Sete dicas que dizem como dormir, comer e estudar para os exames

Dicas para melhorar o desempenho nos exames nacionais

Com a época de exames a bater à porta, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) aproveita para fazer a revisão da matéria dada e revela, pela voz de uma especialista na área, o que podem fazer os estudantes para melhorar o desempenho na hora de responder a um teste. São sete recomendações imperdíveis que tanto servem para alunos do secundário como da universidade e que tanto podem ser aplicadas em testes de biologia ou química, como para matemática, filosofia, português - ou qualquer outra disciplina, por mais complicada que seja.    

 1- Qual a melhor hora para estudar? Quantas horas devemos dormir em época de exames?

A resposta varia consoante o estudante, mas remete sempre para o cronótipo, que determina os picos de energia ou fadiga que cada pessoa sente ao longo do dia. “É importante que cada estudante conheça o seu cronótipo. Tendo em conta esse cronótipo, o estudante deve optar por executar as tarefas mais exigentes nos períodos em que sente maior energia. Neste grupo de maior exigência, figuram tarefas relacionadas com leitura intensiva, resumos, exercícios práticos”, explica Catarina Carvalho, psicóloga de Educação, que trabalha no Gabinete de Apoio Psicológico (GAPsi) de CIÊNCIAS. Tipicamente os momentos de maior energia tendem a durar três a quatro horas. Como é que se descobre o cronótipo? “Cada pessoa terá de experimentar para ver quais os períodos em que costuma sentir maior cansaço ou energia”, responde Catarina Carvalho, deixando de seguida outra dica igualmente importante: “É importante seguir uma rotina para que o cérebro aprenda que naquele momento em que nos sentamos à secretária é suposto estudar e evitar distrações”. Catarina Carvalho recorda que, na época de exames, os estudantes devem dormir diariamente sete a nove horas: “Uma ‘direta’ na noite antes do exame pode ter efeitos piores do que estudar menos e dormir as sete a nove horas recomendadas”.

2- É produtivo estudar várias horas seguidas?

Ao contrário do que alguns estudantes mais zelosos podem pensar, devem ser evitados os períodos de estudo de várias horas sem interrupções. Na base desta recomendação está um fator mais ou menos conhecido: “O potencial máximo de concentração costuma ocorrer ao cabo de 10 minutos, e depois começa a decair. E por isso devemos seguir um plano de estudos com blocos de estudo interrompidos por pausas, para permitir recuperar os picos de concentração”, responde Catarina Carvalho. Mais uma vez, a duração dos períodos de concentração varia consoante a pessoa e deverá ser testada pelo próprio, mas há alguns valores de referência que apontam para blocos de estudo de 50 a 60 minutos, interrompidos por pausas de 10 a 15 minutos. “As pausas devem ser efetivas e não apenas teóricas. Pode ser ouvir música, falar com um amigo, ir beber água ou sair momentaneamente do local, desde que não se exceda o período determinado”. Os blocos de estudo e as pausas devem ser adequados às necessidades e ambições de cada um, mas não podem sacrificar horas de sono nem de refeição, ou até de laser, como se verifica na questão seguinte.

3- As atividades desportivas e saídas com amigos prejudicam o rendimento nos exames?

Não, obrigatoriamente. De resto, é mesmo “saudável” manter a vida social e o exercício em dia, mesmo em época de exames recorda Catarina Carvalho: “O exercício físico aumenta a oxigenação do cérebro, e por isso ajuda a reduzir a ansiedade e a regular o sono. Os momentos de convívio e laser fomentam o bem-estar emocional”. Quando isolados, os humanos ficam mais suscetíveis a situações de ansiedade, stresse e fadiga mental, que nos casos mais extremados podem levar a esgotamentos, refere a psicóloga. Nas saídas com amigos, ainda que sejam para manter, importa manter o “bom senso e não prejudicar as horas e planos de estudo”.

4- Há uma dieta para quem estuda? Devo almoçar antes do exame?

Sim, há um regime alimentar que tendencialmente favorece o desempenho nos exames. E sim é altamente aconselhável comer antes do teste. Mas há que seguir também algumas lógicas para que a comida não acabe por diminuir o desempenho. “O que se come tem impacto no funcionamento cerebral. (No momento de fazer o exame) Precisamos que o cérebro tenha muitos nutrientes e oxigénio. O que implica uma alimentação equilibrada, que evita alimentos gordurosos ou açucarados”, responde Catarina Carvalho. Enquanto as comidas gordurosas ou “pesadas” tendem a potenciar o sono ou a moleza, os alimentos açucarados tendem a potenciar picos de energia, que até poderiam ser bem-vindos, se não fossem, invariavelmente, seguidos de momentos de cansaço e consequente perda de atenção. “Alimentação e sono são necessidades básicas do ser humano. Se não forem supridas, o cérebro vai manter-se em alerta”, avisa Catarina Carvalho. “Mas se comermos uma grande feijoada à transmontana podemos vir a sentir sono durante o teste. Outra coisa que é muito importante: manter a hidratação. Ou seja, beber água!”.

 

5- Estudar em casa, no café ou na escola?

A resposta varia consoante a pessoa, o ponto em que se encontra no plano de estudo, e as vantagens propiciadas por cada cenário. O estudo em casa tem a vantagem de dispensar deslocações, mas tende a ser mais produtivo “em cenários organizados e sem distrações”, que podem exigir o afastamento ou o silenciamento do telemóvel. Mas há uma desvantagem: quem encara a casa como espaço de laser pode ter dificuldade em concentrar-se – e preferir ir para o café, para a biblioteca ou para as salas da escola ou da faculdade. “Os cafés podem ser uma boa opção para quem gosta de estudar com ruído de fundo, enquanto as bibliotecas e os espaços escolares tendem ser melhores para quem prefere ambientes silencioso e controlados”, refere Catarina Carvalho, admitindo que não há uma resposta que valha para todos, mas sem deixar de dar o aviso: “O importante é que cada local permita ter concentração e não gere interrupções involuntárias”.

6- Estudar sozinho ou em grupo?

As duas abordagens têm vantagens e desvantagens, que se revelam em diferentes fases do estudo. Quem estuda sozinho tira partido da liberdade de escolha dos temas que considera mais indicados para cada momento, e pode aproveitar esse isolamento momentâneo para atividades que exigem pensamento crítico ou analítico, leitura ou produção de resumos. O estudo em grupo facilita a troca de informação e resolução de dúvidas e lacunas, mas também permite que um aluno explique uma matéria a um colega. “E quando temos de explicar alguma coisa a alguém percebemos logo o que, realmente, sabemos ou não sobre um determinado tema”, refere Catarina Carvalho. “Há quem prefira estudar sozinho devido ao silêncio, e há quem prefira estudar em grupo, porque ajuda a entender que chegou a hora de estudo, através do compromisso assumido com os colegas. O ideal é combinar as duas abordagens, caso o estudante se sinta confortável”, acrescenta a psicóloga.

7- Devo ler o enunciado todo antes de responder ou ler as perguntas à medida que respondo? Respondo em primeiro lugar às questões fáceis ou às que valem mais pontos?

As estratégias variam consoante a pessoa, mas a leitura prévia do enunciado do teste tende a ter vantagens manifestas, porque “permite ter uma visão geral do exame e distinguir as questões mais fáceis das questões que valem mais pontos e que, possivelmente, exigem mais tempo. (A leitura prévia) É algo que vai ser útil para fazer a gestão do tempo dado a cada questão do teste”, refere Catarina Carvalho. A leitura prévia é recomendável, mas a ordem das questões e das respostas pode seguir abordagens diferentes. Quem prefere começar pelas questões mais fáceis tende a ganhar “ritmo, autoconfiança e pontos (para a nota final)”. “Além disso, pode reservar tempo para poder responder às questões mais complicadas com calma”, recorda Catarina Carvalho. Esta primeira abordagem evita que a resposta a uma questão difícil gere eventuais crises de nervos que consomem tempo e tranquilidade, ou potenciam os erros de interpretação, na hora de passar às questões fáceis. Catarina Carvalho recorda que a gestão emocional pode ser tão ou mais importante quanto uma matéria bem estudada, mas também lembra que há cenários em que a ordem das questões é indiferente: “Quem domina mesmo muito bem as matérias não vai sentir necessidade de começar o exame pelas questões mais fáceis ou difíceis”.

Hugo Séneca - DCI CIÊNCIAS
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt

Filipe Duarte Santos foi designado presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), segundo comunicado do Conselho de Ministros de 9 de março.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de março é com Rui Batista, especialista em Informática da Área de Sistemas de Informação e Desenvolvimento da Direção de Serviços Informáticos de Ciências.

Proteger a biodiversidade. Engane-se quem pensa que só os biólogos participam nesta árdua tarefa. 

Um estudo publicado na revista “Quaternary Science Reviews”, fruto de cinco anos de trabalho de investigadores portugueses e espanhóis, permitiu reconstruir a evolução da vegetação, paisagem e clima da ilha de São Miguel nos últimos 700 anos, através da análise dos sedimentos da Lagoa Azul.

A American Physical Society (APS) já anunciou a lista de homenageados pelo "Outstanding Referee Program" em 2017 e José Pedro Mimoso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, é um deles.

As populações de várias espécies de anfíbios na Serra da Estrela estão a diminuir drasticamente, devido a uma infeção por uma nova estirpe de vírus, também já detetado noutras partes de Espanha e da Europa, segundo comunicado de imprensa emitido recentemente pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Durante o Green Day ocorrido esta segunda-feira no campus de Ciências foi apresentado o Ecokart Twin, o primeiro kart elétrico português de dois lugares.

“Pequenas ações fazem a diferença, não tenham medo de sair da zona de conforto”. João Paulo Silva, um dos membros do projeto Movetech Telemetry, “apaixonado pela natureza”, dedicado ao estudo da ecologia das aves dos meios agrícolas, nomeadamente em projetos de seguimento remoto de vida selvagem como o Lince ou a Águia Imperial, deixa este conselho aos jovens que se interessam por esta área da Biologia. Saiba mais sobre este cientista, antigo aluno de Ciências e coordenador da componente científica e de desenvolvimento de software do Movetech Telemetry.

João Paulo Silva, doutorado em Ecologia por Ciências, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e do cE3c, é um dos membros da equipa do Movetech Telemetry, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos equipamentos ultraleves e de grande autonomia para monitorização eficaz da vida selvagem.

O mercado do processamento da língua natural (PLN), segmentado em codificação automatizada, análise de textos, reconhecimento de carateres óticos, resposta interativa em voz, reconhecimento de padrões e imagens, e analítica da voz, tenderá a aumentar muito nos próximos dez anos.

O “XV Encontro de Jovens Investigadores em Paleontologia (EJIP)” realiza-se de 19 a 22 de abril de 2017, na cidade de Pombal, um concelho cuja riqueza paleontológica é salientada pela comissão organizadora desta 15.ª edição. Carlos Marques da Silva e Mário Cachão, professores do Departamento de Geologia e investigadores do Instituto Dom Luiz, são oradores convidados do encontro, cujas inscrições decorrem até ao final de março.

“Este programa dá-nos acesso a artigos, livros e outros materiais propostos pelos nossos tutores que nos dão uma grande ajuda a compreender melhor o gigante mundo que é a Matemática”, diz Rodrigo Duarte, estudante de Ciências, galardoado com uma bolsa Novos Talentos em Matemática 2016/2017.

Anny Caroline Muniz, aluna do mestrado em Bioestatística de Ciências, participou no estudo “Perfil Tabágico dos Estudantes dos 2.º e 3.º ciclos das Escolas do ACES Arco Ribeirinho”, dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, desenvolvendo igualmente um modelo matemático para a previsão do adolescente/tipo com maior probabilidade de começar a fumar precocemente.

Qual o principal fator que provocou o crescimento das regiões exteriores das galáxias elípticas na época mais recente do Universo? Esta pergunta motivou a investigação liderada por Fernando Buitrago, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor convidado do Departamento de Física de Ciências, dando origem ao mais detalhado estudo publicado online em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Jardim

O inquérito desenvolvido pelo cE3c - no âmbito do projeto europeu “Green Surge - Green Infrastructure and Urban Biodiversity for Sustainable Urban Development and the Green Economy” -, pode ser respondido até 15 de abril de 2017.

O Lisbon Green Hackathon 2017 acontece nos dias 11 e 12 de março. As inscrições terminam a 1 de março. No âmbito do evento estão previstas outras atividades, nomeadamente um ciclo de workshops, sessões de networking, debates e apresentações de startups.

O Tec Labs abriu portas ao ecossistema de inovação e empreendedorismo de Lisboa. O dia foi marcado pela apresentação de novidades para 2017, pelo networking entre os convidados e pela partilha de eventuais projetos e parcerias futuras.

O “Dr. Celestino” era não só um petrólogo excecional e um geólogo de campo incansável, como, e acima de tudo, uma pessoa encantadora pela sua delicadeza de trato. Os colegas do Departamento de Geologia e os ex-colegas do IICT sentirão certamente a falta da sua presença assídua e das interessantes e interessadas conversas sobre a Geologia de Cabo Verde.

Em fevereiro o Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências abre as portas aos parceiros do ecossistema empreendedor nacional.

Seguramente já terá ouvido falar em dados geográficos. Pelo nome, deduz-se que estejam relacionados com mapas e lugares. No entanto, estes dados vão muito para além das coordenadas geográficas, representando, entre outros, redes de transporte, águas subterrâneas, populações, temperatura e recursos energéticos.

O filme “O Primeiro Encontro” (“Arrival”) de Dennis Villeneuve (2016) aborda a hipótese de Sapir-Whorf, de 1939, que diz que “a linguagem pode influenciar os nossos pensamentos”. Hoje em dia, a validade desta ideia está assegurada, graças às neurociências, e é possível afirmar que aprender uma língua permite estabelecer imensas ligações no cérebro, alterando a sua estrutura, e influenciando o modo de olhar para o mundo, e ainda moldando a personalidade.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de fevereiro é com Ricardo Pereira, assistente técnico do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia de Ciências.

O cE3c acaba de lançar o programa "Vamos Jogar aos Insetos em Ordem nas Escolas?", no âmbito do qual vai oferecer 200 exemplares do jogo "Insetos em Ordem" às primeiras 50 escolas públicas, que aderirem à iniciativa.

No total, desde há 57 anos, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu 83 mil bolsas de estudo em diferentes áreas. Os estudantes de Ciências fazem parte destas contas.

O financiamento atribuído ao professor do Departamento de Informática e investigador do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LaSIGE) de Ciências, relaciona-se com a sua participação no projeto Hyperledger da Linux Foundation, em que a IBM, a Intel e dezenas de outras empresas colaboram para construir tecnologias de blockchain para negócios.

Páginas