Crónicas em Ciências

Espírito crítico e participação cívica dos jovens

Young Leaders Access Program

Pessoas no topo de uma colina

Em abril de 2020, os líderes do YLA MCW Global anunciaram a lista final dos 50 jovens selecionados. Felizmente, o meu nome figurava na lista dos 50 jovens escolhidos, estando Portugal representado neste programa pela primeira vez

Unsplash - Natalie Pedigo
Vasco Medeiros
Vasco Medeiros
Imagem cedida por VM

Vasco Medeiros quando concorreu ao ensino superior escolheu como 1.ª opção Física nesta Faculdade. Entrou no curso de Meteorologia, Oceanografia e Geofísica da Ciências ULisboa, como melhor classificado, e no primeiro ano alcançou muito bons resultados. Apesar de tudo, neste ano letivo, optou por mudar de curso – atualmente é aluno do 1.º ano de Economia do Instituto Superior de Economia e Gestão. Descobriu um interesse acrescido pela Diplomacia, Relações Internacionais, Política, Economia e pela fronteira “ciência-economia-política-sociedade” e, na sua opinião, toda a área da Economia continua a estar intrinsecamente ligada à área da Ciência, Inovação e Matemática, fundamentais para a compreensão do mundo e da história do desenvolvimento das ideias do mundo, economicamente e cientificamente.

Foi há precisamente um ano que decidi apresentar uma candidatura para o Young Leaders Access Program (YLA) 2020. Mas o que é o YLA? O YLA é um programa norte-americano, totalmente financiado pela MCW Global, uma organização não-governamental norte-americana, que procura ajudar jovens líderes de todo o mundo, de todos os contextos socias, económicos e culturais, entre os 18 e os 26 anos, a impactar as suas comunidades, com a visão de melhorar o mundo a atingir melhores níveis de desenvolvimento económico, social e de segurança e melhorar os níveis de educação e saúde.

Para tal, através dos seus vários programas, nomeadamente o YLA, a organização procura capacitar os jovens promissores nas capacidades estratégicas de leadership, entrepenuership e project management, ajudando e desafiando os jovens selecionados a criar um projeto próprio com o intuito de, não só, ajudar as suas comunidades, mas também, de perceber como essas faculdades podem promover “Local Change through Global Exchange”, sempre numa visão integrada, inclusiva e global.

Foi assim, com o espírito de desenvolver um projeto que procura aumentar a participação cívica e intelectual dos jovens em oportunidades nacionais e internacionais (como esta), combatendo a abstenção da participação dos jovens portugueses neste tipo de iniciativas, que apresentei uma candidatura a este programa internacional. O processo de candidatura é longo, com várias etapas e é, na sua generalidade, bastante competitivo.

Em 2020 registou-se um recorde no número de candidaturas completas, mais de 4000. Este número é geograficamente heterogéneo visto que são as regiões do mundo com menores índices de desenvolvimento económico, social e educacional, que registam o maior número de candidaturas e de participantes, dados os maiores desafios encontrados nessas comunidades. Não obstante, num processo de candidatura, a ideia ou esboço do projeto que pretendemos criar tem uma importância fulcral para todos os candidatos, independentemente do país de origem. Assim sendo, quando me candidatei, o processo de candidatura era constituído por três etapas distribuídos por três meses.

A primeira fase de seleção é baseada no currículo, cover letters e cartas de recomendação. A segunda focou-se no problema que cada candidato procura combater, devendo apresentar a forma de como pretende fazê-lo, sempre no contexto da sua comunidade ou país. Por fim, a última fase de decisão, é feita baseada numa entrevista, que engloba todos os temas preenchidos nas etapas anteriores. À medida que as etapas se iam sucedendo, os candidatos iam sendo eliminados. Em abril, os líderes do YLA MCW Global anunciaram a lista final dos 50 jovens selecionados. Felizmente, o meu nome figurava na lista dos 50 jovens escolhidos, estando Portugal representado neste programa pela primeira vez desde a sua “estreia” já há alguns anos. O programa em si ocorre em Nova Iorque, durante 10 dias, onde os selecionados têm formação intensa e específica nos temas acima mencionados. Após os 10 dias presencias, os jovens voltam aos seus países de origem. Através do online, são acompanhados pelo seu mentor e co-mentees durante um ano, com vista à criação e implementação dos seus projetos, pelo que ninguém estará sozinho neste caminho. Infelizmente, por motivos óbvios, dada a crise em que nos encontramos, o programa realizou-se online, dividindo-se em duas partes. A primeira parte ocorreu durante o verão, de 2020, e foi uma introdução aos temas que o programa foca. Nesta segunda parte, a começar já em fevereiro, focar-nos-emos no ajustamento e implementação dos nossos planos de projetos, já criados. Por enquanto, qualquer cerimónia nos EUA está cancelada, dadas as agravantes da pandemia.

As candidaturas ao YLA 2021 terminam a 1 de março!

Focando-se o meu projeto na promoção destas oportunidades e na ajuda aos jovens interessados em candidatar-se a estas oportunidades (por exemplo na revisão da cover letters, CV, etc.), importa trazer um pouco da minha experiência “nestas andanças”. Numa primeira vista, pode parecer muito difícil entrar neste programa. Não vou mentir. É difícil, conheci muita gente que ficou pelo caminho, mas não é de todo impossível. O meu conselho é focarem-se na ideia e propósito da candidatura. As ideias de implementação do projeto não precisam de ser definitivas ou demasiado ambiciosas. Todos acabam por alterar a forma como vêm o problema (como eu), e muitos mudam radicalmente o problema em que se focam, durante o decorrer do programa. Estou disponível, caso precisem de ajuda no processo de candidatura para qualquer iniciativa (como esta ou outra), ou caso pretendam ter acesso a este tipo de oportunidades internacionais (de vários tipos, desde estágios a programas de verão) que promovo/divulgo (na sequência do meu projeto- “Engage Now!”), a ajudar qualquer um de vocês.

Vasco Medeiros e colegas
Vasco Medeiros e colegas durante um encontro em Lisboa, no âmbito do YLP 2020
Imagem cedida por VM

Com este meu relato gostaria, por fim, de enfatizar o meu desejo que mais jovens portugueses comecem a fomentar interesse em participar neste tipo de iniciativas únicas, desafiantes e life-changing. Esta minha “faceta” mais interventiva começou no meu secundário e desde então não tenho parado, tendo tido a oportunidade de, não só participar em múltiplas iniciativas nacionais e internacionais, mas também de conhecer e trabalhar com pessoas fantásticas, desde diplomatas passando por um Laureado Nobel, ou simples colegas disruptivos e dinâmicos, como eu. E, numa outra nota pessoal, é curioso acompanhar a forma como tenho crescido, em todos níveis, cada vez que me candidato a um novo projeto ou iniciativa. Este tipo de projetos internacionais são essências para a própria valorização internacional e internacionalização de cada um nós, enquanto pessoas, alunos, futuros profissionais e membros de uma comunidade cada vez mais global, desafiante e em constante mudança. Sinto-o já com este programa do YLA, que começou em 2020, mas senti de forma enormemente impactante depois da minha primeira experiência internacional, representando Portugal nos EUA, em 2019, num programa do US Department of State, a convite da Embaixada dos EUA em Portugal. Se nunca tiveste a oportunidade de participar em programas como estes, arrisca. Vais perceber ao que me estou a referir. Se já tiveste a mesma sorte que eu, sabes bem o sentimento de que estou a falar.

Concluo numa nota mais focado para os alunos desta “casa”. A ciência tem de estar ao serviço das pessoas. Tenho a certeza de que os alunos da Ciências ULisboa têm a capacidade de identificar e procurar soluções pertinentes para as suas comunidades.

Se todos os dias trabalham para encontrar soluções científicas, porque não procurar soluções para a sociedade, refugiando-se no método de persistência e resiliência do pensamento científico? Este tipo de iniciativas não é só para alunos de Humanidades ou de Economia. É também para alunos de Ciências. Todos os programas internacionais em que participei, fi-lo enquanto aluno de Ciências e, curiosamente, os temas não estavam necessariamente ligados à Biologia ou à Física ou à Matemática. Participem! Mexam-se! Explorem! Não se sintam presos ou amarrados ao preconceito e ao estigma. Inovem!

Vasco Medeiros, ex-aluno Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
3 pessoas a mostrar uma capa da Faculdade com o protocolo dentro

Realizou-se esta quarta-feira, dia 3 de maio, a assinatura da adenda ao acordo de cooperação do “UPskill - Digital Skills and Jobs”, um programa que aposta na requalificação de pessoas desempregadas ou em situação de subemprego, nas várias áreas das TIC. No âmbito deste acordo, a Faculdade irá participar como entidade formadora.

chuteira e uma bola de futebol

Em 2022, 23 alunos da Ciências ULisboa foram distinguidos com medalhas desportivas, em cerca de 50 provas de competições universitárias, nacionais e internacionais, nas modalidades karaté, taekwondo, judo, atletismo e natação, alcançando resultados de excelência.

mamífero toirão

O novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, apresentado esta terça-feira, atualiza o conhecimento sobre as espécies de mamíferos terrestres e marinhos da fauna de Portugal Continental e faz uma revisão dos estatutos de ameaça das espécies.

conjunto de pessoas - foto de grupo dos participantes

Nos dias 11 e 18 de março, realizaram-se no Departamento de Química e Bioquímica as semifinais das Olimpíadas de Química + e Júnior, respetivamente.

menina a escrever num papel com formulas matemáticas

Professores da Ciências ULisboa integraram equipas da Direção Geral de Educação, criadas para definir as aprendizagens essenciais para a Matemática do Ensino Secundário.

4 investigadores

Quatro investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente estiveram embarcados em expedições oceanográficas no Oceano Atlântico e Oceano Austral, com o objetivo de estudar os processos biogeoquímicos do oceano.

foto de grupo com mulheres homenageadas

O quarto volume do livro “Mulheres na Ciência”, editado pela Ciência Viva, conta com retratos de 101 cientistas portuguesas de diferentes gerações e áreas do conhecimento científico, onze delas investigadoras na Ciências ULisboa.

4 pessoas em frente de uma tela de apresentação

No âmbito da UC “Voluntariado Curricular”, realizaram-se no passado dia 19 de janeiro as apresentações dos projetos dos alunos. Esta UC promove a formação e o desenvolvimento pessoal dos estudantes, sensibilizando-os para as temáticas da solidariedade, tolerância, compromisso, justiça e responsabilidade social.

Henrique Leitão e José María Moreno

Henrique Leitão e José María Moreno Madrid, investigadores do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) ​​​​​​ganham (em ex-aequo) o prémio Almirante Teixeira da Mota pelo seu livro "Desenhando a Porta do Pacífico. Mapas, Cartas e Outras Representações Visuais do Estreito de Magalhães".

instrumento matemático

Está patente na Fundação Caixa Agrícola Costa Azul, em Santiago do Cacém, “O Cálculo de Ontem e de Hoje”, uma exposição didática concebida pelo Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em parceria com o Centro de Ciência Viva do Lousal.

alimentos

O programa da Antena 1 intitulado “Os desafios da alimentação sustentável”, que contou com a colaboração da ULisboa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve, foi lançado a 6 de fevereiro. Envolvido neste projeto esteve Bruno Pinto, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa.

Maria Manuel Torres

Maria Manuel Torres, professora do DM Ciências ULisboa, é a protagonista do quinto vídeo do projeto “Porquês com Ciência” sobre Matemática e Sustentabilidade.

pessoas numa exposição

A iniciativa “Café Ciências” está de regresso, após uma pausa forçada devido à pandemia. As sessões terão lugar às quartas-feiras, pelas 17h30, na Galeria Ciências, promovendo olhares cruzados sobre a exposição “A Porta do Pacífico: Uma viagem cartográfica pelo Estreito de Magalhães”.

Marta Panão no estudio FCCN

Marta Panão, professora do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, é a protagonista do quarto vídeo do projeto “Porquês com Ciência”, disponível no YouTube da Faculdade. A pergunta “Como pensar a energia nos edifícios do futuro?” está diretamente relacionada com a licenciatura em Engenharia da Energia e Ambiente.

fotografia dos dois premiados

Dois estudantes da Ciências ULisboa receberam, em 2022, Bolsas de Investigação para Doutoramento Maria de Sousa, atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica.

Conceção artística de um buraco negro

Uma equipa internacional, da qual faz parte José Afonso, investigador no Departamento de Física da Faculdade e no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, lançou a hipótese de que os buracos negros poderão ter a resposta para a expansão acelerada do Universo.

vários jovens numa foto de grupo

Leonor Gonçalves, estudante do 1º. ano do mestrado em Estatística e Investigação Operacional, fala sobre a sua missão e partilha a experiência enquanto embaixadora das Carreiras na União Europeia (UE), deixando um apelo aos estudantes da Ciências ULisboa com interesse e dúvidas sobre as carreiras da UE, para que entrem em contacto com ela.

mesa com computador, caneca de café e bloco de notas

A Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu o Prémio de Jornalismo Cultural deste ano à jornalista Teresa Firmino, editora da secção de Ciência do jornal Público, e membro do Conselho de Escola da Ciências ULisboa.

frente da reitoria da ULisboa

Entrevista a James McAllister, filósofo e professor no Institute for Philosophy, na Universidade de Leiden, na Holanda, que estará a trabalhar na Faculdade durante este ano letivo como investigador visitante.

imagem do Perserverance em Marte

Carlos Mão de Ferro, estudante do doutoramento em Informática, relata a sua experiência de estágio na NASA, na Califórnia, EUA. O estudante está a participar num projeto cujo objetivo é lançar pequenos robots na superfície de Marte, a partir de um rover principal, formando uma rede de sensores inteligente, com o intuito de estudar a existência de água no planeta.

Carlos Castro a receber a nomeação

Carlos Nieto de Castro, professor catedrático jubilado do Departamento de Química e Bioquímica e investigador no Centro de Química Estrutural (CQE), foi eleito Fellow da International Association for Advanced Materials (IAAM), como reconhecimento pela sua contribuição na área da Termofísica de fluidos e materiais com aplicações energéticas. É o segundo investigador português a obter esta distinção.

tubarão-martelo

Novo estudo recentemente publicado na revista Frontiers in Marine Science, desenvolvido por investigadores portugueses e cabo-verdianos, revela zona de berçário de tubarões na baía de Sal Rei, na ilha da Boa Vista, em Cabo Verde. Albergando juvenis de várias espécies ameaçadas, incluindo o icónico tubarão-martelo, trata-se de uma região única no Atlântico Este.

vistas da tibia, dinossauro e silueta humana

Trabalhos de investigação na jazida de Lo Hueco, Cuenca, em Espanha permitiram identificar restos fósseis de um dinossáurio carnívoro, com aproximadamente 75-70 milhões de anos, estreitamente relacionado ao grupo dos velocirraptorinos.

Galopim de Carvalho e Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou, em cerimónia no Palácio de Belém no passado dia 31 de janeiro, o professor catedrático jubilado António Galopim de Carvalho com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública, ordem honorífica que reconhece a dedicação à causa da educação e do ensino.

mapa, com desenho de um dinossauro e vertebras caudais

Foi publicado recentemente na revista internacional Historical Biology um novo estudo sobre a diversidade dos dinossáurios saurópodes do Maastrichtiano da antiga ilha de Hațeg, que corresponde atualmente ao atual território da Roménia. O estudo foi liderado pelo paleontólogo Pedro Mocho, investigador no DG Ciências ULisboa, no Instituto Dom Luiz (IDL), e no Dinosaur Institute do Natural History Museum of Los Angeles County, na Califórnia.

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