Entrevista com Daniela Marques Godinho

Algoritmos de aprendizagem automática para deteção de tumores na mama

Novo método premiado durante 12.º Congresso do Comité Português da URSI

Esquema

Esquema representativo do sistema de Imagiologia por Micro-ondas com aplicação aos gânglios linfáticos axilares

DMG

Daniela Marques Godinho recebe o 3.º lugar do Best Student Paper Award do 12.º Congresso do Comité Português da URSI, com a submissão do trabalho "Classificação de sinais de imagem por microondas para auxiliar o diagnóstico do cancro da mama"
Fonte ANACOM

Daniela Marques Godinho, aluna de doutoramento em Engenharia Biomédica e Biofísica de Ciências ULisboa, foi distinguida com o 3.ª lugar do Best Student Paper, edição de 2018, durante o 12.º Congresso do Comité Português da URSI. "Classificação de sinais de imagem por micro-ondas para auxiliar o diagnóstico do cancro da mama" foi o tema do trabalho premiado.

Na entrevista que se segue fique a conhecer o trabalho iniciado durante uma bolsa de investigação da FCiências.ID e quais são os planos da Daniela Marques Godinho para o futuro.

Em que consiste o trabalho alvo de distinção?

Daniela Marques Godinho (DMG) - O trabalho distinguido com este prémio consistiu na apresentação de um novo método que utiliza algoritmos de aprendizagem automática para deteção de tumores na mama. Este método está associado à técnica de Imagiologia por micro-ondas e permite criar imagens complementares (com recurso a algoritmos de aprendizagem automática) às imagens obtidas pelos algoritmos tradicionais de reconstrução e assim reduzir as taxas de falsos negativos e falsos positivos. Este trabalho começou a ser desenvolvido durante uma bolsa de investigação da FCiências.ID antes de iniciar o meu doutoramento e ao qual tem sido dada continuidade em paralelo com o projeto de doutoramento.

Como está a correr o doutoramento? 

DMG - Iniciei o doutoramento em Engenharia Biomédica e Biofísica em março de 2018, sob orientação da professora Raquel Conceição, do IBEB Ciências ULisboa e do professor Carlos Fernandes, do IT IST. O projeto tem como título “Axillary Lymph Node Microwave Imaging (ALN-MWI) to Improve Breast Cancer Diagnosis” e consiste em projetar um sistema para diagnosticar os gânglios linfáticos da zona axilar que são metastizados pelo cancro da mama. A metastização destes gânglios faz parte dos critérios para o estadiamento do cancro da mama e atualmente ainda não existe nenhuma técnica de diagnóstico com sensibilidade e especificidade satisfatórias. Acreditamos que com a Imagiologia de Micro-ondas, uma técnica de baixo custo e não-ionizante, podemos auxiliar este diagnóstico, reduzindo os riscos e custos associados à remoção - muitas vezes desnecessária - de gânglios saudáveis. O projeto encontra-se ainda numa fase inicial, tendo já alguns resultados preliminares da criação de modelos anatomicamente realistas da zona da axila e do desenho e projeção da configuração das antenas que vão emitir e receber os sinais micro-ondas.

Que planos tem para o futuro?

DMG - A área de ensino sempre me atraiu, mas acima de tudo gostaria de continuar envolvida em projetos ligados às tecnologias médicas, que sejam inovadores e que procuram ter impacto e melhorar o bem-estar das pessoas.

“A Daniela é uma excelente aluna, com uma capacidade de trabalho (bem feito) invejável! É muito metódica, organizada e trabalhadora, e muito rapidamente começou a aplicar as ferramentas que aprendeu durante o curso de Engenharia Biomédica numa área nova para ela: a de imagiologia por micro-ondas. É uma motivação para mim poder trabalhar com ela neste projeto no dia-a-dia.”
Raquel Conceição

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

As florestas de Madagáscar estão em risco, mas um estudo publicado online na revista “Biological Conservation” demonstra que as áreas protegidas da ilha estão a ser eficazes no combate à desflorestação.

Pela primeira vez uma cientista portuguesa é a presidente eleita da European Society for the History of Science.

Na Science de 7 de outubro, no vol. 354, issue 6308, Pamela J. Hines explica como o cérebro se constrói, a mobilidade dos neurónios, das zonas onde proliferam para as localizações finais, e revela que qualquer problema que ocorra durante a migração pode afetar o desenvolvimento de uma criança, nos aspetos físicos e comportamentais.

A resistência aos antimicrobianos é um fenómeno inevitável, pelo que a vigilância, prevenção e controlo são fulcrais, mesmo que futuramente se desenvolvam novos antibióticos, pois será apenas uma questão de tempo até que a resistência a estes seja desenvolvida.

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Com o objetivo de sensibilizar e preparar para o risco sísmico e melhorar a qualidade de ensino da Sismologia e das Ciências da Terra em Portugal, Susana Custódio, Graça Silveira, Luís Matias e Catarina Matos desenvolveram um estudo sobre a educação para os sismos, adaptado à realidade de Portugal e a diferentes grupos etários e que foi capa de uma das edições deste ano da revista “Seismological Research Letters”.

O projeto RESISTIR coordenado por Ciências e pela Maxdata Software e cofinanciado pelo Portugal 2020 visa criar até abril de 2019 um sistema de informação - inovador, modular, inteligente e adaptável - para apoiar a tomada de decisão clínica no domínio da vigilância epidemiológica, resistência aos antimicrobianos, controlo de infeção e gestão hospitalar.

O “coração da cidade” foi invadido por uma “onda de ciência e tecnologia” em mais uma edição da Noite Europeia dos Investigadores. O tema deste ano foi a “Ciência no dia-a-dia”.

“Geography and major host evolutionary transitions shape the resource use of plant parasites” da autoria de Joaquín Calatayud, José Luis Hórreo, Jaime Madrigal-González, Alain Migeon, Miguel Á. Rodríguez, Sara Magalhães e Joaquín Horta salienta a necessidade de estudos mais globais em Ecologia.

Aos alunos deixo uma sugestão: aproveitarem as unidades curriculares para experimentarem as suas ideias e terem projetos de novas apostas tecnológicas (em Salvador, Brasil, no campus de Ondina da UFBA existe um enorme espaço, com equipamentos informáticos e professores, para que os alunos possam ser ajudados a experimentar ideias). E, com um portefólio de exemplos vem um passo seguinte: usarem pós-graduações (por exemplo, mestrados) para construírem protótipos que se vejam em feiras e exposições. As empresas vêm em seguida.

A estudante de doutoramento em Paleontologia do Departamento de Geologia de Ciências e a equipa multidisciplinar que assina “A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” preparam-se para apresentar os resultados deste artigo no próximo congresso anual da Society of Vertebrate Paleontology e que ocorrerá em outubro na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos da América.

“A juvenile allosauroid theropod (Dinosauria, Saurischia) from the Upper Jurassic of Portugal” da autoria de Elisabete Malafaia, Pedro Mocho, Fernando Escaso e Francisco Ortega descreve um exemplar ainda juvenil de um dos grandes dinossáurios carnívoros do Jurássico, com cerca de 150-145 milhões de anos, e foi publicado este mês na revista “Historical Biology”.

"É curioso, constatar que todas as teorias da ciência não são sobre a forma, mas sim sobre a função. Isto é, são sobre como as coisas se desenvolvem e mudam. São acerca de processos."

A primeira entrega dos dados (data release) da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) ocorreu esta quarta-feira, 14 de setembro, quase três anos depois do seu lançamento e foi transmitida online pela ESA. De acordo com o comunicado de imprensa emitido por Ciências, o consórcio internacional inclui investigadores e engenheiros de quatro universidades portuguesas.

O Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências foi distinguido com o 2.º Prémio Nacional na Categoria de Promoção do Espírito de Empreendedorismo dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial, uma iniciativa da Comissão Europeia gerida em Portugal por IAPMEI — Agência para a Competitividade e Inovação, e cuja cerimónia de entrega dos prémios ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa, a 8 de setembro.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O nono Dictum et factum é com Carla Romero, técnica superior do Gabinete de Estudos Pós-graduados da Unidade Académica de Ciências.

A descoberta da localização precisa de uma espécie de GPS (Global Positioning System) no nosso cérebro (Moser e Moser, 2014), capaz de nos ajudar a responder a duas perguntas básicas “Onde estamos?” e “Como vamos até acolá?”, indispensáveis para a nossa vida normal, estimulou a discussão do tema computação espacial (ler a revista norte americana Communications Of the ACM, janeiro de 2016, páginas 72-81).

Joaquim Alves Gaspar, de 67 anos, investigador pós-doutoral do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, acaba de ser distinguido com uma Starting Grant do Conselho Europeu de Investigação, a primeira a ser atribuída a um membro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Em entrevista a Ciências apresenta o projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use” alvo desta distinção, no valor de 1,2 milhões de euros, bem como o homem que pretende causar um impacto significativo na História da Cartografia, demonstrando a eficácia das suas ferramentas e ajudando a criar uma nova geração de cientistas nesta área.

O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma Starting Grant, no valor de 1,2 milhões de euros, a Joaquim Alves Gaspar, membro integrado do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e investigador principal do projeto “The Medieval and Early Modern Nautical Chart: Birth, Evolution and Use”.

"No momento atual o alerta de potencial erupção ainda não terminou uma vez que a atividade sísmica se mantém acima dos valores normais", escreve José Madeira em mais uma crónica de viagem.

"Comunicar significa tornar comum. E o que queremos tornar comum? Ciência. Esse é o objetivo", escreve em artigo de opinião Manuel Leite Valença.

César Garcia, curador convidado do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, investigador do cE3c e antigo aluno de Ciências, é o autor de uma das fotografias premiadas, escolha do editor, no âmbito da 4.ª edição do BMC Ecology Image Competition, uma iniciativa da BioMed Central.

A equipa da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination)/ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia (CE) tem feito avaliação dos planos de emergência existentes e suas lacunas ou melhoramentos necessários, bem como reuniões com os principais agentes intervenientes a nível local em caso de catástrofe ou emergência.

Cerca de 60 alunos da EB1 S. João de Brito,  Agrupamento de Escolas de Alvalade, visitaram em julho passado o Departamento de Biologia Animal de Ciências.

Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar).

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