Artigo publicado em outubro na PNAS

Detetada presença humana nos Açores centenas de anos antes da chegada dos portugueses

Investigadores dataram e analisaram, por meio de técnicas geológicas, químicas, físicas e biológicas, cinco sondagens de sedimentos recuperados do fundo de lagos das ilhas de São Miguel, Pico, Terceira, Flores e Corvo

Lagoa nos Açores

O artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences registra a chegada dos primeiros colonos às ilhas no final da Alta Idade Média

Unsplash - Martin Munk

Ricardo Trigo, professor do DEGGE Ciências ULisboa, diretor do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa e professor convidado do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil e Pedro M. Sousa, investigador do IDL Ciências ULisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, participaram neste estudo que junta outros cientistas de organismos portugueses, nomeadamente das universidades dos Açores e de Évora.

Os primeiros povoadores das ilhas açorianas chegaram com grande probabilidade ao arquipélago Açoriano centenas de anos antes da colonização oficial realizada pelos navegadores portugueses em meados do século XV. Esta é uma das principais conclusões de um novo estudo desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de investigadores europeus e norte-americanos e que contou com a participação de Pedro M. Raposeiro, Armand Hernández, Sergi Pla-Rabes, Vítor Gonçalves, Roberto Bao, Alberto Sáez, Timothy Shanahan, Mario Benavente, Erik J. de Boer, Nora Richter, Verónica Gordon, Helena Marques, Pedro M. Sousa, Martín Souto, Miguel G. Matias, Nicole Aguiar, Cátia Pereira, Catarina Ritter, María Jesús Rubio, Marina Salcedo, David Vázquez-Loureiro, Olga Margalef, Linda A. Amaral-Zettler, Ana Cristina Costa, Yongsong Huang, Jacqueline F. N. van Leeuwen, Pere Masqué, Ricardo Prego, Ana Carolina Ruiz-Fernández, Joan-Albert Sanchez-Cabeza, Ricardo Trigo, e Santiago Giralt.

O artigo “Climate change facilitated the early colonization of the Azores Archipelago during Medieval times”, publicado em outubro na importante revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), reconstrói quando, como e em que condições climáticas os Açores foram habitados pela primeira vez e o impacto que estes primeiros povoamentos tiveram nos ecossistemas com base na análise e datação de sedimentos extraídos de lagos de diferentes ilhas do arquipélago.

Scripta manent. O que se escreve, fica, permanece.
O tema chamou a atenção dos média internacionais e nacionais, destaque para o New ScientistScience, PlanetaSol, Archaeology, Florida News Time, Rally Mundial, ABC, Ambientum, Ecoticias.com, Açoriano OrientalThe Herald News, Correio dos Açores, entre outros.

Os autores do estudo sugerem que os primeiros colonizadores eram provavelmente oriundos do norte da Europa aproveitando as condições climáticas favoráveis da altura para navegar até às ilhas açorianas. O grupo realizou diferentes simulações para determinar as condições climáticas prevalecentes em que ocorreu a colonização inicial do arquipélago. De acordo com essas simulações, e com outros estudos genéticos anteriores, os autores sugerem que os primeiros habitantes eram provavelmente oriundos dos povos nórdicos europeus e que encontraram condições climáticas favoráveis para navegar em direção aos Açores no final da Alta Idade Média, devido à predominância dos ventos de nordeste e o enfraquecimento dos ventos predominantes de oeste.

Até agora, existia um consenso de que os Açores eram desabitados até à chegada dos portugueses. Segundo as fontes históricas disponíveis, chegaram à ilha de Santa Maria em 1427 e às ilhas do Corvo e das Flores em 1452. Este artigo registra a chegada dos primeiros colonos às ilhas no final da Alta Idade Média.

Os investigadores dataram e analisaram, por meio de técnicas geológicas, químicas, físicas e biológicas, cinco sondagens de sedimentos recuperados do fundo de lagos das ilhas de São Miguel, Pico, Terceira, Flores e Corvo. Detetaram nos sedimentos lacustres a presença de esteróis, fração muito abundante da matéria orgânica nas fezes de mamíferos, e de fungos coprofílicos, que são interpretados como indicadores da atividade humana.

O impacte das primeiras ocupações humanas nos ecossistemas das ilhas a partir do estudo do pólen, fragmentos fósseis de plantas e resíduos de carvão presentes nos sedimentos também foi alvo de caracterização.

“Como demonstramos neste trabalho, a ocupação humana inicial das ilhas conduziu a profundas alterações ecológicas e ambientais. Embora fontes históricas descrevam os Açores como densamente florestados e intocados, este trabalho evidencia a discrepância que existe entre os registos fósseis e os registos históricos que servem na maioria das vezes como referência para identificar ecossistemas prístinos.”
Pedro Raposeiro, primeiro autor do artigo, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), Rede de Investigação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva (InBIO) - laboratório associado, polo dos Açores, e da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade dos Açores

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“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

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“Sempre achei as áreas da educação e comunicação bastante interessantes, sonho desde jovem em incorporar um pouco destas duas áreas na minha carreira científica”, declara Hugo Bettencourt, aluno do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica.

“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

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Pela 13ª vez, realizou-se em Ciências a fase de semifinal das Olimpíadas de Química Júnior. 67 alunos dos 8.º e 9.º anos conheceram a Faculdade, o Departamento de Química e Bioquímica e testaram conhecimentos de Química, em provas escritas e experimentais.

A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

“Alargar horizontes, mudar atitudes” é o lema do “Girls in ICT @CienciasULisboa” que acontece este sábado, dia 6 de maio de 2017, em Ciências.

A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

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A componente tecnológica do espectrógrafo ESPRESSO que irá conduzir a luz dos telescópios do VLT para o instrumento, o coudé train, a ser instalado no ESO, é feita por uma equipa portuguesa da qual fazem parte professores e investigadores de Ciências. Neste artigo, fique a conhecer o trabalho realizado pelo grupo.

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O Núcleo de Física e Engenharia Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa foi fundado no dia 19 de maio de 2016, curiosamente no dia do Físico, com o intuito de representar os estudantes de Física e Engenharia Física.Uma das atividades organizadas com o intuito de alargar a perspetiva profissional destes alunos foi a Conferência Física Fora da Academia.

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