Do incêndio da Politécnica aos C´s

Chamas na Politécnica – 1978

Bombeiro apaga fogo

Muito ardeu, espaços, bens, muitos raros e insubstituíveis. Nem uma vida se perdeu

Rui Santos, aluno do 3.º ano de Biologia, ano letivo 1977/1978
Rosto de Raquel Gonçalves-Maia
Raquel Gonçalves Maia

O ano 1978 foi para mim memorável. Ia março nos seus primeiros dias quando, visto e revisto o manuscrito (sem nunca um flagrante erro na capa ter sido detetado...), eu entreguei o manuscrito da minha tese de doutoramento “com vista à obtenção do grau de doutor em Química”.

Alegria pura, que se esfumou escassos dias depois.

Era madrugada e o edifício da Faculdade de Ciências de Lisboa, na rua da Escola Politécnica, ardia. Dezoito de março, seriam duas horas da madrugada. Um salto da cama, um vestir rápido e uma fuga apressada ao encontro das labaredas.

No passeio fiquei petrificada a assistir, passava o tempo, cérebro e coração em transe, pouco mais se podia fazer.

Não, não foi bem assim. A saudosa professora Marieta da Silveira (1917-2004)[1] não parava, atiçando os bombeiros para o desastre incomensurável que uma menor atenção ao Departamento de Química poderia suscitar.

Eram os éteres e os álcoois, o hidrogénio e o acetileno, os propanos, os butanos e outros tais… Eram os metais alcalinos e os alcalino-terrosos... Combustíveis, altamente inflamáveis e explosivos. Eram os irritantes, os tóxicos e os muitíssimo tóxicos por ingestão, por contacto com a pele, por inalação.

E, acima de tudo, eram os radioativos, de efeito irreversível. Sim, era indispensável manter os radioativos em “recipiente hermético”, conservar o fogo para além, proteger as gentes e os lugares, a Escola Politécnica e o Jardim Botânico, a freguesia de São Mamede, os bairros, a cidade. Lisboa. O grito lançado por Marieta da Silveira.

O brutal e pungente grito de alarme ecoou nos comandantes, despertou a urgência de responsabilidades acrescidas. Uma densa cortina de água jorrou do Batalhão de Sapadores Bombeiros e Voluntários, manteve incólume a Química, o Departamento de Química, os laboratórios potenciais malfeitores.

Muito ardeu, espaços, bens, muitos raros e insubstituíveis. Nem uma vida se perdeu, contudo, graças ao ímpeto permanente de uma mulher lutadora e à ação enérgica dos “soldados da paz”. A tudo assisti.

Dias depois, professores e alunos, dispersos, percorriam como almas penadas os corredores a “preto e branco”. No antigo claustro do Noviciado da Cotovia, no centro da escola, os eternos pré-fabricados de tantas aulas escutadas, tinham desaparecido. Deles, apenas restava uma nódoa cinzenta de fuligem grossa espalhada pelo chão. Na ala norte, as paredes mestras mal escondiam a tragédia interior. Difícil respirar, absorver o desastre, partir para o futuro.

Em novembro desse mesmo ano, 1978, nove meses passados sobre as chamas na Politécnica, defendia eu na “sala dos actos” da reitoria da Universidade de Lisboa a tese de doutoramento. Aprovada com distinção e louvor. A vida prosseguia. Todos sobrevivemos. A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa nunca parou a sua missão, ensinou uns tempos em edifício na 24 de Julho, espalhou grupos de investigação – coube-me o Instituto Bento da Rocha Cabral, ali ao Rato – incentivou as obras de uma faculdade nova pelo Campo Grande.

Acima de tudo reconstruiu-se. O Museu Nacional de História Natural e da Ciência dignifica a cultura científica na casa que bem o merece.

Raquel Gonçalves-Maia
Em 1978, na sala dos doutoramentos, na Reitoria, com o manuscrito da tese

 

[1] M Brotas, F. Viegas e E. Maia, “Marieta Amélia da Silveira”, em “Novas Memórias de Professores Cientistas”, coord. A. Simões, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa 1911-2011 (2012)

Raquel Gonçalves Maia, professora catedrática aposentada do DQB Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

A Associação Portuguesa de Estudantes e Investigadores no Reino Unido (PARSUK – Portuguese Association of Researchers and Students in the UK) vem oferecer 5 estágios de verão, com bolsa de estudos no valor de &eu

19 de abril de 1911. Quando a Faculdade de Ciências da ULisboa surgiu em Portugal, passava pouco mais de cem anos do surgimento da primeira escola classificada como tal, a Universidade de Berlim, na Alemanha, em 1810.

A Ação COST TD1402, iniciada em novembro de 2014, termina em novembro de 2018 e está fortemente ligada ao projeto “Nano partículas magnéticas para tratamento do cancro por hipertermia”, cuja investigadora principal é Maria de Deus Carvalho.

The European Organization for Nuclear Research (CERN) is offering full-time paid internships (4-12 months) to students. CERN has two different programmes, depending on the field of students:

O seminário "Do Espaço para a Terra com Copernicus" realiza-se a 16 abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

 A Sonae vai estar na Faculdade de Ciências, no átrio do edifício C5, com o objetivo de divulgar o Programa Contacto.

O colóquio “A Economia do Mar, Ordenamento, Gestão do Espaço Marítimo e Licenciamento: Oportunidades e Implicações para os Municípios” realizou-se no dia 9 de abril de 2015, nas instalações da Universidade Católica Portuguesa.

Laws of rare events with convergence rates.

34.º aniversário do GeoFCUL!

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (GeoFCUL) existe desde 4 de fevereiro de 1981.

Foi estendido o prazo de candidaturas para o programa de estágios da Jerónimo Martins - Management Trainee Programme, destinado a alunos finalistas de mestrado.

Encontram-se abertas as candidaturas para o programa de estágios de verão da Vodafone - Discover Summer Internship.

O colóquio “A Economia do Mar, Ordenamento, Gestão do Espaço Marítimo e Licenciamento: Oportunidades e Implicações para os Municípios” realiza-se a 9 de abril de 2015, nas instalações da Universidade Católica Portuguesa.

Na cerimónia deste ano são atribuídas 89 bolsas de estudo por mérito aos alunos que obtiveram aproveitamento excecional no ano letivo 2011/2012.

O seminário "Coopérnico: Energia Verde, Sustentabilidade e Cidadania" realiza-se a 9 de abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

De 1 a 7 de abril de 2015 a biblioteca do C4 está aberta das 9h00 às 17h00.

Até junho de 2015 os bolseiros do Programa LisMath apresentam semanalmente seminários sobre temas de investigação. Os seminários têm lugar na sala B3-01 do IIIUL, cada sexta-feira, pelas16h00.

Os 25 alunos apurados a nível nacional participam na fase final das Olimpíadas Portuguesas de Geologia (OPG), previstas para os dias 24 e 25 de maio de 2015, no Centro Ciência Viva de Estremoz.

Seminário Informal em Matemática no próximo dia 27 de Março, 6ªfeira, às 14h na sala 6.2.44.

 

Tema: Teoria do grau e aplicações, apresentado por Simão Correia.

Encontram-se abertas as candidaturas para o Summer Internship Programme 2015 da Jerónimo Martins.

O Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia (DEGGE) da Faculdade de Ciências da ULisboa realiza um seminário sobre sismologia em tempo real, no dia 26 de março de 2015.

Como vencedores do sorteio nas passadas Jornadas da FCCN a EBSCO oferece o acesso institucional à base de dados Fonte Académica a todos os utilizadores da ULisboa até 31 de Dezembro de 2015.

Se ficou curioso e quer obter mais informações sobre estes fenómenos astronómicos, pode participar na palestra “Eclipses Solares”, no dia 20 de março de 2015, entre as 17h00 e as 18h00, no grande auditório de Ciências da ULisboa.

Miguel Centeno Brito

A ideia de criar um barómetro surgiu como resposta a um desafio lançado pela Área de Sustentabilidade da ULisboa. O professor de Ciências da ULisboa, Miguel Centeno Brito espera que “a aplicação desta metodologia seja alargada a outras universidades nacionais, e europeias, contribuindo para o crescimento do movimento green campus”.

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