Inês Fragata premiada com Medalha de Honra L’Oréal Portugal para Mulheres na Ciência

Inês Fragata

Inês Fragata, de 35 anos, doutorada em 2015 em Biologia Evolutiva pela Ciências ULisboa e atualmente investigadora de pós-doutoramento no cE3c Ciências ULIsboa vai estudar a contaminação do solo por metais pesados através do tomateiro e ácaros-aranha

L'Oréal Portugal

 A cerimónia de entrega de prémios tem lugar esta quarta-feira, 24 de fevereiro, a partir das 11h00: pela primeira vez em formato online é aberta a todos os interessados. Para além da apresentação dos projetos distinguidos, a cerimónia é também marcada por um debate entre Alexandre Quintanilha (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar), Helena Pereira (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) e Helena Canhão (NOVA Medical School; Sociedade Portuguesa de Reumatologia), personalidades há muito ligadas a esta iniciativa. Moderado por José Alberto Carvalho, o debate tomará como ponto de partida os grandes desafios que a humanidade enfrenta nas áreas da saúde e do ambiente, no sentido de perceber como podemos criar soluções e dar resposta a desafios vitais, como os colocados pelo aumento da esperança de vida, pela emergência de novas doenças ou pelas alterações climáticas.

Inês Fragata, de 35 anos, doutorada em 2015 em Biologia Evolutiva pela Ciências ULisboa e atualmente investigadora de pós-doutoramento no grupo Ecologia Evolutiva do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais – cE3c, na  Ciências ULIsboa, após ter estado durante três anos no Instituto Gulbenkian de Ciência, é uma das quatro jovens cientistas portuguesas premiadas na 17ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A cerimónia tem lugar esta quarta-feira, 24 de fevereiro, às 11h00 – pela primeira vez em formato digital e aberta ao público.

Qual o impacto que o cádmio presente no solo tem em herbívoros? É uma das perguntas a que Inês Fragata pretende responder no projeto agora distinguido com uma das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, que visam apoiar jovens cientistas doutoradas a desenvolver investigação de relevo em saúde e ambiente e inspirar uma sociedade mais inclusiva e equitativa.

Além de Inês Fragata são também distinguidas na 17ª edição das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência as investigadoras Joana Carvalho, da Fundação Champalimaud; Margarida Abrantes, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e Liliana Tomé, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. As quatro investigadoras distinguidas foram selecionadas entre mais de 97 candidatas, por um júri científico presidido por Alexandre Quintanilha. Cada uma das investigadoras é distinguida com um prémio individual de 15 mil euros.

 

Estudar a contaminação do solo por metais pesados através do tomateiro e ácaros-aranha

No seu projeto, Inês Fragata vai estudar um caso específico: o impacto do metal pesado cádmio na cultura do tomateiro e nos ácaros-aranha – pequenos herbívoros que representam uma grande praga agrícola, alimentando-se de centenas de espécies de plantas e que causam milhões de euros de prejuízos a nível mundial.

Inês Fragata estuda o impacto que o cádmio presente nas folhas do tomateiro tem na alimentação dos ácaros-aranha, e de que forma é que esta conhecida praga agrícola se adapta a esta alimentação
Inês Fragata estuda o impacto que o cádmio presente nas folhas do tomateiro tem na alimentação dos ácaros-aranha, e de que forma é que esta conhecida praga agrícola se adapta a esta alimentação
Fonte IF

Para algumas espécies de plantas, sabe-se que uma concentração de metais pesados não muito elevada nas suas folhas funciona como um mecanismo de defesa contra os herbívoros. “Sabemos que os metais pesados, quando estão presentes no solo em concentrações elevadas, se tornam tóxicos para vários organismos e sabemos também que o tomateiro acumula cádmio, mas queremos perceber o que acontece quando os ácaros-aranha evoluem em altas concentrações deste metal pesado”, explica Inês Fragata.

Como será que os ácaros-aranha se adaptam a esta alimentação com um elevado nível de cádmio? Será que esta evolução em plantas com cádmio altera também a sua capacidade de sobrevivência em ambientes com outros desafios, como temperaturas mais elevadas ou aplicação de pesticidas? E como afeta a coexistência entre diferentes espécies de ácaros-aranha que se alimentam da mesma planta? Estas são algumas das perguntas que vão guiar esta investigação.

Dependendo se a acumulação de cádmio em tomateiro levar à extinção ou, por outro lado, proliferação dos ácaros-aranha, pode avaliar-se se é viável no futuro usar tomateiros em solos com concentrações mais elevadas de cádmio para recuperar os solos contaminados com este metal pesado, absorvendo-o. Mas esta possível aplicação ainda vem longe e não é o objetivo deste projeto – para já, Inês Fragata pretende compreender quais são as várias dimensões da exposição prolongada ao cádmio nestes ecossistemas.

“Fico muito feliz com este prémio – é ótimo sentir que gostam do meu trabalho e que consideram que o que vou fazer no futuro é importante e pode ter uma aplicação prática. Significa também que vou poder analisar que genes estão envolvidos na resposta à exposição prolongada a cádmio – uma parte do projeto muito gira e que não pude fazer até agora por falta de fundos.”
Inês Fragata

Ácaro-aranha
Ácaro-aranha da espécie Tetranychus urticae - uma das espécies considerada no projeto científico agora distinguido. Inês Fragata estuda o impacto que o cádmio presente nas folhas do tomateiro tem para os herbívoros que delas se alimentam e, em particular, para os ácaros-aranha
Fonte Miguel Cruz

São já 57 as jovens cientistas premiadas em Portugal desde 2004, ano em que teve início o Programa Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. Resultado de um protocolo que junta à L’Oréal Portugal a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e a Comissão Nacional da UNESCO, este programa tem por objetivo apoiar a realização de estudos avançados de investigação científica a nível de pós-doutoramento nas áreas das ciências, engenharias, e tecnologias para a saúde ou para o ambiente.

cE3c adaptado do comunicado oficial emitido pela agência de comunicação e com ACI Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Susana Custódio preside à Comissão Executiva do ORFEUS - Observatories & Research Facilities for European Seismology, integrado no EPOS - European Plate Observing System.

Detalhe da função de onda calculada para a espécie ativa do catalisador

Nuno A. G. Bandeira modelou computacionalmente as propriedades eletroquímicas de óxidos de molibdénio. O investigador da Universidade de Lisboa pretende continuar a estudar moléculas originais e interessantes seja qual for a sua finalidade. “A tabela periódica ainda tem muito para nos dizer”, diz o cientista.

Floresta Laurissilva

Estudo de fósseis revela a extinção de uma árvore da família do chá que se encontrava presente há 1,3 milhões de anos na ilha da Madeira. Carlos A. Góis-Marques, aluno de doutoramento em Geologia, é um dos autores desta investigação.

Janela triangular

É o mecanismo mimético que nos permite interatuar uns com os outros, compreender os sentimentos dos amigos, e viver a compaixão e a empatia”, in Campus com Helder Coelho.

Livro aberto

Ao todo estão previstas sete sessões, com pelo menos um orador convidado. Em cada uma delas Dinis Pestana falará sobre livros que estejam relacionados com o tema em análise. O objetivo é conquistar leitores, sobretudo entre os estudantes universitários.

“Aceitar que por vezes se falha, que podemos não ter a aprovação dos outros e aceitar as consequências das tomadas de decisão, pode inicialmente ser mais desconfortável, mas acarreta consigo uma maior sensação de responsabilidade e liberdade na vida”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Vista aérea da zona de cultivo no PermaLab, no campus de Ciências ULisboa

O primeiro estudo científico desenvolvido no PermaLab – um laboratório vivo de permacultura, situado no campus de Ciências ULisboa, será publicado no volume 212 da edição de março de 2019 do Journal of Cleaner Production, reforçando dessa forma a importância dos laboratórios vivos no contexto universitário.

“O desenvolvimento de uma missão astronómica espacial é uma aventura demorada, que, nos casos mais complexos, pode demorar mais de duas décadas. Com o Athena estamos envolvidos neste processo desde os primeiros passos, tendo ajudado a construir a proposta ‘vencedora’”, conta José Afonso, que lidera a participação portuguesa na missão Athena, prevista para 2031.

Projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz

Guilherme Weishar apresenta-nos o projeto de Sismologia nas Escolas do Instituto Dom Luiz e que tem uma componente de citizen science.

Wani na Indonésia

Objetivo da missão dos investigadores do IDL Ciências ULisboa e do IPMA?! Melhorar a caracterização do tsunami de 28 de setembro de 2018, de modo a desenvolver técnicas e programas de mitigação destes fenómenos naturais.

Ricardo Honório

Cernorium é o canal YouTube de Ricardo Honório, aluno do mestrado integrado em Engenharia Física de Ciências ULisboa. O projeto tem já disponível o primeiro episódio e é a “concretização de uma ideia antiga que procura aliar a paixão pela Física com algum humor.

Galeria da fauna marinha (maioria tropical), anos 1950/1960

Evocações sobre Entomologia no Museu Bocage e na Faculdade, pelo professor, cientista José Alberto Quartau. Versão abreviada da alocução proferida aquando do 35.º aniversário do Departamento de Biologia Animal de Ciências ULisboa, em 5 de junho de 2018.

Francisco Saldanha da Gama

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com Francisco Saldanha da Gama, professor do Departamento de Estatística e Investigação Operacional e investigador do Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional de Ciências ULisboa, e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia do site da Faculdade.

Lisboa

Ciências é uma das cinco instituições da ULisboa que integra o projeto ALHTOUR.

 Conselho Diretivo da ELRA

António Branco, professor do DI Ciências ULisboa, é o novo presidente da ELRA-European Language Resources Association, a principal associação científica europeia para o processamento da linguagem natural e uma das mais importantes associações a nível mundial nesta subárea da Inteligência Artificial.

Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

Raúl Ferreira

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências ULisboa? O Dictum et factum de dezembro é com Raúl Ferreira, assistente operacional da Oficina Gráfica da Área de Serviços Técnicos de Ciências ULisboa.

Às vezes é mesmo preciso “sair da cabeça e dar ouvidos ao corpo”

“Às vezes é mesmo preciso 'sair da cabeça e dar ouvidos ao corpo'. Dar atenção aos sinais físicos e às sensações”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Soraia Pereira

Leia a entrevista com Soraia Pereira, vencedora do Prémio SPE2018 e que descobriu o interesse pela Estatística no último ano da licenciatura em Matemática.

Matemática

O novo livro de Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática de Ciências ULisboa é apresentado ao público em dezembro. Leia a entrevista com o matemático e escritor que através da Matemática "rasga horizontes e abre novos mundos a mentes sequiosas".

Logotipo

"Até agora, os cientistas cidadãos das comunidades GROW implementaram/instalaram 2.000 sensores com o intuito de avaliar a humidade, temperatura e radiação solar do solo nos diferentes GROW Places. No próximo ano deverão ser implementados cerca de 10.000 sensores. Este é considerado o maior levantamento de dados de diversas propriedades do solo na Europa, realizado por cidadãos", escreve em artigo de opinião Gil Penha-Lopes, investigador do DBV Ciências ULisboa e cE3c.

Livros

O projeto “NitroPortugal -Strengthening Portuguese research and innovation capacities in the field of excess reactive nitroge” promove livro infantil “A história do azoto, bom em pequenino e mau em grande”.

Adrià López Baucells

A British Ecological Society anunciou esta sexta-feira, dia 30 de novembro, os vencedores do concurso anual de fotografia Capturing Ecology. Entre as várias fotografias premiadas encontram-se as de Adrià López Baucells, estudante do programa doutoral Biodiversidade, Genética e Evolução e investigador do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Ilustração de um buraco negro ativo no centro de uma galáxia

Cientistas portugueses estiveram envolvidos na primeira medição espacial do redemoinho de massa que orbita um buraco negro de centenas de milhões de massas solares.

C6

Soraia Pereira, investigadora do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa e antiga aluna de Ciências ULisboa, vence Prémio Sociedade Portuguesa de Estatística 2018.

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