No Campus com Helder Coelho

Sobre o desenho da universidade ideal

Helder Coelho

Todos nós sonhámos com a arquitetura de uma universidade, um espaço aberto a encontros casuais, e marcámos com bandeiras aquilo que eram as fronteiras da utopia. Já passei por muitos estabelecimentos de educação, ao longo da minha vida, e guardo algumas boas lembranças. Foi Alexander von Humboldt, no século XIX, que desenhou uma universidade nova, que hoje tem o seu nome em Berlim.

O que impede a ULisboa de ser mais amigável, aberta (a alunos estrangeiros) e interventiva? Na primeira década deste século envolvi-me no projeto europeu, COSI, que abordava, através da simulação social e da ciência da complexidade, a inovação num parque tecnológico. E, durante quatro anos tive muitas vezes o gosto de discutir o que favorece e motiva a transferência e a geração de conhecimento. Quase sempre não é preciso gastar muito, mas usando a cabeça encontram-se soluções para o encontro que só não existe porque não se abriram diálogos para se encontrarem oportunidades para as construírem.

Ainda guardo os desenhos do edifício do Santa Fe Institute (SFI), no Novo México (EUA), que me facilitaram logo que mostrei interesse em os obter. No alto de um monte, pairando em frente da pequena cidade Santa Fe, onde passei uma semana de grande contentamento, ergueu-se uma construção não muito grande, mas suficientemente arquitetada. Comparando com o desenho do DI/FCUL no C6, ou mesmo o anterior piso zero do C5, onde o departamento também esteve, e fazendo sobreposições das imagens que guardo do DF/LFEN e do CI/LNEC, por exemplo, descubro, no imediato, um traço central das edificações universitárias (ou dos Laboratórios do Estado), a saber: são feitas para dar aulas ou isolar os investigadores, esquecem o tipo de espaço que a I&DE precisa (encontros de mentes) e a necessidade de promover as conversas e os diálogos. Retomam, no essencial, o espaço conventual, onde o silêncio era imposto e onde os frades não eram atraídos a falarem entre si, mas a meditarem, nem estavam disponíveis para serem encontrados e abordados. É bom lembrar que os colégios da UCoimbra nasceram em conventos e igrejas.

No SFI, todos os caminhos que saíam dos gabinetes pequenos, iam dar a uma sala grande, com sofás, chá, café e bolos, onde se montavam conversas infindáveis, se descobriam imensas pistas para seguirmos nas nossas pesquisas, e se abriam novos horizontes. Como numa universidade de verdade, diria o grilo ao Pinóquio, na história de Carlo Collodi.

Andando pelos campus da ULisboa o que me espanta é a qualidade do ambiente (veja-se a FC, o ISA ou a FA no Monsanto, com exceções, como no IST, onde se perdeu espaço comum ao longo dos anos), apesar de ainda ser sempre atravessada por uma fila de carros. Existem melhorias, que nos últimos anos permitiram ter passeios, uma entrada virtual junto ao Campo Grande, e a grande praça da Reitoria, em frente da Alameda. Faltam os lares académicos para alunos e professores, um clube de professores, para fomentar a interdisciplinaridade através do convívio (habituais nas universidades britânicas). Os edifícios são, na sua maioria, antigos e pouco dispostos para a discussão ou o desenvolvimento em grupo. As bibliotecas, embora descapitalizadas, apoiam-se agora na Internet, e fazem o papel dos conventos, onde o trabalho dos alunos pode ser realizado.

Em Londres, junto a St. Pancras´s International, está próximo de nascer um polo que agrupa a Google (e a DeepMind), o Francis Crick Institute, o Alan Turing Institute e a British Library (veja-se a foto na Wired UK de junho de 2016). O propósito destes edifícios, em particular o Crick, é precisamente forçar os cientistas a misturarem-se e combinarem-se. O arquiteto visa promover interações com serendipidade entre investigadores de terrenos divergentes.

Há um algoritmo para o trabalho universitário? A nível global, todos conhecemos os passos essenciais e as voltas. Claro está que no relacionamento com os estudantes, ou entre os professores, o importante é a disponibilidade e a abertura. Sem elas, por mais voltas que se deem, surgem os impasses, as faltas de ocasião, e os desencontros. Por isso, espaços comuns são sempre bem acolhidos. E, precisam só de umas cadeiras e mesas. E, de bom gosto.

O senso comum diz-nos que não é por falta de palácios, mosteiros e conventos que não existem universidades como lugares de acolhimento, meditação e de cultura argumentativa. Olhando também para os gastos, por vezes oblíquos, concluímos que o comum é pouco privilegiado, embora haja público que chega. É interessante observar como o termo inglês Commons, outrora preterido vem sendo reutilizado com frequência, na Internet, para fixar os esforços no sentido de alargar o conhecimento a todos que o necessitam (por exemplo, o Cancer Commons). Outras palavras têm-se juntado, como o free (incluindo o free software, hoje em dia tão popular) e o open (nos Massive Online and Open Courses). Estes dois aspetos estão a formatar as universidades, muito mais interessadas em abrir o conhecimento ao maior número, à diversidade, num espírito de democratização do saber, como jamais foi visto (a iniciativa do MIT de abrir o ensino foi seguida depois pelas outras grandes universidades norte-americanas, como Stanford, Berkeley, CMU, Harvard).

Em Portugal, teimamos em esquecer estas inovações e o impacto que têm a nível mundial, e por isso é estranho que as aulas de muitos professores portugueses não estejam no YouTube ou na TED. E, daí não ajudarmos os países que falam português a acederem às universidades portuguesas e às nossas lições. Que bom seria que fosse o contrário...

Helder Coelho, professor do Departamento de Informática de Ciências

A ação de voluntariado acontece entre 26 e 27 de maio. Inscreva-se até dia 18 de maio, através do site UL Alimenta esta Ideia.

 

Anfiteatro da FCUL

Miguel Yus, professor da Universidade de Alicante, recebe o galardão na primeira de cinco conferências proferidas pelo premiado em Portugal.

A Direção de Marketing e Comunicação da RTP oferece estágio remunerado na Área de Audiências e Estudo de Mercado a alunos recém licenciados ou mestrandos em Matemática A

A exposição "O Cálculo de Ontem e de Hoje" está, agora, disponível em versão itinerante.

De 3 a 28 de Maio está patente na "Academia Sénior da Cruz Vermelha Portuguesa-Delegação de Lisboa".

Seminário "Serendipity and The Ups and Downs of Synthesis", apresentado pelo Prof.

Olho verde

Palestras, visitas, exposições e muitas experiências são algumas das atividades previstas.

Pormenor da capa do livro

O livro está à venda pelo valor de €18,40, no Atendimento Geral, sito no edifício C5, piso 3.

Anfiteatro

"As Jornadas tiveram um balanço bastante positivo (...) elucidaram e esclareceram algumas dúvidas importantes para os estudantes (...) ", conclui a Comissão de Curso de Engenharia Geográfica.

Museu do Quartzo é inaugurado e recebe o nome de Galopim de Carvalho, professor jubilado do Departamento de Geologia.

Céu com nuvens escuras

As candidaturas à oficina de formação terminam a 21 de maio. As sessões realizam-se às terças e quintas-feiras, entre as 17h30 e as 20h30.

A exposição “O Cálculo de ontem e de hoje”, elaborada pelo Departamento de Matemática em colabora&

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Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica da FCUL promovem reunião especializada. O Ne2b2 existe desde outubro de 2008.

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Pela primeira vez a Reitoria da UL abre as suas portas aos estudantes da cidade, organizando um evento noturno para alunos dos ensinos universitário e secundário.

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As provas de doutoramento em Biologia, especialidade de Microbiologia, da Mestre Egídia Maria Valente de Azevedo realizam-se no próximo dia 26 de Abril, pelas 10h:30 na Sala de Actos da

O grande momento do dia é a sessão solene, que inclui este ano o lançamento do segundo volume dos Professores Cientistas e a inauguração do Quadro de Honra.

Sobre Namoros e Casamentos

Jorge Buescu

Quinta-feira, dia 12 de Abril de 2012, às 18h30, na sala 6.1.36

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Ricardo Leandro é o vencedor da Competição Europeia. O estudante da FCUL apresentou a melhor ideia: um coletor solar térmico de baixo custo, acoplável a um módulo fotovoltaico.

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Os vários objectivos do DEGGE: Tudo o que nos define, e tudo o que apoiamos

O ENEI'12 vai realizar-se na FCUL.

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