"Aprender a comunicar ciência é um processo contínuo e nunca terminado", diz Nuno Gonçalves, finalista do 3MT ULisboa

Nuno Gonçalves

Ao longo dos últimos dias, temos dado a conhecer os quatro finalistas de CIÊNCIAS que vão participar na final da competição ‘Três Minutos de Tese – Universidade de Lisboa’.

Entrevistámos Nuno Gonçalves, a realizar o doutoramento no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), que fala sobre o desafio de comunicar termos técnicos ao público e o contributo das “máquinas que criam arco-íris” na procura de planetas semelhantes à Terra. Para isso, o seu trabalho foca-se no desenvolvimento de espectrógrafos de alta resolução de luz visível com dimensões reduzidas, capazes de serem enviados para o espaço.

O que significa para ti chegar à final do 3MT ULisboa?

Nuno Gonçalves (NG) - Fiquei muito feliz com atingir esta meta no 3MT. Depois de ter conhecido alguns dos participantes, apercebi-me que todos eles e elas são muito bons comunicadores do seu trabalho. Por isso, fiquei muito feliz por ter sido um dos 12 alunos que passaram à final. Não o conseguia ter feito sem a ajuda de alguns dos meus amigos que me ouviram vezes sem conta a repetir o mesmo discurso e a darem-me feedback. Agora, estou muito focado em conseguir comunicar o meu trabalho o melhor possível para todos os presentes na final de dia 6 de junho. E assim, tentar mostrar a importância que os arco-íris podem ter para a astronomia.

O que destacas desta experiência até agora? Tens alguma curiosidade que gostasses de partilhar?

NG - Esta experiência está a ser bastante enriquecedora. Está-me a fazer pensar em como conseguir contar a história completa do meu trabalho de doutoramento. Tal como o trabalho de muitos dos meus colegas, o meu, acaba por ser acerca de "como apertar um parafuso" muito específico, parafuso este, que está inserido num tema muito grande e complexo. Por isso, quando é para comunicar o trabalho, é desafiante abstrair-me da complexidade e do jargão da área para o comunicar para o público geral de forma cientificamente correta. Participar no 3MT sem dúvida que me ajudou a crescer neste sentido e a ultrapassar algumas destas dificuldades. Se bem que, aprender a comunicar ciência é um processo contínuo e nunca terminado.


Nuno Gonçalves

No que consiste a tua investigação, que problema estás a estudar no teu doutoramento?

NG - No meu projeto de doutoramento eu trabalho com "máquinas que criam arco-íris", ou seja (e usando o jargão técnico), espectrógrafos de alta resolução de luz visível. Estas máquinas são muito importantes para os astrónomos, já que permitem criar "arco-íris" (i.e, espectros) feitos com luz de estrelas muito distantes. Os astrónomos utilizam estes espetros e conseguem descobrir se existem planetas a orbitar essa estrela e do que é que é feita a atmosfera destes planetas. Estas são informações muito importantes quando andamos à procura de um planeta como a Terra a orbitar uma estrela como o Sol. Encontrar um planeta similar ao nosso, permite-nos dar um passo em frente na demanda que é encontrar vida fora da Terra.

Hoje em dia, nós usamos estas máquinas nos grandes observatórios de astronomia, mas usa-las aqui na Terra trás algumas limitações. A nossa atmosfera bloqueia uma parte das "cores" que chegam das estrelas, e torna difícil ver as mais ténues. Por isso, se conseguíssemos usar estas "máquinas de arco-íris" para lá da nossa atmosfera, contornaríamos esta dificuldade. No entanto, estas máquinas são muito grandes e complexas, por isso dificilmente as conseguíamos meter num satélite e enviar para o espaço. É aqui que entra o meu trabalho de doutoramento. Eu estou a dar os primeiros passos de como diminuir o tamanho destas máquinas. Para isso, tive que estudar as que já funcionam aqui na Terra e descobrir os parâmetros críticos para as suas capacidades óticas e dimensões. Com base nestes parâmetros, extrapolei-os para um novo desenho de uma "máquina de arco-íris", de forma a que esta consiga fazer o "mesmo trabalho" que as máquinas cá na Terra, mas cabendo num espaço muito mais pequeno. Desta forma, conseguimos pegar nestas novas máquinas e mandá-las para o espaço.

Que mensagem gostarias de deixar a outros estudantes de CIÊNCIAS que estejam a ponderar participar no futuro?

NG - Acho que comunicar ciência é uma parte fundamental do trabalho de qualquer cientista. Comunicar, torna-nos melhores alunos, investigadores e, sobretudo, professores. Penso que sirva de pouco realizarmos ciência de ponta se não a conseguirmos transmitir aos nossos pares, a colegas de áreas diferentes e, sobretudo, ao resto da sociedade civil. Aconselho vivamente a todos os meus colegas a abraçarem o desafio do 3MT. Acho que pela formação de comunicação, já vale a pena a experiência, pois ganhamos umas "luzes" do que deveremos fazer para comunicar o nosso trabalho. Se abraçarmos convictamente o desafio, poderemos ter uma oportunidade de sair da nossa zona de conforto e expor o nosso trabalho para uma plateia maior que o nosso grupo de trabalho diário. E assim, aos poucos, tornar-nos melhores comunicadores e melhores cientistas.

A final da competição terá lugar amanhã, dia 6 de junho, às 17h00, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Sabe mais sobre os finalistas já destacados: Ana Santos, Francisco Azevedo e Silva e Inês Ventura.

Marta Daniela Santos, Gabinete de Comunicação de Ciência da DCI CIÊNCIAS
mddsantos@ciencias.ulisboa.pt

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

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Os vencedores do galardão desenvolveram o melhor projeto de Net Zero Energy House.

Há espírito empreendedor nos corredores de Ciências e a prová-lo esteve a prestação dos alunos de Ciências e do ISCTE-IUL na Sessão Final da Disciplina de Projeto Empresarial.

Cerca de 14 alunos do ensino secundário decidiram passar uma semana das suas férias a frequentar a Escola de Verão de Energia, organizada pelos professores e alunos do mestrado integrado de Engenharia da Energia e do Ambiente, e que já vai na sua segunda edição.

Pedro Veiga, Luís Correia e Teresa Chambel, professores do Departamento de Informática (DI) de Ciências, participaram no primeiro E-Tech Portugal, ocorrido no início de junho de 2016, em Setúbal.

A racionalidade (homem racional) é inalcançável, porque a escolha ótima (identificada a maior parte das vezes com a utilidade máxima individual) é demasiado perfeita.

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