Prémios Científicos ULisboa/CGD 2020

Cientistas reconhecidos pelo seu trabalho de investigação

Bernardo Duarte, Pedro Matos Soares, Mykola Tasinkevych, Davide Vecchi, Francisco Malta Romeiras, Diana Prata, Rui Cardoso Ferreira e Sara Madeira estão de parabéns

Aula Magna

A entrega dos prémios e menções honrosas decorreu na Aula Magna, no dia 26 de julho de 2021

Reitoria da ULisboa
Em 2020, foram entregues 18 prémios e 23 menções honrosas a cientistas da ULisboa. Neste ano, Ciências ULisboa somou quatro prémios e quatro menções honrosas. Estas 41 distinções juntam-se a uma extensa lista de galardoados.

Os Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos (CGD) 2020 existem desde 2016. Até 2020 já foram concedidos 83 prémios e 87 menções honrosas a cientistas da Universidade, ao todo 170 distinções. Desses, 14 prémios e 16 menções honrosas foram entregues a cientistas da Ciências ULisboa, ao todo 30 galardões.

Bernardo Duarte, Pedro Matos Soares, Mykola Tasinkevych, Davide Vecchi, Francisco Malta Romeiras, Diana Prata, Rui Cardoso Ferreira e Sara Madeira foram as personalidades da "casa" a serem distinguidas este ano, no passado dia 26 de julho, durante o Dia da Universidade.

Em seguida fique a conhecer as áreas em que trabalham e o que simbolizou para alguns deles a atribuição do galardão.

Pedro Matos Soares, Mykola Tasinkevych, Davide Vecchi, Bernardo Duarte
Pedro Matos Soares, Mykola Tasinkevych, Davide Vecchi, Bernardo Duarte são os premiados da edição de 2020
Imagens cedidas pelos cientistas

Bernardo Duarte, investigador do DBV Ciências ULisboa e do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), foi premiado pela atividade que realiza na área da Biologia, Engenharia Biológica, Bioquímica e Biotecnologia. O seu trabalho traduz-se na investigação focada na Ecotoxicologia e Fisiologia do stress dos organismos marinhos expostos a poluentes. Através do desenvolvimento de biomarcadores explica que é possível avaliar o impacto de contaminastes - cujas concentrações têm aumentado nos organismos marinhos - e, assim, antecipar e/ou prever os impactos destas novas substâncias no ambiente.

Para Bernardo Duarte, que foi um dos entrevistados do projeto - O que faço aqui? – lançado durante a pandemia, este é um prémio como qualquer outro, “decorrente do trabalho e esforço enquanto investigador e que foi recebido com orgulho e um sentido de reconhecimento pelos pares e de que o trabalho tem de facto relevância, impacto e é reconhecido pela comunidade científica.”

Na área das Ciências da Terra e Geofísica, Pedro Matos Soares, professor do DEGGE Ciências ULisboa e colíder do grupo de investigação Alterações Climáticas, Processos na Atmosfera Terra Oceanos e Extremos do Instituto Dom Luiz (IDL), destacou-se precisamente por tudo aquilo que tem vindo a realizar no domínio das Alterações Climáticas. A sua investigação parte de uma perspetiva de compreensão dos processos físicos e que definem o sistema climático. O investigador explica: “o objetivo fundamental é conseguir compreender e simular o sistema climático o melhor possível e a resoluções espaciais crescentes”. Desta forma é possível, na sua opinião, perceber e projetar a evolução futura do clima, no contexto das alterações climáticas de origem antropogénica; e fornecer dados e ferramentas importantes, permitindo, por um lado, quantificar e projetar os diferentes cenários de alterações climáticas e, por outro, estimar o seu impacto em diferentes sectores como o da Energia, Saúde ou Economia. Para Pedro Matos Soares, que teve a honra de ser um dos oradores no Dia da Universidade, este prémio representa um reconhecimento do trabalho de investigação realizado em conjunto com os seus colegas, aos quais agradece a respetiva colaboração.

Outro dos premiados desta edição foi Mykola Tasinkevych, investigador do DF Ciências ULisboa e a trabalhar no Centro de Física Teórica e Computacional (CFTC) desde 2017, local onde está a liderar uma linha de pesquisa independente sobre partículas coloidais ativas sob confinamento e em meios complexos. A sua investigação na área da Física e Materiais é centrada na compreensão do comportamento coletivo de partículas coloidais de forma e topologia não triviais dispersas em cristais líquidos. Mykola Tasinkevych espera conseguir fornecer a base para desenvolver materiais reconfiguráveis para, por exemplo, microengenharia de alta tecnologia e aplicações biológicas.

“Como motor essencial dessa consciencialização, desejo ver Ciências ULisboa empenhada seriamente neste processo, promovendo ativamente, por exemplo, uma compreensão da ciência à luz das suas dimensões histórica, conceptual e bioética.”
Davide Vecchi

Já na área da História e Filosofia das Ciências o mérito foi para Davide Vecchi, com um prémio, e Francisco Malta Romeiras, com uma menção honrosa.

O trabalho de Davide Vecchi, investigador do DHFC Ciências ULisboa e do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL), visa estabelecer uma ponte entre a Biologia, especialmente a Biologia Molecular, e a Filosofia. Davide Vecchi defende que conhecer a História da Biologia é crucial para entender muitos dos conceitos veiculados nesta área de estudo, como em tantas outras áreas do conhecimento. E dá exemplos: o que significam conceitos como aleatoriedade, informação e senciência, quando se tenta entender, respetivamente, a natureza da mutação, o papel causal do DNA no desenvolvimento ou a natureza do sofrimento animal?; como definir tais conceitos de uma forma adequada? “A História e a Filosofia da Biologia são extremamente relevantes para quem queira dar uma resposta a tais questões”, comenta o cientista, realçando o papel crucial da ciência na sociedade, sendo a atual pandemia o mais recente e visível exemplo. “Como motor essencial dessa consciencialização, desejo ver Ciências ULisboa empenhada seriamente neste processo, promovendo ativamente, por exemplo, uma compreensão da ciência à luz das suas dimensões histórica, conceptual e bioética”, diz Davide Vecchi, chamando ainda a atenção para a precariedade profissional que existe no seio da comunidade de investigadores. Ainda assim, para Davide Vecchi receber um prémio é um prazer e um incentivo para continuar a trabalhar arduamente.

Na mesma área, Francisco Malta Romeiras, investigador do DHFC Ciências ULisboa e do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), destacou-se pelo seu contributo no estudo da história científica dos jesuítas em Portugal, em particular a história do ensino e prática das ciências nos colégios jesuítas, nos séculos XIX e XX e que em 2015 recebeu uma menção honrosa no âmbito do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea.

Na área das Ciências Biomédicas, Diana Prata, professora do DF Ciências ULisboa e investigadora do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB) na Faculdade, recebeu uma menção honrosa pelo seu trabalho na área da neurociência. A cientista, antiga aluna da “casa”, procura compreender as bases biológicas das emoções, capacidades cognitivas e do comportamento humano, em particular a componente social. Atualmente tem um laboratório de investigação em neurociência biomédica em seu nome - Diana Prata’s Lab -, sediado no referido Instituto, na Faculdade.

“De facto, encontrar o nicho certo para o meu trabalho, dentro da ULisboa, não foi imediato, mas tem sido um prazer estar na Ciências ULisboa, e ter o privilégio de colaborar com tantos colegas, vizinhos no mesmo campus."
Diana Prata

Apesar do desafio que diz ter sido criar um laboratório de raiz, considera que esta menção honrosa é um reconhecimento bem-vindo da Universidade, que dá alento. “De facto, encontrar o nicho certo para o meu trabalho, dentro da ULisboa, não foi imediato, mas tem sido um prazer estar na Ciências ULisboa, e ter o privilégio de colaborar com tantos colegas, vizinhos no mesmo campus, nomeadamente na Faculdade de Farmácia da ULisboa, no Instituto Superior Técnico, na Faculdade de Psicologia da ULisboa, bem como com outros parceiros, Iscte Instituto Universitário de Lisboa, CUF, SAMS, entre outros, o que de certo é facilitado por conhecerem, e em boa conta, a ULisboa”, conclui.

As restantes duas menções honrosas atribuídas a cientistas da Faculdade foram na área da Matemática Pura e Aplicada e na área das Ciências da Computação e Engenharia Informática, respetivamente, a Rui Cardoso Ferreira, investigador do DM Ciências ULisboa e do Grupo de Física Matemática da ULisboa e que na sua página pessoal refere que a Matemática é a maior construção da humanidade; e a Sara Madeira, professora do DI Ciências ULisboa, investigadora do LASIGE e membro do consórcio Brainteaser.

Marta Tavares, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
pessoas a escavar na terra

Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo estudo publicado na revista científica Historical Biology. Carlos Neto de Carvalho, investigador do Instituto Dom Luiz, é um dos autores do trabalho.

Anfiteatro com pessoas

A 4.ª edição do acontecimento organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Física (Physis), em colaboração com IA Ciências ULisboa e o Núcleo de Física e de Engenharia Física (NFEF) da Ciências ULisboa começou esta sexta-feira, dia 13 de outubro, no campus da Faculdade e termina este domingo, dia 15. Um dos pontos altos do programa é o debate “Há futuro na exploração espacial?”.

anffiteatro com cientistas

A Ciências ULisboa conta com 26 investigadores colocados nos rankings “World’s Top 2% Scientists”, de acordo com o mais recente estudo publicado pela Elsevier, comprovando a relevância da sua produção científica.

Laureados com o Nobel da Química

O Nobel da Química de 2023 foi atribuído conjuntamente a Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimov, pelo trabalho que levou à descoberta e ao desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão minúsculas que o seu tamanho determina as suas propriedades, segundo comunicado oficial da Real Academia das Ciências da Suécia.

rato

O estudo “Resistência a rodenticidas anticoagulantes desafia esforços do controlo de pragas em Portugal” - realizado por uma equipa de investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar – visa recolher informações que tornem a gestão do ratinho doméstico mais eficiente, minimizando os seus impactos.

Katalin Karikó e Drew Weissman

A 2 de outubro de 2023 o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina foi atribuido a Katalin Karikó e Drew Weissman por descobertas biotecnológicas subjacentes à formulação das vacinas de mRNA (RNA mensageiro) para COVID-19. Em todo o mundo, mais de três mil milhões de pessoas receberam pelo menos duas doses destas vacinas (vacinas Comirnaty da Pfizer e Spikevax da Moderna). Em Portugal, cerca de sete milhões de pessoas receberam pelo menos três doses.

Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier

O Nobel da Física de 2023 foi atribuído a três físicos europeus - Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier -, a trabalhar nos EUA, Suécia e Alemanha. Reconhece os trabalhos pioneiros relativos à produção de luz decorrentes da interacção entre electrões e atómos foto-ionizados por laser, através da geração de um número elevado de harmónicas de ordem elevada que, em conjunto, e em condições de fase relativas adequadas (phase matching) podem dar origem a trens de impulsos luminosos com durações de ato-segundo (1 as = 10-18 s).

Centro de Congressos de Lisboa com vários participantes do EUPVSEC 2023

A 40th European Photovoltaic Solar Energy Conference and Exhibition - EUPVSEC 2023 realizou-se de 18 a 22 de setembro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, foi novamente convidado a ser o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica.

obra de Wassily Kandinsky

"Descobertas recentes na neurociência cognitiva - por António Damásio, Vittorio Gallese e Frans de Waal, entre outros - posicionam a empatia como um facto neurobiológico", escreve Graça P. Corrêa, investigadora do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

pessoas numa escavação numa jazida de fósseis

Novo estudo publicado na revista Zoological Journal of the Linnean Society descreve um novo dinossáurio saurópode que viveu na Península Ibérica há 122 milhões de anos. Esta nova espécie de dinossáurio, apelidada de Garumbatitan morellensis, foi descrita a partir de restos descobertos em Morella (Castelló, Espanha) por uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis e permitiu ampliar a diversidade de dinossáurios conhecida num dos melhores registos fósseis do Cretácico Inferior da Europa.

sensor de radiação no topo de um veículo

Um novo estudo desenvolvido por investigadores da Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz com a colaboração de parceiros em França (Mines Paris - PSL) e Luxemburgo (LIST), publicado na revista Progress in Photovoltaics: Research and Applications, explora o potencial em ambiente urbano de veículos solares em 100 cidades em cinco continentes.

auditório lotado

18 de setembro foi o primeiro dia de aulas para mais de 800 novos alunos matriculados nas licenciaturas da Ciências ULisboa na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. A sessão de boas-vindas aos novos alunos decorreu às 11h30, no auditório 3.2.14.

Luís Fernando Marques Mendes foi um biólogo inteiramente dedicado à Entomologia, desde que se licenciou em 1971 pela Ciências ULisboa. Faleceu na passada quinta-feira, 14 de setembro, após prolongada doença. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laje rochosa - primeiras evidências de vertebrados do fundo do mar

A descoberta de fósseis extremamente raros, que representam as primeiras evidências de peixes de águas profundas, atrasa a invasão da planície abissal em 80 milhões de anos. Estas descobertas foram publicadas este mês num novo estudo na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Grupo de pessoas

A 13ª Conferência Internacional SedNet - Continuum Sedimentar: aplicando uma abordagem de gestão integrada realizou-se na Ciências ULisboa, entre 5 a 9 de setembro. O programa intensivo de cinco dias começou com workshops sobre a gestão dos sedimentos a diferentes níveis, incluiu apresentações e uma visita de campo ao Porto de Lisboa e às dunas e praias de Cascais.

O Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e o Museu Nacional de História da Ciência juntam-se numa homenagem que marca o centenário do nascimento do professor João Santos Guerreiro, a realizar no próximo dia 23 de setembro, entre as 14h00 e as 18h00, no Anfiteatro Manuel Valadares, no MUHNAC.

peixes

Os organismos estão a tornar-se mais pequenos através de uma combinação de substituição de espécies e mudanças dentro das espécies: trata-se da conclusão de um novo estudo publicado na revista Science, que analisou dados de todo o mundo dos últimos 60 anos e de diversas espécies de animais e plantas.

Filipe Rosas

​Filipe Rosas é o novo coordenador do Instituto Dom Luiz (IDL).

Susana Custódio com alunos

Portugal obteve uma medalha de prata e três medalhas de bronze na 16.ª edição da International Earth Science Olympiad (IESO 2023), que assinala a 8.ª participação portuguesa. A SGP e a CNOG agradecem à Faculdade o apoio científico prestado no âmbito do programa de preparação da equipa portuguesa para a 16.ª edição da IESO.

3 homens sentados

MARGINS surgiu com o objetivo de estudar as interações socioecológicas entre comunidades humanas e ambiente na zona costeira da Guiné-Bissau e compreender a inter-relação de arrozais e mangais como parte de uma unidade afetada pelas mudanças climáticas. No projeto estão envolvidos docentes, investigadores do IDL e cE3c e estudantes da Faculdade.

Auditório com pessoas

Este ano, na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior concorreram aos 16 cursos da Faculdade 5086 candidatos, tendo sido colocados 872 novos alunos em Ciências ULisboa, 527 em 1.ª opção. Até 5 de setembro decorre a apresentação da candidatura à 2.ª fase. A sessão de boas-vindas aos novos alunos de 2023/2024 acontece no dia 18 de setembro.

abelha mumificada

Um novo estudo publicado na revista internacional Papers in Paleontology dá conta da descoberta de centenas de abelhas mumificadas no interior dos seus casulos, num novo sítio paleontológico descoberto no litoral de Odemira.

mural

Há um novo mural no campus da Faculdade, para apreciar junto à FCULresta, que celebra os dois anos corridos desde a primeira semente lançada. "Só em Portugal, inspirados também pela FCULresta, foram criados ou melhorados um total de 6 espaços verdes resilientes" escrevem os responsáveis pelo projeto, neste artigo de opinião sobre a minifloresta. 

ratinho ruivo

O ratinho-ruivo (Mus spretus) aprende a identificar que novos alimentos é seguro incluir na sua alimentação através do cheiro presente no hálito de outros ratinhos da sua espécie, segundo o artigo “Interaction time with conspecifics induces food preference or aversion in the wild Algerian mouse”, da autoria das cientistas Rita S. Andrade, Ana M. Cerveira, Maria da Luz Mathias e Susana A. M. Varela, publicado em agosto na revista Behavioural Processes.

vista de uma ilha para outra (Açores)

O Prémio Frederico Machado 2022-2023, o primeiro de índole científica a ser atribuído nos Açores, foi ganho pelas equipas lideradas por Mariana Andrade, aluna da Ciências ULisboa e investigadora do Instituto Dom Luiz (IDL), na área das Geociências, e por Pedro Afonso, investigador do Instituto de Investigação em Ciências do Mar da Universidade dos Açores (OKEANOS), na área das Ciências do Mar.

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