Formação

Sessões WBME. "Quem tira engenharia biomédica e biofísica pode ser o que quiser na vida"

Palestra no Grande auditório de CIÊNCIAS

Tomás Vinagre, presidente do Núcleo de Estudantes NE2B2, e Sophia Banno, investigadora da Universidade de Londres, no Grande Auditório de CIÊNCIAS

DCI-CIÊNCIAS

Quase ninguém sabe ao certo quais serão as profissões mais procuradas dentro de dez anos e, aparentemente, essa incógnita não assusta quem tem fazer uma palestra durante o WBME - 17th Workshop on Biomedical Engineering, que teve lugar, durante a semana passada, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS).

“Os alunos de engenharia biomédica e biofísica podem ser e fazer o que quiserem na vida”, responde José Marques, investigador da Universidade de Radboud, nos Países Baixos, pouco antes de dar início à palestra organizada pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2). “Devemos desenvolver a nossa capacidade de abstração, em vez de ficarmos muito focados nas aplicações. É essa capacidade que nos permite continuar a pensar, mesmo quando mudam as tecnologias e os cenários”, acrescenta o investigador português.

Mostra de posters científicos
Durante as formações organizadas pelo NE2B2 houve ainda espaço para a publicação de posters científicos

José Marques tem vindo a fazer carreira com tecnologias de ressonância magnética e as denominadas “neuroimagens” – e tendo feito carreira na área da Física também cumpre os requisitos que geralmente se aplicam aos cabeças de cartaz de conferências para alunos de engenharia biomédia. “Nesta conferência podemos mostrar como as tecnologias e a robótica podem ajudar a perceber como evolui uma doença. Entre as pessoas que vêm dar as palestras encontramos ex-alunos de CIÊNCIAS, e pessoas que não estudaram em CIÊNCIAS, mas tentamos sempre ter alguém que esteja ligado à investigação”, explica Tomás Vinagre, presidente do NE2B2.

O ciclo de palestras arrancou na segunda-feira, com sessões ao final do dia, e só terminou sábado de manhã, com a participação de Sophia Banno, investigadora da Universidade de Londres com carreira feita em torno do desenvolvimento de cirurgias robóticas e Inteligência Artificial (IA). Mais uma vez foi o momento de viragem que vivemos atualmente na área da medicina que acabou por merecer maior destaque: “Estamos a viver tempos interessantes, com toda esta explosão da IA e não só. Temos recursos computacionais cada vez mais expandidos e novos dispositivos computacionais ficaram disponíveis. Os dados passaram a ficar disponíveis, e os médicos e os especialistas em medicina estão mais dispostos a partilhar informação e a trabalhar connosco para resolverem problemas clínicos”, explica Sophia Banno, à margem da palestra que fechou o 17º ciclo de conferências anuais do NE2B2.

Sophia Banno abordou a robótica e as cirurgias do futuro, mas no cardápio de palestras foi possível encontrar palestras sobre modelos computacionais do cérebro, relações entre fumo de tabaco e aprendizagem, interfaces entre máquinas e cérebros, doenças neurodegenerativas, gestão de dados clínicos, além de uma mostra de posters científicos. “Disponibilizámos um formulário com temas que podiam figurar no ciclo de conferências e, depois de recolhermos as escolhas dos nossos colegas, fomos ver que pessoas conseguíamos trazer para falar sobre esses temas”, explica Rita Lopes, coordenadora do Departamento Pedagógico do NB2E2.

Membros do Núcleo de Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2)
Os membros do Núcleo de Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2) organizaram mais um ciclo de palestras em CIÊNCIAS

Nem todos os palestrantes trabalharam ou estudaram em CIÊNCIAS, e houve a declarada intenção de convidar investigadores de fora de Portugal que o próprio Núcleo de estudantes admite serem um pouco mais difíceis de trazer. “A ideia é fomentar o conhecimento e dar a conhecer coisas que nem sempre se ouve falar nos currículos académicos tradicionais”, sublinha Tomás “Aprende-se sempre alguma coisa; nem que seja um ponto de vista diferente do nosso”, acrescenta Rita Lopes.

Porque nem tudo se resume à ciência, também houve espaço para abordar as competências sociais ou acessórias, que na gíria, costumam ser denominadas de soft skills. E aí coube a Ana Prata, professora convidada que leciona matérias relacionadas com empreendedorismo em CIÊNCIAS, deixar o alerta sobre o desconhecimento que ainda predomina nas profissões do futuro, como também sobre as diferenças entre academia e mercado de trabalho. “Ter boas notas não significa ter sucesso no mercado do trabalho”, avisou Ana Prata durante a preleção.

palestra do Núcleo de Estudantes
O ciclo de palestras organizado pelo NE2B2 terminou no sábado no Grande Auditório de CIÊNCIAS

A dualidade é sobejamente conhecida: Todos precisam de trabalhar para ter experiência, mas o mercado pode exigir experiência para atribuir um determinado trabalho. E é a meio dessa dualidade que é possível apurar o real valor de um curso universitário perante o mercado de trabalho. Em qualquer dos casos, Ana Prata recorda que não devemos descurar formato da letra T, que ilustra as boas práticas que dizem que o sucesso profissional está na especialização (correspondente à “perna” mais comprida do T) que pode ser aplicada em diferentes cenários e sectores (a “perna” horizontal no topo do T).

Conhecidas as estratégias, resta saber escolher um caminho para o futuro: “É uma situação recorrente. Muitos dos alunos estão a tirar cursos, mas não sabem bem ainda que caminhos profissionais vão seguir. Estas conferências também podem ser úteis para lhes mostrar o que pretende o mercado na área das ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas (STEM)”, conclui Ana Prata. O trabalho fará o resto.

Hugo Séneca
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt
Jovens na praia

Crónica sobre o Roteiro Entremarés da autoria do professor Carlos Duarte. Esta é a segunda aplicação que resulta da colaboração entre o Departamento de Informática da Ciências ULisboa e o Instituto de Educação da ULisboa, depois da publicação em 2017 da aplicação Roteiro dos Descobrimentos.

ilustração SARS-CoV-2

As pessoas vacinadas que foram infetadas pelas primeiras subvariantes Omicron têm uma proteção quatro vezes superior do que à das pessoas vacinadas que não foram infetadas. Estes resultados constam de um estudo liderado por Luís Graça e Manuel Carmo Gomes, publicado na prestigiada revista científica New England Journal of Medicine.

núvens cósmicas

O XXXII Encontro Nacional de Astronomia e Astrofísica terá lugar nos próximos dias 5 e 6 de setembro, na Ciências ULisboa. O evento é organizado pelo Centro de Astrofísica e Gravitação, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Astronomia e a Ciências ULisboa.

Campo com árvores de fruto e hortícolas

O projeto GrowLIFE - coordenado pela Ciências ULisboa, FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e Turismo de Portugal é financiado pelo Programa para o Ambiente e a Ação Climática (LIFE) no valor de €1.452.673,00 - e arranca em junho de 2023, tem uma duração de cinco anos. O resultado da candidatura coordenada pela Caravana AgroEcológica foi conhecido em abril deste ano e o contrato foi assinado em agosto.

Cientista no laboratório

Em 2022, 134 investigadores doutorados ligados a unidades de investigação da Faculdade submeteram candidaturas à 5.ª edição do Concurso de Estímulo ao Emprego Científico – Individual, tendo sido atribuídos 23 contratos de trabalho. Em quatro edições deste concurso, 714 investigadores doutorados com ligações a unidades de investigação da Faculdade apresentaram candidaturas, tendo sido atribuídos 71 contratos de trabalho.

Paleontólogos em escavação

Uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis conduziu, entre 1 e 10 de agosto de 2022, uma campanha de escavação na jazida paleontológica de Monte Agudo que resultou na extração de parte do esqueleto fossilizado de um dinossáurio saurópode de grande porte.

oceano, areia, palmeiras e barcos

"A revista npj Ocean Sustainability está particularmente interessada em investigação que incida sobre as interligações existentes entre ciência, política e prática, bem como abordagens sistemáticas, soluções transformativas, e inovação para suportar a sustentabilidade do oceano a múltiplos níveis!", escreve Catarina Frazão Santos, editora-chefe, convidada em setembro de 2021 para fundar a revista.

Participantes do simpósio no grande auditório da Faculdade

O primeiro Simpósio Internacional de Catálise Homogénea aconteceu nos EUA há 44 anos. A vigésima segunda edição ocorreu este ano em Portugal, na Ciências ULisboa. A próxima edição está marcada para 2024, em Itália. Este importante acontecimento tem contribuído para o desenvolvimento da Catálise Homogénea.

graficos, lupa e oculos numa mesa

Maria Zacarias, investigadora do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, escreve uma crónica sobre a última edição do “Sê Investigador por Três Semanas”, na qual dá a conhecer a opinião de quem participou na iniciativa que durante três semanas, possibilitou que alunos de licenciatura e de mestrado pudessem trabalhar de perto com investigadores e observar a transversalidade da Estatística.

coelho-bravo

A equipa do projeto do Livro Vermelho dos Mamíferos, que está a trabalhar na revisão do estatuto de ameaça e estado de conservação destas espécies em Portugal, realizou uma “compilação inédita” de dados de ocorrências georreferenciados de mamíferos em Portugal Continental e nos Açores e Madeira.

pessoas sentadas a escrever ao computador e em post its

Decorreu de 11 a 15 de julho na Ciências ULisboa a WideHealth Summer School sob o tema “Human Factors in Pervasive Health”. O evento foi organizado pelo LASIGE, tendo acolhido participantes de toda a Europa.

rapariga no laboratorio

Já são conhecidos os resultados do Concurso de Projetos de I&D em Todos os Domínios Científicos de 2022, da FCT. Do total de projetos aprovados para financiamento, 33 contam com a participação da Ciências ULisboa.

grupo de alunos do programa

"Na Ciências ULisboa temo-nos esforçado ao longo dos anos para desenvolver um programa que trará uma semana inesquecível a estes jovens", escreve Ana Sofia Santos, monitora central do Verão na ULisboa, no artigo de opinião sobre o programa.

rapariga a rir

"A ideia de que o sentido de humor pode facilitar o ajustamento, a gestão e a regulação emocional parece ter bastante fundamento. Mas, como, onde e como entram os limites do humor nesta questão?", escreve Samuel Silva, psicólogo no GAPsi Ciências ULisboa.

Instalações do Quake

Os cientistas Susana Custódio e Luís Matias escrevem sobre o Centro do Terramoto de Lisboa, que nasceu de uma vontade de contar a fascinante história do sismo de 1755. A Faculdade e o IDL Ciências ULisboa são parceiros do Quake. 

mar

Novo artigo científico publicado na Frontiers in Marine Science alerta para a necessidade de uma visão global para o oceano no acordo internacional atualmente em elaboração no quadro das Nações Unidas. Artigo conta com a participação de dois professores e investigadores da Ciências ULisboa.

imagem ilustrativa do prémio

O Prémio DHFC 2021 foi atribuído a Daniele Molinini, investigador do CFCUL, membro do grupo de investigação Filosofia das Ciências Formais, Metodologia e Epistemologia.

Hugo Duminil-Copin

"Hugo Duminil-Copin é um físico-matemático que trabalha em teoria das probabilidades. Um daqueles que, durante os vinte últimos anos, regressou à fonte histórica de inspiração das matemáticas, a física teórica", escreve Jean-Claude Zambrini, professor do DM Ciências ULisboa, no ensaio dedicado ao matemático galardoado com a medalha Fields.

posters afixados

“Jovens investigadores” é o projeto da EBS Alfredo da Silva, no Barreiro, que permite aos alunos estabelecerem uma relação de proximidade com professores e investigadores do ensino superior, nomeadamente da Ciências ULisboa.

Pessoa a trabalhar na FCULresta

Já existem mais três miniflorestas plantadas na AML e muitas outras estão a germinar. “A FCULresta cumpre assim um outro objetivo, o de inspirar e apoiar a plantação de mais florestas urbanas biodiversas”, escrevem David Avelar, António Alexandre e Diogo Mendes.

June Huh

"O que motiva June Huh é a busca da beleza na Matemática, e a descoberta de ligações entre diferentes áreas desta disciplina", escreve Carlos A. A. Florentino, professor do DM Ciências ULisboa, no ensaio dedicado ao matemático galardoado com a medalha Fields.

Alina Shchepetkina com outra investigadora

A expedição South Atlantic Transect II (IODP 393) zarpou a 11 de junho de 2022 da Cidade do Cabo, na África do Sul, e tem uma duração de 61 dias. A equipa a bordo tem cientistas de várias partes do globo na expectativa de obter respostas para algumas questões apaixonantes e relacionadas com alterações nos ambientes da Terra durante os últimos 61 milhões de anos. Uma dessas cientistas é Alina Shchepetkina, investigadora do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa.

Membros da direção da Faculdade, Conselho de Escola e Reitor da ULisboa

Luís Carriço, professor do Departamento de Informática e investigador do LASIGE, tomou posse como diretor da Ciências ULisboa, esta quarta-feira, dia 20 de julho, numa cerimónia que juntou vários membros da Faculdade e Universidade, na sala de atos, sita no edifício C6. A boa disposição imperou no ato solene, durante o qual os professores Margarida Santos-Reis, Hugo Miranda, Jorge Relvas, Maria João Gouveia e Pedro Almeida foram indigitados subdiretores da Faculdade.

ímanes moleculares

Nuno A. G. Bandeira, investigador do DQB e do BioISI Ciências ULisboa, escreve sobre um estudo, que constitui um marco na evolução do conhecimento e na busca de melhores materiais para aplicação na spintrónica e computação à escala quântica.

Foto do instrumento NIRPS

O espectrógrafo NIRPS, a sigla inglesa para Near-Infrared high resolution spectrograph, ou espectrógrafo no infravermelho próximo de alta resolução, cujo desenvolvimento e construção contou com a participação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), observa na banda do infravermelho, no Telescópio ESO de 3,6 metros do Observatório de La Silla, no Chile, complementando assim espectrógrafos como o HARPS e o ESPRESSO. 

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