Os estudos conduzidos na jazida de Monte Agudo sublinham a importância do registo fóssil de vertebrados da região de Pombal
Trabalhos na jazida de Monte Agudo na comunicação social: TVI, CNN Portugal, SIC Notícias, Pombal TV, pplware, NIT, Pombal 97 FM, Diário de Leiria, Jornal Terras de Sicó.
Uma equipa de paleontólogos portugueses e espanhóis conduziu, entre 1 e 10 de agosto de 2022, uma campanha de escavação na jazida paleontológica de Monte Agudo que resultou na extração de parte do esqueleto fossilizado de um dinossáurio saurópode de grande porte. Os trabalhos foram realizados por investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa, do Grupo de Biología Evolutiva da UNED-Madrid e da Facultad de Bellas Artes da Universidad Complutense de Madrid e contaram com o apoio da Câmara Municipal de Pombal.
Os dinossáurios saurópodes são um grupo de dinossáurios herbívoros, quadrupedes e caracterizado por pescoços e caudas compridas.
Até ao momento, foi recolhido na jazida de Monte Agudo um importante conjunto de elementos do esqueleto axial que inclui vértebras e costelas de um possível dinossáurio saurópode braquiossaurídeo.
O grupo dos braquiossaurídeos é composto por espécies de grande porte que viveram do Jurássico Superior ao Cretácico Inferior e que se caracterizam pela presença de membros anteriores marcadamente desenvolvidos.
A este grupo de saurópodes pertencem algumas das espécies de dinossáurios mais emblemáticas, como por exemplo, Brachiosaurus altithorax e Giraffatitan brancai, bem como a espécie do Jurássico Superior português encontrada na região Oeste, Lusotitan atalaiensis.
Os restos fósseis de Monte Agudo estão bem preservados mantendo, inclusivamente, a posição anatómica original que teriam no animal em vida. Este modo de preservação é relativamente invulgar no registo fóssil de dinossáurios (em particular de saurópodes) do Jurássico Superior português.
Os estudos conduzidos na jazida de Monte Agudo sublinham a importância do registo fóssil de vertebrados da região de Pombal que nas últimas décadas tem proporcionado a descoberta de diversas jazidas (e.g. Andrés e Junqueira) muito significativas para o estudo das faunas continentais do Jurássico Superior de Portugal.
Outra das peculiaridades desta jazida está relacionada com o enorme tamanho dos elementos esqueléticos, sugerindo que estamos na presença de um dos maiores indivíduos de saurópodes até hoje descobertos no Jurássico Superior europeu. As características de preservação dos fósseis e a sua disposição indicam a possível presença de outras partes do esqueleto deste individuo, hipótese que será testada em futuras campanhas de escavação na jazida.