Entrevista com Ana Nunes e Ana Simões

Lições de Professores Cientistas

relógios

"É preciso dar mais visibilidade a estas Lições para que, mais do que reações, elas promovam novas ações, isto é, novas propostas de publicação de outras Lições", defendem Ana Nunes e Ana Simões

Unsplash - Alex Guillaume

As professoras Ana Nunes e Ana Simões apresentam em entrevista os objetivos do repositório digital de cursos e apontamentos de antigos professores da Ciências ULisboa, nomeadamente João Andrade e Silva, Noémio Macias Marques, José Vassalo Pereira, António Almeida Costa e José Sebastião e Silva.

Porque é que decidiram disponibilizar ao público este repositório digital de cursos e apontamentos de antigos professores da Faculdade?

AN e AS - Este projeto surgiu da confluência de várias ideias e acontecimentos. Entre estes, destacamos o recente desaparecimento de vários professores que nos marcaram, e a constatação de que, passadas décadas sobre as suas últimas aulas, muitos colegas os identificam também como referência da sua experiência como alunos da Faculdade.

Entre as primeiras, a ideia de reforçar a identidade e a cultura de partilha na Ciências ULisboa. Uma escola é sempre um projeto de longo termo, e um processo cumulativo, de passagem de testemunho. No entanto, e com a honrosa exceção do Departamento de Matemática, não existe na Ciências ULisboa uma cultura de divulgação dos materiais pedagógicos que vão sendo produzidos.

Pareceu-nos particularmente oportuno lançar este projeto na altura da comemoração do 110.º aniversário da Faculdade. Quando a FCUL comemorou os seus 90.º e 100.º aniversários foram publicadas as Memórias de Professores Cientistas e as Novas Memórias de Professores Cientistas. Não queríamos deixar de assinalar esta data tão importante e de a relacionar com o perfil comemorativo das duas últimas décadas. Daí que chamássemos a este projeto Lições de Professores Cientistas. Esperamos que as Lições possam ainda ser complementadas com um volume comemorativo do 110.º aniversário assinalando-se as especificidades das experiências que todos os membros da Ciências ULisboa (docentes, investigadores, alunos e pessoal não docente) tiveram nos anos de pandemia.

O primeiro objetivo é o de guardar memória de uma vertente importante da história da Ciências ULisboa, e por isso os cursos dos professores cientistas são acompanhados por uma breve nota biográfica que enquadra a carreira de cada autor. São em geral percursos ligados a grupos importantes nas respetivas especialidades, e em que se lê também a articulação da história da Faculdade com a da ciência internacional contemporânea.

Temos ainda consciência que para além da memória que urge preservar, os cursos assim resgatados do esquecimento serão fontes indispensáveis para uma história da Ciências ULisboa em tempos de democracia. Este foi o nosso segundo objetivo. Estamos conscientes que a proximidade temporal não facilita necessariamente o trabalho do historiador, tanto mais que há uma cultura deficitária ou inexistente de preservação de espólios, quaisquer que sejam as suas tipologias, incluindo as iconográficas que, apesar de vivermos a era do visual por excelência, são ainda mais esquivas que as impressas ou manuscritas.

Que outras lições/ professores esperam apresentar no futuro?

AN e AS - Este projeto seguirá o seu próprio rumo. Estas primeiras Lições e os contactos feitos tanto com colegas como, e principalmente, com os familiares dos professores cujas Lições agora publicamos, e a quem agradecemos publicamente o entusiasmo e apoio concedidos, já nos permitiram resgatar mais cursos que serão disponibilizados em breve. E, estamos certas, que outros se lhes seguirão, não só associados ao Departamento de Física como a outros departamentos da Ciências ULisboa. Assim, exortamos todos os colegas que disponham de textos em condições de serem divulgados nos mesmos termos que nos contactem para que este projeto se alargue a todas as áreas científicas da Faculdade.

As Lições poderão interessar a muitos. Estamos convictas que todos aqueles que como nós foram alunos destes professores terão enorme prazer em recordar as suas aulas. Mas interessarão também a outros colegas, aos estudantes atuais, da Faculdade e de outras instituições universitárias nacionais e, ainda, a estudantes e historiadores no espaço da lusofonia.

Daquelas que estão apresentadas neste repositório, qual é na vossa opinião a lição mais marcante?

AN e AS - A resposta a esta pergunta é necessariamente subjetiva e dependerá das memórias que estas Lições convocarem naqueles que assistiram a elas. Cada uma de nós, e cada um daqueles que revisitar agora estas Lições, responderá de maneira diferente, em função do contexto em que as viveu e das memórias que suscitarem, num processo semelhante à experiência da Madalena relatada por Marcel Proust no A La Recherche du Temps Perdu.

Que reações têm recebido a propósito do lançamento do Lições de Professores Cientistas?

AN e AS - Até agora foram poucas, mas entusiastas. Por isso mesmo é que nos parecia importante que lhes fosse dado mais protagonismo. É preciso dar mais visibilidade a estas Lições para que, mais do que reações, elas promovam novas ações, isto é, novas propostas de publicação de outras Lições.

Ana Subtil Simões, Área Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

As florestas de Madagáscar estão em risco, mas um estudo publicado online na revista “Biological Conservation” demonstra que as áreas protegidas da ilha estão a ser eficazes no combate à desflorestação.

Pela primeira vez uma cientista portuguesa é a presidente eleita da European Society for the History of Science.

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

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Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

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