Projeto INTERPHENO pretende construir protótipo de fenotipagem

Entrevista a Jorge Marques da Silva

Fotografia do setup experimental

Montagem experimental para medição da refletância espectral em folhas de milho (Zea mays)

Margarida Calejo Pires

Sabe o que é fenotipar e por que razão é importante? De acordo com o comunicado de imprensa emitido recentemente pela Faculdade, fenotipar significa obter dados, sistemáticos e estruturados, preferencialmente quantitativos, sobre a estrutura e o modo de funcionamento das plantas, algo que deverá ligar o genótipo à performance agrícola, potenciando o melhoramento de culturas agrícolas e florestais.

Na entrevista que se segue, Jorge Marques da Silva, professor do Departamento de Biologia Vegetal, membro da COST Action FA1306, que chegou agora ao fim, faz um balanço da rede transeuropeia e dá-nos a conhecer o projeto INTERPHENO e que poderá ser o primeiro passo para a constituição de uma rede nacional de fenotipagem.

Jorge Marques da Silva
Jorge Marques da Silva
Fonte Vanda Silva

A Food and Agriculture (FA) COST Action FA1306, iniciada em 2014, terminou em maio de 2018. Que balanço faz da participação da Faculdade nesta rede transeuropeia?

Jorge Marques da Silva (JMS) - Esta, como todas as ações COST, teve uma estrutura aberta: houve uma comissão responsável pela gestão da ação, que incluiu representantes de todos os países aderentes (por Portugal, para além de mim, integrou o professor Miguel Costa, do Instituto Superior de Agronomia e a professora Carla Pinheiro, da NOVA), mas os participantes da rede foram todos aqueles que frequentam os cursos, integraram as missões científicas de curta duração ou estiveram presentes nas reuniões científicas que organizámos. Portugal destacou-se pela dinâmica da sua participação, e houve vários membros da FCUL – em particular, estudantes de doutoramento do BioSys – que participaram em várias iniciativas da ação. Além disso, a ação serviu também para que se continuasse a consolidar, em Portugal, uma comunidade de cientistas interessados na fenotipagem de plantas, e a nossa participação consolida o papel da FCUL nessa comunidade.

Portugal é um dos países mais ativos da Phenomen-ALL, no entanto, ainda não tem uma rede nacional de fenotipagem. Porquê?

JMS - Por várias razões, mas sobretudo por não existirem em Portugal plataformas de fenotipagem de alto débito. As redes nacionais e transnacionais têm-se organizado em torno desses equipamentos de alta tecnologia. Um conjunto alargado de instituições, liderado pelo ITQB/NOVA, submeteu, há alguns anos, uma candidatura para contemplar uma plataforma de fenotipagem no Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação, que não obteve financiamento. Em Portugal, como disse, há uma comunidade científica interessada em fenotipagem de plantas, com assinalável know-how, como o atestam as publicações de âmbito internacional que temos produzido, mas que recorre sobretudo a instrumentação ligeira, operada manualmente, que possibilita apenas uma fenotipagem de baixo débito, isto é, incapaz de processar um grande número de exemplares. Mas creio que, concluída esta ação – e tirando partido também da recente aprovação, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, do projeto INTERPHENO, uma iniciativa do BioISI, que pretende construir um protótipo de fenotipagem – estarão reunidas as condições para avançarmos para a constituição de uma rede nacional.

 Na sua opinião, Portugal deve desenvolver recursos próprios nesta área e que permitirão participar em colaborações internacionais como parceiro plenamente capacitado. O que falta fazer para que isso aconteça?

JMS - A European Plant Phenotyping Network 2020 e o projeto EMPHASIS, em constituição, pretendem vir a oferecer serviços de fenotipagem de alto débito a investigadores de toda a Europa. Isso é, naturalmente, muito positivo, permitindo-nos aceder a tecnologias que não possuímos. Mas, estrategicamente, penso que não interessa a Portugal remeter-se a um papel de mero consumidor de tecnologia: temos recursos suficientes – inclusivamente na ULisboa – para participarmos ativamente no desenvolvimento desta tecnologia emergente. Não se trata de duplicar infraestruturas, mas antes de agir numa perspetiva de complementaridade. Em particular, estou convicto de que nos podemos individualizar através da incorporação da inteligência artificial no processo de fenotipagem, que é relativamente incipiente nas plataformas europeias já em uso. Para que isto seja possível, falta, sobretudo, vontade política e, concomitantemente, financiamento. O projeto INTERPHENO, que referi acima, poderá ser um primeiro passo na direção certa.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Aluna junto a uma das colunas do átrio do C6

A mostra pictórica da atividade científica da FCUL é inaugurada a 13 de março. Conheça as razões pelas quais deve visitar a exposição.

O que são líquidos iónicos? Num dos primeiros programas do ano, o Com Ciência entrevistou o professor e investigador da FCUL, Carlos Nieto de Castro sobre esta classe de solventes.

Desenho de uma figura masculina

A data de lançamento do livro ainda não é pública, mas o evento deverá ocorrer brevemente, na Faculdade de Belas-Artes da UL.

Ontem evocou-se o Dia das Doenças Raras. A fibrose quística é um desses males incomuns. A investigação científica é importante em todos os setores, mas ganha especial sentido em áreas como esta.

Cerca de 20 professores de Ciências da Natureza e Ciências Naturais de nove concelhos portugueses participam na atividade promovida pelo MNHNC-UL a decorrer até abril.

Imagem de um folheto promocional

A FCUL volta a marcar presença no evento, juntamente com outras unidades orgânicas da UL.

Fotografia com pontos de interrogação

Alunos finalistas aconselham Engenharia da Energia e do Ambiente. Testemunhos de Guilherme Gaspar e Ricardo Leandro.

Fotografia de mesa com cinco pessoas sentadas, na Reitoria da UL

A rede pretende formalizar colégios doutorais em áreas transversais. Opinião de Maria Amélia Martins-Loução.

Fotografia de pessoas sentadas num dos anfiteatros da FCUL

A iniciativa acontece a 17 de março e é organizada pelos Departamentos de Física e de Informática.

Fotografia de Dois voluntários, sentados junto a uma banca no átrio do C5

Em fevereiro estão abertas inscrições para a admissão de novos voluntários.

A FCUL participa em "Programa de Estudos Avançados" com mais quatro instituições universitárias portuguesas e brasileiras.

Vale a pena recordar a iniciativa do Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional da FCUL.

Fotografia de alunos a andarem, junto ao C8

A primeira edição do curso realiza-se já em 2012.

Outra forma de fazer turismo.

Artigo de investigadores do CeGUL e docentes do GeoFCUL no Top 25.Artigo de investigadores do CeGUL e docentes do GeoFCUL no Top 25

O Encontro decorreu em Junho no GeoFCUL.

Páginas