Investigadores da Ciências ULisboa vão estudar o maior peixe de água doce da Europa

Portugal, Itália e República Checa unidos para reduzir os impactos do siluro na biodiversidade dos lagos e albufeiras do sul da Europa

grupo de investigadores

A primeira reunião do projeto com os investigadores da Ciências ULisboa decorreu no passado dia 25 de julho

GJ Ciências ULisboa

O projeto “PREvent, Detect and combAT the spread Of SiluRus glanis in south european lakes to protect biodiversity” (PREDATOR), aprovado no âmbito do Programa LIFE, vai arrancar no próximo mês de outubro. Da equipa de trabalho europeia fazem parte sete professores e investigadores de três unidades de investigação da Faculdade, que vão colaborar no estudo e combate da espécie invasora peixe-gato europeu.

LIFE PREDATOR tem início em setembro de 2022 e uma duração de cinco anos. No total, o projeto conta com um financiamento de quase 2,9 milhões de euros, dos quais 345 968 € correspondem ao financiamento atribuído a Ciências ULisboa. Para além do financiamento europeu, o projeto conta ainda com cinco cofinanciadores, dois deles portugueses, a Câmara Municipal de Vila Velha de Rodão e a Conserveira do Interior, entidades que financiaram o projeto em 30 000 €.

LIFE PREDATOR resulta de uma parceria entre Portugal, Itália e a República Checa, e conta com cofinanciamento da União Europeia, através do LIFE, um programa europeu para projetos nos domínios do ambiente, da natureza e da ação climática. No projeto participam seis instituições: Istituto di Ricerca Sulle Acque do Consiglio Nazionale delle Ricerche, Gestione e Ricerca Ambientale Ittica Acque, e Ente di gestione delle aree protette delle Alpi Cozie e Citta' Metropolitana di Torino, em Itália; a Ciências ULisboa, em Portugal; e o Biologicke centrum AV CR, v. v. i., na República Checa.

A coordenar o projeto está Pietro Volta, investigador do IRSA, estando ao todo envolvidos 11 investigadores dos três países. Da equipa da Ciências ULisboa fazem parte: Filipe Ribeiro, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE); José Lino Costa e Bernardo Quintella, professores do Departamento de Biologia Animal (DBA) e investigadores do MARE; Filomena Magalhães e Rui Rebelo, professores do DBA e investigadores do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c); Alexandra Marçal investigadora do DBA e do MARE; e Cristina Catita, professora do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigadora do Instituto Dom Luiz (IDL).

homem e um peixe gigante
Em maio deste ano foi capturado o maior peixe alguma vez pescado no rio Tejo, um siluro com 60 quilos e 2,17 metros de comprimento, notícia com destaque no Correio da Manhã e no Expresso. A espécie terá sido introduzida ilegalmente no rio Ebro, em Espanha, por volta da década de 70 e em 1998 no Tejo espanhol. Foram também detetados siluros no rio Douro, e o perigo de invasão para outros ecossistemas é iminente, alerta Filipe Ribeiro.
Fonte João Nuno Pepino

O grupo de trabalho europeu tem como objetivo reduzir a dispersão da espécie Silurus glanis, o siluro ou peixe-gato-europeu, um peixe de água doce originário dos grandes rios da Europa Central, ilegalmente introduzido nos países da Europa Ocidental no século XX. O siluro é o 10.º maior peixe de água doce do mundo, podendo atingir 2,8 metros de comprimento e atingir os 120 kg. É o maior peixe de água doce da Europa. Atualmente o siluro é considerado uma espécie invasora: sendo um predador voraz do topo da cadeia alimentar, não tem predadores naturais; cresce, reproduz-se e adapta-se facilmente às condições do meio ambiente, fatores que favorecem a sua disseminação. Embora a sua capacidade de dispersão natural seja limitada, a sua crescente disseminação deve-se à atividade de pescadores desportivos e lúdicos, que levam os siluros para outros locais, por ser um apetecido troféu de pesca. Há também quem os pesque e lance novamente ao rio, vivos, o que é proibido para as espécies exóticas.

Para além do impacto ao nível da perda de biodiversidade, estes peixes “gigantes” causam grandes perdas económicas - destroem redes que podem custar até 300 euros; e perdas culturais – alimentando-se de espécies emblemáticas das regiões ribeirinhas, como o sável ou a lampreia-marinha; podem também causar algum alarme social nas zonas ribeirinhas, dadas as suas dimensões. Neste sentido, o projeto surge com o objetivo de mitigar o impacto do siluro, limitando e controlando o alastramento da espécie, evitando novas introduções e reduzindo assim o seu impacto na biodiversidade.

O trabalho será desenvolvido em 50 lagos e albufeiras de água europeus, entre os quais 25 em Portugal, 23 em Itália e dois na República Checa, nos quais vão ser recolhidas amostras de água e peixes para o estudo e monitorização da espécie, utilizando um sistema de deteção através de ADN ambiental.

Os investigadores dos centros de investigação envolvidos no projeto vão dar o seu contributo nas várias áreas do conhecimento, da Biologia à Engenharia Geográfica, de forma a avaliar a vulnerabilidade dos ecossistemas e o risco de dispersão da espécie, fazer a caracterização espacial dos lagos, aferir os índices de abundância desta invasora e avaliar a diversidade dos lagos e albufeiras.

Para além do projeto LIFE PREDATOR estão a decorrer outros dois projetos com participação de investigadores da Faculdade – LIFE DUNAS e LIFE DESERT-ADAPT e outros quatro já terminaram. O projeto GrowLIFE coordenado pela Faculdade ao abrigo deste programa tem início em junho de 2023.

Para concretizar este trabalho, serão envolvidas as comunidades locais, vigilantes da natureza, pescadores profissionais e desportivos e diferentes ONG’s; será também dinamizada a utilização do portal Ciência Cidadã, para que possam ser registados pelos cidadãos avistamentos de siluros.

Existem várias soluções que podem ser adotadas. Uma delas pode passar pelo controlo da população de siluros pelos pescadores profissionais, através de um incentivo do estado para cada espécime capturado. A medida visa controlar o aumento, mas os investigadores estão igualmente preocupados com a dispersão, e alertam para um necessário aumento da fiscalização e vigilância dos atos ilegais cometidos por alguns pescadores lúdicos. Uma outra solução apontada é a valorização económica e comercialização da espécie, uma medida sobre a qual o responsável pelo projeto em Portugal, Filipe Ribeiro, apresenta algumas reservas. Se começar a ser comercializada, passa a ser pescada e há um maior controlo do seu crescimento; no entanto, essa valorização pode levar à sua maior disseminação, potenciando o efeito contrário.

siluro
O siluro ou peixe-gato europeu é o 10.º maior peixe de água doce do mundo e o maior da Europa
Fonte Filipe Ribeiro - projeto FRISK

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Os peixes não indígenas
Campus Ciências ULisboa

No passado dia 4 de outubro ocorreu um incidente num laboratório do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), em Ciências ULisboa.O edifício foi evacuado e dado o alerta para os meios externos de socorro, que em articulação com o sistema de segurança da Faculdade rapidamente controlaram a ocorrência.Não houve qualquer vítima, nem danos materiais a registar.

LMG

Investigação liderada por cientistas do polo da Ciências ULisboa do MARE revela como os mutualismos de limpeza marinhos lidam com o aquecimento e acidificação dos oceanos. José Ricardo Paula, primeiro autor do artigo publicado recentemente na revista Scientific Reports do grupo Nature, está inscrito no doutoramento de Biologia - especialidade de Biologia Marinha e Aquacultura e sempre foi apaixonado por comportamento animal, cooperação e mutualismos - especialmente debaixo de água.

 LxUs

"Fomos os mais rápidos, mas não conseguimos trazer o troféu para casa. Não importa, a jornada já foi o próprio prémio." Crónicas em Ciências com o professor Hugo Ferreira. O tema em foco é a competição internacional de estudantes universitários SensUs e a equipa da ULisboa que competiu ao lado de outras 13, provenientes de universidades da Europa, América do Norte, China e Egito.

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Ciências ULisboa e a Maxdata Software apresentam a 26 de setembro, entre as 14h00 e as 17h45, na sala de atos, no edifício C6, no campus da Faculdade, os principais resultados do RESISTIR. O projeto visa apoiar e implementar novos sistemas de medicina preditiva, personalizada, preventiva e participativa e insere-se num consórcio que junta o BioISI, o LaSIGE; entidades empresariais na área de eHealth e diversas instituições de saúde.

Um grupo de investigadores da ULisboa está cada vez mais perto de conseguir criar um processo economicamente viável de reciclagem do dióxido de carbono responsável pelo efeito de estufa

Um grupo de investigadores da ULisboa está cada vez mais perto de conseguir criar um processo economicamente viável de reciclagem do dióxido de carbono responsável pelo efeito de estufa. Paulo N. Martinho, investigador de Ciências ULisboa, coordenou este trabalho, que dada a relevância dos resultados obtidos foi capa recentemente de uma das edições da conceituada revista Chemistry – A European Journal.

Rebecca Bell

Rebecca Bell, professora do Imperial College London, no Reino Unido, é a oradora da palestra do distinguished lecturer programme do European Consortium for Ocean Research Drilling (ECORD), coorganizada pelo Instituto Dom Luiz Ciências ULisboa. A especialista em Tectónica irá falar sobre um novo tipo de sismos, os chamados sismos lentos.

João Ricardo Silva, Deyi Xiong, António Branco, Changjian Hu, diretor do Grupo de Linguagem Natural da Lenovo, Rodrigo Santos e João Rodrigues

Um grupo de investigadores do Grupo de Fala e Linguagem Natural (NLX) do Departamento de Informática de Ciências ULisboa visitou, em julho passado, o Laboratório de Inteligência Artificial da Lenovo, no âmbito de um projeto de intercâmbio científico, coordenado por António Branco, professor do DI e coordenador do NLX.

Siluro marcado na albufeira da Barragem de Belver por investigadores do projeto FRISK

FRISK visa descobrir as rotas predominantes de chegada dos novos peixes não indígenas através da utilização integrada de ferramentas moleculares, modelação espacial, seguimento dos movimentos dos peixes e ciência cidadã. Leia a crónica de Filipe Ribeiro, investigador principal do projeto e do polo de Ciências ULisboa do MARE.

Campus Ciências ULisboa

Ciências ULisboa continua a ser uma referência no ensino superior, preenchendo a totalidade das vagas na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior. Leia o artigo de Pedro Almeida, subdiretor da Faculdade.

Samsung Galaxy

A maior conferência Android do mundo, com 11 anos de existência e presente em mais de 25 cidades por todo o mundo, - Droidcon Lisboa 2019 - realiza-se pela primeira vez em Portugal nos dias 9 e 10 de setembro, no campus de Ciências ULisboa.

LxUs

A equipa LxUs integra alunos das faculdades de Ciências e de Farmácia da ULisboa e é a primeira a representar Portugal no SenSus. Os estudantes desenvolveram biossensores para medição dum fármaco biológico, utilizado para tratar doenças como a artrite reumatoide. Grande parte da equipa é da área da Engenharia Biomédica e Biofísica.

Marissa Verhoeven na HortaFCUL

“O meu estágio foi muito desafiante”, conta Marissa Verhoeven, estudante de Biologia Aplicada na Holanda, após a experiência no projeto de permacultura experimental da HortaFCUL. Na crónica sobre esta experiência partilha os resultados da sua investigação sobre a produção e o uso do vermicomposto, bem como um livro infantil sobre a importância das abelhas.

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Paula Simões ora leciona e orienta alunos, o que geralmente ocupa grande parte das suas manhãs ou tardes, ora ocupa o restante tempo com outras atividades como é exemplo o projeto “Cigarras de Portugal – Insetos Cantores”, no âmbito do qual os cidadãos são desafiados a estarem atentos aos sons das cigarras!

Tiago Guerreiro

O professor de Ciências ULisboa Tiago Guerreiro é um dos novos editores chefes da Association for Computing Machinery (ACM) Transactions on Accessible Computing (TACCESS).

Planta

Grupo de investigadores e responsáveis de instituições de investigação escreveram uma carta aberta de protesto sobre decisão do Tribunal de Justiça Europeu sobre genoma.

Prémio Doutoramento em Ecologia

Francisco Pina Martins, Adrià López-Baucells e Inês Gomes Teixeira são os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2019. Os trabalhos galardoados serão apresentados durante o 18.º Encontro Nacional de Ecologia, que se realiza em simultâneo com o 15.º Congresso Europeu de Ecologia, entre 29 de julho e 2 de agosto em Ciências ULisboa.

Complexidade da diversidade

"É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados", in no Campus com Helder Coelho.

Chegada à Lua

O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e o Museu da Presidência da República celebram os 50 anos da chegada à Lua.

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Professores de todo o país vão estar reunidos no maior evento de formação acreditada na área do ensino das ciências realizado em Portugal. O VI Encontro Internacional da Casa das Ciências acontece entre os dias 10 e 12 de julho, no campus de Ciências ULisboa.

Logotipo

Tal como sucedeu em edições anteriores, vários professores e investigadores de Ciências ULisboa participam no Ciência 2019 - Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal, que decorre em Lisboa até 10 de julho.

Mara Gomes, aluna do 2.º ano do mestrado em Ciências do Mar participou no cruzeiro oceanográfico RV Polarstern em junho passado, sob o lema “Changing Oceans – Changing Future”. “Mara Gomes teve a dupla experiência de participar como cientista e de ensinar os alunos do programa POGO”, conta Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal e investigadora do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).

Ciências ULisboa

As classificações excelente e muito bom destacaram-se na avaliação feita aos centros de investigação afetos a Ciências ULisboa. Para os próximos quatro anos, Ciências ULisboa pretende continuar a sua aposta na investigação de excelência, agora com um pouco mais de fundos (um acréscimo de mais de quatro milhões de euros).

Falecimento

Ermesenda Fernandes, assistente técnica do Gabinete de Orçamento e Prestação de Contas da Área Financeira da Direção Financeira e Patrimonial de Ciências ULisboa, faleceu esta quarta-feira, dia 19 de junho de 2019. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Laboratórío em Ciências ULisboa

Leonor Côrte-Real, investigadora do polo de Ciências ULisboa CQE, irá representar Portugal no 6th Young Medicinal Chemist Symposium. A jovem doutorada em Química, especialidade em Química Inorgânica por Ciências ULisboa, foi escolhida pela SPQ para representar Portugal neste simpósio e irá apresentar o trabalho desenvolvido durante a sua tese.

Alunos durante um exercício do FCUL Rally Pro

O evento de Ciências ULisboa que convida os estudantes do ensino secundário a programar já vai na 7.ª edição.

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