Vanézia Rocha, licenciada em Biologia pela Universidade de Cabo Verde, iniciou em setembro de 2018 o mestrado em Biologia dos Recursos Vegetais. Recentemente a jovem cabo-verdiana foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019, pelo Conselho Científico das Ciências Naturais e do Ambiente da FCT.

“Estou muito feliz e agradecida! Posso dizer que esta nomeação representa motivação, dedicação e muita persistência (…) Valoriza e motiva a continuação dos estudos, independentemente dos resultados futuros”, diz Vanézia Rocha.

Os vencedores serão anunciados antes da 26ª Assembleia Geral do GBIF, que decorrerá na Holanda em outubro de 2019.

O projeto selecionado visa melhorar o conhecimento da flora de Cabo Verde, especialmente a família Poaceae. Pretende estudar os impactos das mudanças climáticas com padrões de distribuição das gramíneas, utilizando functional traits associados a resistência à seca e avaliar o valor deste grupo para a agrobiodiversidade e desenvolvimento sustentável no arquipélago.

Este trabalho enquadrado no âmbito da sua tese de mestrado será realizado entre setembro de 2019 e agosto de 2020. A abordagem metodológica depende de material de herbário, de bancos de dados online, principalmente do GBIF e de outras informações relevantes existentes na literatura publicada e não publicada, por exemplo em inventários.

Antes de iniciar o mestrado em Portugal, Vanézia Rocha trabalhou como coordenadora técnico-científica num projeto de proteção de tartarugas marinhas na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde. No futuro gostaria de prosseguir para um doutoramento e se possível continuar os seus estudos com as plantas de Cabo Verde e da Macaronésia.

Quanto ao curso que está a frequentar em Ciências ULisboa e no Instituto Superior de Agronomia comenta que está a decorrer da melhor forma e que tem aprendido novas ferramentas de pesquisa/trabalho, conseguindo dessa forma expandir os conhecimentos sobre plantas, a sua paixão.

“Poder chegar às aulas e saber que hoje vamos aprender, por exemplo, sobre as plataformas de biodiversidade ou conhecer os avanços nos estudos da flora tem sido muito importante”, conclui Vanézia Rocha, salientando ainda a importância das saídas de campo, das visitas às instituições portuguesas que trabalham com a flora e ainda as oportunidades de participar em conferências e workshops.