Fibrose quística

Identificação de novos alvos moleculares é essencial para definir estratégias terapêuticas

Entrevista com Carlos Farinha

"Os próximos passos [passam pela] caracterização mais detalhada do mecanismo agora identificado", diz Carlos Farinha, um dos autores do artigo publicado recentemente no Journal of Cell Science

GBNT

O artigo “EPAC1 activation by cAMP stabilizes CFTR at the membrane by promoting its interaction with NHERF1” publicado este mês no Journal of Cell Science resulta de um trabalho desenvolvido por Carlos Farinha e Margarida Amaral, investigadores do BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas e professores do Departamento de Química e Bioquímica de Ciências ULisboa; em colaboração com o grupo de Manuela Zaccolo, professora da Universidade de Oxford e no qual está inserido o jovem estudante de doutoramento, Miguel Lobo, licenciado e mestre em Bioquímica por Ciências ULisboa e que começou este trabalho durante o mestrado na faculdade portuguesa.

Os autores deste estudo caracterizaram um novo mecanismo de regulação da proteína CFTR, que quando ausente ou com mau funcionamento é responsável pela fibrose quística, uma doença genética letal que se manifesta sobretudo ao nível dos pulmões, mas também do intestino.

De acordo com o comunicado de imprensa emitido pela faculdade esta segunda-feira, para os investigadores a identificação de novos alvos moleculares é essencial para definir estratégias terapêuticas cada vez mais robustas nos doentes com fibrose quística.

+ Ciências
Entrevista com Carlos Farinha
 


Carlos Farinha
Imagem cedida por CF

Esta equipa do BioISI inclui quantas pessoas?

Carlos Farinha (CF) - A equipa que trabalha comigo é constituída por [cerca de] cinco pessoas e integra-se no grupo Functional Genomics & Proteostasis (cerca de 20 elementos), coordenado pela professora Margarida Amaral.

Quais são as suas funções, tarefas?

CF - Estudam diferentes aspetos da bioquímica e biologia celular/molecular da fibrose quística havendo no grupo alargado elementos que se dedicam também a abordagens de medicina personalizada.

Como é que surgiu a colaboração com a Universidade de Oxford?

CF - Surgiu num congresso de ciência básica da fibrose quística por interesses comuns na via de sinalização agora estudada. Tal levou a um estágio de três meses em Oxford do então aluno de mestrado Miguel Lobo. Neste momento, a professora Manuela Zaccolo é coorientadora de um outro aluno (agora de doutoramento), que está a continuar/desenvolver o trabalho agora publicado.

Qual tem sido a reação dos pares relativamente a estes avanços?

CF - Tem sido em geral boa, dada a necessidade ainda sentida de identificar novos mecanismos, no caso de estabilização da proteína na membrana, que possa servir de base a novas estratégias terapêuticas.

Quais são os próximos passos desta equipa?

CF - Os próximos passos [passam pela] caracterização mais detalhada do mecanismo agora identificado, sobretudo ao nível da identificação de outras proteínas que possam estar envolvidas no processo, de modo a refinar a identificação de possíveis alvos terapêuticos.

Esta nova estratégia terapêutica já foi aprovada para uso em doentes?

CF - Desde a identificação de um mecanismo molecular até à aprovação para uso em doentes vai normalmente um longo caminho. No entanto, a modulação da via de sinalização agora identificada como relevante no contexto da fibrose quística é também promissora para outras patologias (nomeadamente do foro cardíaco) pelo que existe investigação em curso, tentando que possa chegar o mais depressa possível à clínica.

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Sete cientistas dão sugestões de verão

Dos passadiços aos meteoros, passando por livros e geocaching, ninguém fica de fora

Afonso Ferreira, investigador de CIÊNCIAS e MARE

Jovem investigador de CIÊNCIAS distinguido por estudo sobre fitoplâncton da Antártida

Ismael Tereno, professor de CIÊNCIAS

Missão da ESA pode ajudar a revelar alguns dos mistérios do Universo

Atuns-rabilho do Atlântico são capturados numa pescaria

Estudo prevê mudanças significativas na distribuição das principais espécies de atum no Oceano Atlântico

Telescópio de 3,6 metros do Observatório de La Silla

Investigadores de CIÊNCIAS criaram dispositivo de correção de dispersão cromática

O Ser Cientista recebeu 75 jovens do Secundário

Programa Ser Cientista juntou 75 jovens à volta de 17 projetos laboratoriais

Colisão de Theia com a Terra

Artigo científico promete início de novo paradigma para o estudo do planeta 

Cláudio Fernandes e Duarte Almeida

Depois de três meses de trabalhos informais, a nova Comissão recebeu luz verde para a constituição formal, através de um despacho da direção de CIÊNCIAS, que foi lançado no início de julho. A primeira reunião oficial já teve lugar e o novo elenco já começou a preparar os desafios para os próximos dois anos de atividade.

Foto de uma onda no mar

O oceano já faz muito por nós. Absorve cerca de 30% do dióxido de carbono (CO₂) que emitimos e retém mais de 90% do calor em excesso provocado pelas alterações climáticas. Mas será que pode fazer ainda mais?

Foto de Carlos M. Farinha

Carlos M. Farinha, co-responsável do Laboratório de Investigação em Fibrose Quística de CIÊNCIAS e um dos vice-diretores do BioISI – Biosystems and Integrative Sciences Institute, foi reeleito membro da Direção da European Cystic Fibrosis Society (ECFS).

ilustração de CIÊNCIAS

Primeira fase de candidaturas termina entre 28 de julho e 4 de agosto

alunos no campus de Ciências

Os jovens vão participar em 17 projetos científicos durante uma semana

Margarida Amaral

A Investigadora do BioISI vai assumir novo cargo internacional

Meredith Ringel Morris, investigadora da Google DeepMind

Especialista da Google Deepmind deu palestra no Auditório de CIÊNCIAS 

O Simpósio Internacional sobre Interações e Agregação de Proteínas realizou-se no Caleidoscópio

Mais de 60 investigadores vieram participar no evento organizado por CIÊNCIAS e FCiências.ID

Foto de grupo dos participantes no encerramento da segunda semana do Verão na ULisboa.

Foi com a entrega dos insubstituíveis diplomas que terminou a 11 de julho mais uma edição do programa didático Verão na ULisboa no Campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS). Durante duas semanas, 170 alunos do ensino básico e do ensino secundário lançaram mãos a experiências, desafios e explicações de princípios científicos com o propósito de conhecer o mundo que os rodeia e eventualmente novas vocações profissionais. 

Logotipo do 24º Encontro dos Caminhos para a Complexidade

A Inteligência Artificial foi o tema do 24º Encontro dos Caminhos da Complexidade

Ana Simões, professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Professora de CIÊNCIAS diz que vai aproveitar o novo mandato para promover a inclusão e novas metodologias de estudo

Um astronauta olha em frente num jardim ensolarado

Estão abertas, até dia 30 de julho, as candidaturas para a 2.ª edição da Unite! Research School. Esta edição terá como temas a AI e Cibersegurança, Espaço e Tecnologia e Engenharia Biológica.

Cenário reconstituído do sítio de trilhas de Monte Clérigo, gerado por ferramentas de IA.

Um estudo internacional com participação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) identificou as primeiras pegadas fossilizadas atribuídas a Neandertais em território português. O artigo agora publicado na revista Nature Scientific Reports, revela que as pegadas descobertas nas praias do Monte Clérigo e do Telheiro, no Algarve, remontam a cerca de 78 a 82 mil anos atrás.

Rafael Hipólito está a tirar o mestrado de matemática

Aluno de mestrado ganhou competição de cálculos integrais e diz que quer seguir a via da investigação. "O número de problemas em aberto na matemática não tem vindo a diminuir, mas sim a aumentar", recorda Rafael Hipólito  

Bernardo Ferreira e Bruno Cotrim foram premiados com o projeto ArchiveChain

Bernardo Ferreira e Bruno Cotrim foram distinguidos na edição de 2025 dos prémios Arquivo.pt

Foto de teclado com teclas adaptadas a símbolos de acessibilidade.

Um estudo internacional liderado por investigadores de Portugal, Polónia e Irlanda alerta para graves lacunas na acessibilidade digital de grande parte das universidades europeias. A investigação, que envolveu a análise de 171 instituições de ensino superior em 38 países, contou com a participação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Apresentação de projetos de inovação e investigação

Cada um dos projetos das edições passadas recebeu €50 mil de financiamento

Voluntários, professores e parceiros apresentaram as atividades de Voluntariado Curricular

Apresentação pública revela atividades de alunos de CIÊNCIAS junto de 10 parceiros 

Páginas