Vicente Pinto soma o gosto pela Matemática ao desejo de vir a ser professor universitário

O aluno com a média mais alta a entrar na faculdade escolheu a Matemática por ser uma “ciência com arte à mistura”. Em CIÊNCIAS, descobriu um bom ambiente e uma faculdade dinâmica, com inúmeras atividades.

Vicente Pinto posa para a foto segurando o diploma do Prémio Pedro Nunes

Vicente Pinto, o aluno com a média mais alta a entrar em CIÊNCIAS, venceu o Prémio Pedro Nunes da Academia das Ciências de Lisboa.

DCI CIÊNCIAS

Vicente Pinto, estudante com a média mais alta a entrar em CIÊNCIAS no ano letivo 2024/2025, foi um dos vencedores do prémio Pedro Nunes, entregue pela Academia das Ciências ao melhor aluno do secundário na disciplina da Matemática A. O aluno de Licenciatura em Matemática, que ingressou em CIÊNCIAS com uma média de 197.5, sagrou-se vencedor com o ensaio “À Descoberta da Matemática”, no qual reflete sobre a sua relação com a disciplina ao longo da vida e sobre que papel gostaria que ela tivesse no seu futuro. Diz-se “surpreendido” com a galardoação, pois “não tinha noção de qual era o patamar” que o júri exigia para o ensaio.


Vicente Pinto candidatou-se ao Prémio Pedro Nunes com o ensaio “À Descoberta da Matemática”, no qual reflete sobre a sua relação com a disciplina ao longo da vida e sobre que papel gostaria que ela tivesse no seu futuro.
Fonte: Vicente Pinto

Vicente nem sempre soube que queria seguir Matemática, mas percebeu logo desde tenra idade que o seu lugar estaria algures nas Ciências. Quando era criança, interessou-se pela Biologia, muito por influência dos pais, ambos bioquímicos. No entanto, mais tarde descobriu que o que gosta mesmo é das “exatas”. “Uma vez a minha mãe disse-me que o filho de um amigo dela estava a tirar Matemática e eu pensei que poderia ser um curso interessante”, confessa. Começou então a explorar a disciplina, estudando conceitos e informando-se sobre a área. Logo o atraiu o lado mais abstrato da Matemática, “uma ciência com um bocadinho de arte à mistura”, explica, em que “parece que estamos não só a descobrir ferramentas, mas a descobrir o mundo todo”.

 

“Eu acredito que matemática é inventada, que é uma ciência com um bocadinho de arte misturada. O objeto de estudo de outras ciências existe independentemente das ciências existirem, estas limitam-se a tentar descobrir tudo o que se pode saber sobre esse tal objeto. Na matemática nós é que criamos e definimos o universo que queremos estudar e, dependendo do universo que definirmos, chegamos a diferentes conclusões”, escreve no ensaio que submeteu ao Prémio Pedro Nunes.

 

Decidiu ingressar em CIÊNCIAS exatamente devido a ter encontrado esse lado mais académico da Matemática na faculdade, algo que considera que não existe noutras instituições. Mas o seu destino já há muitos anos se cruzava com CIÊNCIAS: os seus pais são professores na faculdade e, no 11º ano, participou no Jardim Matemático, organizado pelo Departamento de Matemática (DM), que considera ter sido uma das causas da decisão. “O Jardim Matemático dá-nos contacto com a Matemática fora do contexto escolar, aumentando o nosso interesse”, explica. “Vim cá duas vezes e gostei muito. E parte daí também a minha escolha”.


Para além do Prémio Pedro Nunes, Vicente Pinto tinha já sido reconhecido com um "Diploma de Excelência", por ser o melhor aluno do 10º do Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias da Escola Rainha Dona Leonor, em 2021/2022.
Fonte: Vicente Pinto

Considera que a passagem da Escola Rainha D. Leonor, onde estudou desde o pré-escolar, para CIÊNCIAS foi “uma grande mudança”, mas diz que encontrou na faculdade um “bom ambiente, tanto entre alunos como com professores”. “Eu ouvia pessoas de outras faculdades a dizer que os professores não se importam. E eu sinto que os professores em CIÊNCIAS não são assim. Eles preocupam-se verdadeiramente se estamos a aprender”, confessa. Destaca ainda a variedade de atividades que existem em CIÊNCIAS, em que os estudantes se podem desenvolver “não só academicamente, mas a nível pessoal”. Exemplo é a Tuna, à qual aderiu recentemente, e que tem sido crucial para “desanuviar”, pois “só estudar, estudar, estudar não faz bem a ninguém”.

 

“Eu ouvia pessoas de outras faculdades a dizer que na faculdade os professores não se importam, os professores só estão lá a dizer matéria e tanto explicam uma coisa muito simples como passam para uma muito complicada. E eu, pelo menos dos professores que apanhei até agora, não sinto honestamente que os professores em CIÊNCIAS têm essa maneira de ensinar. Eles preocupam-se verdadeiramente se estamos a aprender”, afirma.

 

Esta é uma crença que traz consigo já do secundário. Vicente Pinto acredita que o segredo para se ter uma média de vinte é saber do que se gosta e garantir que os restantes aspetos da vida também estejam a ser cuidados. “Estudar é muito importante”, diz, “mas acho que também é importante desanuviar a cabeça. O resto da tua vida vai impactar o desempenho académico”. Para além disso, recomenda um “estudo contínuo”, de forma a se consolidar os conhecimentos, a atenção nas aulas e a utilização de um checklist para criar o reforço positivo da sensação de progresso. No entanto, confessa que, na sua opinião, mais importante que tirar boas notas é aprender. “Eu não tiro boas notas porque quero tirar. Eu quero aprender o que estão a ensinar”.


Vicente Pinto acredita que o segredo para se ter uma média de vinte é saber do que se gosta e garantir que os restantes aspetos da vida também estejam a ser cuidados.
Fonte: DCI CIÊNCIAS

Por agora, vai aprendendo a “arte” da Matemática em CIÊNCIAS. Mas tem planos grandes para o futuro: deseja estar do outro lado, ser professor universitário, quem sabe na faculdade que tanto se entrelaça com a sua vida. “Ninguém sabe o futuro”, explica, “mas eu espero acabar a licenciatura, tirar o mestrado, o doutoramento, o pós-doutoramento. Quem sabe ser professor aqui na faculdade. Gostaria muito”. CIÊNCIAS também gosta de o cá ter: do seu empenho, interesse e simpatia. E deseja-lhe muitos sucessos: para os estudos e para a vida!

Marco Matos, Relações Externas e Comunicação - CIÊNCIAS
mmomatos@ciencias.ulisboa.pt
Pernas de crianças

Inês Lima, Leonor Pires, Mariana Oliveira e Raquel Sales Rebordão, estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica da Ciências ULisboa, classificaram-se em 2. º lugar na 3ª edição do BioMind – Make it in 24 hours! com o produto IMAGI, um projeto que conjuga técnicas de hipnoterapia e realidade virtual com o objetivo de reduzir e controlar a dor crónica em crianças.

Representação de uma bicamada fosfolipídica usada como modelo de uma membrana celular (à esquerda); representação de uma ligação de halogéneo (a amarelo) efetuada entre um átomo de bromo e um átomo de oxigénio de um fosfolípido (à direita)

Investigadores do BioISI Ciências ULisboa conseguiram demonstrar que moléculas halogenadas interagem com membranas biológicas por via de ligações de halogéneo, um fenómeno que pode ser determinante para a eficácia terapêutica de fármacos.

Arame

Mais um artigo do GAPsi Ciências ULisboa. Desta vez a temática é dedicada ao ciclo das relações abusivas.

painéis solares

A 38th European Photovoltaics Specialists Conference - EUPVSEC 2021 realiza-se de 6 a 10 de setembro de 2021, no formato online. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, é o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica.

Helena Avelar de Carvalho

"A Helena era, sem qualquer dúvida, uma das melhores na sua área, no mundo inteiro, e a sua carreira académica estava só a começar", escreve Henrique Leitão, presidente do Departamento de Histórioa e Filosofia das Ciências.

Caneta e números

“A matemática é uma parte essencial do património cultural da humanidade”, dizem Ana Rute Domingos e Maria Manuel Torres, docentes do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, a propósito do Dia Internacional da Matemática, que se celebra a 14 de março.

Miguel Marques de Magalhães Ramalho, vulto destacado da comunidade geológica, que foi vários anos professor catedrático convidado da Ciências ULisboa, faleceu a 8 de março de 2021. "A ele se deve a introdução da conceção moderna de Estratigrafia no curso de Geologia do Departamento, enriquecida por saídas de campo de elevado valor didático", escreve a professora Ana Cristina Azerêdo. Ciências ULisboa apresenta sentidas condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Peixes

O primeiro “Guia de Peixes de Água Doce e Migradores de Portugal Continental” coordenado por Maria João Collares-Pereira, professora da Ciências ULisboa e do cE3c, publicado em 2021, já está à venda. Os peixes de água doce são um dos grupos de vertebrados mais ameaçados em todo o mundo. Portugal não é exceção, com mais de 60% das espécies nativas em risco de extinção.

Vinhas Douro, Portugal

A Comissão Nacional da Organização Internacional da Vinha e do Vinho premiou “The interplay between membrane lipids and phospholipase A family members in grapevine resistance against Plasmopara viticola” com a Distinção CNOIV 2020, atribuído ao melhor trabalho nacional de divulgação, experimentação ou investigação no domínio da viticultura, da autoria de um grupo de investigadores da Ciências ULisboa.

Cristina Santos, Margarida Amaral, Claudina Rodrigues-Pousada, Alexandre Quintanilha, Ana Ponces, Pedro Moradas-Ferreira, Ruy Pinto

É com grande tristeza que informamos o falecimento duma grande mulher cientista, a professora Claudina Rodrigues-Pousada, uma grande mentora de vida na Ciência pelo seu empenho, persistência, foco e determinação.

Joana Carvalho

Joana Carvalho, de 28 anos, investigadora na Fundação Champalimaud, alumna da Universidade de Groningen, na Holanda, e Ciências ULisboa, foi uma das cientistas galardoadas com a 17ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para Mulheres na Ciência e com uma Individual Fellowships Marie Skłodowska-Curie Actions.

Logotipo Radar

Décima terceira rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Lean Health Portugal.

Inês Fragata

Doutorada em Biologia Evolutiva pela Ciências ULisboa e atualmente investigadora de pós-doutoramento no cE3c Ciências ULIsboa é uma das quatro jovens cientistas portuguesas premiadas com as Medalhas e vai estudar a contaminação do solo por metais pesados através do tomateiro e ácaros-aranha.

Pilar com frase

Valorizar o conhecimento é a oportunidade para dar a conhecer um outro Portugal que tantas vezes passa despercebido. O press kit da Faculdade tem uma página de especialistas com 162 nomes e mais de 200 temas científicos. É fundamental que os mass media coloquem a ciência no centro das atenções.

O terceiro meeting científico da ação COST EUTOPIA ocorreu entre 15 e 17 de fevereiro passado.Trata-se de um projeto de colaboração interdisciplinar que explora a importância crescente da topologia em sistemas físicos e biológicos, e no desenvolvimento de novos materiais. Esta ação reúne 29 países e mais de 100 participantes. Portugal está representado em dois dos cinco grupos de trabalho temáticos e Patrícia Faísca é responsável pela liderança de um deles.

Perspetiva dos Valles Marineris de Marte

"Os objetivos destas missões compreendem: a preparação clara de uma futura colónia humana em Marte, e a tentativa de responder à questão se houve vida em Marte", escreve o cientista Pedro Mota Machado.

Pisco-de-peito-ruivo

“+Biodiversidade@CIÊNCIAS: Mobilizar a comunidade de Ciências para a promoção da sustentabilidade no Campus” é uma iniciativa do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade. Para colaborar neste projeto basta participar nas ações de monitorização, através da plataforma BioDiversity4All ou da app iNaturalist/BioDiversity4All.

Uma pessoa a trabalhar no Centro de Testes

O Centro de Testes (CT) da Ciências ULisboa  atingiu 100% de concordância nas provas a que foi submetido no âmbito do programa mundial de controlo de qualidade da Organização Mundial de Saúde - OMS “WHO Global Round of Laboratory Proficiency Testing” e no Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Logotipo do projeto

A participação no Projeto Lisboa Romana (Felicitas Iulia Olisipo) vem na sequência de vários anos de colaboração entre os geólogos da Ciências ULisboa e várias equipas de arqueólogos que têm por missão o estudo e a salvaguarda do património arqueológico que ocorre durante as escavações associadas a várias obras na região de Lisboa.

Pessoas no topo de uma colina

O Young Leaders Access Program visa ajudar jovens, entre os 18 e os 26 anos, a impactar as suas comunidades. Leia a crónica de Vasco Medeiros, um dos 50 jovens selecionados em 2020 para realizar este programa. As candidaturas à edição de 2021 terminam em março.

Pessoa

"Existem várias teorias que dão contexto a este medo, mas sobretudo há uma ideia subjacente: o medo de não viver, sentir ou fazer qualquer coisa em vida, uma sensação de vida não vivida", escreve Andreia Santos, psicóloga no GAPsi Ciências ULisboa.

Vários números desenham um coração

Brainteaser é o nome do consórcio que coloca a inteligência artificial ao serviço da saúde, nomeadamente dos doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica e Esclerose Múltipla. A Universidad Politécnica de Madrid lidera o consórcio composto por 11 parceiros de Espanha, Itália, Portugal, Sérvia, Irlanda e Bélgica.

CLOUD

As partículas de aerossol atmosférico podem modificar as nuvens e o clima ou contribuir para a poluição urbana. O estudo “Role of iodine oxoacids in atmospheric aerosol nucleation” publicado na Science apresenta os resultados da experiência CLOUD (Cosmics Leaving Outdoor Droplets), anuncia o CERN. Este artigo é assinado por mais de cem investigadores, entre os quais se contam João Almeida, António Amorim, António Dias e António Tomé.

Logotipo Radar

O primeiro Radar Tec Labs de 2021, dedicado às atividades do Centro de Inovação da Faculdade, tem como empresa em destaque a Delta Soluções.

José Artur Martinho Simões

A ideia para esta entrevista surgiu na sequência da publicação do livro "A Anatomia das Moléculas", de José Artur Martinho Simões, pela Imprensa da ULisboa. É um livro curto que numa linguagem simples, precisa e atraente, acompanhada de muitas imagens, nos dá a conhecer o admirável mundo das moléculas, as suas propriedades, ligações e reações.

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