primeiro workshop no dia 17 de março.

Homem a espreguiçar

Sabendo que no nosso dia-a-dia, por motivos laborais ou outros, ficamos sentados muito tempo, que medidas deveremos tomar para minimizar os seus efeitos?

Pormenor da Lua

Martin Schilller e Martin Bizzarro, investigadores da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca e Vera Assis Fernandes, investigadora do Museu de História Natural de Berlim, na Alemanha e colaboradora do Instituto Dom Luiz, desafiam a teoria dominante sobre a formação dos corpos planetários do sistema solar e a própria origem do sistema Terra - Lua.

Conceção artística de um exoplaneta a passar (transitar) em frente da sua estrela

A missão Ariel tem como objetivo descrever as atmosferas dos exoplanetas. A equipa de investigação é composta por 12 investigadores, sete deles têm ligação a Ciências.

Imagem de motivação

Uma das formas de lidar com a ansiedade e o medo é ganhar perspetiva.

Rosto de Henrique Cabral

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o biólogo Henrique Cabral e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Edifício C2

A primeira reunião do projeto PROSEU “PROSumers for the Energy Union: mainstreaming active participation of citizens in the energy transition”, financiado pelo Horizonte 2020 e com a duração de três anos, realiza-se no campus de Ciências, nos dias 22 e 23 de março.

Carrinho

Dez empresas discutem os últimos avanços no sector da mobilidade sustentável.

Sala de aulas

Parece razoável inferir que queremos ter estudantes que saibam como aprender e que conheçam como descobrir a informação que precisam a partir de uma variedade de fontes.

Papel ardido

Saí da FCUL ao fim da tarde rumo ao meu fim de semana. Para trás ficou um edifício imponente a fervilhar de vida, e ao mesmo tempo já a minha casa! A casa que nos ampara, nos ensina e, a mim, permitia uma entrada num mundo tão fortemente diferente do vivido por mim noutro lugar.

Pessoas na Politécnica recuperam objetos no rescaldo do incêndio

Ainda durante o rescaldo do incêndio iniciaram-se as operações de salvamento e recuperação do que ainda fosse possível salvar e recuperar.

Imagem abstrata

Dez países juntam-se para o estudo do património dos materiais plásticos.

Edifício da Escola Politécnica

Politénica (FCUL)... escrever e ou pensar sobre “ELA”, hoje, ainda me emociona...

Pormenor de uma palmeira

Agora era diferente. No fim da Ferreira Borges surgia sempre a mesma dúvida que me tolhia o passo: onde são as aulas hoje? E eu, traído pela minha própria desorganização, fazia todos os dias o mesmo esforço para encontrar uma qualquer lógica que me ajudasse a decidir para onde ir naquele dia. Politécnica? 24 de Julho? É claro que ter um horário comigo ajudaria...

Rosto de Marta Antunes

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de março é com Marta Antunes, técnico superior do Departamento de Geologia de Ciências.

Bombeiro apaga fogo

Era madrugada e o edifício da Faculdade de Ciências de Lisboa, na rua da Escola Politécnica, ardia. Dezoito de março, seriam duas horas da madrugada. Um salto da cama, um vestir rápido e uma fuga apressada ao encontro das labaredas.

Escola Politécnica

Passaram 40 anos do incêndio da “outra” Faculdade. São já poucos os que vivenciaram, alguns os que ficaram marcados. Para os mais novos, o “fogo na Politécnica” é apenas uma história que ouviram contar.

Páginas