Artigo da Weather and Climate Extremes analisa ondas de calor da Península Ibérica em agosto de 2018 e junho de 2019

Intrusões de ar com origem no norte de África

Mecanismo relevante para explicar temperaturas extremas

Ondas de calor de 1 a 7 de agosto de 2018 (à esquerda) e de 24 a 30 de junho de 2019 (à direita). As cores indicam o número de dias com intrusão de massa de ar quente proveniente do norte de África. Os pontos a negro identificam as regiões que, pela primeira vez (pelo menos desde 1948), foram afetadas por uma massa de ar com essas características

Ondas de calor de 1 a 7 de agosto de 2018 (à esquerda) e de 24 a 30 de junho de 2019 (à direita)

Imagem cedida por IDL Ciências ULisboa

Um grupo de investigadores descobriu que as intrusões de massas de ar provenientes do Saara aumentaram de frequência, particularmente desde meados da década de 1970, concluindo ainda que estes fenómenos atingem latitudes cada vez mais a norte no espaço europeu. O grupo integra investigadores de Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz, entre outras instituições portuguesas e estrangeiras.

Os cientistas analisaram os episódios de onda de calor que afetaram a parte ocidental da Península Ibérica em agosto de 2018 e a oriental em junho de 2019, assim como a evolução das intrusões de ar saariano nos meses de verão na Península Ibérica, utilizando dados desde 1948.

Saharan air intrusions as a relevant mechanism for Iberian heatwaves: The record breaking events of August 2018 and June 2019” da autoria de Pedro M. Sousa, David Barriopedro, Alexandre M. Ramos, Ricardo García-Herrera, Fátima Espírito-Santo e Ricardo M. Trigo está disponível online desde 14 de setembro e será publicado no volume 26, do próximo mês de dezembro, da revista Weather and Climate Extremes.

Pedro M Sousa
Pedro M. Sousa é o primeiro autor deste artigo disponível online e que será publicado no volume 26, do próximo mês de dezembro, da revista Weather and Climate Extremes
Imagem cedida por PMS

Pedro M. Sousa, investigador do polo de Ciências ULisboa do Instituto Dom Luiz, é o primeiro autor deste artigo. O jovem cientista, antigo aluno de Ciências ULisboa, concluiu a licenciatura e o mestrado em Meteorologia, Oceanografia e Geofísica, e o doutoramento em Ciências Geofísicas e da Geoinformação, tendo sido orientado por Ricardo M. Trigo, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e por David Barriopedro, do Instituto de Geociencias do Consejo Superior de Investigaciones Científicas da Universidad Complutense Madrid, em Espanha.

Estas intrusões de ar com origem no norte de África representam um fenómeno bastante relevante no contexto do clima da Península Ibérica, uma vez que são frequentemente associadas a ondas de calor.

O trabalho mostra o aumento da frequência e severidade de um dos principais mecanismos responsáveis pela ocorrência das ondas de calor, fenómeno associado a grandes impactos na saúde pública, incêndios florestais ou gestão de secas. Este incremento na frequência das ondas de calor está perfeitamente alinhado com as projeções de aquecimento global indicadas pelos relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

O artigo analisa os episódios de ondas de calor que afetaram a região oeste da Península Ibérica (particularmente Portugal) em agosto de 2018 e também a região leste da Península em junho de 2019. Ambos os eventos foram associados a intrusões de ar provenientes do norte de África. No primeiro caso, a massa de ar com características desérticas penetrou pelo oeste peninsular, chegando à província da Galiza, algo totalmente inédito até essa ocasião. Simultaneamente, muitos recordes absolutos de temperatura máxima foram quebrados em Portugal continental, com valores na casa dos 44C na região de Lisboa.

Durante a mega onda de calor ocorrida na Europa no final do mês de junho de 2019, o ar de origem africana atravessou a zona leste da Península Ibérica, tendo chegado a atingir grande parte da Europa central, apresentando um novo recorde absoluto de extensão para norte. Este evento causou temperaturas extremas que se estenderam do Mediterrâneo espanhol ao sul da Alemanha, tendo sido registadas temperaturas superiores a 45C em França pela primeira vez, excedendo em muitos casos os registros de temperatura deixados pela famosa onda de calor de 2003.

Nota da redação referente à legenda da figura: As cores indicam o número de dias com intrusão de massa de ar quente proveniente do norte de África. Os pontos a negro identificam as regiões que, pela primeira vez (pelo menos desde 1948), foram afetadas por uma massa de ar com essas características.

ACI com IDL Ciências ULisboa
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Samsung Galaxy

A maior conferência Android do mundo, com 11 anos de existência e presente em mais de 25 cidades por todo o mundo, - Droidcon Lisboa 2019 - realiza-se pela primeira vez em Portugal nos dias 9 e 10 de setembro, no campus de Ciências ULisboa.

LxUs

A equipa LxUs integra alunos das faculdades de Ciências e de Farmácia da ULisboa e é a primeira a representar Portugal no SenSus. Os estudantes desenvolveram biossensores para medição dum fármaco biológico, utilizado para tratar doenças como a artrite reumatoide. Grande parte da equipa é da área da Engenharia Biomédica e Biofísica.

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“O meu estágio foi muito desafiante”, conta Marissa Verhoeven, estudante de Biologia Aplicada na Holanda, após a experiência no projeto de permacultura experimental da HortaFCUL. Na crónica sobre esta experiência partilha os resultados da sua investigação sobre a produção e o uso do vermicomposto, bem como um livro infantil sobre a importância das abelhas.

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Paula Simões ora leciona e orienta alunos, o que geralmente ocupa grande parte das suas manhãs ou tardes, ora ocupa o restante tempo com outras atividades como é exemplo o projeto “Cigarras de Portugal – Insetos Cantores”, no âmbito do qual os cidadãos são desafiados a estarem atentos aos sons das cigarras!

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O professor de Ciências ULisboa Tiago Guerreiro é um dos novos editores chefes da Association for Computing Machinery (ACM) Transactions on Accessible Computing (TACCESS).

Planta

Grupo de investigadores e responsáveis de instituições de investigação escreveram uma carta aberta de protesto sobre decisão do Tribunal de Justiça Europeu sobre genoma.

Prémio Doutoramento em Ecologia

Francisco Pina Martins, Adrià López-Baucells e Inês Gomes Teixeira são os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2019. Os trabalhos galardoados serão apresentados durante o 18.º Encontro Nacional de Ecologia, que se realiza em simultâneo com o 15.º Congresso Europeu de Ecologia, entre 29 de julho e 2 de agosto em Ciências ULisboa.

Complexidade da diversidade

"É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados", in no Campus com Helder Coelho.

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O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e o Museu da Presidência da República celebram os 50 anos da chegada à Lua.

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Professores de todo o país vão estar reunidos no maior evento de formação acreditada na área do ensino das ciências realizado em Portugal. O VI Encontro Internacional da Casa das Ciências acontece entre os dias 10 e 12 de julho, no campus de Ciências ULisboa.

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Tal como sucedeu em edições anteriores, vários professores e investigadores de Ciências ULisboa participam no Ciência 2019 - Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que decorre em Lisboa até 10 de julho.

Mara Gomes, aluna do 2.º ano do mestrado em Ciências do Mar participou no cruzeiro oceanográfico RV Polarstern em junho passado, sob o lema “Changing Oceans – Changing Future”. “Mara Gomes teve a dupla experiência de participar como cientista e de ensinar os alunos do programa POGO”, conta Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal e investigadora do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).

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As classificações excelente e muito bom destacaram-se na avaliação feita aos centros de investigação afetos a Ciências ULisboa. Para os próximos quatro anos, Ciências ULisboa pretende continuar a sua aposta na investigação de excelência, agora com um pouco mais de fundos (um acréscimo de mais de quatro milhões de euros).

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O evento de Ciências ULisboa que convida os estudantes do ensino secundário a programar já vai na 7.ª edição.

Um estudo publicado na revista "Nature" revela novas evidências sobre a ocupação humana da Sibéria desde há 31 mil anos. Vítor Sousa, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c em Ciências ULisboa, é um dos 54 cientistas envolvidos na investigação.

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Maria João Verdasca iniciou em fevereiro de 2017 o programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução. A sua investigação foca-se na modelação espacial de espécies invasoras e no estudo dos seus impactos ecológicos e socioeconómicos. Recentemente foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019.

Síndrome do impostor

Uma das formas mais eficazes de lidar com o síndrome do impostor é mesmo falar sobre ele, partilhando entre colegas ou amigos com quem sinta um espaço seguro, os desafios que vai sentindo profissionalmente e perceber que não está sozinho naquilo que sente. Estima-se que 70% das pessoas sofrem deste fenómeno psicológico.

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"Todo e qualquer avanço do saber produz uma nova e profunda ignorância, mais mistérios, o que não é surpreendente, pois o progresso, com os avanços sistemáticos, tende para o desconhecido", in no Campus com Helder Coelho.

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Vanézia Rocha iniciou em setembro de 2018 o mestrado em Biologia dos Recursos Vegetais. Recentemente a jovem cabo-verdiana foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019, pelo Conselho Científico das Ciências Naturais e do Ambiente da FCT. Os vencedores serão anunciados antes da 26ª Assembleia Geral do GBIF, que decorrerá na Holanda em outubro de 2019.

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A exposição E3 acompanha os astrónomos britânicos A.S. Eddington, C.R. Davidson e A.C.C. Cromelin e o especialista em relojoaria E.T. Cottingham na sua longa viagem e observações. A 29 de maio de 2019 celebra-se o centenário do eclipse solar total de 1919, observado na ilha do Príncipe e na cidade do Sobral,no Brasil.

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Pedro Mocho lidera o estudo que identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi. Geologia sempre foi a sua paixão. Nos próximos seis anos continuará a estudar a história evolutiva dos dinossáurios saurópodes do Mesozóico Ibérico.

Esqueleto de <i>Oceanotitan dantasi</i> à escala

Uma equipa de paleontólogos identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi -, descoberto na Praia de Valmitão, na Lourinhã, em 1996. A identificação da nova espécie confirma a presença de uma grande diversidade de saurópodes no Jurássico Superior de Portugal rivalizando a diversidade já reconhecida nas faunas do Jurássico Superior da América do Norte e de África.

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