Aprender com as “mãos na massa”

Projeto “Jovens Investigadores” proporciona contacto entre estudantes do ensino secundário e investigadores da Faculdade

posters afixados

Este ano, os alunos de 12.º ano produziram 15 posters referentes aos projetos de investigação desenvolvidos

Mónica Vilhena

Na Escola Básica e Secundária Alfredo da Silva (EBSAS), a componente prática das disciplinas de 12.º ano, Biologia e Química, consiste no desenvolvimento de um projeto de investigação. “Jovens investigadores” é o projeto da escola do Barreiro que permite aos alunos estabelecerem uma relação de proximidade com professores e investigadores do ensino superior, nomeadamente da Ciências ULisboa.

“Jovens investigadores” surgiu no ano letivo 2018/2019, a partir do interesse e curiosidade dos alunos de Biologia do 12.º ano em estabelecer relações com a universidade, os seus laboratórios e investigadores. Enquanto antigas alunas da Ciências ULisboa, as professoras da EBSAS responsáveis pelo projeto, Mónica Vilhena e Ana Sofia Neves, desafiaram os professores da Faculdade a colaborarem como professores orientadores.

As professoras da EBSAS responsáveis pelo projeto foram alunas na Ciências ULisboa: Mónica Vilhena, alumna do curso de Recursos Faunísticos e Ambiente e mestrado em Conservação da Diversidade Animal; e Ana Sofia Neves, alumna do curso de Ensino da Física e da Química – variante Química.

Tendo iniciado em 2018/2019, com 31 alunos, o projeto teve uma paragem em 2019/2020 e retomou em 2020/2021. A terceira edição aconteceu este ano letivo, e contou com a participação de 74 alunos. O número de alunos envolvidos tem vindo a aumentar, dado o crescente interesse por parte dos estudantes, e a expansão do projeto para a disciplina de Química.

Maria Teresa Rebelo, professora do Departamento de Biologia Animal (DBA) e Ana Cristina Figueiredo, professora do Departamento de Biologia Vegetal, ambas investigadoras do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) são as professoras da Faculdade envolvidas no projeto desde a primeira edição. Às investigadoras juntaram-se este ano mais seis colegas da Faculdade: Carlos Assis, do DBA, Ana Paula Paiva, Jorge Correia, Maria Estrela Jorge, Maria José Brito, e Susana Santos, do Departamento de Química e Bioquímica.

Para além da Ciências ULisboa, integram este projeto professores e investigadores da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTB) (Instituto Politécnico de Setúbal), do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), e mais recentemente, da Escola Superior Agrária (Instituto Politécnico de Coimbra).

“Jovens investigadores” é um projeto integrado no programa curricular dos alunos de Biologia e Química, no âmbito da avaliação dos domínios de autonomia curricular. Este parâmetro de avaliação pretende que os alunos desenvolvam as matérias das disciplinas de forma prática, integrando competências transversais e permitindo adaptar a componente prática da disciplina a projetos de investigação.

posters
Este ano foram 15 os projetos de investigação apresentados
Fonte Mónica Vilhena

Este ano foram 15 as temáticas trabalhadas pelos alunos, nas áreas da Biologia e da Química: macroinvertebrados bentónicos, diagnóstico da COVID-19, o efeito do tempo e do ambiente nas moedas antigas, plantas invasoras, aditivos alimentares, a versatilidade do ligando H2Salen, recursos piscícolas marinhos, azeite e ervas aromáticas, voláteis dos pinheiros na saúde, produção de bioetanol, reciclagem metálica, deposição electroless, amigos e inimigos da oliveira, polímeros condutores e estado sanitário de um povoamento de sobreiro. Os alunos dividiram-se em grupos de quatro a seis alunos e escolheram um dos temas.

O trabalho de investigação de cada grupo é orientado por um professor ou investigador, que acompanha todo o processo. O trabalho começa com a definição das temáticas, e segue as seguintes etapas: pesquisa bibliográfica, escrita da proposta de projeto, trabalho prático, recolha e tratamento de dados, elaboração de poster científico, exposição e apresentação final do trabalho.

O trabalho desenvolve-se de outubro a maio, e divide-se entre a Escola e a Faculdade, em trabalho de campo ou laboratório, dependendo da natureza do projeto, num total de cerca de 30 horas de trabalho. “Os alunos metem as mãos na massa, como numa aula prática aqui na Faculdade (…) eles fazem trabalhos de investigação mesmo a sério!”, conta Maria Teresa Rebelo. A professora afirma que os alunos aprendem muito sobre metodologias científicas, a tratar dados e fazer relatórios, aprendizagens incomuns no âmbito do percurso curricular.

grupo de alunos e o poster do trabalho
Professora Ana Cristina Figueiredo com grupo de alunos, durante a sessão de apresentação dos posters, nas instalações da ESTB, no passado dia 27 de maio
Fonte Mónica Vilhena

“Os alunos metem as mãos na massa, como numa aula prática aqui na Faculdade (…) eles fazem trabalhos de investigação mesmo a sério!” Maria Teresa Rebelo

Para além da apresentação final, também nos 1.º e 2.º períodos os alunos apresentam os resultados a todos os colegas envolvidos no projeto. Ana Sofia Neves, uma das professoras responsáveis pelo projeto, conta que o feedback dos professores tem sido muito positivo - docentes de outras disciplinas, como a Física, notam que os alunos envolvidos neste projeto têm mais à vontade na comunicação, quando apresentam projetos no âmbito das suas disciplinas, em comparação com aqueles que não participam no projeto.

As promotoras da iniciativa reconhecem as mais valias do projeto, não só para os alunos, mas também para os professores envolvidos, na medida em que lhes permite manterem-se informados e atualizados face ao estudo das diferentes temáticas.

Do trabalho realizado resultaram já diversos posters científicos, quatro deles já saíram das portas da escola: em setembro de 2021, dois posters sobre insetos participaram no XIX Congresso Ibérico de Entomologia; em abril de 2022, foram apresentados dois posters sobre a reciclagem metálica no XV Congresso Nacional de Cientistas em Ação, em Estremoz, um dos quais obteve uma Menção Honrosa. Um dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos recebeu ainda o prémio Desafios Invasoras.pt - Desafio 2: Fenologia, na edição de 2021/2022, que consistiu na monitorização do ciclo de vida de seis espécies invasoras durante seis meses, um trabalho que resultou na produção de um poster com os resultados da investigação.

grupo de alunos na FCUL
Grupo de alunos do projeto em visita aos laboratórios de Química da Faculdade
Fonte Mónica Vilhena

Marta Tavares, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Criança em casa acompanhada pela presença de um adulto

Uma equipa de nove estudantes da ULisboa - LxUs -, supervisionados por Hugo Ferreira, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da  Ciências ULisboa, ganhou o Translation Potential Runner-Up Award na 5.ª edição do SensUs Student Competition, 2.º lugar na categoria de potencial de translação, um prémio que valoriza a capacidade de criação de um modelo de negócio, viável e com qualidade.

Pormenor da visão artística da observação da "estrela bebé"

Pela primeira vez foi possível observar como é que uma “estrela bebé” adquire massa até chegar à sua massa final. Arcos de campo magnético ligam a “estrela bebé” ao disco circundante e a massa flui. Os resultados desta observação encontram-se publicados na revista Nature. O artigo resulta de uma colaboração no âmbito do GRAVITY, um instrumento desenvolvido por um consórcio internacional e do qual fazem parte cientistas do CENTRA, polo da Ciências ULisboa.

Marta Palma no CT Ciências ULisboa

“A maior aprendizagem é perceber que de facto existem pessoas maravilhosas, com uma enorme generosidade e grande sentido de voluntarismo e muito dinâmicas. E que trabalhando juntos, podemos de facto fazer a diferença”, diz Marta Palma, funcionária do Departamento de Biologia Animal e voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Homem em banco de jardim, observando o rio

Andreia Santos, psicóloga do GApsi Ciências ULisboa, deixa um alerta: "o nível de cansaço sentido pelas pessoas a assistir a conferências, palestras através de um ecrã é superior ao de assistir ao mesmo de forma presencial".

Vanessa Mendonça

“Este prémio simboliza não só o reconhecimento do meu trabalho, mas também de toda a equipa que nele participou”, conta Vanessa Mendonça, segunda classificada pelo Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. Vanessa Mendonça concluiu o mestrado e o doutoramento na Faculdade e atualmente é investigadora do MARE.

A SPECO anunciou recentemente os vencedores do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias 2020. José Ricardo Paula é o grande vencedor desta edição e irá apresentar o seu trabalho no 19.º Encontro Nacional de Ecologia, este ano associado às cerimónias dos 25 anos da SPECO, e que se realiza em dezembro, em Ponte de Lima.

Centro de Testes

Rita Loewenstein Simões, de 23 anos, é voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa, na estação Mix e Real-Time PCR, desde maio passado. Para esta jovem bióloga, formada na Faculdade, este trabalho tem um significado muito simples: ajudar. E foi exatamente isso que a motivou - saber que todas as horas que disponibilizasse fariam a diferença.

Informação eletrónica de rua: Keep your distance

Ganna Rozhnova trabalha em modelação epidemiológica na UMC Utrecht, na Holanda. A antiga aluna de doutoramento em Física Estatística da Faculdade, continua a colaborar com o BioISI e é a investigadora principal de um projeto da FCiências.ID, financiado no âmbito do Apoio especial a projetos Research 4 COVID-19.

Spinophorosaurus nigerensis

Uma inovação anatómica pode ser a chave na compreensão da evolução dos dinossáurios saurópodes. Os autores deste trabalho - Daniel Vidal, Pedro Mocho, Ainara Aberasturi, José Luis Sanz e Francisco Ortega - acreditam que parte do êxito evolutivo deste grupo de animais está relacionado com alterações na cintura pélvica e que esse fator contribuiu para os converter nos animais de maior porte da Terra.

Centro de Testes

“Em cada turno processamos uma quantidade significativa de amostras e é sempre importante conseguirmos fazê-lo eficientemente, para que os resultados sejam conseguidos num curto espaço de tempo”, diz Catarina Lagoas, voluntária no Centro de Testes Ciências ULisboa.

Teclado para invisuais

“A tecnologia deve poder ser usada por todas as pessoas!”, diz Carlos Duarte, professor do Departamento de Informática, investigador do LASIGE Ciências ULisboa, e recentemente membro do World Wide Web Consortium (W3C) e da Ação COST LEAD-ME -Leading Platform for European Citizens, Industries, Academia and Policymakers in Media Accessibility.

 olho de choco

Um grupo de investigadores da Ciências ULisboa a trabalhar no Laboratório Marítimo da Guia do MARE conseguiu mostrar que chocos acabados de eclodir (até cinco dias) são capazes de ter uma aprendizagem social. O estudo publicado na  Animal Cognition tem como primeiro autor Eduardo Sampaio, estudante de doutoramento em Biologia (ramo Etologia).

ETAR de Gaia Litoral

A análise de mais de 200 amostras de águas residuais das cinco ETAR monitorizadas no âmbito do projeto COVIDETECT comprova a presença de material genético nos afluentes que chegam às ETAR e evidencia a ausência de deteção do material genético do vírus SARS-CoV-2 nos efluentes tratados.

National Cancer Institute

Investigadores do LASIGE Ciências ULisboa, INESC TEC e Universidade do Minho apresentam uma nova técnica de deduplicação de dados baseado em semelhanças e padrões encontrados nos ficheiros de sequenciação de genomas humanos e uma codificação das alterações para a recuperação desses dados.

logotipo

Sétima rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Keep on Care.

Computador

“O período de confinamento pode ser encarado como um primeiro grande teste à integração de renováveis no sistema elétrico, prelúdio do que se prepara com a transição energética global em curso”, escreve o cientista Miguel Centeno Brito.

Conceção artística do telescópio espacial Athena (Advanced Telescope for High-Energy Astrophysics)

“Ciências ULisboa tem vindo a aumentar a sua capacidade e a sua intervenção no desenvolvimento científico e tecnológico de alguns dos projetos mais importantes para o avanço da Astrofísica, não só nos próximos anos, mas nas próximas décadas”, diz o cientista José Afonso.

post it

Cristina Luís, investigadora do Departamento de História e Filosofia das Ciências e do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), é a responsável em Portugal pelo projeto “Citizen Science as the new paradigm for Science Communication (NEWSERA)”, coordenado por Rosa Arias, fundadora da Science for Change e que visa estudar como a ciência cidadã pode mudar o paradigma da comunicação da ciência.

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Entrevista com o cientista Carlos Cordeiro, que lidera o SAFE Coating, um projeto que tem a Biomimetx e o Hospital Curry Cabral como parceiros e que em seis meses procurará implementar uma tecnologia capaz de inativar o SARS-CoV-2 em superfícies, impedindo a sua viabilidade fora do hospedeiro humano e consequentemente, eliminando uma importante via de transmissão viral.

Lusovenator, a nova espécie pertence ao grupo dos carcharodontossáurios - dinossáurios carnívoros, alguns dos maiores predadores do planeta Terra. A sua descoberta mostra que estes dinossáurios estavam presentes no hemisfério norte 20 milhões de anos antes do que indicava o registo conhecido. O estudo foi liderado por Elisabete Malafaia, investigadora do IDL, polo da Ciências ULisboa.

O Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico (RNIE) 2020 inclui 56 infraestruturas. Ciências ULisboa coordena a CoastNet, a PORTULAN CLARIN e a RNEM, integrando ainda outras sete infraestruturas.

A fase de implementação da Rede Portuguesa de Monitorização Costeira (CoastNet) terminou recentemente, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade recentemente. A apresentação pública da CoastNet coordenada por José Lino Costa, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, acontece a 7 de julho, num evento a decorrer por videoconferência.

O projeto MarCODE visa desenvolver uma ferramenta multidisciplinar para potenciar o rastreio e a rotulagem ecológica de espécies marinhas de interesse comercial, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade. O estudo iniciado este mês de julho deverá terminar daqui a três anos.

Sexta rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a Nevaro.

Cláudio Pina Fernandes, coordenador do GAPsi Ciências ULisboa, escreve sobre o Princípio da Incerteza e chama a atenção para alguns aspetos.

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