Entrevista com João Graça Gomes

As funções de João Graça Gomes centram-se na análise estatística de dados da produção elétrica das centrais renováveis nacionais, elaboração de relatórios sobre o sector renovável nacional para entidades internacionais

APREN

Quando João Graça Gomes iniciou o estágio “Cenarização Sistema Elétrico 100 % Renovável em 2040”, com a duração de um ano, no Departamento Técnico da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), sob a orientação de José Medeiros Pinto, engenheiro e secretário-geral daquela associação, quis “dar o melhor e mostrar a qualidade do ensino de engenharia na FCUL”. O ano passado foi distinguido com um dos prémios de maior destaque da engenharia nacional.

Em que consistiu o seu estágio?

João Graça Gomes (JGG) - O trabalho consistiu em validar o funcionamento do sistema elétrico nacional em cenários de forte penetração de energias renováveis que, tendencialmente, supram a totalidade do consumo elétrico nacional.

Para desenvolver o trabalho analisei as previsões de evolução para o sector elétrico do operador da rede de transporte nacional (REN) e de associações industriais europeias (exemplo: WindEurope e SolarPower Europe).

Para conceber os cenários recorri a um software muito conhecido pelos alunos de Engenharia da Energia e do Ambiente (EEA), o EnergyPlan, uma ferramenta que simula a operação de sistemas elétricos numa base horária.

Quais foram os melhores momentos desse período?

JGG - Os melhores momentos foram propiciados pela fantástica equipa da APREN. A sua constante dedicação ao sector renovável e a valiosa aprendizagem que me proporcionaram, pois graças ao seu apoio aprendi bastante sobre o funcionamento do sector elétrico nacional.

Como ultrapassou as dificuldades?

JGG - As dificuldades, impasses e até mesmo frustração, foram ultrapassadas com a troca e debate de ideias com o meu orientador e com antigos colegas e professores de EEA. Dentro deste último grupo destaca-se o meu colega e amigo, o engenheiro Tiago Pires e o professor Miguel Brito que me ajudaram a perceber melhor o software EnergyPlan.


João Graça Gomes recebeu o Prémio - Melhor Estágio Nacional em Engenharia Eletrotécnica da Ordem dos Engenheiros no Dia Nacional do Engenheiro
Imagem cedida por JGG

Quem foram os seus mentores?

JGG - Os maiores mentores, neste período de estágio, foram os colegas da APREN, especialmente José Medeiros Pinto, cujos conselhos revelaram-se inestimáveis. O seu conhecimento sobre o sector elétrico e as suas recomendações bem fundamentadas e de extraordinária agudeza foram uma contribuição significativa para este trabalho.

Outro grande mentor foi o professor Sá da Costa que contribuiu decisivamente para reforçar os meus conhecimentos adquiridos na formação académica sobre o sector renovável. Dotado de uma sapiência, humor e qualidades humanas excecionais tornou o trabalho técnico da APREN numa tarefa prazenteira.

A engenheira Susana Serôdio, com quem partilho o Departamento Técnico da APREN, foi e continua a ser uma grande mentora. Trabalhar com a engenheira Susana Serôdio é como beneficiar de aconselhamento excecionalmente esclarecido, paciente e simpático de um tutor universitário.

Os estágios são necessários e importantes?

JGG - Considero importantes para reforçar os conhecimentos adquiridos na faculdade e para dotar os recém formados de novas competências. Posso dizer que o meu estágio na APREN permitiu não só consolidar conhecimentos técnicos e económicos do sector renovável, mas também fortaleci o pensamento crítico reflexivo e estratégias de trabalho em equipa.

O processo de candidatura ao estágio foi simples?

JGG - Sim, apenas implicou escolher um tema, um orientador e uma entidade disponível para a realização do estágio.

Já me encontrava a trabalhar na APREN antes da realização deste estágio e a minha proposta de realização do trabalho em questão foi recebida com agrado.


"As dificuldades, impasses e até mesmo frustração, foram ultrapassadas com a troca e debate de ideias com o meu orientador e com antigos colegas e professores de EEA", conta João Graça Gomes. Nesta fotografia o jovem está com colegas de curso numa visita de estudo a Castelo de Bode
Imagem cedida por JGG

Que conselho deixa aos seus colegas que estejam para iniciar um estágio?

JGG - Acima de tudo determinação. É importante não desistir aquando das primeiras dificuldades e ter humildade para procurar ajuda e aconselhamento nos profissionais mais experientes.

O que está a fazer neste momento?

JGG - Atualmente, continuo no Departamento Técnico da APREN. As minhas funções centram-se na análise estatística de dados da produção elétrica das centrais renováveis nacionais, elaboração de relatórios sobre o sector renovável nacional para entidades internacionais como REN21 – the Renewable Energy Policy for the 21st Century, AEBIOM - European Biomass Association e WWEA - World Wind Energy Association.

Quais são os planos para curto, médio prazo?

JGG - Gostaria de prosseguir os meus estudos no setor renovável e tirar um doutoramento nesta área, visto que há programas de estudo muito completos e interessantes.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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A maior conferência Android do mundo, com 11 anos de existência e presente em mais de 25 cidades por todo o mundo, - Droidcon Lisboa 2019 - realiza-se pela primeira vez em Portugal nos dias 9 e 10 de setembro, no campus de Ciências ULisboa.

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Grupo de investigadores e responsáveis de instituições de investigação escreveram uma carta aberta de protesto sobre decisão do Tribunal de Justiça Europeu sobre genoma.

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Francisco Pina Martins, Adrià López-Baucells e Inês Gomes Teixeira são os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia 2019. Os trabalhos galardoados serão apresentados durante o 18.º Encontro Nacional de Ecologia, que se realiza em simultâneo com o 15.º Congresso Europeu de Ecologia, entre 29 de julho e 2 de agosto em Ciências ULisboa.

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"É um erro pensarmos que uma boa equipa de I&DE só deve ser construída com os mais espertos: de facto, é o coletivo, constituído com pessoas que trazem uma gama variável de perspetivas (pontos de vista) para um problema, que obtém os melhores resultados", in no Campus com Helder Coelho.

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O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e o Museu da Presidência da República celebram os 50 anos da chegada à Lua.

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Professores de todo o país vão estar reunidos no maior evento de formação acreditada na área do ensino das ciências realizado em Portugal. O VI Encontro Internacional da Casa das Ciências acontece entre os dias 10 e 12 de julho, no campus de Ciências ULisboa.

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As classificações excelente e muito bom destacaram-se na avaliação feita aos centros de investigação afetos a Ciências ULisboa. Para os próximos quatro anos, Ciências ULisboa pretende continuar a sua aposta na investigação de excelência, agora com um pouco mais de fundos (um acréscimo de mais de quatro milhões de euros).

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Alunos durante um exercício do FCUL Rally Pro

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Um estudo publicado na revista "Nature" revela novas evidências sobre a ocupação humana da Sibéria desde há 31 mil anos. Vítor Sousa, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c em Ciências ULisboa, é um dos 54 cientistas envolvidos na investigação.

Maria João Verdasca

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Síndrome do impostor

Uma das formas mais eficazes de lidar com o síndrome do impostor é mesmo falar sobre ele, partilhando entre colegas ou amigos com quem sinta um espaço seguro, os desafios que vai sentindo profissionalmente e perceber que não está sozinho naquilo que sente. Estima-se que 70% das pessoas sofrem deste fenómeno psicológico.

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"Todo e qualquer avanço do saber produz uma nova e profunda ignorância, mais mistérios, o que não é surpreendente, pois o progresso, com os avanços sistemáticos, tende para o desconhecido", in no Campus com Helder Coelho.

Vanézia Rocha

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Exposição E3

A exposição E3 acompanha os astrónomos britânicos A.S. Eddington, C.R. Davidson e A.C.C. Cromelin e o especialista em relojoaria E.T. Cottingham na sua longa viagem e observações. A 29 de maio de 2019 celebra-se o centenário do eclipse solar total de 1919, observado na ilha do Príncipe e na cidade do Sobral,no Brasil.

João Sousa, investigador no Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala, foi distinguido com o prémio DSN 2019 William C. Carter, no âmbito do trabalho desenvolvido na tese de doutoramento "Byzantine state machine replication for the masses", realizada enquanto aluno do Departamento de Informática de Ciências ULisboa.

Pedro Mocho

Pedro Mocho lidera o estudo que identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi. Geologia sempre foi a sua paixão. Nos próximos seis anos continuará a estudar a história evolutiva dos dinossáurios saurópodes do Mesozóico Ibérico.

Esqueleto de <i>Oceanotitan dantasi</i> à escala

Uma equipa de paleontólogos identificou uma nova espécie de dinossáurio - Oceanotitan dantasi -, descoberto na Praia de Valmitão, na Lourinhã, em 1996. A identificação da nova espécie confirma a presença de uma grande diversidade de saurópodes no Jurássico Superior de Portugal rivalizando a diversidade já reconhecida nas faunas do Jurássico Superior da América do Norte e de África.

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