Vida turbulenta de dois buracos negros

Pormenor da impressão artística do processo de fusão da galáxia NGC 6240

Pormenor da impressão artística do processo de fusão da galáxia NGC 6240

NRAO/AUI/NSF, S. Dagnello

O Diário de Coimbra, na edição de 12 de janeiro, publicou um artigo de opinião dedicado a este estudo, da autoria do comunicador de ciência, António Piedade.

Os astrónomos pensam que a colisão entre galáxias tem um papel fundamental na história da evolução destes enormes aglomerados de estrelas, gás e poeira. A fusão de galáxias, ao perturbar o movimento do gás de que são constituídas, provoca a produção de muitas novas estrelas num curto espaço de tempo, e aumenta a massa dos buracos negros supermassivos que existem nos seus centros.

Para compreender este processo, é necessário conhecer em detalhe como se desenrola a aproximação e colisão futura dos buracos negros supermassivos no núcleo das galáxias originais. O gás frio e a poeira na galáxia NGC 6240, a 400 milhões de anos-luz, na constelação de Ofiúco, foi estudado por uma equipa internacional, de que faz parte Hugo Messias, antigo aluno da Faculdade e atualmente investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e que participou na obtenção da primeira imagem de um buraco negro divulgada pelo projeto Event Horizon Telescope em abril de 2019.

Produto de duas galáxias ainda em processo de fusão, a galáxia NGC 6240 tem uma forma complexa e caótica. No processo, os dois buracos negros no centro da colisão vão-se movendo um em torno do outro e arrastando em redor o material no qual estão possivelmente a ser formadas novas estrelas. Os investigadores utilizaram dados obtidos com o Observatório ALMA, no Chile, para conhecer a forma como este gás molecular frio, sobretudo monóxido de carbono entre -250 e -230º Celsius, está distribuído, e que estrutura apresenta.

“Este gás permite-nos estimar o crescimento no futuro próximo dos dois buracos negros supermassivos”, diz Hugo Messias, na altura membro do Observatório ALMA e que contribuiu para a criação da imagem e a interpretação dos dados. “Igualmente interessante é saber como é que o conjunto se está a mover. Podemos identificar componentes de gás a alta velocidade, fruto de explosões por exemplo, ou bolhas de gás.”

Os investigadores verificaram que o gás está concentrado na sua maior parte entre os dois buracos negros, ou que está a ser ejetado para longe a velocidades que podem atingir os 500 quilómetros por segundo. Os astrónomos conseguiram utilizar esta informação para estimar a massa dos dois buracos negros na ordem de algumas centenas de milhões de vezes a massa do Sol. Para um dos buracos negros, este valor é inferior ao anteriormente estimado, constatando-se que o que antes se pensava ser parte da massa do buraco negro, é de facto gás muito próximo do próprio buraco negro.

“Ao ter este detalhe de imagem da componente de gás e poeira entre os dois buracos negros, percebemos que nestes sistemas de colisão de galáxias podemos estar a sobrestimar a massa dos buracos negros supermassivos no seu centro, e que há muito gás que conduzirá, por exemplo, a uma aproximação mais rápida entre os dois buracos negros rumo há colisão”, afirma Hugo Messias.

Com este conhecimento da estrutura a três dimensões de uma galáxia em processo de fusão, a equipa espera ter contribuído para a futura compreensão da forma como as galáxias evoluem. “Um dos meus grandes interesses é saber como os buracos negros supermassivos influenciam a evolução da própria galáxia, algo que tem sido difícil comprovar apenas com observações”, comenta Hugo Messias, acrescentando: “Este estudo ajuda a entender como estes corpos crescem nesta fase e o que devemos ter em conta quando não temos este tipo de dados ao estudar outras galáxias.”

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Em Londres, junto a St. Pancras´s International, está próximo de nascer um polo que agrupa a Google (e a DeepMind), o Francis Crick Institute, o Alan Turing Institute e a British Library (…) O arquiteto visa promover interações com serendipidade entre investigadores de terrenos divergentes.

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O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O sexto Dictum et factum é com Inês Andrade, assistente técnico do Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Um estudo publicado na revista internacional de conservação Oryx indica que a legislação e a proteção nas praias são insuficientes para travar a captura e o consumo ilegal de tartarugas marinhas em Cabo Verde.

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A missão oceanográfica M127 iniciada a 25 de maio, em Bridgetown, Barbados, acontece a bordo do navio oceanográfico alemão RV METEOR e deverá terminar a 28 de junho de 2016, em Ponta Delgada.

José Guerreiro, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e coordenador da MARE STARTUP e Sónia Ribeiro, professora da Universidade Católica Portuguesa, apresentam o programa de apoio ao empreendedorismo na área do mar durante a Oceans Business Week.

InovCarbon, Janus e o BreatheBio são os vencedores da segunda edição da Call for Projects do ScienceIN2Business.

Nos últimos anos a saída de quadros superiores seniores e de cientistas de Portugal acompanhou uma grande vaga de emigração, sobretudo para a Europa.

O tema deste ano é “A ciência não é só dos cientistas”.

Se a última Noite de Ciências foi dedicada ao Trânsito de Mercúrio e ao sistema solar, em maio é a vez do bosão de Higgs ganhar destaque.

Alunos da Faculdade agitam no ar fitas de fim de curso

A Alameda da Universidade de Lisboa voltou a encher-se de finalistas de Ciências e de tantas outras faculdades e universidades. Este ano a cerimónia ocorreu no dia 21 de maio de 2016. Para alguns este é um acontecimento especial - é que "há momentos que marcam a vida", por isso mesmo merecem ser recordados.

“A poor international standard for trap selectivity threatens carnivore conservation” - um estudo publicado online a 2 de maio de 2016 na revista “Biodiversity and Conservation” - revela falhas graves nas normas que regulam a legalidade de armadilhas para captura de carnívoros.

A 2.º edição da Escola de Verão de Energia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa acontece entre 27 de junho e 1 de julho de 2016. As candidaturas já abriram e terminam a 31 de maio.

Recentemente, a Google anunciou o SmartReply para diminuirmos a carga que muitos de nós têm com o serviço de correio (emails), as dezenas de mensagens que se vão acumulando enquanto as horas passam. Quem está interessado nesta facilidade? É segura, não invasiva, e quem ganha no fim?

Estão prestes a ser divulgados pela Reitoria da Universidade de Lisboa os resultados do inquérito à empregabilidade dos estudantes da Universidade. Estes indicadores passarão a ter cada vez mais importância, seja ao nível da Universidade como das políticas públicas. O tema da empregabilidade passa pois a ser crítico, e a Jobshop anual um instrumento prioritário para a acção de Ciências.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O quinto Dictum et factum é com Andreia Rezende, técnica superior do Gabinete Jurídico de Ciências.

Trinta e três pessoas submeteram até ao final do passado mês de março mais de 200 fotografias no âmbito do Concurso de Fotografia de Ciências 2016. Durante o Dia de Ciências – a 19 de abril de 2016 – foram atribuídos os prémios e as menções honrosas às melhores imagens do concurso.

Um grupo de investigadores do Centro de Química e Bioquímica de Ciências, da Osaka Prefecture University (OPU), no Japão, do Rutherford Appleton Laboratory, no Reino Unido e de duas instituições francesas - o Institut de Chimie de Clermont-Ferrande e o CNRS - sintetizou um novo nanomaterial considerado como catalisador verde de nova geração. 

O Dia de Ciências 2016 foi celebrado no dia do aniversário da Faculdade – 19 de abril – e juntou, como em anos anteriores, alunos, professores, investigadores, outros funcionários desta faculdade, seus familiares e amigos.

António Branco, professor do Departamento de Informática de Ciências, participa na cerimónia “CPLP 20 anos - A Diversidade Cultural que Nos Une”, cujo objetivo é comemorar o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP, celebrado a 5 de maio de 2016, no Palácio Conde de Penafiel, em Lisboa.

Diz-se que nem sempre pensamos por linhas direitas, quase sempre seguimos por curvas, em ziguezagues, corrigindo o que estava confuso, unindo e simplificando, recorrendo a imagens e metáforas, para ajudar os outros a capturarem a essência das coisas.

A próxima sessão da Cicloficina realiza-se a 2 de maio de 2016, pelas 17h00, no parque de bicicletas do C5.

A iniciativa do Departamento de Informática de Ciências - organizada no âmbito do Girls in ICT Day - visa promover uma reflexão sobre as potencialidades das Tecnologias da Informação e Comunicação junto de jovens raparigas, pais e professores. 

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