Obituário - Em homenagem

Miguel Marques de Magalhães Ramalho (1937-2021)

Miguel Marques de Magalhães Ramalho
Miguel Marques de Magalhães Ramalho
Imagem cedida por ACA

É com grande tristeza que comunicamos o falecimento no dia 8 de março do professor Miguel Marques de Magalhães Ramalho, vulto destacado da comunidade geológica, que foi vários anos professor catedrático convidado da Ciências ULisboa.

Miguel Marques de Magalhães Ramalho licenciou-se em Ciências Geológicas, na Ciências ULisboa, em 1959. Após um período como segundo-assistente na mesma escola (1959-1961) e posterior estadia como bolseiro no Laboratório de Micropaleontologia da Universidade Pierre et Marie-Curie, em Paris, obteve, em 1972, o doutoramento pela Universidade de Lisboa, na especialidade de Micropaleontologia. A maior parte da sua atividade de investigação científica foi nesta área, estudando sobretudo foraminíferos bentónicos e algas calcárias (sistemática, paleoecologia, biostratigrafia), e análise de microfácies, em formações do Jurássico Superior-Cretácico Inferior de Portugal.

A investigação que foi desenvolvendo deu também resultados aplicados tanto na cartografia geológica do Mesozóico do Algarve e da Bacia Lusitânica, como em trabalhos de companhias de pesquisa petrolífera no País. Foi autor de mais duma centena de publicações científicas nacionais e internacionais, pareceres técnicos, textos didáticos, de divulgação científica e relativos à conservação da natureza.

Nos resultados científicos, merece realce o contributo para a notável evolução do conhecimento sistemático e paleoecológico dos grupos de microfósseis referidos (foraminíferos bentónicos e algas calcárias) no domínio tetisiano, registada nas décadas de 70 e 80 do século XX. Definiu 16 novas taxa para a Ciência e estabeleceu a biozonação das formações neríticas do Jurásssico Superior de Portugal.

Em 1967 ingressou nos Serviços Geológicos de Portugal (SGP), instituição (e sua sucessora, a partir de 1993, o Instituto Geológico e Mineiro) a que se dedicou intensamente ao longo da sua prestigiada carreira profissional, a partir 1995 como investigador-coordenador. Foi diretor do Serviço de Cartografia Geológica, que impulsionou decisivamente (1978-1992) e subdiretor-geral/Diretor (1992-1993) do SGP; vice-presidente do IGM (1993-2003); coordenador do Departamento de Geologia no IGM-INETI e LNEG; dirigiu o Museu Geológico.

Em 1972 reiniciou colaboração docente com a Ciências ULisboa, desde 1981 como professor catedrático convidado. Teve a seu cargo a regência de diversas disciplinas de licenciatura, nomeadamente Estratigrafia, Estratigrafia e Geoistória, Estratigrafia Complementar e Micropaleontologia, orientação de estágios, de teses de mestrado e de doutoramento. A ele se deve a introdução da conceção moderna de Estratigrafia no curso de Geologia do Departamento, enriquecida por saídas de campo de elevado valor didático. Ao ceder coleções próprias, criou condições para a lecionação regular duma componente básica de Micropaleontologia, que ainda hoje utiliza aquele material. Não menos marcante foi o seu papel na formação científica e na evolução académica de alguns docentes do Departamento, entre os quais a autora destas linhas, que beneficiou da sua orientação para a tese de doutoramento e posterior colaboração científica, enriquecidas pela profunda amizade pessoal que se desenvolveu.

Além da elevação no exercício profissional e no trato pessoal, e da qualidade científica e pedagógica das suas abordagens da Geologia, destacam-se no seu percurso a capacidade de liderança e a invulgar atitude interventiva, quer intra-comunidade geológica, quer em questões cívicas – dedicando muito do seu tempo e esforço a causas ambientalistas e de cidadania, com destaque para o Património Geológico e Cultural.

Fica o legado, a memória e a saudade. Até sempre, professor Miguel Ramalho.

Ana Cristina Azerêdo, Departamento de Geologia Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

A palestra "Por que não anda o tempo para trás?” acontece dia 29 de julho, pelas 21h30, no Planetário Calouste Gulbenkian, Centro Ciência Viva de Belém.

Durante duas semanas, estudantes do ensino básico e secundário conheceram o ambiente da Faculdade e os métodos de trabalho dos cursos aqui lecionados.

“Tina dos Tsunamis” ocorreu no passado dia 29 de junho, durante o campo de férias Exploradores, com um grupo de 25 crianças, entre os 7 e os 14 anos do bairro do 2.º Torrão, em Almada.

Para compreendermos as capacidades de cada um de nós é preciso entender como as células nervosas se comportam e como interatuam entre si, isto é, pode sempre existir uma outra hipótese que consiga explicar um pouco mais. E, existem sempre os factos e as interpretações.

A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa organiza de 24 a 28 de julho de 2017 a 4.ª edição do “Ser Cientista”.

No próximo ano letivo Ciências apresenta três novos cursos: Biologia dos Recursos Vegetais, Cultura Científica e Divulgação das Ciências e Data Science.

Preparado para mineração nos fundos marinhos profundos? E para viver sem telemóvel? Venha visitar a exposição Mar Mineral e compreender a relação.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de julho é com Andreia Santos, técnica superior do Gabinete de Apoio Psicopedagógico (GAPsi) da Área de Mobilidade e Apoio ao Aluno de Ciências.

O primeiro mestrado em Gestão e Governança Ambiental da Universidade Agostinho Neto foi frequentado por 24 alunos. Os primeiros dez estudantes apresentaram as teses em maio, numa cerimónia que contou com a presença de Maria de Fátima Jardim, ministra de Ambiente de Angola. As próximas defesas deverão ocorrer em outubro.

Em 2017, o Prémio Bronstein foi atribuído a Mercedes Martín-Benito, investigadora do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em reconhecimento pelo seu importante contributo para a Cosmologia Quântica em Loop.

Em 2017 a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa acolhe o IV Encontro Internacional da Casa das Ciências, que ocorre entre 10 e 12 de julho.

“Foi um tempo para ficar apaixonada pelo estudo, investigação, conhecimento e sua aplicação na nossa vida diária”, conta a antiga aluna de Ciências, professora de Biologia e Geologia na Escola na Escola Secundária de Raul Proença, em Caldas da Rainha, Maria de Matos.

Ciências fez parte do roteiro da viagem de finalistas de uma turma de 9.º da Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond.

A unidade curricular Projeto Empresarial contou, em 2017, com a participação de nove alunos de mestrado de Ciências e 38 alunos da licenciatura de Finanças do ISCTE-IUL. Na sessão final de apresentação dos trabalhos desenvolvidos, o projeto Ecovital distinguiu-se.

Se olharmos bem para os seres humanos, capazes de sentir, pensar e sonhar, de criar, interpretar e compreender ideias, teorias e conceitos, perguntamos como a matéria de que são feitos foi então capaz de dar origem a estados mentais, incluindo mesmo a faculdade de consciência? A resposta a esta questão está cada vez mais ao alcance da consiliência (síntese), entre as neurociências, a psicologia, a robótica, e a inteligência artificial (aprendizagem).

Novo estudo com recurso a análises genéticas revela que o sapo-asiático que está a invadir a ilha de Madagáscar terá origem numa população do Camboja e Vietname.

“Ao transformarmos o problema dos resíduos orgânicos, numa oportunidade para  melhorarmos o solo do campus de Ciências, ou seja, a matriz que suporta a vida, estamos a melhorar as plantas que aqui crescem com externalidades positivas para o ambiente”, declara David Avelar, guardião da HortaFCUL.

Exposição de design inclui projetos de comunicação de ciência, fruto de uma parceria entre o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Miguel Morgado-Santos, doutorando de Ciências, descobriu um peixe apenas com genes de pai, da espécie bordalo (Squalius alburnoides). Este é o primeiro caso de androgénese natural em vertebrados, sem qualquer manipulação durante o processo de reprodução.

Mafalda Carapuço continua a falar sobre a onda da Nazaré. Em maio passado esteve na Biblioteca São Francisco Xavier, com uma turma do 2.º ano da Escola Moinhos do Restelo. Este mês participou no colóquio "Nazaré e o Mar", ocorrido na Biblioteca Municipal da Nazaré.

Será a ética determinante na sustentabilidade de uma sociedade de consumo? Este é o tema aborado por Sofia Guedes Vaz, no dia 22 de junho, pelas 17h30, no MUHNAC-ULisboa.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de junho é com Nuno Rato, coordenador do Gabinete de Orçamento e Prestação de Conta da Direção Financeira e Patrimonial de Ciências.

Ao longo do ano são muitos os alunos dos ensinos básico e secundário que visitam a Faculdade. Este ano letivo cerca de 63 estudantes, entre os 9 e 10 anos, da Escola Básica Maria Lamas, em Odivelas, conheceram os Departamentos de Biologia Animal, Biologia Vegetal e Química e Bioquímica.

A empresa Surftotal associou-se ao Instituto Dom Luiz e à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, num projeto que visa testar a utilização de surfcams instaladas na costa portuguesa para melhor monitorização costeira.

“É um jogo que trabalha consistentemente o raciocínio e a capacidade de prever os acontecimentos, muito como no xadrez. Para além disso, ajuda nas relações interpessoais, visto que é um jogo de parceiros e é necessário muita confiança mútua para ter sucesso”, reforça Afonso Ribeiro, aluno do 1.º ano de Matemática Aplicada, membro do curso de Bridge da FCUL.

Páginas