Dictum et factum

Inês Andrade

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Inês Andrade

Dictum et factum com Inês Andrade

ACI Ciências ULisboa

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O sexto Dictum et factum é com Inês Andrade, assistente técnico do Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Quando era criança já sabia que profissão gostaria de ter no futuro?

Inês Andrade (IA) - Não fazia a menor ideia, nem sequer pensava nisso, mas gostava imenso de animais e da natureza, como geralmente acontece com todas as crianças.

Como surgiu a hipótese de trabalhar em Ciências?

IA - Eu estava num interregno profissional: depois de ter trabalhado cerca de 10 anos como educadora de Infância, quis experimentar outras áreas, [como a elaboração do guia prático “A Tartaruga Verde de Água Doce”], traduções, secretariados vários, até que soube que havia uma professora catedrática no Departamento de Zoologia e Antropologia (agora Departamento de Biologia Animal (DBA)) que precisava de apoio; fui a uma entrevista com essa professora e entrei passado uns meses (...).

Qual foi o 1.º emprego?

IA - Foi como educadora de infância, num jardim infantil que também tinha escola primária e ATL.

Há quantos anos trabalha em Ciências?

IA - Fez 21 anos em janeiro de 2016.

O que começou por fazer quando aqui chegou?

IA - Durante sete anos dei apoio administrativo à professora Teresa Pité - que incluía o apoio às aulas de Ecologia, Ecologia Geral, Ecologia Evolutiva e do mestrado em Ciências da Terra e da Vida para o Ensino, ao Programa Erasmus -, assim como laboratorial, na investigação sobre populações de espécies de Drosophila (vulgo Mosca-da-Fruta ou Mosca-do-Azeite), do qual fazia parte a professora Margarida Matos. Depois trabalhei no Instituto de Oceanografia durante cinco anos, dando apoio administrativo à professora Maria José Costa e sua equipa; de seguida vim para a Secretaria do DBA, assegurando os procedimentos administrativos na área académica do 1.º e 2.º ciclos, com o atendimento aos docentes, alunos, funcionários e outras pessoas de alguma forma ligadas ao DBA, com a elaboração de horários, de mapas de exame do 1.º e 2.º ciclos, reserva de salas, de audiovisuais, tratando do expediente, do arquivo e do equipamento e material consumível.

E agora como é o seu dia-a-dia?

IA - Muito preenchido! Como houve uma mudança de instalações do apoio administrativo DBA e DBV, as tarefas ficaram distribuídas de forma ligeiramente diferente, dando-me assim um pouco mais de tempo para voltar a apoiar os laboratórios das aulas de Biologia Animal I e Biologia Animal II de que gosto muito pois dá-me a sensação de estar no ambiente mágico de um museu, além de prestar um serviço mais direto às aulas. Este trabalho já fora feito durante quatro anos por decisão do executivo, que tinha a professora Maria João Collares-Pereira como presidente, paralelamente ao trabalho realizado no Instituto de Oceanografia.

O que é que mais gosta de fazer na unidade onde está inserida?

IA - É difícil responder a essa pergunta, pois todas as atividades, mesmo as mais rotineiras e básicas, têm o seu encanto próprio, por fazerem parte de um processo de descoberta e partilha de Ciência (...) mas gosto especialmente das atividades criativas, em que tenho de dar mais de mim, de abrir caminhos e encontrar soluções.
Por exemplo, [em maio de 1998] secretariei uma reunião para o fomento do desenvolvimento sustentável nos países africanos de língua oficial portuguesa, organizada pela professora Teresa Pité e que decorreu em Sesimbra (...); numa festa de Natal da Associação de Trabalhadores da Faculdade fiz as sombras chinesas  “A Música da Terra”, uma história elaborada para festejar a passagem do milénio, com muita música e côr, tendo na 1.ª parte dinossauros e na 2.ª vários "bichos do mar" a limparem o oceano, e que foi realizada durante quatro anos em vários outros locais; ou quando fizemos a “Festa da Mosca”, em 1998, para festejar o nascimento da 100.ª geração da população de drosófila mantida há nove anos em laboratório (...).
A elaboração do cartaz acerca da lagarta Praga-do-Pinheiro ou Processionária, Thaumetopoea pityocampa, Schiff, 1755, em colaboração com o Núcleo de Estudantes de Biologia da Faculdade e gentilmente revisto por docentes de Entomologia, foi igualmente um processo interessante e útil, pois esta lagarta, bastante prejudicial ao ser humano, animais e pinheiros (e em menor escala, cedros), existe tanto nas florestas, como em árvores isoladas de áreas urbanas e ainda há muitas pessoas que ignoram o perigo que ela representa. Foi também muito engraçado fazer uma largada de joaninhas na espantosa Horta FCUL, para combater os pulgões lá existentes (...).

Há alguma coisa que não aprecia na sua rotina profissional?

IA - Por vezes estamos muito metidos cada um no seu “vale de trabalho”, conhecendo pouco ou mesmo nada do que os vizinhos fazem, daí ser tão importante e “oxigenante” o trabalho de divulgação que se tem vindo a desenvolver cada vez mais na Faculdade, como por exemplo o inquérito a que respondo agora.

Na sua opinião o melhor da Faculdade é…?

IA - A riqueza humana (...), a riqueza de meios, a polivalência, a criatividade, a abertura de caminhos (...), a universalidade e o espírito de missão que anima muitos dos que aqui trabalham e estudam; não esquecendo a localização privilegiada no meio de tantas árvores, zonas ajardinadas ou semicampestres, utilizadas até em algumas saídas de campo. E aproveito para exprimir a minha gratidão a tod@s os que comigo têm feito esta caminhada, em especial à professora Teresa Pité, que atuou como um portal de entrada neste mundo inesquecível que é a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

E o melhor da Administração Pública, o que é?

IA - É quando de facto administra bem o património público, seja ele de que tipo fôr.

Se tivesse que escolher um adjetivo para a descrever, qual seria a palavra escolhida?

IA- "Supercalifragilitiexpialidocious" e também, pronunciando ao contrário, "Suoicodilaipxeitiligarfilacrepus", como diria a Mary Poppins do Walt Disney.

Porquê?

IA - É algo de tão complexo e importante, tão vital e tão rico, tão restritivo (nos ordenados, horários, férias, atestados médicos, carreiras) e ao mesmo tempo tão expansivo, que o que me vem à cabeça são de facto estes dois adjetivos!

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Ciências ULisboa e Milestone Consulting assinam protocolo

Ciências ULisboa e a Milestone Consulting assinaram recentemente um protocolo de cooperação para a atribuição de um Prémio para o Melhor Aluno do 1.º ano do Mestrado em Matemática.

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O primeiro Curso de Campo do Projeto IFiT integrado no Programa Erasmus+ realiza-se entre 20 de maio e 2 de junho de 2019, em Aljezur, na Costa Vicentina. As candidaturas ao Student Project Week terminam a 4 de março.

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Cerca de 45 alunos do 11.º ano conheceram o Microscópio Eletrónico de Varrimento e participaram na palestra "Imagem Médica: Como a Física permite ver o interior do corpo humano".

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"Umas das primeiras etapas para o estabelecimento de limites é tomar consciência e reconhecer as suas próprias necessidades e sentimentos para que, de forma saudável possa cuidar delas nas relações", aconselha a psicóloga Andreia Santos.

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"Tanto os probióticos como os prebióticos têm demonstrado melhorar os biomarcadores associados ao cancro colon retal e, relativamente à Síndrome do Intestino Irritável, a evidência refere que os probióticos têm um papel importante no alivio dos sintomas e qualidade de vida dos doentes", escreve a nutricionista Maria Inês Antunes.

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O geocaching é utilizado pela primeira vez como indicador para avaliar os serviços culturais prestados pelos ecossistemas. Inês Teixeira do Rosário, investigadora do cE3c, doutorada em Ecologia por Ciências ULisboa, é a primeira autora do artigo da Ecological Indicators.

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A apresentação de Catarina Frazão Santos durante a ICES ASC 2018 valeu-lhe o Best Early Career Scientist Presentation Award. O tema da apresentação corresponde ao projeto de investigação por si coordenado e que termina em 2021.

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Sabia que em Portugal existe uma nova espécie de abelha? Chama-se Protosmia lusitanica e até agora apenas se conhece um único exemplar, uma fêmea coletada por Ana Gonçalves, na primavera de 2016, no Parque Natural do Vale do Guadiana, nas margens do Rio Vascão, em Mértola.

Susana Custódio preside à Comissão Executiva do ORFEUS - Observatories & Research Facilities for European Seismology, integrado no EPOS - European Plate Observing System.

Detalhe da função de onda calculada para a espécie ativa do catalisador

Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

Floresta Laurissilva

Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

Janela triangular

É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Vista aérea da zona de cultivo no PermaLab, no campus de Ciências ULisboa

O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

Francisco Saldanha da Gama

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

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