Prémio Paleontologia e Estratigrafia de Portugal 2023

Carlos Marques da Silva coordena estudo vencedor do prémio atribuído pela Sociedade Portuguesa de Paleontologia

Carlos Marques da Silva à frente do globo do C6

Carlos Marques da Silva assina o artigo, juntamente com Bernard M. Landau, Bruno Dell'Angelo e Maurizio Sosso

GJ DCI Ciências ULisboa

O estudo coordenado por Carlos Marques da Silva, professor do Departamento de Geologia da Ciências ULisboa e investigador do Instituto Dom Luiz (IDL), venceu a 2.ª edição do Prémio Paleontologia e Estratigrafia de Portugal, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Paleontologia (SPdP) e pela empresa Chronosurveys. O trabalho, publicado no Journal of Paleontology em março de 2022, anunciou a descoberta de duas novas espécies de pequenos moluscos marinhos de idade pliocénica em Portugal.

Tudo começou no final dos anos 90, quando Carlos Marques da Silva estava a desenvolver o seu doutoramento centrado nos fósseis de moluscos gastrópodes pliocénicos de Portugal. Nessa altura decorriam trabalhos de recolha de sedimentos, numa jazida paleontológica na região do Pombal, que foram utilizados como base para o seu trabalho de amostragem destes fósseis.

No decorrer deste trabalho, o investigador conta que se deparou com exemplares fósseis de outros grupos de moluscos, nomeadamente poliplacóforos, também conhecidos como quítones. Entre os cerca de 40 fósseis recolhidos, em 2003, foi identificada uma nova espécie, que Carlos Marques da Silva e Bruno dell´Angelo, investigador da Societá Italiana di Malacologia, nomearam Ischnochiton zbyi.

Desde aí, os trabalhos em jazidas da região do Pombal intensificaram-se, tendo permitido aos investigadores recolher mais amostras de sedimentos, nas quais foram encontrados cerca de 2800 exemplares de plaquinhas dorsais isoladas (ou valvas) de quítones. Como resultado desta extensa amostragem, em 2022 foram identificadas duas novas espécies, até então desconhecidas para a ciência - Lepidochitona rochae e Ischnochiton loureiroi.

Para este trabalho contribuiu também Bernard Landau, investigador do Naturalis Biodiversity Center de Leiden e colaborador do IDL, que continuou a trabalhar em jazidas pliocénicas da região do Pombal após o seu doutoramento em Geologia, na Ciências ULisboa.

O Prémio Paleontologia e Estratigrafia de Portugal é atribuído anualmente e destina-se a galardoar artigos ou teses de licenciatura, mestrado ou doutoramento de excelência, no domínio da Paleontologia e Estratigrafia. O prémio de 2023 foi entregue durante o II PaleoPT, o segundo encontro anual da SPdP, que se realizou no dia 28 de outubro, na Lourinhã.

 

Carlos Marques da Silva fala sobre o processo que levou à descoberta das novas espécies.

 

Carlos Marques da Silva fala sobre a atribuição do prémio.

“É sem dúvida uma honra e uma grande alegria ver o nosso trabalho reconhecido.”
Carlos Marques da Silva

pessoas a vencer o premio e a menção honrosa
Nesta edição foi atribuído um prémio e uma menção honrosa, referente a trabalhos publicados em 2022
Fonte Francisco Costa | SPdP

Estudar o passado para entender o presente e precaver o futuro

Atualmente Carlos Marques da Silva continua a trabalhar na área, juntamente com Bernard Landau, realizando trabalhos de campo por todo o mundo, e tendo como foco o estudo dos fósseis de moluscos gastrópodes. Partindo da análise da sua paleobiodiversidade, os investigadores procuram perceber de que forma estes organismos se foram distribuindo pelo planeta ao longo do tempo, e de que forma esta distribuição se relaciona com as alterações climáticas, ocorridas em vários períodos desde a formação do planeta.

“Numa altura em que estamos todos preocupados com a questão das alterações climáticas (e bem!), é fundamental saber o que aconteceu no passado, para avaliar o que está a ocorrer na atualidade e tentar perceber quais as consequências dessas alterações no futuro.”
Carlos Marques da Silva

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Pela primeira vez uma cientista portuguesa é a presidente eleita da European Society for the History of Science.

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O décimo Dictum et factum é com Fernando Lopes, coordenador do Gabinete de Apoio à Investigação da Direção de I&D de Ciências.

Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

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"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

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A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

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"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

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