No Campus com Helder Coelho

Agente ativo em sociedade

Helder Coelho

Richard Florida no livro “The Rise of the Creative Class”(2002) defende a teoria dos 3T (Tecnologia, Talento, Tolerância), para abordar um grupo de profissionais (artistas, músicos, cientistas, professores, médicos, economistas, filósofos, empresários e advogados) que fazem sempre falta a uma cidade (sociedade) para construírem o motor do seu crescimento e transformação económica.

“As classes criativas (veja-se o índice de aglomeração) querem viver em locais onde podem refletir e reforçar a sua identidade”, isto é são exigentes e empenhadas, intervêm com novas ideias e fazem coisas que desassossegam os que vivem perto. Daí, os autarcas procurarem convidar estes ‘interventores’ para ficarem longos períodos de tempo como residentes, e aproveitarem depois para os apresentar como sinais da pujança das suas cidades (forças vivas do futuro), pois quanto maior é a concentração de talentos mais fácil é animar e desenvolver, montar e instalar, construir e copiar (no Renascimento foi a vez de Florença, entre as Grandes Guerras coube a vez de Paris, depois Nova Iorque virou o lugar eleito).

A escultura e a pintura, a música e a literatura, mais recentemente a moda (design), a arquitetura e a tecnologia, tornaram-se os grandes "atractores" das cidades adaptativas. Hoje em dia fala-se das startups e do vale do silício na Califórnia, e à medida que a economia cresce assistimos a uma maior concentração de talentos, e isso arrasta restaurantes, galerias de arte, livrarias, parques e praças, lugares com Wi-Fi, e também do cuidado com a segurança e os serviços ágeis. Terá já Lisboa um maior poder de arrasto? Já tem, e a tendência é para crescer (veja-se a evolução do número de turistas por ano).

Do ponto de vista da complexidade (veja-se o projeto do Santa Fe Institute (EUA) sobre “Cidades como Sistemas Adaptativos”, coordenado pelo professor português Luis Bettencourt.

O que se torna interessante é a medida que contabiliza o número das interações entre as pessoas, pois isso revela a geração de ideias e de riqueza, embora a sua sustentabilidade e as emissões de carbono tenham de ser controladas ao mesmo tempo. Uma cidade com êxito (smart city) tem de manter o seu poder de atração, embora o número dos arranha-céus esteja ligado ao tamanho da população e às emissões de carbono, o que implicará cuidados com o ruído, a gestão da energia, ou com a vacinação contra a gripe.

O nível de bem estar ou felicidade (recentemente criado pela OCDE) está associado com uma série de aspetos que tornam estas cidades diferentes, mais sustentáveis durante um período de anos, e acolhedoras das pessoas. A diminuição das desigualdades é outro factor positivo, pois as classes criativas necessitam de se sentir sem pressões. E, isso quer dizer que o facto de existirem preocupações sociais é um primeiro passo para ajudar a resolver os problemas urbanos (pobreza, privacidade, saúde, educação, cultura).

O caso das Lojas do Cidadão tornou-se num bom exemplo do que é feito para os utentes (outros exemplos de inovações são os multibancos ligados aos bancos, e a via verde, ligada aos transportes e ao estacionamento), embora nos últimos anos a qualidade de serviço da primeira se tenha degradado imenso (tempo de espera excessivo).

E a informática (tecnologias da informação) para que serve então? Não é ela um agente de transformação para melhorar a qualidade de vida? Para onde foi, se só descortinamos filas e ajuntamentos? Aonde estão os inovadores que conseguem articular soluções? O que as universidades podem oferecer para reparar essas falhas? Onde estão os criativos portugueses? Para quando uma feira ou exposição de inventores (veja-se a Feira de Barcelona sobre Smart Cities, realizada em dezembro de 2015), onde nos mostrem quem são os portugueses que ganham prémios lá fora? E, onde estão esses empreendedores que criticam as universidades por serem pouco “mexidas”? Ou, só existem informáticos interessados em apps para smart phones?

Tudo isto leva-nos a olhar, com cuidado, o estado atual do domínio das aplicações das TIC, e o que nós já somos capazes de fazer. Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

 

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências
Rita Eusébio e Ana Sofia Reboleira, nos laboratórios de Ciências ULisboa

Nova espécie descoberta no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Cristina Branquinho, professora de CIÊNCIAS

Documento redigido em Manaus vai ser apresentado na Conferência das Nações Unidas

david macdonald dia da investigação

Investigador da Universidade de Oxford foi o convidado especial do Dia da Investigação e da Inovação

Margarida Santos-Reis no dia da Investigação e Inovação

Professora de CIÊNCIAS homenageada no Dia da Investigação e da Inovação

Passeio da Ciência

Novo Passeio da Ciência dá a conhecer centros de investigação e infraestruturas científicas

Nuno Garcia dos Santos durante a sessão

O Dia da Investigação e da Inovação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) arrancou na manhã desta quarta-feira com uma sala bem concorrida de professores, cientistas e

observatório newathena

Nuno Covas lidera simulações relacionadas com o observatório NewAthena  

Palestra no Grande auditório de CIÊNCIAS

Núcleo de estudantes trouxe especialistas para ciclo de palestras 

salas de estudo

Evento da aliança Unite! teve lugar na Finlândia

O clima e a meteorologia serevem de tema ao prémio do IPMA

Prémio organizado pelo IPMA destina-se a jovens investigadores

Embaixadores de CIÊNCIAS

Ações de divulgação vão contar com 10 representantes de cursos de CIÊNCIAS 

Congresso Hub Connect

Congresso Connect Hub revelou detalhes da nova formação para profissionais de saúde

Catarina Guerreiro e Mário Cachão

Cocolitóforos têm um papel crucial na captação de dióxido de carbono

Doutoramento em Saúde Planetária

Novo doutoramento da Universidade de Lisboa arranca com sessão aberta ao público

Laureados do prémio Nobel da Química de 2025

Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar Yaghi são os laureados do Nobel da Química de 2025

Prémio Nobel da Química de 2025

O prémio Nobel foi atribuído esta terça-feira a John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis

Catarina Frazão-Santos tem trabalhado no planeamento dos oceanos

Investigadora do MARE lembra que planeamento do espaço marinho tem de ser flexível

Samuel Barata na prova de Brasov

Antigo aluno de química foi à Roménia tirar um segundo ao recorde nacional

Rui Malhó, no BioISI Day

O BioISI Day de 2025 ocupou apenas o dia de quinta-feira, mas permitiu antever o que reservam os próximos cinco anos de atividade do Instituto de Biossistemas e Ciências I

Investigadores de Ciências na Noite Europeia dos Investigadores

Investigadores de CIÊNCIAS marcaram presença no evento com demonstradores e palestras

Foto de grupo de grupos de estudantes internacionais

Visita à Serra de Grândola contou com 30 alunos internacionais

Jorge Relvas e Luís Ferreira

A Universidade de Lisboa iniciou ontem o novo ano académico com a cerimónia de Tomada de Posse do Reitor e da sua Equipa Reitoral, na Aula Magna.

Nuno Araújo, presidente do Departamento de Física de CIÊNCIAS

Evento revelou projetos de doutoramento a empresas

Páginas