Alumnus Ciências ULisboa e investigador pós-doutorado do CQE ULisboa

Ricardo Simões: primeiro cientista português a vencer Prémio Franzosini

Estudo da solubilidade da simvastatina relevante no tratamento de doenças relacionadas com elevados níveis de colesterol

Ricardo Simões no laboratório

Ricardo Simões é o primeiro cientista português a receber o Prémio Franzosini

ACI Ciências ULisboa

O CQE ULisboa tem 11 grupos de investigação, que funcionam no Instituto Superior Técnico (IST) e na Ciências ULisboa. O MET CQE ULisboa é coordenado por Eduardo Filipe, professor do IST ULisboa e cocoordenado por Filomena Martins, professora do DQB Ciências ULisboa. O grupo conta já com mais de mil publicações.

Ricardo Simões, de 37 anos, antigo aluno da Ciências ULisboa e investigador pós-doutorado do grupo Molecular and Engineering Thermodynamics (MET) do Centro de Química Estrutural (CQE) da ULisboa, é um dos vencedores do Prémio Franzosini 2020, e o primeiro cientista português a receber este galardão internacional.

Manuel Minas da Piedade, professor do DQB Ciências ULisboa e investigador do MET CQE ULisboa, no polo da Faculdade, foi quem propôs a candidatura de Ricardo Simões ao prémio, na qualidade de patrocinador.

Johan Jacquemin, professor e investigador na Faculté des Sciences et Techniques, Université de Tours, em França, foi também distinguido com o mesmo prémio, que, por força da situação pandémica, só foi possível entregar este ano. A candidatura do cientista foi proposta por Magdalena Bendová, do Institute of Chemical Process Fundamentals, Czech Academy of Sciences, na República Checa.

Os prémios foram atribuídos pelo Subcommittee on Solubility and Equilibrium Data (SSED) da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) durante o “19th International Symposium on Solubility Phenomena and Related Equilibrium Processes – ISSP19”, uma conferência virtual, organizada pelo Los Alamos National Laboratory, entre 12 e 16 de julho passado. O próximo simpósio - ISSP20 - deverá acontecer em setembro de 2022, no Instituto Politécnico de Bragança.

Ricardo Simões completou o doutoramento em Química, com especialização em Química Física. Manuel Minas da Piedade foi o seu orientador. Durante o curso desenvolveu interesse pela área da cristalização e do polimorfismo.

Ricardo Simões completou o doutoramento em Química, com especialização em Química Física, em 2013, na Ciências ULisboa, orientado pelo professor Manuel Minas da Piedade. Foi durante este curso que desenvolveu interesse pela área da cristalização e do polimorfismo, domínio no qual tem desenvolvido vários estudos.

O cientista integra o MET CQE ULisboa, polo da Faculdade desde 2017, e os seus interesses científicos focam-se no estudo da relação entre estrutura molecular e propriedades, no contexto da engenharia de cristais, com foco no fenómeno de polimorfismo em compostos orgânicos. Ao longo da sua carreira já publicou 13 artigos em revistas científicas internacionais, 14 comunicações em posters e seis comunicações orais.

diploma do Prémio Franzosini
O Prémio Franzosini é atribuído pelo SSED
Imagem cedida por RS DQB Ciências ULisboa

O prémio que lhe foi atribuído está relacionado com o estudo da cristalização e solubilidade da simvastatina, um fármaco pertencente ao grupo das estatinas. O estudo centra-se na análise do processo de transformação de uma molécula num cristal, sendo que para uma mesma molécula, podem ser criados diferentes sólidos, com diferentes estruturas cristalinas.

O jovem investigador explica que ganhar este prémio deverá permitir-lhe um papel mais ativo nas discussões internacionais sobre solubilidade e a oportunidade de participar nas futuras atividades do subcomité da IUPAC, com a submissão de mais projetos nesta área.

Quanto ao que simboliza para si o prémio, comenta: “é sempre bom ter este tipo de reconhecimento, significa que o trabalho é bom e que está a ir numa direção vantajosa.”

Calorimetria diferencial de varrimento

Uma das metodologias utilizadas por Ricardo Simões, no âmbito da sua investigação, é a calorimetria diferencial de varrimento, ou por outras palavas differential scanning calorimetry (DSC). Esta técnica permite determinar a temperatura e entalpia de transições de fase, como é o caso das fusões ou das cristalizações, nos compostos em estudo.

Para Ricardo Simões é este o trabalho que mais lhe interessa – perceber que estruturas podem ser obtidas, de que forma, e quais as suas propriedades e aplicações. Apesar da cristalização ser um processo que já vem desde a antiguidade, o método é ainda muito desconhecido, razão pela qual optou por trabalhar este tema.

Os estudos sobre solubilidade têm aplicações nas diferentes indústrias, tais como a alimentar, a dos explosivos, ou a farmacêutica (estudo das dosagens). Na sua opinião, o trabalho que desenvolve com a simvastatina é muito relevante, por exemplo, no tratamento de doenças relacionadas com elevados níveis de colesterol, e já permitiu resolver as discrepâncias encontradas nos dados de solubilidade presentes na literatura sobre este composto.

Futuramente, Ricardo Simões prevê expandir os seus interesses científicos para outras estatinas, fazendo uma avaliação das solubilidades que já existem, de modo a poder melhorar as formulações farmacêuticas e os métodos de produção.

Da cristalização às propriedades do chocolate

A sua investigação tem contado com a colaboração de Carlos Bernardes, investigador do DQB Ciências ULisboa e do MET CQE ULisboa, polo da Faculdade, na área dos estudos computacionais, assim como com a participação de outros colegas investigadores do referido grupo.

differential scanning calorimeter
O DSC é um dos instrumentos utilizados na investigação
Fonte ACI Ciências ULisboa

A este propósito, é de referir ainda que Ricardo Simões participa no Crystals and Their Skeletons – Uma Exposição Online, realizada no âmbito do projeto mol2cryst – das moléculas aos cristais, dinamizado por Carlos Bernardes e que visa a compreensão a nível molecular das fases iniciais da cristalização. Curiosamente, ou não, em 2016 também trabalhou como investigador pós-doutorado no Laboratoire de Chimie des Polymères, da Université Libre de Bruxelles, na Bélgica. Aí estudou a cristalização de compostos orgânicos em filmes finos.

Como divulgador e comunicador de ciência, Ricardo Simões participou no “Ser cientista” nas edições de 2014, 2017 e 2018, com o projeto “A Química e os Segredos de um Chocolate Perfeito”, que se focava na exploração do impacto do polimorfismo nas características do chocolate.

Projeto de Dados de Solubilidade com 104 volumes

O Prémio Franzosini foi instituído em 1988 em memória de Paolo Franzosini, professor de Físico-Química da Universidade de Pavia, em Itália, um entusiasta do Projeto de Dados de Solubilidade, que faleceu repentinamente a 24 de janeiro de 1985, tendo deixado quase concluído o volume 33 da série de dados de solubilidade.

O galardão já foi entregue a 24 cientistas. O objetivo desta iniciativa permanece igual: procurar reconhecer o contributo promissor de jovens cientistas na área da solubilidade e equilíbrio homogéneo, nomeadamente para o referido projeto, que já conta com 104 volumes.

Marta Tavares com Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O oitavo Dictum et factum é com Vera Lopes, técnica superior do Departamento de Geologia de Ciências.

Os vencedores do galardão desenvolveram o melhor projeto de Net Zero Energy House.

Há espírito empreendedor nos corredores de Ciências e a prová-lo esteve a prestação dos alunos de Ciências e do ISCTE-IUL na Sessão Final da Disciplina de Projeto Empresarial.

Cerca de 14 alunos do ensino secundário decidiram passar uma semana das suas férias a frequentar a Escola de Verão de Energia, organizada pelos professores e alunos do mestrado integrado de Engenharia da Energia e do Ambiente, e que já vai na sua segunda edição.

Pedro Veiga, Luís Correia e Teresa Chambel, professores do Departamento de Informática (DI) de Ciências, participaram no primeiro E-Tech Portugal, ocorrido no início de junho de 2016, em Setúbal.

A racionalidade (homem racional) é inalcançável, porque a escolha ótima (identificada a maior parte das vezes com a utilidade máxima individual) é demasiado perfeita.

De acordo com o comunicado de imprensa emitido pela faculdade esta segunda-feira, para os investigadores a identificação de novos alvos moleculares é essencial para definir estratégias terapêuticas cada vez mais robustas nos doentes com fibrose quística. Entrevista com Carlos Farinha.

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