Videojogos

Investigadores de CIÊNCIAS foram à Lisboa Games Week mostrar o futuro dos jogos acessíveis e cooperativos

Lisboa Games Week

Expositor da Universidade de Lisboa na Games Week

DCI-CIÊNCIAS

Koala Boutique”, “Grim & Plume”, e “Parallel Realms” são ilustres desconhecidos e, no entanto, captaram a atenção de múltiplos visitantes da Lisboa Games Week que decorreu entre quinta-feira e domingo. Os três títulos desenvolvidos por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) passaram por mais um teste de fogo na conhecida feira dos videojogos e não se deram nada mal na hora de revelar mecanismos de cooperação entre ambientes virtuais distintos. A participação de Ciências ULisboa contemplou ainda palestras sobre acessibilidade e cooperação durante o evento que decorreu na FIL.

“A participação na Lisboa Games Week é uma boa oportunidade para divulgar a oferta formativa e para mostrar a quem estiver interessado o que se pode aprender sobre a ciência dos jogos em Ciências ULisboa”, comenta André Rodrigues, professor no Departamento de Informática de Ciências ULisboa e investigador do LASIGE - Centro de Investigação em Ciência e Engenharia da Computação. “Além disso, a vinda à Lisboa Games Week também é útil para mostrar os jogos que desenvolvemos e o trabalho feito nesta área”, acrescenta o especialista em videojogos.

oradores da Games Week
João Guerreiro, André Rodrigues e David Gonçalves participaram na Lisboa Games Week com palestras sobre cooperação e acessibilidade nos videojogos - DCI CIÊNCIAS

“Grim & Plume” serve de exemplo na hora de dar a conhecer o conceito de cooperação dos jogos criados no LASIGE: o guião do jogo tem por base dois “mundos” diferentes. Num desses "mundos", um jogador tem funções de combate e eliminação de inimigos; num outro "mundo" digital, um segundo jogador assume funções completamente diferentes, pois tem como objetivo a construção de objetos, estruturas ou edifícios. Na feira de videojogos, os jogadores estavam lado a lado – mas no conceito desenhado no LASIGE podem estar a quilómetros de distância, ainda que seja suposto partilharem informação para alcançarem os objetivos pretendidos.

“Por exemplo, um jogador pode estar a construir um canhão para o outro jogador derrotar os inimigos na outra parte do jogo; e, por sua vez, o jogador que está no jogo do combate pode fornecer um totem para proteger os edifícios que o colega constrói”, exemplifica David Gonçalves, doutorando de Informática em Ciências ULisboa.

"Grim & Plume" ainda terá de esperar para ficar disponível para o público, mas os investigadores do LASIGE já começaram a distribuir “Koala Boutique” e “Parallel Realms”, além de muitos outros jogos. “Koala Boutique” chegou a ser testado entre grupos de pais e respetivos filhos, com o objetivo de promover a comunicação e a resolução de vários desafios e ameaças virtuais. Em “Parallel Realms”, o jogador tem de encontrar forma de escapar de salas e de resolver desafios com cores que um parceiro, que se encontra noutro cenário, terá de lhe indicar.

Além dos mecanismos de cooperação, estes jogos exploram uma lógica assimétrica que confere a cada um dos dois jogadores o conhecimento de algo de que o outro desconhece, mas necessita para cumprir objetivos. A assimetria gera a necessidade de cooperar – e também abre caminho à socialização. “Queremos ver quão longe conseguimos ir quando se trata de pôr duas pessoas a cooperarem enquanto jogam videojogos diferentes. Será que se pusermos alguém a jogar futebol e outra pessoa com um jogo de agricultura conseguimos obter os mesmos benefícios de socialização?”, adianta André Rodrigues, tentando ilustrar esta linha de investigação que está atualmente em desenvolvimento.

Os jogos de âmbito cooperativo haveriam de ser explanados numa palestra protagonizada por André Rodrigues, mas os investigadores de Ciências ULisboa também levaram para demonstração jogos que seguem de perto outra linha de estudo que tem por objetivo o desenvolvimento de jogos e tecnologias que respeitam a acessibilidade. É entre estes projetos que se encontra um submarino comandado por uma pessoa que tem capacidade de visão, mas precisa das coordenadas de sonar que lhe são fornecidas por um jogador sem capacidade de visão. Num outro jogo apresentado como exemplo, os papéis invertem-se: um jogador com limitações na visão comanda um avião enquanto o jogador que tem capacidade de visual fornece coordenadas de radar.

Jogo Koala Boutique
"Koala Boutique" foi um dos videojogos produzidos no LASIGE que estiveram em demonstração na Lisboa Games Week - DCI Ciências

Apesar da crescente oferta de títulos que respeitam a acessibilidade, há inúmeros jogadores cegos que já conseguem superar jogos, em modo convencional, recorrendo a estratégias alternativas, refere David Gonçalves. E foi também essa realidade que o investigador tentou dar a conhecer numa das palestras: “Nesses casos, os jogadores cegos fazem o reconhecimento de ações e mapas de jogo através dos sons. Mas a palestra também abordou a cooperação entre pessoas cegas e pessoas que não são cegas, mantendo a lógica assimétrica que leva cada um dos jogadores a ter um papel específico”, explica David Gonçalves.

A realidade virtual também poderá deixar a ideia de que será pouco indicada para jogadores cegos, mas João Guerreiro, investigador do LASIGE, pretende mostrar precisamente o contrário em projetos que recorrem a óculos que são conhecidos por reproduzirem cenários virtuais junto aos olhos, mas também se revelam eficazes na hora de passar informação a pessoais com limitações visuais, por via auditiva ou vibrações hápticas. O conceito, que mereceu uma palestra no Lisboa Games Week, já levou o investigador a desenvolver soluções de realidade virtual que permitem recriar treinos ou combates de boxe para cegos. “Estes projetos pretendem dar a conhecer as necessidades de uma parte da população e também o potencial das tecnologias para ultrapassarem essas necessidades. Além disso, importa não esquecer que também a realidade virtual tem de passar a ser acessível, caso contrário deixa de fora parte da população”, sublinha João Guerreiro. A evolução é também um jogo. 

Hugo Séneca
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O décimo Dictum et factum é com Fernando Lopes, coordenador do Gabinete de Apoio à Investigação da Direção de I&D de Ciências.

Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O oitavo Dictum et factum é com Vera Lopes, técnica superior do Departamento de Geologia de Ciências.

Os vencedores do galardão desenvolveram o melhor projeto de Net Zero Energy House.

Há espírito empreendedor nos corredores de Ciências e a prová-lo esteve a prestação dos alunos de Ciências e do ISCTE-IUL na Sessão Final da Disciplina de Projeto Empresarial.

Cerca de 14 alunos do ensino secundário decidiram passar uma semana das suas férias a frequentar a Escola de Verão de Energia, organizada pelos professores e alunos do mestrado integrado de Engenharia da Energia e do Ambiente, e que já vai na sua segunda edição.

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