Opinião

A criatividade está em todas as coisas

tela com várias cores coloridas

Como desenhar uma aguarela, escrever é um processo criativo não linear

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Marta Tavares
Marta Tavares
Fonte DCI Ciências ULisboa

Escrever é um ato criativo, ainda que seja sobre uma descoberta científica, um prémio a um investigador, uma empresa de sucesso que aqui nasceu. De facto, é preciso alguma arte para colocar a vírgula no lugar certo, dar um título apelativo ao artigo, escolher uma imagem que ilustre convenientemente o tema.

Como para toda a arte, o artista precisa de tempo e espaço mental para maturar a obra. Criar é um ato complexo, com diversas fases e a diferentes tempos. Além disso, cada artista tem as suas próprias técnicas, que lhe são mais favoráveis à criação – o processo criativo. Escrever não é exceção.

Ricardo Araújo Pereira, em entrevista com a Bumba na Fofinha, revelou ter em casa várias máquinas de escrever, que o ajudam no seu processo criativo. Quando surge a ideia, o comediante conta que escreve à máquina tudo o que lhe vem à cabeça, em jeito de escrita automática, deixando passar todas as ideias e erros, sem parar, sem medo e sem apagar nada (até porque a máquina de escrever não permite!).

De facto, quando escrevemos ao computador, temos tendência a adotar uma prática muito mais “mastigada”, porque escrevemos, apagamos, reescrevemos, voltamos atrás, num processo muito mais moroso e até, por vezes, doloroso.

O processo criativo não é de todo linear, e cada um escolhe o seu. No fim, o importante é chegar a um lugar que faça sentido para nós, mas também para aquele que vê, que lê, que apreende a obra. Na mesma entrevista, o comediante defende que “a magia está em escrever a frase com as palavras na ordem certa”, porque só naquela ordem têm o poder de fazer rir alguém. As palavras são ferramentas com infinitas possibilidades.

No nosso trabalho diário, essa é também a nossa busca constante – procurar a forma mais clara, compreensível e eficaz de transmitir a mensagem. Quando escrevemos sobre um livro que retrata as alterações climáticas, ou sobre uma investigação pioneira no tratamento do cancro, somos veículo de transmissão do conhecimento. Essa é a nossa missão de todos os dias, e ao mesmo tempo, a força motriz de toda a nossa atividade.

Ver sair o conhecimento do meio académico para o mundo, e poder fazer parte de todo esse processo, é um enorme privilégio!

palavras a cair
Escrever é como construir um puzzle com infinitas possibilidades
Fonte Unsplash - Piotr Laskawski

Habitualmente, escrever é um ato demorado, pois é como construir um puzzle, colocar as peças por uma ordem que faça sentido e represente a imagem de forma correta. Por vezes implica reescrever, voltar a escrever, mudar a vírgula de lugar, deixar amadurecer a ideia… e lá voltar mais tarde, num momento mais propício à criação. Acontece o mesmo com outro tipo de criações artísticas, como na montagem de um vídeo, a criação de uma peça de dança, o desenho de uma aguarela.

Criatividade. Nós, seres humanos, precisamos dela para nos sentirmos ativos, livres, produtivos e úteis. O grande problema é que nem sempre a encontramos, e esse sentimento traz por vezes um sentimento de vazio. Às vezes é preciso batalhar um bocadinho mais para a encontrar, mas ela existe e está em tudo aquilo que fazemos. É um exercício difícil, mas podemos pensar que tudo o que nós fazemos habitualmente de uma forma, podíamos fazer de uma outra completamente distinta, reinventando-nos. Essa novidade preenche o vazio, e faz-nos sentir vivos, com um propósito, e talvez capazes de mudar o rumo das coisas.

Inscrevemo-nos numa classe de dança, fazemos um curso de escrita criativa, criamos um blog, compramos aguarelas e pincéis, fotografamos os reflexos da luz na nossa sala, refletimos sobre uma nova forma de abordar uma questão científica. Toda a nossa vida é uma busca contínua por encontrar a criatividade que nos faça sentir vivos, sempre em busca de poder cá deixar algo bom para os outros.

Continuemos nessa busca, pela criatividade, pela inovação, pelo conhecimento, e seremos com certeza pessoas melhores.

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Inseridos no Programa de Atividades Conjuntas, do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização , o IBEB e o BioISI de Ciências – em conjunto com outros grupos nacionais -, vão explorar o conhecimento acerca do cérebro.

O grupo de investigadores da Masaryk University, na República Checa; da Mykolas Romeris University, na Lituânia; das universidades Politécnica de Madrid e de Oviedo, em Espanha; do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território e do Instituto Dom Luiz analisaram a evolução da temperatura nas dez estações da Península Antártica desde o início da década de 1950 até 2015.

Através de trabalho de campo detalhado na ilha de Santa Maria, nos Açores, investigadores descobriram elementos importantes para a compreensão da origem e evolução de ilhas vulcânicas.

O projeto RESISTIR iniciou-se em abril deste ano e visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O ClimAdaPT.Local coordenado pelo grupo CCIAM do cE3c chegou ao fim.

Ciências é oficialmente membro associado do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas. Para além disso, em 2017 a sede vai ficar mais próxima dos cientistas desta instituição.

No ensino universitário normal o aproveitamento/rendimento escolar é também motivo de preocupação em muitos países europeus, embora existam países onde esse rendimento se aproxima dos 100%. Em termos económicos, facilmente se percebe que quanto maior for a taxa de aprovação dos alunos, menor a desistência e a reprovação, mais justificadas estão as verbas públicas  (provenientes dos impostos) que o Estado investiu no sector da educação.

“Os valores associados ao desporto são complementares aos que são necessários para o sucesso académico”, diz Matilde Fidalgo, aluna de Ciências e jogadora de futebol da seleção feminina portuguesa.

Antes de se aposentar em 2014 a Ana Monteiro trabalhou na Biblioteca da FCUL durante alguns anos. Ontem, dia 15 de dezembro, faleceu.

Teve lugar a 27 de outubro no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa (ULisboa) o lançamento oficial do Colégio de Química, o primeiro colégio da ULisboa aprovado na área das Ciências Exatas.

O aumento da temperatura da água leva anfíbios omnívoros a adotar uma dieta mais herbívora. De acordo com o comunicado de imprensa emitido pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, “esta é a primeira vez que é estudada em vertebrados a assimilação de dietas mais ou menos ricas em proteínas em função da temperatura”.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O último Dictum et factum de 2016 é com Paulo Silva, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

O QTLeap—Quality Translation by Deep Language Engineering Approaches chega ao fim, mas a investigação em tradução automática continua. Leia a curta entrevista com António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências e coordenador deste projeto, iniciado em novembro de 2013.

“A Onda da Nazaré: um estímulo para a aprendizagem” é financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e explica de forma simples e recorrendo a curtas animações os processos associados à existência da maior onda surfada em todo o mundo. 

O curso de Química Tecnológica celebra em 2017 os 35 anos da saída dos seus primeiros licenciados pelo que as próximas “Jornadas QT” realçarão esta efeméride.

Nos últimos anos da troika (2011-2015), a importância da Filosofia foi bastante apreciada, em particular a nível internacional. Este período não foi bom para Portugal, sobretudo porque os jovens licenciados foram colocados de lado e sem trabalho, os sem emprego (ou bolsa), os precários (com vencimento à hora de ocupação, os temporários, sem férias, direitos de saúde...), e os que estavam a mais (e, forçados a emigrar) juntaram a sua indignação e protestaram. Nem sempre com resultados bem visíveis e de pressão real sobre o poder.

A União Europeia das Geociências atribui anualmente um prémio que reconhece atividade científica de exceção a nível mundial, realizada por cientistas desta área na fase inicial da carreira. Este galardão foi atribuído pela primeira vez a um investigador a trabalhar em Portugal. João Duarte é investigador do Instituto Dom Luiz e do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e recebeu este prémio pelo seu trabalho na área da Geologia Marinha e Tectónica, bem como pela sua atividade na área da divulgação científica. 

Nos próximos cinco anos, Sara Magalhães vai explorar um sistema biológico composto por duas espécies de ácaro-aranha, Tetranychus urticae Tetranychus ludeni, que competem por um alimento - a planta do tomate, no âmbito do projeto “COMPCON - Competição sob construção do nicho”, com início previsto para maio de 2017 e desenvolvido em colaboração com investigadores da Universidade de Montpellier, em França.

Aplicações médicas e industriais a partir de organismos que produzem bioadesivos... Sim, é possível. No âmbito de uma Ação COST, a Rede Europeia de Especialistas em Bioadesão, trabalha para criar novos produtos.

O tempo tem demonstrado ser possível avançar na criação de mais e melhores condições de equidade para os alunos com Necessidades Educativas Especiais. Mas este é um desafio permanente para as instituições de ensino, como também o é para cada um de nós e a cada momento, num permanente processo de implicação pessoal em prol de algo que tanto prezamos: a igualdade de oportunidades.

Num desporto o treino é comum e faz parte de um plano para conseguir os melhores resultados, estimulando as capacidades físicas a superarem os desempenhos. Mas, também se podem treinar as mentes para fazer ciência.

O dia-a-dia de Luis Filipe Lages Martins divide-se entre a atividade de investigação em Metrologia com aplicação na Engenharia Civil e a gestão laboratorial da Unidade de Metrologia Aplicada do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil. O primeiro estudante a obter o grau de doutor em Engenharia Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa nasceu em Lisboa e aos 34 anos acaba de ser distinguido com o Prémio Inovação em Metrologia.

Luís Filipe Lages Martins, bolseiro de pós-doutoramento do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, é o vencedor da 1.ª edição do Prémio Inovação em Metrologia da Sociedade Portuguesa de Metrologia (SPMet).

Em parceria com a Universidade de Lisboa e outras instituições que lecionam o curso de Química, a Sociedade Portuguesa de Química atribui prémios de mérito aos alunos com melhores resultados alcançados nesta área científica.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O 11.º Dictum et factum é com Aurora Sardinha, assistente técnica do Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências.

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