Prémio Científico Mário Quartin Graça distingue tese de doutoramento de aluna da Ciências ULisboa

Tese aborda o desenvolvimento de metodologias de antecipação das alterações climáticas nas terras secas

paisagem da caatinga

A caatinga é um bioma semiárido exclusivo do Brasil, localizado nos estados do Nordeste do país

Renato Garcia Rodrigues

O Prémio Científico Mário Quartin Graça 2022, na categoria de Tecnologias e Ciências Naturais, foi atribuído a Ana Cláudia P. Oliveira, aluna do doutoramento em Biologia e Ecologia das Alterações Globais na Ciências ULisboa e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c). O prémio é atribuido anualmente pela Casa da América Latina e pelo Banco Santander, e distingue as melhores teses de doutoramento realizadas por investigadores portugueses ou latino-americanos, em áreas de interesse comum ou resultantes da colaboração entre universidades de ambos os lados do Atlântico.

Ana Cláudia Pereira
Ana Cláudia P. Oliveira
Fonte Liliane Corrêa

Natural do Brasil, Ana Oliveira é licenciada em Biologia pela Universidade Metodista de Piracicaba, em São Paulo, e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A investigadora concluiu o doutoramento em 2021, sob orientação de Cristina Branquinho, professora do Departamento de Biologia Vegetal, e coorientação de Renato Garcia Rodrigues, professor da Universidade Federal do Vale de São Francisco (UNIVASF) e coordenador do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA), no Brasil.

A tese premiada, intitulada “Ecological indicators as tools to monitor the effects of climate change on Tropical dry forest”, surgiu na sequência do projeto ChangeTracker, coordenado por Cristina Branquinho, no qual foi feita a analise dos processos de desertificação no Alentejo. Nessa altura, Ana Oliveira trabalhava no NEMA, no levantamento da biodiversidade da caatinga, ajudando na criação de uma base de dados sobre a vegetação do bioma. Inspirada por estes dois projetos, avançou para a escrita da sua tese.

O trabalho aborda o desenvolvimento de metodologias que permitem antecipar os impactos das alterações climáticas nas terras secas, as mais sujeitas aos efeitos da desertificação. Assim, o principal objetivo da tese foi identificar indicadores ecológicos e métricas de diversidade (taxonómicas e funcionais) que possam ser utilizados para prever os efeitos das alterações climáticas na floresta tropical seca, nomeadamente na caatinga brasileira.

Um bioma é um ecossistema estabelecido num espaço geográfico com características únicas, conferidas pela vegetação, o clima, o solo ou a altitude do local, que lhe conferem um certo nível de homogeneidade.

A caatinga é um bioma exclusivo do Brasil, o que significa que grande parte do seu património biológico é único, não existindo em mais nenhum lugar do planeta. É também um dos ecossistemas mais biodiversos das florestas tropicais secas, e um dos mais vulneráveis às alterações climáticas, razão pela qual é importante estudar os impactos das alterações climáticas nestas zonas. Neste âmbito, Renato Garcia Rodrigues destaca a importância deste prémio no reconhecimento da relevância do tema, um pouco negligenciado nos ensaios científicos brasileiros, constituindo um estímulo à continuidade dos estudos.

O desafio que agora se coloca é testar a adequabilidade destes indicadores de alerta precoce para outro tipo de ecossistemas, de forma a poder propor métricas à escala global que possam dar resposta ao problema da desertificação, explica a investigadora. Como no Brasil, também em Portugal existem regiões semiáridas que enfrentam processos de desertificação, nas quais podem ser aplicados indicadores comuns.

A investigadora salienta que uma das mais-valias dos resultados encontrados é a sua aplicabilidade em projetos de restauro ecológico, procurando evitar ou reverter os processos envolvidos nas alterações climáticas. Desta forma, o trabalho poderá servir os propósitos da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, uma vez que testa indicadores que podem vir a ser usados de forma universal.

Para a investigadora, receber este prémio fê-la sentir “uma felicidade imensa e muita gratidão”, uma vez que este representa o reconhecimento de um trabalho que sempre desejou concretizar no seu país de origem.

A orientadora do doutoramento, Cristina Branquinho, partilha a sua felicidade pela atribuição deste prémio, destacando a persistência da aluna - “foi a aluna mais batalhadora e persistente que orientei até agora”, diz. Para os orientadores da tese, a atribuição deste prémio demonstra o sucesso da parceria entre as instituições, fortalecendo ainda mais as relações estabelecidas.

Na edição de 2012, o mesmo prémio na categoria de Tecnologias e Ciências Naturais foi atribuído ao aluno Carlos Rafael Borges Mendes, pela tese de doutoramento intitulada “Dynamics of phytoplankton communities around the Antarctic Península and off the Portuguese coast”.

A cerimónia de entrega do prémio decorre no dia 13 de dezembro, pelas 12h00, na Casa da América Latina.

A distinção traduz-se num prémio pecuniário de três mil euros para cada uma das áreas. Nesta 13.ª edição, que contou com cerca de 60 candidaturas, o júri distinguiu também Priscila Moreira, na categoria de Ciências Sociais e Humanas, e Ricardo Jordão, na categoria de Ciências Económicas e Empresariais. A escolha dos vencedores tem em consideração fatores como a originalidade do tema, a relevância no âmbito do estreitamento de relações entre os países referidos e a qualidade da investigação.

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

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Cerca de 14 alunos do ensino secundário decidiram passar uma semana das suas férias a frequentar a Escola de Verão de Energia, organizada pelos professores e alunos do mestrado integrado de Engenharia da Energia e do Ambiente, e que já vai na sua segunda edição.

Pedro Veiga, Luís Correia e Teresa Chambel, professores do Departamento de Informática (DI) de Ciências, participaram no primeiro E-Tech Portugal, ocorrido no início de junho de 2016, em Setúbal.

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