“No fim, somos Atlântico e somos Portugal”

Última aula do professor Jorge Miguel Miranda decorreu no dia 26 de maio

Miguel Miranda e a plateia

Assistiram à lição de jubilação vários amigos, colegas e familiares de Miguel Miranda, assim como antigos e atuais governantes

DCI Ciências ULisboa

O professor e geofísico Jorge Miguel Miranda deu a sua última aula na passada sexta-feira, e despediu-se do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), laboratório do Estado que presidiu nos últimos dez anos.

A Lição de Jubilação "Política e Ciências - Renascimento das Ciências Naturais” decorreu no dia 26 de maio no Grande Auditório da Faculdade, sob o olhar atento de uma plateia de colegas da Faculdade e do mundo da ciência, antigos e atuais governantes assim como vários amigos.

Na assistência, entre os antigos governantes estavam Ana Paula Vitorino, Assunção Cristas, Eduardo Cabrita, Manuel Pinto de Abreu e Ricardo Serrão Santos. Dos atuais governantes marcaram presença António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar; Elvira Fortunato, ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna; José Maria Costa, secretário de Estado do Mar; e Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura. Estiveram também presentes José Manuel da Costa, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil; Rita Faden, presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento; e Luís Ferreira, reitor da ULisboa.

imagens do evento
A reportagem fotográfica do acontecimento está disponível na página de Facebook da Faculdade.
Fonte DCI Ciências ULisboa

Após as palavras do Diretor da Faculdade, que agradeceu em nome de todos os presentes “tudo o que Miguel Miranda fez por nós, e pela forma como influenciou as nossas vidas”, Miguel Miranda iniciou a sua intervenção fazendo um breve historial dos laboratórios do Estado e da formação do IPMA, prosseguindo partilhando parte da sua experiência neste instituto, ao longo dos últimos dez anos.

Das experiências marcantes destacou, entre outras, os fogos de 2017, o furacão Lorenzo de 2019 e as cheias de dezembro de 2022, fenómenos extremos que atingiram Portugal e cujas crises teve a responsabilidade de gerir enquanto presidente do IPMA. Explicou que, casos como estes, nos quais estão presentes grandes quantidades de energia na atmosfera, “não são suscetíveis de nenhum tipo de preparação, não é possível, não estamos imunes a riscos, vão haver sempre vítimas e prejuízos – o nosso trabalho é minimizá-los”. Acrescentou que no contexto atual está a ser feita pouca adaptação, no que toca à gestão de territórios e pessoas, para tanta emergência.

Destacou o papel de “mediador honesto” que deve ter o IPMA, assim como todos os laboratórios do Estado, no estudo, estabelecimento de cenários e produção de pareceres em resultado da opinião de vários agentes, permitindo encaminhar os decisores políticos para a melhor decisão possível a tomar.

Neste âmbito, apontou como um problema a desorçamentação generalizada a que se tem assistido por parte das universidades e comunidade científica, passando os recursos para organizações mais flexíveis, de direito privado, com mais capacidade para executar a investigação, mas menos controle e vantagens do que o Estado. Com algumas críticas à administração pública e ao desinvestimento sucessivo nos laboratórios do Estado, Miguel Miranda afirma que a desorçamentação nas organizações é errada, e deve acabar.

O assunto teve destaque no Público e no Observador.

A última parte da lição incidiu sobre a necessidade de valorizar mais as ciências naturais na resolução dos problemas ambientais, para além da engenharia e da tecnologia.

Destacou o crescimento insustentável da humanidade - 97% da biomassa de mamíferos da Terra corresponde ao Homem e aos animais domésticos, restando apenas 3% para os animais selvagens. “Temos que repor uma parte do equilíbrio, tomar algumas medidas para reverter a situação, que envolvem uma nova relação homem-natureza; não podemos ficar à espera que a natureza recupere o equilíbrio por si só”, diz, em entrevista à RTP.

É urgente repor o meio natural e os ecossistemas, sendo que este objetivo “tem que se tornar a prioridade da humanidade”, e que “só será possível cumprir se todos fizerem parte da solução”.

Miguel Miranda concluiu dizendo: “Quando olhamos para a nossa comunidade, nós podemos dizer que somos melhores que alguns em muitas áreas, melhores que todos em algumas (poucas) áreas, mas no fim, para o bem e para o mal, somos Atlântico e somos Portugal”.

O professor catedrático da Ciências ULisboa e presidente do IPMA desde 2013, Miguel Miranda, despediu-se assim da universidade e de uma década na presidência daquele instituto – o laboratório do Estado incumbido de zelar no país por áreas tão diversas como a meteorologia, o clima, os sismos, os tsunamis ou a avaliação de recursos da pesca.

 

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Jubilação de Jorge Miguel Miranda
Centro de Testes

“Em cada turno processamos uma quantidade significativa de amostras e é sempre importante conseguirmos fazê-lo eficientemente, para que os resultados sejam conseguidos num curto espaço de tempo”, diz Catarina Lagoas, voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Teclado para invisuais

“A tecnologia deve poder ser usada por todas as pessoas!”, diz Carlos Duarte, professor do Departamento de Informática, investigador do LASIGE Ciências ULisboa, e recentemente membro do World Wide Web Consortium (W3C) e da Ação COST LEAD-ME -Leading Platform for European Citizens, Industries, Academia and Policymakers in Media Accessibility.

 olho de choco

Um grupo de investigadores da Ciências ULisboa a trabalhar no Laboratório Marítimo da Guia do MARE conseguiu mostrar que chocos acabados de eclodir (até cinco dias) são capazes de ter uma aprendizagem social. O estudo publicado na  Animal Cognition tem como primeiro autor Eduardo Sampaio, estudante de doutoramento em Biologia (ramo Etologia).

ETAR de Gaia Litoral

A análise de mais de 200 amostras de águas residuais das cinco ETAR monitorizadas no âmbito do projeto COVIDETECT comprova a presença de material genético nos afluentes que chegam às ETAR e evidencia a ausência de deteção do material genético do vírus SARS-CoV-2 nos efluentes tratados.

National Cancer Institute

Investigadores do LASIGE Ciências ULisboa, INESC TEC e Universidade do Minho apresentam uma nova técnica de deduplicação de dados baseado em semelhanças e padrões encontrados nos ficheiros de sequenciação de genomas humanos e uma codificação das alterações para a recuperação desses dados.

logotipo

Sétima rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Keep on Care.

Computador

“O período de confinamento pode ser encarado como um primeiro grande teste à integração de renováveis no sistema elétrico, prelúdio do que se prepara com a transição energética global em curso”, escreve o cientista Miguel Centeno Brito.

Conceção artística do telescópio espacial Athena (Advanced Telescope for High-Energy Astrophysics)

“Ciências ULisboa tem vindo a aumentar a sua capacidade e a sua intervenção no desenvolvimento científico e tecnológico de alguns dos projetos mais importantes para o avanço da Astrofísica, não só nos próximos anos, mas nas próximas décadas”, diz o cientista José Afonso.

post it

Cristina Luís, investigadora do Departamento de História e Filosofia das Ciências e do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), é a responsável em Portugal pelo projeto “Citizen Science as the new paradigm for Science Communication (NEWSERA)”, coordenado por Rosa Arias, fundadora da Science for Change e que visa estudar como a ciência cidadã pode mudar o paradigma da comunicação da ciência.

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Entrevista com o cientista Carlos Cordeiro, que lidera o SAFE Coating, um projeto que tem a Biomimetx e o Hospital Curry Cabral como parceiros e que em seis meses procurará implementar uma tecnologia capaz de inativar o SARS-CoV-2 em superfícies, impedindo a sua viabilidade fora do hospedeiro humano e consequentemente, eliminando uma importante via de transmissão viral.

Lusovenator, a nova espécie pertence ao grupo dos carcharodontossáurios - dinossáurios carnívoros, alguns dos maiores predadores do planeta Terra. A sua descoberta mostra que estes dinossáurios estavam presentes no hemisfério norte 20 milhões de anos antes do que indicava o registo conhecido. O estudo foi liderado por Elisabete Malafaia, investigadora do IDL, polo da Ciências ULisboa.

O Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico (RNIE) 2020 inclui 56 infraestruturas. Ciências ULisboa coordena a CoastNet, a PORTULAN CLARIN e a RNEM, integrando ainda outras sete infraestruturas.

A fase de implementação da Rede Portuguesa de Monitorização Costeira (CoastNet) terminou recentemente, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade recentemente. A apresentação pública da CoastNet coordenada por José Lino Costa, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, acontece a 7 de julho, num evento a decorrer por videoconferência.

O projeto MarCODE visa desenvolver uma ferramenta multidisciplinar para potenciar o rastreio e a rotulagem ecológica de espécies marinhas de interesse comercial, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade. O estudo iniciado este mês de julho deverá terminar daqui a três anos.

Sexta rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Nevaro.

Cláudio Pina Fernandes, coordenador do GAPsi Ciências ULisboa, escreve sobre o Princípio da Incerteza e chama a atenção para alguns aspetos.

O mundo de hoje é completamente dominado pela necessidade imperiosa de saber recolher e analisar dados, escrevem os cientistas Tiago A. Marques e Soraia Pereira. Leia o artigo dedicado ao roteiro serológico nacional, uma iniciativa promovida pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e que conta com a colaboração do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa, da autoria destes investigadores.

Ciências ULisboa volta a participar com equipas de estudantes no Global Management Challenge (GMC). No passado dia 16 de junho começou a 1ª fase do GMC 2020, que conta com quatro equipas desta faculdade compostas por alunos dos mestrados integrados em Engenharia Biomédica e Biofísica, em Engenharia da Energia e do Ambiente e em Engenharia Física, assim como alunos das licenciaturas em Matemática Aplicada e Tecnologias de Informação.

teste

Cerca de 194 milhões de aves e 29 milhões de mamíferos podem ser atropelados por ano nas estradas europeias, de acordo com a estimativa de uma equipa internacional de investigadores liderada por Clara Grilo, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), polo da Ciências ULisboa, com sede na Universidade de Aveiro. Os resultados estão publicados na revista científica Frontiers in Ecology and Environment.

“A História do Pi em hipervídeo” está na Internet e pode ser consultada por todos e em toda a parte. O hipervídeo integra de forma estruturada e interativa vídeo e outros tipos de informação, nomeadamente, textos, imagens, áudio e animações. Saiba mais sobre este projeto lendo a entrevista com as professoras Suzana Nápoles e Teresa Chambel.

A dinâmica das epidemias é descrita por sistemas de equações diferenciais. Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, apresenta neste artigo o modelo epidemiológico desenvolvido em 1927 por Kermack e McKendrick.

No próximo ano letivo, Ciências ULisboa irá utilizar novos modelos de ensino/aprendizagem, todos com horas de contacto entre docentes e alunos, mas que se diferenciam pela existência e forma da componente presencial, anunciou a Faculdade em comunicado de imprensa.

Um grupo de cientistas da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, membros do CENTRA - Centro de Astrofísica e Gravitação participa no desenvolvimento do METIS (Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph), um poderoso instrumento que vai equipar o maior telescópio do mundo - o Extremely Large Telescope.

A equipa do projeto Lista Vermelha de Invertebrados Terrestres e Dulçaquícolas de Portugal Continental preparou a campanha de ciência cidadã - “Invertebrados da Lista Vermelha procuram-se” -, cujo lançamento ocorre esta sexta-feira, dia 5 de junho.

Duas pessoa dão as mãos

"A nossa necessidade de conexão e de afeto é singular, no sentido em que precisamos e procuramos o contacto com outros seres humanos", escreve Inês Ventura, psicóloga do GAPsi Ciências ULisboa.

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