Opinião

Violência nas entrelinhas

Arame
Unsplash - Christian Lue
Inês Ventura
Inês Ventura
Imagem cedida por iV

Madalena Pintão
Madalena Pintão
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Quando se fala numa relação abusiva, tendemos a afirmar com certeza que esse cenário de violência não nos aconteceria a nós. Imaginamos uma ideia extrema de abuso, que não pode de forma alguma aplicar-se à nossa experiência.

Mas se pensarmos nas nossas relações atuais ou passadas, quer sejam amorosas, de amizade, familiares ou profissionais, existe alguém que tenha gritado, humilhado, isolado, culpabilizado ou ter-se posto constantemente no lugar da vítima connosco? Se sim, já experienciámos uma relação abusiva. Então, o que define esta relação?

A sua característica principal é a presença de um padrão de comportamentos de força, coação ou intimidação que são utilizados para exercer poder e controlo sobre outra pessoa, desprotegendo a sua integridade e necessidades. São incluídos danos físicos ou/e psicológicos, como abuso físico (e.g. empurrar; bater; atirar objetos), abuso sexual (e.g., tocar sem o outro querer; não respeitar fatores como falta de vontade na prática sexual), abuso psicológico (e.g. gritar com o outro; humilhar; isolar o outro; utilizar discurso culpabilizante; vitimizar-se; dizer o que o outro vestir e não vestir; impedir o outro de trabalhar ou estudar) e financeiro (e.g. pedir justificação sobre o que o outro compra). O cenário pode ser marcado por subtileza e, por isso, ser também mais difícil de ser reconhecido como violento.

Neste momento, talvez nos tenhamos apercebido que nos encontramos ou já encontrámos numa relação abusiva, mas podemos ainda não compreender como é que lá chegámos. Pensemos, então, nesta questão.

As relações abusivas seguem um ciclo. Numa fase inicial cresce o controlo e a tensão, que na fase seguinte culmina no seu expoente máximo. Se o ciclo terminasse aqui, era mais claro de identificar e mais simples de agir. Contudo, a terceira e última fase é a da “Lua-de-mel”, isto é, a fase do perdão, do carinho e do cuidado. Esta é a fase que nos reassegura que a pessoa nos dá valor, merece uma nova oportunidade, não é violenta, e, consequentemente, que nós não somos violentados. Este ciclo pode ter um padrão intermitente, estando as fases menos demarcadas e mais subtis.

Contactos de apoio

  • GAPsi – Gabinete de Apoio Psicopedagógico (217 500 435)
  • Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (800 202 148 – Linha gratuita, 24h)
  • SMS para o número 3060
  • APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (21 358 7900)
  • UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta (218 873 005)
  • Linha de Emergência Social (144)

As características que nos podem deixar mais vulneráveis a manter este padrão são várias, dependendo do contexto, mas sublinha-se a baixa autoestima, o medo da solidão e a dificuldade em ser assertivo. Ainda assim, depois de reconhecermos os comportamentos abusivos da relação, é importante refletirmos sobre o que nos levou a fazer parte da mesma para podermos quebrar este ciclo.

Para tal, é fundamental procurarmos ajuda, recorrendo a pessoas em quem confiamos (amigos, familiares, ...), a psicólogos ou a forças da autoridade e instituições de apoio.

Inês Ventura e Madalena Pintão, Gabinete de Apoio Psicopedagógico da Área de Mobilidade e Apoio ao Aluno de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Quando Leibniz e Newton se enfrentaram no século XVII, sobre a origem do Cálculo, criaram um espaço para exercerem o contraditório, argumentando e criticando, em defesa dos seus argumentos. Esse exercício chama-se controvérsia (debate ou polémica), considerada por muitos como a máquina do progresso intelectual e prático. Cada um dos lados apresenta a sua explicação (causa) das suas razões, como factos (pro ou contra), e os quais sustentam e justificam a sua posição.

Ciências participou no Google Hashcode 2017. Das 12 equipas concorrentes, cinco resolveram corretamente os desafios de programação, numa maratona marcada, segundo os participantes, pela aquisição de competências e boa disposição.

Maria Amélia Martins-Loução, investigadora do cE3c e professora do DBV Ciências, é a nova presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia.

A 3.ª corrida de carros movidos a energia solar conta com a participação de 30 pilotos e dez carros construídos por alunos dos ensinos secundário e universitário.

“Estou a adorar a minha experiência académica. Ao estar no ramo da Matemática, consegui desenvolver algumas softskills, tais como a organização, a atenção ao detalhe, a capacidade para questionar e o rigor”, declara Diogo Ramalho, campeão nacional universitário de Taekwondo e aluno de Matemática de Ciências.

“Chocolate – do laboratório à fábrica” é uma das 159 palestras apresentadas por professores, cientistas a pedido das escolas secundárias.

No programa Novos Talentos em Matemática, edição 2016/2017, da Fundação Calouste Gulbenkian, foram distinguidos três alunos de Ciências. Desta vez, entrevistamos a aluna do 3.º ano do curso de Matemática de Ciências, Isabel Nobre.

Uma circulação de vento entre o equador e os polos foi detetada em ambos os hemisférios de Vénus pela primeira vez, e poderá contribuir para explicar a superrotação da atmosfera deste planeta, segundo estudo liderado por Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaçoe professor do Departamento de Física de Ciências.

No filme “The man who knew infinity” (sobre a colaboração de Ramanujan com Hardy em Cambridge, Reino Unido) aborda-se a resolução de problemas e a discussão do recurso à intuição. O terreno da Matemática é o escolhido, tal como no problema de Kadinson-Singer (sem resolução durante 50 anos), e onde se trata da reconciliação da Física Quântica com a Matemática (Marcus, Spielman e Srivastava, 2015).

Filipe Duarte Santos foi designado presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), segundo comunicado do Conselho de Ministros de 9 de março.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de março é com Rui Batista, especialista em Informática da Área de Sistemas de Informação e Desenvolvimento da Direção de Serviços Informáticos de Ciências.

Proteger a biodiversidade. Engane-se quem pensa que só os biólogos participam nesta árdua tarefa. 

Um estudo publicado na revista “Quaternary Science Reviews”, fruto de cinco anos de trabalho de investigadores portugueses e espanhóis, permitiu reconstruir a evolução da vegetação, paisagem e clima da ilha de São Miguel nos últimos 700 anos, através da análise dos sedimentos da Lagoa Azul.

A American Physical Society (APS) já anunciou a lista de homenageados pelo "Outstanding Referee Program" em 2017 e José Pedro Mimoso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, é um deles.

As populações de várias espécies de anfíbios na Serra da Estrela estão a diminuir drasticamente, devido a uma infeção por uma nova estirpe de vírus, também já detetado noutras partes de Espanha e da Europa, segundo comunicado de imprensa emitido recentemente pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Durante o Green Day ocorrido esta segunda-feira no campus de Ciências foi apresentado o Ecokart Twin, o primeiro kart elétrico português de dois lugares.

“Pequenas ações fazem a diferença, não tenham medo de sair da zona de conforto”. João Paulo Silva, um dos membros do projeto Movetech Telemetry, “apaixonado pela natureza”, dedicado ao estudo da ecologia das aves dos meios agrícolas, nomeadamente em projetos de seguimento remoto de vida selvagem como o Lince ou a Águia Imperial, deixa este conselho aos jovens que se interessam por esta área da Biologia. Saiba mais sobre este cientista, antigo aluno de Ciências e coordenador da componente científica e de desenvolvimento de software do Movetech Telemetry.

João Paulo Silva, doutorado em Ecologia por Ciências, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e do cE3c, é um dos membros da equipa do Movetech Telemetry, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos equipamentos ultraleves e de grande autonomia para monitorização eficaz da vida selvagem.

O mercado do processamento da língua natural (PLN), segmentado em codificação automatizada, análise de textos, reconhecimento de carateres óticos, resposta interativa em voz, reconhecimento de padrões e imagens, e analítica da voz, tenderá a aumentar muito nos próximos dez anos.

O “XV Encontro de Jovens Investigadores em Paleontologia (EJIP)” realiza-se de 19 a 22 de abril de 2017, na cidade de Pombal, um concelho cuja riqueza paleontológica é salientada pela comissão organizadora desta 15.ª edição. Carlos Marques da Silva e Mário Cachão, professores do Departamento de Geologia e investigadores do Instituto Dom Luiz, são oradores convidados do encontro, cujas inscrições decorrem até ao final de março.

“Este programa dá-nos acesso a artigos, livros e outros materiais propostos pelos nossos tutores que nos dão uma grande ajuda a compreender melhor o gigante mundo que é a Matemática”, diz Rodrigo Duarte, estudante de Ciências, galardoado com uma bolsa Novos Talentos em Matemática 2016/2017.

Anny Caroline Muniz, aluna do mestrado em Bioestatística de Ciências, participou no estudo “Perfil Tabágico dos Estudantes dos 2.º e 3.º ciclos das Escolas do ACES Arco Ribeirinho”, dos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, desenvolvendo igualmente um modelo matemático para a previsão do adolescente/tipo com maior probabilidade de começar a fumar precocemente.

Qual o principal fator que provocou o crescimento das regiões exteriores das galáxias elípticas na época mais recente do Universo? Esta pergunta motivou a investigação liderada por Fernando Buitrago, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor convidado do Departamento de Física de Ciências, dando origem ao mais detalhado estudo publicado online em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Jardim

O inquérito desenvolvido pelo cE3c - no âmbito do projeto europeu “Green Surge - Green Infrastructure and Urban Biodiversity for Sustainable Urban Development and the Green Economy” -, pode ser respondido até 15 de abril de 2017.

O Lisbon Green Hackathon 2017 acontece nos dias 11 e 12 de março. As inscrições terminam a 1 de março. No âmbito do evento estão previstas outras atividades, nomeadamente um ciclo de workshops, sessões de networking, debates e apresentações de startups.

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