Crónicas em Ciências

Luzes, câmaras, ação: O fascínio das plantas não tem fronteiras

Planta

O projeto “Interpheno - Uma Aproximação Interdisciplinar à Fenotipagem de Alto Débito em Plantas” visa construir um protótipo de fenotipagem de plantas

Unsplash - Pawel Czerwinski
jORGE mARQUES DA sILVA
Jorge Marques da Silva

Celebra-se a 18 de maio o Dia Internacional do Fascínio das Plantas 2021, uma iniciativa lançada pela European Plant Science Organization e dinamizada, em Portugal, pelo ITQB/NOVA e pela Sociedade Portuguesa de Biologia de Plantas (SPBP).

Neste dia, cientistas por toda a Europa concentram-se em aumentar a consciência do público para a importância das plantas na nossa vida, combatendo a “invisibilidade social” das plantas, e a promover a ciência das plantas na agenda pública de investigação.

Na nossa escola, é no Departamento de Biologia Vegetal (DBV), naturalmente, que se encontram concentrados os “fascinados das plantas”. Mas, nos últimos anos, esse fascínio extravasou do edifício C2 e foi-se infiltrando nos departamentos de Física e de Informática. O projeto “Interpheno - Uma Aproximação Interdisciplinar à Fenotipagem de Alto Débito em Plantas”, financiado pela FCT, reúne biólogos, físicos e informáticos da Ciências ULisboa, e ainda colegas do ISA, do ITQB/NOVA e do INOV/INESC com o objetivo de construir um protótipo de fenotipagem de plantas.

A fenotipagem (medição sistemática de caracteres fenotípicos, i.e., do corpo das plantas) foi eleita, depois dos grandes avanços verificados na fenotipagem nas últimas décadas, como um grande desígnio atual da comunidade da ciência das plantas. De facto, considera-se que o principal impedimento à rápida produção de novas variedades de plantas agrícolas, tão necessárias para enfrentarmos as alterações climáticas em curso, é a inexistência de métodos expeditos de fenotipagem de plantas. Assim, iniciou-se um esforço internacional para produzir equipamentos de fenotipagem high-throughput, assentes em captura de imagens em diferentes gamas espetrais e no seu processamento automático em pipelines que frequentemente recorrem a inteligência artificial.

protóptipo
O proptótipo é uma peça-chave para o esforço de fenotipagem sistemática de cultivares agrícolas tradicionais, um património genético em que Portugal é muito rico
Imagem cedida pelo autor

O protótipo que construímos na Ciências ULisboa – só possível devido à generosidade de vários colegas da Física e da Informática que, roubando tempo aos seus projetos nucleares, se deixaram seduzir pelo “fascínio das plantas” – é modesto face às grandes plataformas totalmente robotizadas já existentes em países do centro da Europa. Mas tem um valor estratégico muito significativo: por um lado, permite-nos encarar a adesão ao EMPHASIS – a rede europeia de plataformas de fenotipagem, na qual a inclusão da Ciências Ulisboa se encontra em negociação – nas condições de parceiros, e não meramente de utilizadores; por outro lado, constitui uma peça-chave para o esforço de fenotipagem sistemática de cultivares agrícolas tradicionais, um património genético em que Portugal é muito rico, e que encerra potenciais soluções para os desafios à segurança alimentar e nutricional que as alterações climáticas encerram, mas que se encontra muito mal caraterizado. Mas não só de fenotipagem se constroem as fronteiras da investigação em plantas. Neste dia, a SPBP inaugura a sua nova página web (www.spbp.pt). Visitem-na e contactem com a muita e significativa investigação que se faz em Portugal.

Nota da redação: Jorge Marques da Silva é professor do DBV Ciências ULisboa e presidente da Sociedade Portuguesa de Biologia de Plantas

Jorge Marques da Silva, DBV Ciências ULisboa e SPBP
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Entrevista a Jorge Marques da Silva

Foi em setembro do ano passado que a HortaFCUL decidiu abraçar o projeto de ajudar a construir uma Horta Pedagógica na Escola Básica de Santo António em Alvalade, em parceria com Direção e Associação de Pais da Escola e apoiado pelo programa de estímulo à aprendizagem financiado pela Gulbenkian.

Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE, foi um dos participantes das II Jornadas da Energia, que ocorreram em abril passado, tendo sido um dos convidados do programa da Rádio Renascença Insónia.

Este ano as Jornadas celebraram a efeméride dos 35 anos da criação da licenciatura em Química Tecnológica.

 É necessário estabelecer redes de monitorização mais robustas e de larga escala para avaliar o impacto das alterações climáticas e da poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo, refere comunicado de imprensa do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

A primeira abordagem a uma reconstituição tridimensional da circulação atmosférica de Vénus pode ser lida no artigo “Venus's winds and temperatures during the MESSENGER's flyby: An approximation to a three-dimensional instantaneous state of the atmosphere”, publicado na Geophysical Research Letters.

O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

“Sempre achei as áreas da educação e comunicação bastante interessantes, sonho desde jovem em incorporar um pouco destas duas áreas na minha carreira científica”, declara Hugo Bettencourt, aluno do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica.

“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

Cristina Branquinho e Paula Matos propõem utilização dos líquenes como um novo indicador ecológico global.

Mais de mil alunos do ensino secundário visitaram o campus de Ciências no dia 3 de maio.

Assunção Bispo

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de maio é com Assunção Bispo, assistente técnica do Departamento de História e Filosofia das Ciências.

Andreia Maia, Helena Calhau, Hugo Bettencourt e Rúben Oliveira são os alunos de Ciências que apresentam assuntos científicos de forma simples e descomplicada em três minutos, na edição 2017 do FameLab Portugal.

Pela 13ª vez, realizou-se em Ciências a fase de semifinal das Olimpíadas de Química Júnior. 67 alunos dos 8.º e 9.º anos conheceram a Faculdade, o Departamento de Química e Bioquímica e testaram conhecimentos de Química, em provas escritas e experimentais.

A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

“Alargar horizontes, mudar atitudes” é o lema do “Girls in ICT @CienciasULisboa” que acontece este sábado, dia 6 de maio de 2017, em Ciências.

A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

Nos dias 27 e 28 de abril de 2017 realiza-se a 8.ª edição da feira anual de emprego da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

sistema ótico

A componente tecnológica do espectrógrafo ESPRESSO que irá conduzir a luz dos telescópios do VLT para o instrumento, o coudé train, a ser instalado no ESO, é feita por uma equipa portuguesa da qual fazem parte professores e investigadores de Ciências. Neste artigo, fique a conhecer o trabalho realizado pelo grupo.

Páginas