No Campus com Helder Coelho

Privacidade na era digital

Helder Coelho

Nos últimos anos, quem trabalha em Informática sabe que a proteção quanto à intromissão nos nossos dados está a ser muito discutida, nos meios de comunicação social e nos congressos científicos: computação na nuvem, segurança das tecnologias, ubiquidade e virtualidade dos ambientes, acessos inteligentes, cibercrime, ciberguerra, gestão do risco. O que se passa? A resposta é simples: existem novas ferramentas informáticas mais poderosas para analisar os dados Big Data, que são muito usadas não só em ciências sociais e políticas, mas também na saúde pública, no mundo financeiro e dos negócios. Isto é, consegue-se, simultaneamente, conhecer coisas sobre uma certa pessoa para a salvar (de uma depressão), ou para a difamar!

Suponhamos que se acede a uma multitude de tweets do Twitter ou uma enorme coleção de posts do Facebook. Se usarmos algoritmos de aprendizagem Deep Learning que são capazes de construir inferências sobre categorias (inspirados na backpropagation), relacionadas com saúde pública, identificaremos a depressão pós-parto de algumas mães. Um médico sabe que uma tal depressão tem consequências sérias, embora a descoberta e prevenção seja difícil de realizar quanto antes, pois os sinais podem aparecer associados à escrita dos textos (em geral, os bocados de textos, existentes nas redes sociais, não estão disponíveis).

Deste modo, a tecnologia da aprendizagem mecânica tanto pode conduzir ao bem, como ao mal. Do ponto de vista social, concluímos que teremos de ter algum cuidado quanto ao controlo sobre a colheita da informação, e discutir como chegar a um equilíbrio entre as vantagens e os inconvenientes do uso destas tecnologias, pois os benefícios para um doente podem também significar a invasão da sua segurança. Sem auditorias e fiscalizações certos dados podem dar origem a manchetes de um vespertino, se não acautelarmos as devidas proteções da privacidade dos cidadãos através de leis bem feitas e do seu rigoroso cumprimento.

Do mesmo modo, o uso de drones em campanhas militares, munidos de bombas, podem conduzir a massacres de inocentes, mesmo com cuidados quanto aos alvos (os chamados efeitos colaterais). As tecnologias se forem desacompanhadas, e manipuladas por agentes não credenciados, causarão danos irreparáveis em populações indefesas, e em certos casos de ambiguidade ou de incerteza quanto aos objetivos, a escolha sobre a decisão do disparo poderá ser decidida com uma alta probabilidade de risco colateral (situações típicas dos dilemas morais).

A maioria dos algoritmos de aprendizagem centram-se em problemas de aproximação funcional, em que a tarefa é incorporada numa função que está explícita, como por exemplo, a entrada é uma transação e a saída é uma fraude. Noutros casos, a função está implícita e pode ser obtida através de um processo de procura, de uma factorização, de uma optimização ou de uma simulação. Frequentemente, existem dificuldades devido à existência de complexidade. E, as intuições, previsões ou as decisões estão misturadas com os conjuntos de dados - data sets. Também é normal necessitarmos de algoritmos que sejam tratáveis do ponto de vista computacional, e como os dados são muitas vezes pessoais torna-se imperioso obter algoritmos capazes de garantir as questões da privacidade (minimizar os efeitos).

Recentemente, para enfrentar as ameaças procuraram-se outras tecnologias como a dos agentes, onde a inteligência se mistura com a distribuição e adaptabilidade. Em foco, nas reuniões técnicas, estão os mecanismos de segurança, a modelação dos adversários, a proteção das infraestruturas críticas, os métodos inspirados na teoria dos jogos, a modelação do comportamento humano, as políticas de recomendação/negociação, ou o controle de acessos.

Recentemente, a Google anunciou o SmartReply para diminuirmos a carga que muitos de nós têm com o serviço de correio (emails), as dezenas de mensagens que se vão acumulando enquanto as horas passam. Quem está interessado nesta facilidade? É segura, não invasiva, e quem ganha no fim?

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências

“Ao transformarmos o problema dos resíduos orgânicos, numa oportunidade para  melhorarmos o solo do campus de Ciências, ou seja, a matriz que suporta a vida, estamos a melhorar as plantas que aqui crescem com externalidades positivas para o ambiente”, declara David Avelar, guardião da HortaFCUL.

Exposição de design inclui projetos de comunicação de ciência, fruto de uma parceria entre o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Miguel Morgado-Santos, doutorando de Ciências, descobriu um peixe apenas com genes de pai, da espécie bordalo (Squalius alburnoides). Este é o primeiro caso de androgénese natural em vertebrados, sem qualquer manipulação durante o processo de reprodução.

Mafalda Carapuço continua a falar sobre a onda da Nazaré. Em maio passado esteve na Biblioteca São Francisco Xavier, com uma turma do 2.º ano da Escola Moinhos do Restelo. Este mês participou no colóquio "Nazaré e o Mar", ocorrido na Biblioteca Municipal da Nazaré.

Será a ética determinante na sustentabilidade de uma sociedade de consumo? Este é o tema aborado por Sofia Guedes Vaz, no dia 22 de junho, pelas 17h30, no MUHNAC-ULisboa.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de junho é com Nuno Rato, coordenador do Gabinete de Orçamento e Prestação de Conta da Direção Financeira e Patrimonial de Ciências.

Ao longo do ano são muitos os alunos dos ensinos básico e secundário que visitam a Faculdade. Este ano letivo cerca de 63 estudantes, entre os 9 e 10 anos, da Escola Básica Maria Lamas, em Odivelas, conheceram os Departamentos de Biologia Animal, Biologia Vegetal e Química e Bioquímica.

A empresa Surftotal associou-se ao Instituto Dom Luiz e à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, num projeto que visa testar a utilização de surfcams instaladas na costa portuguesa para melhor monitorização costeira.

“É um jogo que trabalha consistentemente o raciocínio e a capacidade de prever os acontecimentos, muito como no xadrez. Para além disso, ajuda nas relações interpessoais, visto que é um jogo de parceiros e é necessário muita confiança mútua para ter sucesso”, reforça Afonso Ribeiro, aluno do 1.º ano de Matemática Aplicada, membro do curso de Bridge da FCUL.

O concurso de programação do Departamento de Informática recebeu 45 participantes, alunos do ensino secundário, na edição de 2017.

Hoje em dia quando se fala de imaginação (criatividade, inovação) queremos dizer, na maior parte dos casos, antecipação e surpresa. Um empresário, um investigador, um professor querem captar a atenção do outro, inventando e brincando com o possível ou o provável. Por isso, falamos frequentemente de criar imagens, ideias, ou mesmo histórias (veja-se o tópico criatividade computacional, e o grupo de Amílcar Cardoso da Universidade de Coimbra).

O Air4, um protótipo para medição de gases indicadores da qualidade do ar, associado a um modelo de análise de mapas e a uma aplicação mobile, ficou em 2.º lugar no 1.º Hackathon de Tra

No Dia da Criança Galopim de Carvalho lança “O Avô e os Netos Falam de Geologia”, editado pela Âncora Editora e apresentado durante a Feira do Livro de Lisboa.

Foi em setembro do ano passado que a HortaFCUL decidiu abraçar o projeto de ajudar a construir uma Horta Pedagógica na Escola Básica de Santo António em Alvalade, em parceria com Direção e Associação de Pais da Escola e apoiado pelo programa de estímulo à aprendizagem financiado pela Gulbenkian.

Miguel Centeno Brito, professor do DEGGE, foi um dos participantes das II Jornadas da Energia, que ocorreram em abril passado, tendo sido um dos convidados do programa da Rádio Renascença Insónia.

Este ano as Jornadas celebraram a efeméride dos 35 anos da criação da licenciatura em Química Tecnológica.

 É necessário estabelecer redes de monitorização mais robustas e de larga escala para avaliar o impacto das alterações climáticas e da poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo, refere comunicado de imprensa do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

A primeira abordagem a uma reconstituição tridimensional da circulação atmosférica de Vénus pode ser lida no artigo “Venus's winds and temperatures during the MESSENGER's flyby: An approximation to a three-dimensional instantaneous state of the atmosphere”, publicado na Geophysical Research Letters.

O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

“Não só quero continuar a adquirir competências, como quero passar a mensagem de que a Comunicação de Ciência é essencial para que a ciência seja compreendida e bem sucedida. É nosso dever informarmos a sociedade dos progressos científicos que vão sendo alcançados”, declara Rúben Oliveira, aluno do mestrado em Biologia da Conservação, finalista do concurso FameLab Portugal.

“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

“Sempre achei as áreas da educação e comunicação bastante interessantes, sonho desde jovem em incorporar um pouco destas duas áreas na minha carreira científica”, declara Hugo Bettencourt, aluno do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica.

“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

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