Edna Correia distinguida com Medalha de Honra L’Oréal Portugal para Mulheres na Ciência

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Edna Correia com uns binóculos a olhar para o horizonte

Edna Correia estuda de que forma os produtores de arroz e as aves podem coexistir num ambiente sustentável

L'Oréal Portugal

Edna Correia, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), polo da Ciências ULisboa, é uma das quatro jovens cientistas portuguesas distinguidas na 18.ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A cientista vai receber um incentivo no valor de 15 mil euros para estudar o papel dos arrozais do Estuário do Tejo na preservação de aves aquáticas.

Edna Correia, de 34 anos, tem estudado principalmente a ecologia trófica de aves, nomeadamente aspetos relacionados com a dieta e características das áreas de alimentação, os seus movimentos e o comportamento durante a migração. A investigadora é doutorada em Biologia e Ecologia das Alterações Globais pela Ciências ULisboa, tendo concluído o mestrado em Ecologia, Ambiente e Território e a licenciatura em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

A cerimónia de entrega das medalhas acontece esta quarta-feira, dia 23 de março, pelas 11h00, em formato online.

Para além da apresentação dos projetos distinguidos, a cerimónia inclui ainda um debate sobre o futuro da ciência no feminino, que conta com a participação de Mónica Bettencourt-Dias, diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, Cláudia Pereira, vencedora da 1.ª edição das Medalhas em 2004, investigadora na Faculdade de Medicina e no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, e José Vítor Malheiros, consultor de Comunicação de Ciência, com moderação da jornalista Miriam Alves.

Podem os arrozais do Estuário do Tejo fornecer alimento para humanos e simultaneamente ser casa para outras espécies?

O projeto de Edna Correia tem como principal objetivo compreender até que ponto os arrozais - zonas húmidas artificiais - podem servir de alternativa para as aves que tradicionalmente dependem de zonas húmidas naturais, contribuindo dessa forma para a conservação da espécie em Portugal.

Edna Correia explica que a necessidade deste estudo se prende com a acelerada perda de zonas húmidas a nível mundial, principalmente devido à expansão agrícola. O arroz é uma das culturas com maior produção a nível mundial, cultivado maioritariamente em zonas húmidas transformadas para o efeito. A sua intenção é fazer uma avaliação do potencial prejuízo causado pelas aves aquáticas na produção de arroz, de forma a contribuir para a criação de diretrizes de coexistência sustentável entre as aves e os produtores de arroz.

A realização deste estudo vai ao encontro da crescente necessidade da gestão sustentável dos ecossistemas globais. Para Edna Correia, “a gestão sustentável dos ecossistemas é uma preocupação global, no entanto é necessário ter um conhecimento local de forma a conseguir medidas de gestão adequadas a cada caso particular”. A cientista acrescenta ainda que este trabalho poderá dar diretrizes importantes para este tipo de gestão noutros países, ainda que cenários ligeiramente distintos possam requerer abordagens ou soluções bastante diferentes.

 

O prémio, no valor de 15 mil euros, irá permitir à investigadora realizar o seguimento, com aparelhos de GPS, de algumas das espécies de aves que usam frequentemente as zonas de arrozais, como a íbis-preta (uma espécie muito abundante nos arrozais do Estuário do Tejo), determinando de que forma e com que intensidade estes e outros habitats são usados por esta espécie.

“Estou muito contente por ter recebido este prémio. Significa um reconhecimento do trabalho que tenho vindo a fazer, mas principalmente um grande incentivo para continuar. Tem também um papel fundamental em dar visibilidade, não só dentro, mas também fora do meio académico, a cientistas no início de carreira e ao trabalho que estão a desenvolver, que por sua vez é muito importante para garantir novos projetos no futuro.” Edna Correia

bando de aves por cima de um campo de arroz
A espécie íbis-preta é muito abundante nos arrozais do estuário do Tejo
Fonte Edna Correia

A investigadora valoriza este prémio no seio de uma sociedade onde ainda é notória a desigualdade de género, defendendo que “o desigual acesso a oportunidades ao longo da carreira é visível, por exemplo, na predominância de homens em cargos de chefia”. Apesar dos progressos que se têm vindo a verificar, Edna Correia considera que “ainda há um longo caminho pela frente em direção à igualdade entre mulheres e homens na ciência.”

Além de Edna Correia, são também distinguidas nesta edição as investigadoras Sandra Tavares, do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Carina Soares-Cunha, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho e a antiga aluna da Ciências ULisboa, Sara Carvalhal, do Algarve Biomedical Center. Esta edição contou com 72 candidaturas.

A atribuição das medalhas é uma iniciativa conjunta entre a L’Oréal Portugal, a Comissão Nacional da UNESCO e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Este ano são atribuídos 60 mil euros para apoiar projetos de investigação nas áreas do cancro, microcefalia, comportamentos aditivos e preservação de aves aquáticas. Desde 2004, o galardão já premiou 61 jovens cientistas com menos de 35 anos e que se destacaram pelos seus projetos nas áreas das Ciências da Saúde e do Ambiente, entre elas destaque para as cientistas da "casa" ou antigas alunas Inês Fragata e Joana Carvalho em 2021;  Ana Rita Carlos em 2020; Diana Madeira em 2018; Dulce Oliveira em 2017; Inês Sousa em 2011; Susana Solá em 2008; Filipa Mendes e Rosalina Fonseca em 2006; Sónia Gonçalves e Ana Sarzedas, em 2005; e Margarida Gama Carvalho, em 2004.

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Iris Silva, investigadora do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) na Ciências ULisboa, venceu pela segunda vez o Best Young Investigator Award da Sociedade Europeia de Fibrose Quística (ECFS), segundo comunicado de imprensa emitido esta sexta-feira pela Faculdade. O galardão será atribuído durante o 44th European Cystic Fibrosis Conference, que se realiza online entre 9 e 12 de junho de 2021.

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O projeto SKIES (SKilled, Innovative and Entrepreneurial Scientists), iniciado em março passado e com a duração de 18 meses, pretende fornecer a estudantes de doutoramento e jovens investigadores doutorados na área da Astronomia um conjunto de competências ao nível da ciência aberta, inovação e empreendedorismo.

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Ana Rita Gonçalves concluiu o mestrado em Biologia da Conservação na Ciências ULisboa e no âmbito da sua tese estudou a morfologia de todas as moscas-formiga conhecidas da Península Ibérica e de Itália - dez espécies no total. Quatro delas são novas para a Ciência e uma apenas existe em Portugal.

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Esta segunda-feira, dia 19 de abril, a Faculdade celebra 110 anos. Para acompanhar a cerimónia comemorativa que será realizada uma vez mais online no próximo dia 21 de abril, a partir das 14h00, deverá ligar-se ao canal YouTube.

Exposição Variações Naturais – uma viagem pelas paisagens de Portugal

Após 18 meses de desenvolvimento de projeto e montagem, Variações Naturais – uma viagem pelas paisagens de Portugal abriu portas ao público em novembro passado e vai estar em exibição até 25 de novembro de 2022.

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Ícaro Dias da Silva recebeu uma menção honrosa na última edição (2019) dos Prémios Científicos ULisboa / Caixa Geral de Depósitos. O investigador do IDL Ciências ULisboa estuda a geodinâmica das margens continentais relacionadas com a abertura e fecho de oceanos no Paleozoico.

Barcos de pesca em Almograve, Portugal

No âmbito do projeto MarCODE já foram recolhidas mais de 1000 amostras de pescado e marisco - robalo, dourada, raia-lenga, pescada, carapau, polvo, cavala, ouriço e percebes. A amostragem decorreu nas lotas nacionais da DOCAPESCA. As amostras encontram-se a ser processadas analiticamente nos laboratórios do MARE e do BioISI, nos polos da Faculdade.

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Até ao próximo mês de julho, cerca de 70 famílias de cuidadores informais no território continental português participam no programa “Famílias Seguras – Cuidar de quem Cuida” lançado pela Ciências ULisboa, através do seu Centro de Testes, em parceria com a Associação Nacional de Cuidados Informais.

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O jornalismo científico tem a responsabilidade de tornar a mensagem científica compreensível para o público leigo. Jornalistas e cientistas têm o dever cívico de contribuir para a qualidade da informação.

Trajeto de transferência eletrónica num óxido metálico misto de molibdénio e tungsténio

Os fenómenos de transferência de eletrões são omnipresentes em toda a natureza e em Biologia Molecular representam ainda a “transdução de energia”, isto é o transporte de eletrões através de uma enzima ou proteína. Os resultados desta investigação podem ajudar a melhorar a compreensão de como os eletrões se movem nas junções moleculares em dispositivos eletrónicos, ou na transferência de eletrões em biomoléculas com mediação de espécies metálicas.

Pormenor da conceção artística do interior do futuro telescópio espacial de raios X Athena, da ESA

A componente ótica portuguesa, liderada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, e que irá integrar o futuro telescópio espacial europeu nos raios X, passou na revisão de requisitos e entra agora na fase de projeto. O IA lidera o conceito e desenho de um sistema de metrologia, ou OBM (do inglês “Onboard Metrology System”), que permitirá orientar com exatidão o espelho do Athena, um telescópio espacial nos raios X, para o sensor de cada um dos dois instrumentos científicos desta missão.

Alunos e professor no campus da Faculdade

A equipa CGD/MATHFCUL ficou classificada em 5.º lugar na final nacional do Global Management Challenge 2020. Exigência foi a palavra escolhida pela equipa para classificar esta experiência. "Fico muito satisfeito e grato pela dedicação e crescimento destes meus alunos", diz João Telhada, professor do DEIO Ciências ULisboa e mentor da equipa.

Mulher esconde rosto com relógio

"O efeito da mudança de hora no consumo de energia é cada vez menos relevante nas nossas sociedades desenvolvidas e, por isso, a avaliação da sua premência deve valorizar sobretudo outros efeitos, como o impacto na saúde, na economia ou no bem-estar dos cidadãos", escreve Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE Ciências ULisboa e investigador do IDL.

A distribuição potencial dos continentes no Arcaico e a profundidade do oceano em metros

Mattias Green, professor da Bangor University (BU), no Reino Unido, coorientador de Hannah Davies, estudante do programa doutoral Earthsystems, ganhou uma Bolsa Leverhulme no valor de 245.884,00 £, equivalente a 287.331,58 €, para estudar o clima da Terra no Arcaico, juntamente com João C Duarte, professor do Departamento de Geologia da Ciências ULisboa, investigador do Instituto Dom Luiz e membro da comissão coordenadora do referido programa. 

Pernas de crianças

Inês Lima, Leonor Pires, Mariana Oliveira e Raquel Sales Rebordão, estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica da Ciências ULisboa, classificaram-se em 2. º lugar na 3ª edição do BioMind – Make it in 24 hours! com o produto IMAGI, um projeto que conjuga técnicas de hipnoterapia e realidade virtual com o objetivo de reduzir e controlar a dor crónica em crianças.

Representação de uma bicamada fosfolipídica usada como modelo de uma membrana celular (à esquerda); representação de uma ligação de halogéneo (a amarelo) efetuada entre um átomo de bromo e um átomo de oxigénio de um fosfolípido (à direita)

Investigadores do BioISI Ciências ULisboa conseguiram demonstrar que moléculas halogenadas interagem com membranas biológicas por via de ligações de halogéneo, um fenómeno que pode ser determinante para a eficácia terapêutica de fármacos.

Arame

Mais um artigo do GAPsi Ciências ULisboa. Desta vez a temática é dedicada ao ciclo das relações abusivas.

painéis solares

A 38th European Photovoltaics Specialists Conference - EUPVSEC 2021 realiza-se de 6 a 10 de setembro de 2021, no formato online. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, é o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica.

Helena Avelar de Carvalho

"A Helena era, sem qualquer dúvida, uma das melhores na sua área, no mundo inteiro, e a sua carreira académica estava só a começar", escreve Henrique Leitão, presidente do Departamento de Histórioa e Filosofia das Ciências.

Caneta e números

“A matemática é uma parte essencial do património cultural da humanidade”, dizem Ana Rute Domingos e Maria Manuel Torres, docentes do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, a propósito do Dia Internacional da Matemática, que se celebra a 14 de março.

Miguel Marques de Magalhães Ramalho, vulto destacado da comunidade geológica, que foi vários anos professor catedrático convidado da Ciências ULisboa, faleceu a 8 de março de 2021. "A ele se deve a introdução da conceção moderna de Estratigrafia no curso de Geologia do Departamento, enriquecida por saídas de campo de elevado valor didático", escreve a professora Ana Cristina Azerêdo. Ciências ULisboa apresenta sentidas condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

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