Cartas com Ciência

Cartas com Ciência

O conhecimento e a empatia não têm fronteiras, prova disso é o projeto Cartas com Ciência, que parte das palavras dos cientistas para criar laços e encurtar distâncias no que à educação diz respeito

Cartas com Ciência

Sabia que é possível fazer chegar a crianças e jovens dos países lusófonos o “bichinho” pelo ensino superior e por carreiras científicas?

O segredo para o conseguir fazer é juntar-se ao projeto Cartas com Ciência, que cria conversas entre cientistas e crianças nestes países com o objetivo de mitigar barreiras e preconceitos relacionados com o ensino superior e carreiras científicas.

Ou seja, a Cartas com Ciência “leva a ciência a todos os cantos da lusofonia, uma carta de cada vez”.

Este projeto foi criado por Mariana Alves e Rafael Galupa, ambos investigadores portugueses (estudante de doutoramento e pós-doc, respetivamente) no Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL) e, o Rafael, alumnus da Ciências ULisboa, no curso de Biologia. Os jovens cientistas participavam no projeto americano “Letters to a Pre-Scientist”, que organiza trocas de cartas com estudantes em escolas americanas de contextos desfavorecidos, e não tiveram dúvidas: este modelo seria muito enriquecedor se desenvolvido em versão língua portuguesa para chegar a muitas comunidades nos países de língua portuguesa que têm pouco acesso à ciência.

A Cartas com Ciência foi oficialmente lançada no dia 5 de maio de 2020, a propósito do primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa. É uma spin-off da Native Scientist.
Desde então, 93 cientistas de língua portuguesa já responderam a cartas que chegaram às mãos de 93 crianças e jovens dos 9 aos 17 anos, que com elas aprendem, pensam e sonham.

Trinta e oito desses cientistas têm ligação a Ciências ULisboa. Neste momento, há sete cientistas da Faculdade em correspondência com sete estudantes: três na turma de Dili, dois na turma de Coimbra, um na turma de Odivelas e um na turma de São Tomé.

A primeira comunicação chega pelo estudante, as cartas partem dos mais variados cantos do mundo. Devido à pandemia atual e às limitações de correio que impõe, a equipa tem centralizado alguma receção e envio de cartas em Portugal para facilitar a logística.

Rodrigo Amaro e Silva, doutorado em Ciências Geofísicas e da Geoinformação pelo Instituto Dom Luiz e investigador no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), é um dos cientistas do projeto. O cientista troca cartas com Pedro, estudante de 10 anos que frequenta a escola participante de Coimbra.

Desde o início da  no ano 2009, que Rodrigo percebeu gostar mesmo de comunicar ciência. Foi isso que o levou a participar em várias atividades de divulgação, a dar aulas aqui na Faculdade, e até a fazer uma formação para guia no Museu da Eletricidade em Lisboa.

A ideia de colocar crianças e cientistas em contacto e o facto de recorrer a correspondência por carta despertou imediatamente o interesse do cientista.

Com o seu contributo pretende “humanizar a ciência e os cientistas”. Isto porque, reforça, “é fundamental para derrubar possíveis barreiras imaginárias que afastem crianças curiosas da ciência e da educação”.

A forma como as crianças podem passar a encarar a Ciência e o impacto que terá no seu futuro, entusiasmam Rodrigo.

“Estou convicto de qualquer criança sai valorizada e vê a ciência de outra maneira depois de participar na Cartas com Ciência. Mas vejo duas grandes vantagens no cruzamento de cientistas com crianças de países (de língua oficial portuguesa) diferentes do seu: o reforço da união e multiculturalidade que a língua portuguesa nos oferece; o incentivo à curiosidade e à educação, que ainda hoje é dos melhores “elevadores sociais” e mecanismos de desenvolvimento socioeconómico que temos à nossa disposição”.

De ambos os lados, de quem escreve – tal como o Rodrigo -  e de quem recebe as cartas, o feedback tem sido muito positivo, como explicam os responsáveis Mariana e Rafael: “todos os professores que estão a participar mostram-se muito satisfeitos com a experiência, e relatam-nos também as reações de contentamento dos estudantes, especialmente no momento de receberem as cartas. Têm-nos enviado também muitas fotos e vídeos dos estudantes a ler as suas cartas, às vezes uns para os outros. 89% dos estudantes “conheceram” pela primeira vez um(a) cientista através destas trocas de cartas. Há muito entusiasmo também da parte da comunidade científica; ao fim de três meses de lançarmos o projeto tínhamos mais de 600 inscrições. Os cientistas que já têm trocado cartas mostram-se também muito positivos: 80% escolhem a palavra “gratificante” e 72% a palavra “divertida” para descrever a experiência”.

A ligação criada entre estudantes e cientistas é uma conquista que em muito agrada à organização, há uma história que prova exatamente isso, como contam: “uma professora de um dos grupos [de estudantes que trocam correspondência] contou-nos que estava muito curiosa para saber o que os cientistas tinham escrito nas suas cartas de resposta às cartas dos alunos, mas nenhum dos alunos a deixou ler as cartas que receberam! Como notou uma investigadora envolvida na Cartas com Ciência, é provavelmente um sinal de que os alunos já estabeleceram um tipo de relação com os seus cientistas respetivos, relação essa que consideram privada. É mesmo este o nosso objetivo, que estas cartas (com ciência) permitam aos estudantes criar sentimentos de identificação e de pertença com os seus cientistas, e por extensão, com a ciência e as carreiras científicas”

A aposta na formação em Comunicação de Ciência

Os cientistas que participam no projeto não só aprendem com os mais novos a quem explicam a sua área científica, como também têm a oportunidade de receber formação em Comunicação de Ciência pela equipa Cartas com Ciência.

Outro dos objetivos do projeto é proporcionar formação e experiência em comunicação científica a investigadores de várias origens e em diferentes fases das suas carreiras, para capacitá-los a estabelecerem interações mais significativas com a sociedade isto porque “os cientistas têm geralmente pouco à-vontade para explicar o seu trabalho a não-especialistas”.

Se já lhe apetece pegar na caneta (ou talvez ir direto ao computador) saiba com pode escrever cartas de “amor” pela ciência e participar neste projeto:

Se trabalha em Ciência, pode responder a cartas e inspirar as novas gerações.

Se é professor, pode inscrever-se para participar no projeto e organizar um  dos programas da iniciativa com a sua turma.

Se quer apadrinhar, pode fazer uma doação para apoiar a participação de crianças lusófonas nos programas.

Se faz parte de uma empresa, pode tornar-se mecenas e contribuir para um futuro com mais oportunidades para todas as crianças.

Se representa uma universidade ou instituição científica, pode tornar-se parceiro e divulgar o projeto pela sua rede de contactos, cientistas e alumni na CPLP.

Se quer simplesmente ficar a par do trabalho Cartas com Ciência, visite o site e as redes sociais da iniciativa, e inscreva-se para receber a carta de novidades.

Raquel Salgueira Póvoas, ACI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Samsung Galaxy

A maior conferência Android do mundo, com 11 anos de existência e presente em mais de 25 cidades por todo o mundo, - Droidcon Lisboa 2019 - realiza-se pela primeira vez em Portugal nos dias 9 e 10 de setembro, no campus de Ciências ULisboa.

LxUs

A equipa LxUs integra alunos das faculdades de Ciências e de Farmácia da ULisboa e é a primeira a representar Portugal no SenSus. Os estudantes desenvolveram biossensores para medição dum fármaco biológico, utilizado para tratar doenças como a artrite reumatoide. Grande parte da equipa é da área da Engenharia Biomédica e Biofísica.

Marissa Verhoeven na HortaFCUL

“O meu estágio foi muito desafiante”, conta Marissa Verhoeven, estudante de Biologia Aplicada na Holanda, após a experiência no projeto de permacultura experimental da HortaFCUL. Na crónica sobre esta experiência partilha os resultados da sua investigação sobre a produção e o uso do vermicomposto, bem como um livro infantil sobre a importância das abelhas.

Paula Simões

Paula Simões ora leciona e orienta alunos, o que geralmente ocupa grande parte das suas manhãs ou tardes, ora ocupa o restante tempo com outras atividades como é exemplo o projeto “Cigarras de Portugal – Insetos Cantores”, no âmbito do qual os cidadãos são desafiados a estarem atentos aos sons das cigarras!

Tiago Guerreiro

O professor de Ciências ULisboa Tiago Guerreiro é um dos novos editores chefes da Association for Computing Machinery (ACM) Transactions on Accessible Computing (TACCESS).

Planta

Grupo de investigadores e responsáveis de instituições de investigação escreveram uma carta aberta de protesto sobre decisão do Tribunal de Justiça Europeu sobre genoma.

Prémio Doutoramento em Ecologia

Francisco Pina Martins, Adrià López-Baucells e Inês Gomes Teixeira são os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2019. Os trabalhos galardoados serão apresentados durante o 18.º Encontro Nacional de Ecologia, que se realiza em simultâneo com o 15.º Congresso Europeu de Ecologia, entre 29 de julho e 2 de agosto em Ciências ULisboa.

Complexidade da diversidade

"É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados", in no Campus com Helder Coelho.

Chegada à Lua

O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e o Museu da Presidência da República celebram os 50 anos da chegada à Lua.

Campus Ciências ULisboa

Professores de todo o país vão estar reunidos no maior evento de formação acreditada na área do ensino das ciências realizado em Portugal. O VI Encontro Internacional da Casa das Ciências acontece entre os dias 10 e 12 de julho, no campus de Ciências ULisboa.

Logotipo

Tal como sucedeu em edições anteriores, vários professores e investigadores de Ciências ULisboa participam no Ciência 2019 - Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que decorre em Lisboa até 10 de julho.

Mara Gomes, aluna do 2.º ano do mestrado em Ciências do Mar participou no cruzeiro oceanográfico RV Polarstern em junho passado, sob o lema “Changing Oceans – Changing Future”. “Mara Gomes teve a dupla experiência de participar como cientista e de ensinar os alunos do programa POGO”, conta Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal e investigadora do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).

Ciências ULisboa

As classificações excelente e muito bom destacaram-se na avaliação feita aos centros de investigação afetos a Ciências ULisboa. Para os próximos quatro anos, Ciências ULisboa pretende continuar a sua aposta na investigação de excelência, agora com um pouco mais de fundos (um acréscimo de mais de quatro milhões de euros).

Falecimento

Ermesenda Fernandes, assistente técnica do Gabinete de Orçamento e Prestação de Contas da Área Financeira da Direção Financeira e Patrimonial de Ciências ULisboa, faleceu esta quarta-feira, dia 19 de junho de 2019. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laboratórío em Ciências ULisboa

Leonor Côrte-Real, investigadora do polo de Ciências ULisboa CQE, irá representar Portugal no 6th Young Medicinal Chemist Symposium. A jovem doutorada em Química, especialidade em Química Inorgânica por Ciências ULisboa, foi escolhida pela SPQ para representar Portugal neste simpósio e irá apresentar o trabalho desenvolvido durante a sua tese.

Alunos durante um exercício do FCUL Rally Pro

O evento de Ciências ULisboa que convida os estudantes do ensino secundário a programar já vai na 7.ª edição.

Um estudo publicado na revista "Nature" revela novas evidências sobre a ocupação humana da Sibéria desde há 31 mil anos. Vítor Sousa, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c em Ciências ULisboa, é um dos 54 cientistas envolvidos na investigação.

Maria João Verdasca

Maria João Verdasca iniciou em fevereiro de 2017 o programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução. A sua investigação foca-se na modelação espacial de espécies invasoras e no estudo dos seus impactos ecológicos e socioeconómicos. Recentemente foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019.

Síndrome do impostor

Uma das formas mais eficazes de lidar com o síndrome do impostor é mesmo falar sobre ele, partilhando entre colegas ou amigos com quem sinta um espaço seguro, os desafios que vai sentindo profissionalmente e perceber que não está sozinho naquilo que sente. Estima-se que 70% das pessoas sofrem deste fenómeno psicológico.

Sala de aula

"Todo e qualquer avanço do saber produz uma nova e profunda ignorância, mais mistérios, o que não é surpreendente, pois o progresso, com os avanços sistemáticos, tende para o desconhecido", in no Campus com Helder Coelho.

Vanézia Rocha

Vanézia Rocha iniciou em setembro de 2018 o mestrado em Biologia dos Recursos Vegetais. Recentemente a jovem cabo-verdiana foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019, pelo Conselho Científico das Ciências Naturais e do Ambiente da FCT. Os vencedores serão anunciados antes da 26ª Assembleia Geral do GBIF, que decorrerá na Holanda em outubro de 2019.

Exposição E3

A exposição E3 acompanha os astrónomos britânicos A.S. Eddington, C.R. Davidson e A.C.C. Cromelin e o especialista em relojoaria E.T. Cottingham na sua longa viagem e observações. A 29 de maio de 2019 celebra-se o centenário do eclipse solar total de 1919, observado na ilha do Príncipe e na cidade do Sobral,no Brasil.

João Sousa, investigador no Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala, foi distinguido com o prémio DSN 2019 William C. Carter, no âmbito do trabalho desenvolvido na tese de doutoramento "Byzantine state machine replication for the masses", realizada enquanto aluno do Departamento de Informática de Ciências ULisboa.

Pedro Mocho

Pedro Mocho lidera o estudo que identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi. Geologia sempre foi a sua paixão. Nos próximos seis anos continuará a estudar a história evolutiva dos dinossáurios saurópodes do Mesozóico Ibérico.

Esqueleto de <i>Oceanotitan dantasi</i> à escala

Uma equipa de paleontólogos identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi -, descoberto na Praia de Valmitão, na Lourinhã, em 1996. A identificação da nova espécie confirma a presença de uma grande diversidade de saurópodes no Jurássico Superior de Portugal rivalizando a diversidade já reconhecida nas faunas do Jurássico Superior da América do Norte e de África.

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