Central fotovoltaica do Cercal

Ciências ULisboa, FCiências.ID e Aquila Clean Energy celebram protocolo

Parceria visa garantir a monitorização do impacto da produção de energia solar renovável na qualidade dos solos e na biodiversidade

José Rebordão, Luís Carriço e Manuel Silva assinam o protocolo

O presidente do Conselho de Administração da FCiências.ID, o diretor da Ciências ULisboa e o head of development & construction da Aquila Clean Energy em Portugal assinaram o protocolo, numa cerimónia ocorrida no campus da Faculdade

Pedro Pina

Scripta manent. O que se escreve, fica, permanece.

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A Faculdade e a Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências.ID) assinaram um protocolo de cooperação com a Cercal Power, uma sociedade da Aquila Clean Energy, a plataforma de energia renovável da Aquila Capital na Europa, dedicada ao desenvolvimento, construção e exploração da central fotovoltaica do Cercal, em Santiago do Cacém. A cerimónia decorreu a 19 de outubro no campus da Ciências ULisboa.

O protocolo, com a duração de dois anos, visa a cooperação nas áreas científicas e tecnológicas em que a Faculdade desenvolve a sua atividade e que se revistam de interesse para a empresa, nomeadamente a parceria em projetos de investigação, o acolhimento de mestrandos e doutorandos para realização de dissertações de mestrado ou teses de doutoramento, o acesso a equipamentos e infraestruturas para realização de atividades de investigação ou académicas, entre outras formas de cooperação.

No âmbito desta parceria, uma equipa da Ciências ULisboa vai realizar um estudo de monitorização do impacto da construção da central fotovoltaica do Cercal na qualidade dos solos e na biodiversidade.

Durante a fase de consulta pública do projeto, a empresa deparou-se com várias preocupações da população local, nomeadamente a preservação natural daquele território, o impacto visual dos painéis solares, a qualidade dos solos agrícolas e o aumento da temperatura ambiente. Considerando a responsabilidade social e ambiental, a equipa da Aquila Clean Energy quis aprofundar o conhecimento acerca destas questões, procurando igualmente uma maior aceitação do projeto por parte da população.

Para Manuel Silva, head of development & construction da Aquila Clean Energy em Portugal, “esta parceria com a Ciências ULisboa traduz a preocupação da Aquila Clean Energy com o respeito pelos territórios, valores naturais e locais e com a sustentabilidade. A construção da central fotovoltaica do Cercal é essencial para atingir as metas que garantam uma transição energética efetiva. Contudo, queremos também assegurar que, além de ajudar a cumprir o objetivo de descarbonização do setor eletroprodutor, esta central poderá coexistir com atividades agrícolas, em respeito pela biodiversidade local e sem consequências na temperatura ambiente. A nossa forma de atuar é sempre esta: fomentar parcerias que nos permitam criar uma estratégia de valor partilhado em todos os locais em que nos encontramos”.

A cooperação estabelecida vai permitir complementar o conhecimento já existente, com uma componente científica, acrescentando robustez ao estudo de impacto ambiental da área onde vai ser instalada a central.

A equipa da Faculdade é coordenada por Cristina Branquinho, Helena Serrano, Sergio Chozas e Fernando Ascensão, investigadores do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c); e Miguel Centeno Brito, investigador do Instituto Dom Luiz (IDL).

A parceria prevê a caraterização da biodiversidade e dos solos na área de construção. Através de metodologias de investigação científica vai ser possível caracterizar a qualidade do solo e a riqueza em termos de fauna e flora, antes, durante e depois da construção. Esse estudo permitirá compreender a situação atual e apoiar a definição de estratégias para preservação da biodiversidade local. Posteriormente, o objetivo é avaliar os impactos negativos que a construção possa ter naquele território e apresentar estratégias para os mitigar.

Embora, teoricamente, a exploração possa impactar negativamente o território, Fernando Ascensão refere que também são de esperar impactos positivos. É expectável, por exemplo, que mais espécies se instalem naquele local após a construção do parque solar, uma vez que a zona será vedada e tendo em consideração, que serão implementadas medidas favoráveis aos habitats dessas espécies. Conhecendo a biodiversidade do território, a ideia é tirar partido dela, propondo soluções para a promover e potenciar a sua preservação junto das populações.

3 pessoas a olhar para um campo
Prevê-se que a central seja construída até ao final deste ano e tenha uma capacidade instalada de 275 MW, permitindo fornecer energia a 141 mil casas. Os painéis serão distribuídos pelo terreno em núcleos/ilhas, de forma ajustada às características do local, e colocados a três metros de altura do chão.
Fonte Helena Serrano

A FCiências.ID já se encontra a implementar o plano de monitorização da temperatura, aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente. Através da instalação de equipamentos de última geração em termos de monitorização de temperatura, a equipa da Faculdade vai analisar de forma precisa os eventuais impactos da central na temperatura circundante, propondo medidas de mitigação caso estas se revelem necessárias.

“Vai ser possível estudar a alteração dos padrões causada pela central, no espaço da central e da povoação do Cercal, conforme nos afastamos; mas também no tempo, antes e depois da sua construção”, explica Miguel Centeno Brito. O investigador diz ter expectativas positivas em relação ao projeto, não só pela oportunidade de estudar uma questão ainda pouco explorada, como pela hipótese de que o impacto dos painéis seja mínimo no aumento da temperatura ambiente.

Cristina Branquinho caracteriza a parceria como muito inovadora, dada a preocupação ambiental manifestada pela empresa, e a abertura a ideias e condições impostas pelos investigadores. A professora da Faculdade conta que a empresa “aceitou as regras do jogo”, integrando três áreas de investigação da Biologia (solos, fauna e flora) e uma área de estudo substancial, com 45 pontos de amostragem. “É sempre importante trabalhar com empresas, que procuram independência e rigor, e é isso que nós temos para oferecer”, conclui.

Para Luís Carriço, diretor da Ciências ULisboa, o envolvimento da universidade no início dos processos das empresas revela que estas começam a olhar para a academia de forma diferente, reconhecendo as vantagens do conhecimento científico para o desenvolvimento dos seus projetos, nomeadamente na área das energias renováveis.

“A colaboração com a Aquila Clean Energy torna possível colocar ao serviço da sociedade o melhor conhecimento disponível e a inovação que é desenvolvida na Ciências ULisboa. Ver esse reconhecimento na sociedade e, neste caso, no ‘tecido industrial’ é muito bom para aquilo que a Faculdade quer ser. Os nossos investigadores podem trabalhar em laboratórios vivos de experimentação, cuja recolha de dados faz evoluir a ciência. A transferência de conhecimento para a sociedade é uma missão fundamental”, conclui Luís Carriço.

sala com pessoas na cerimonia
Durante a sessão, Cristina Branquinho fez uma breve apresentação sobre o trabalho a realizar no âmbito da parceria
Fonte GJ Ciências ULisboa

Marta Tavares, com ASS, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa e Aquila Clean Energy
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Logotipo dos Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos 2019

A cerimónia de entrega dos Prémios Científicos ULisboa/CGD 2019 estava prevista para 20 de outubro, na Reitoria da ULisboa, mas face à evolução da pandemia da COVID-19 e na sequência da resolução do Conselho de Ministros emitida recentemente, a cerimónia será adiada para data a anunciar quando as condições de segurança estejam novamente reunidas. Das 30 distinções desta última edição, cinco são para professores e investigadores da Ciências ULisboa.

Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez

O Prémio Nobel da Física 2020 distingue um dos teóricos mais distintos dos últimos 60 anos, o matemático e físico sir Roger Penrose e os astrónomos Reinhardt Genzel e Andrea Ghez, que revelaram a presença de um buraco negro extremamente massivo na região central da Via Láctea. Leia o artigo dos cientistas José Pedro Mimoso e Nelson Nunes, em colaboração com José Afonso e António Amorim.

Imagem abstrata

Ciências ULisboa integra a Rede de Inovação da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), cujo objetivo é promover a ponte entre a investigação produzida em ambiente académico e o contexto industrial e empresarial.

Logotipo Radar Tec Labs

Oitava rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a QPLab.

Campus da Ciências ULisboa

Ciências ULisboa volta a preencher a totalidade das vagas, no âmbito da 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior: 1001 candidatos conseguiram colocação nas 13 licenciaturas e nos três mestrados integrados desta faculdade, 449 como 1.ª opção. O número de vagas aumentou na maioria dos cursos, assim como as notas dos últimos alunos colocados nesta 1ª fase.

Cidade

Melhorar o funcionamento e a otimização energética de edifícios e equipamentos, resolvendo algumas das suas limitações, é um dos objetivos do projeto “Self Assessment Towards Optimization of Building Energy (SATO)”, liderado pela Ciências ULisboa e que tem início marcado para o próximo mês de outubro. O projeto integra 16 parceiros europeus da academia e dos sectores público e empresarial e representa a primeira grande colaboração científica entre o LASIGE e o IDL.

Papéis, canetas e braços

Vários alunos da Ciências ULisboa, da Universidade do Algarve (Ualg) e da Faculdade de Medicina Dentária (FMD) da ULisboa apresentaram este verão projetos de iniciação à investigação, desenvolvidos no âmbito da iniciativa “Sê Investigador por Três Semanas!”, promovida pelo Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa (CEAUL), com o objetivo de cativar os jovens para esta atividade.

cabra-montês

Dezenas de cientistas, técnicos e vigilantes da natureza do ICNF - Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, bem como cidadãos uniram-se em prol do novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal continental. O objetivo é melhorar até 2021 o conhecimento destas espécies e dessa forma contribuir para o estabelecimento de medidas e ações de conservação.

Imagens de perfil de 19 cientistas

Entre março e julho deste ano, as redes sociais da Faculdade deram a conhecer 19 pessoas e histórias de investigação, no âmbito da iniciativa “O que faço aqui?”, disponível no site da Faculdade.

Pessoa com livros

"Neste momento tão dinâmico em que vivemos será importante pensar sobre aquilo que se pode ou não controlar e ir aprendendo a navegar perante a realidade que se apresenta a cada momento", escreve a psicólogia Andreia Santos.

Alunos e professoras no campus da Faculdade

O novo ano letivo começou esta semana e a Faculdade deu as boas-vindas aos alunos do Advanced Quantitative Methods on Health Care Innovation, cujas aulas online começaram esta terça-feira e se prolongam em Portugal até ao próximo dia 15 de outubro.

Estação de Extração de RNA

“Foi incrível perceber que numa adversidade, o ser humano tem a capacidade de se reinventar e criar novos projetos", diz Daniel Salvador, voluntário no CT Ciências ULisboa, entre maio e julho, licenciado e mestre pela Ciências ULisboa, atualmente estudante do 4.º ano do doutoramento em Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da ULisboa.

Criança em casa acompanhada pela presença de um adulto

Uma equipa de nove estudantes da ULisboa - LxUs -, supervisionados por Hugo Ferreira, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da  Ciências ULisboa, ganhou o Translation Potential Runner-Up Award na 5.ª edição do SensUs Student Competition, 2.º lugar na categoria de potencial de translação, um prémio que valoriza a capacidade de criação de um modelo de negócio, viável e com qualidade.

Pormenor da visão artística da observação da "estrela bebé"

Pela primeira vez foi possível observar como é que uma “estrela bebé” adquire massa até chegar à sua massa final. Arcos de campo magnético ligam a “estrela bebé” ao disco circundante e a massa flui. Os resultados desta observação encontram-se publicados na revista Nature. O artigo resulta de uma colaboração no âmbito do GRAVITY, um instrumento desenvolvido por um consórcio internacional e do qual fazem parte cientistas do CENTRA, polo da Ciências ULisboa.

Marta Palma no CT Ciências ULisboa

“A maior aprendizagem é perceber que de facto existem pessoas maravilhosas, com uma enorme generosidade e grande sentido de voluntarismo e muito dinâmicas. E que trabalhando juntos, podemos de facto fazer a diferença”, diz Marta Palma, funcionária do Departamento de Biologia Animal e voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Homem em banco de jardim, observando o rio

Andreia Santos, psicóloga do GApsi Ciências ULisboa, deixa um alerta: "o nível de cansaço sentido pelas pessoas a assistir a conferências, palestras através de um ecrã é superior ao de assistir ao mesmo de forma presencial".

Vanessa Mendonça

“Este prémio simboliza não só o reconhecimento do meu trabalho, mas também de toda a equipa que nele participou”, conta Vanessa Mendonça, segunda classificada pelo Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. Vanessa Mendonça concluiu o mestrado e o doutoramento na Faculdade e atualmente é investigadora do MARE.

A SPECO anunciou recentemente os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. José Ricardo Paula é o grande vencedor desta edição e irá apresentar o seu trabalho no 19.º Encontro Nacional de Ecologia, este ano associado às cerimónias dos 25 anos da SPECO, e que se realiza em dezembro, em Ponte de Lima.

Centro de Testes

Rita Loewenstein Simões, de 23 anos, é voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa, na estação Mix e Real-Time PCR, desde maio passado. Para esta jovem bióloga, formada na Faculdade, este trabalho tem um significado muito simples: ajudar. E foi exatamente isso que a motivou - saber que todas as horas que disponibilizasse fariam a diferença.

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

Ganna Rozhnova trabalha em modelação epidemiológica na UMC Utrecht, na Holanda. A antiga aluna de doutoramento em Física Estatística da Faculdade, continua a colaborar com o BioISI e é a investigadora principal de um projeto da FCiências.ID, financiado no âmbito do Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19.

Spinophorosaurus nigerensis

Uma inovação anatómica pode ser a chave na compreensão da evolução dos dinossáurios saurópodes. Os autores deste trabalho - Daniel Vidal, Pedro Mocho, Ainara Aberasturi, José Luis Sanz e Francisco Ortega - acreditam que parte do êxito evolutivo deste grupo de animais está relacionado com alterações na cintura pélvica e que esse fator contribuiu para os converter nos animais de maior porte da Terra.

Centro de Testes

“Em cada turno processamos uma quantidade significativa de amostras e é sempre importante conseguirmos fazê-lo eficientemente, para que os resultados sejam conseguidos num curto espaço de tempo”, diz Catarina Lagoas, voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Teclado para invisuais

“A tecnologia deve poder ser usada por todas as pessoas!”, diz Carlos Duarte, professor do Departamento de Informática, investigador do LASIGE Ciências ULisboa, e recentemente membro do World Wide Web Consortium (W3C) e da Ação COST LEAD-ME -Leading Platform for European Citizens, Industries, Academia and Policymakers in Media Accessibility.

 olho de choco

Um grupo de investigadores da Ciências ULisboa a trabalhar no Laboratório Marítimo da Guia do MARE conseguiu mostrar que chocos acabados de eclodir (até cinco dias) são capazes de ter uma aprendizagem social. O estudo publicado na  Animal Cognition tem como primeiro autor Eduardo Sampaio, estudante de doutoramento em Biologia (ramo Etologia).

ETAR de Gaia Litoral

A análise de mais de 200 amostras de águas residuais das cinco ETAR monitorizadas no âmbito do projeto COVIDETECT comprova a presença de material genético nos afluentes que chegam às ETAR e evidencia a ausência de deteção do material genético do vírus SARS-CoV-2 nos efluentes tratados.

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