Dictum et factum

João Martins

João Martins

Dictum et factum com João Martins

ACI Ciências ULisboa

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de fevereiro de 2018 é com João Martins, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

Quando era criança já sabia que profissão gostaria de ter no futuro?

João Martins (JM) - Nas minhas brincadeiras, quase sempre solitárias, fui criado numa quinta relativamente isolada, tendia para profissões técnicas ou científicas, tanto era pedreiro, mecânico como cientista, nunca me senti atraído por artes, humanidades e saúde, tudo era construir, cultivar ou analisar, também com grande interesse por Ciências da Natureza.

Qual foi o 1.º emprego?

JM - Um dia depois de acabar o serviço militar obrigatório, 19 de dezembro de 1987, apresentei-me na Escola Secundária de Benavente para iniciar atividade letiva em Matemática, tinha 24 anos, andava pelo 4.º ano de Engenharia Mecânica no Técnico, mediante as cadeiras de análise matemática feitas, permitia-me ensinar Matemática no secundário, com habilitação suficiente e com colocação em mini concurso.

Como surgiu a hipótese de trabalhar em Ciências?

JM - Continuei como professor de Matemática no secundário, durante sete anos seguidos, durante os quais concluí o curso no Técnico, ganhei experiência pedagógica e até consolidei os meus conhecimentos de Matemática elementar, aprendi muito a ensinar, lecionei do 7.º ano de escolaridade até ao 11.º ano. O 12.º ano nunca me entregaram por ser um nível mais destinado aos professores efetivos com antiguidade, com bastante pena minha.

Em 1993, um familiar meu que conhecia muito bem um bolseiro que trabalhava no Departamento de Optoeletrónica (DOP) do extinto INETI no Lumiar, sugeriu-me tentar o DOP, para trabalhar como engenheiro (de acordo com a minha formação) e não de precário professor. Fui a uma entrevista com o diretor do DOP, e fiquei como bolseiro de investigação, também precário, era um de entre muitos, na altura (e agora) era assim, mas não tinha grandes alternativas, ali podia evoluir mais, havia alguma esperança, ali o trabalho era diferente daquilo que eu estava habituado, tive de me readaptar, a primeira coisa mais séria que fiz, foi participar na construção de algumas estações de comunicação via PoSAT (o primeiro e único satélite português), a minha parte no projeto era a mecânica e também algum software de seguimento.

Por decisão política, eu e os restantes bolseiros fomos integrados na função pública, o célebre artigo 81-A/96, fui indicado pela direção do DOP para a carreira de investigação, mas como aí continuaria precário e teria de fazer o doutoramento, optei pela carreira técnica superior, não tive de fazer doutoramento, mas hoje, provavelmente tomaria outra decisão, mas foi assim que escolhi na altura, estava farto de precaridade e já tinha uma família constituída, está feito.

Há quantos anos trabalha na Faculdade?

JM - Em 2011, com a decisão política de extinção do INETI, o meu departamento, já chamado de LOLS (Laboratório de Ótica Lasers e Sistemas) em vez de DOP, tivemos de procurar outros destinos, fomos integrados no Departamento de Física da FCUL, daí acabei aqui no C1, para substituir Ildefonso Maia que se reformou. Estou na FCUL há cerca de sete anos.

O que começou por fazer quando aqui chegou?

JM - Montagens de equipamentos nos laboratórios para os trabalhos dos alunos.

E agora como é o seu dia-a-dia?

JM - Continuo a montar equipamentos, mas entretanto chegou um colega, pelo que dividimos esta tarefa e só monto cerca de metade dos equipamentos que montava quando cheguei cá. Mas isso significa que tenho outras tarefas, que têm vindo a ser gradualmente acrescentadas. Também construo, reparo e altero equipamentos, tenho responsabilidade numa pequena oficina do Departamento de Física instalada no 1.º piso do C8, com algumas máquinas antigas, ferramentas e uma pequena fresadora CNC, para materiais não ferrosos, relativamente recente.

No 2.º semestre, devido aos anos que trabalhei com Autocad e Solidworks (softwares de projeto e desenho técnico), fui convidado pela direção do Departamento de Física, em 2013, a lecionar as aulas práticas de Projeto e Desenho Assistido por Computador (PDAC), nos cursos de Engenharia Biomédica e Biofísica e Engenharia Física. Eventualmente, investigadores do Departamento de Física pedem-me ajuda para a mecânica de certos equipamentos ou projetos.

Também integro a equipa de primeiros socorros, começo a ter interesse pela área da saúde, motivação induzida também pelos projetos dos meus alunos de Engenharia Biomédica e Biofísica, que são quase sempre, válvulas cardíacas, canetas de insulina, próteses várias…

O que é que mais gosta de fazer na unidade onde está inserido?

JM - Gosto de ensinar, talvez pelo meu início de vida profissional, aprendo muito ao ensinar e isso é gratificante. Eu dantes só trabalhava com o software de desenho Solidworks, mas os alunos “obrigam-me” a conhecer os meandros das opções de instalação e configuração e também tenho de usar sempre a última versão, sou “obrigado” a estar sempre atualizado, só se ensina com a última versão. Também tenho de estudar os assuntos que aparecem nos projetos dos alunos, a escolha do projeto é sempre deles.

Há alguma coisa que não aprecia na sua rotina profissional?

JM - O trabalho mais repetitivo fica aborrecido e também não gosto de avaliar outros, custa muito.

Na sua opinião o melhor da Faculdade é…?

JM - É o melhor que as faculdades por natureza nos oferecem em excelência, neste caso da FCUL, resultante do contexto rico em Ciência, a interação com professores, funcionários e alunos, representa sempre mais conhecimento, grande taxa de evolução, e aquisição de novas competências.

E o melhor da Administração Pública, o que é?

JM - O melhor da Administração Pública é aquilo que todos sabem, pouco mas garantido, pelo menos tem sido até agora.

Se tivesse que escolher um adjetivo para se descrever, qual seria a palavra escolhida?

JM - Distraído.

Porquê?

JM - Podia ter aproveitado melhor as oportunidades que se me tem deparado pela frente, não me estou a referir só a dinheiro, mas principalmente a ciência e tecnologia em termos de conhecimentos e habilidades (skills, como se diz no ambiente SolidWorks).

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

Dinâmica da Actividade Cerebral -

Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

MATEMÁTICA E ENSINO

De acordo com o Despacho do Senhor Diretor da Faculdade, a eleição do Presidente do Departamento de Matemática terá lugar no próximo dia 30 de Maio.

Conferência no dia 16 de Maio, 11h30, anfiteatro 3.2.15, Edifício C3, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Marta Lourenço

Marta Lourenço, membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e subdiretora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência foi galardoada com a Medalha George Sarton pela Universidade de Gent.

Imagem de Octávio Pinto

O seminário integrado na disciplina de Agricultura e Florestas, do mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, realiza-se dia 7 de maio, pelas 11h15, no edifício C2, 2.º piso, sala 2.2.14.

Christoph Meyer

Christoph Meyer começou a trabalhar no Centro de Biologia Ambiental de Ciências, em fevereiro de 2009. A estadia em Ciências tem corrido bem.

Tectonics and Neotectonics of the western North America and Associated Hazards

Conferência no dia 29 de Maio, 12h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

EuroGP2014

Stefano Ruberto, Leonardo Vanneschi, Mauro Castelli & Sara Silva foram distinguidos com o best paper award for EuroGP 2014, durante a "17th European Conference on Genetic Programming", ocorrida entre 23 e 25 de abril, em Granada, Espanha.

A Biblioteca do Conhecimento Online, celebra o seu 10.º Aniversário

“Nestas formações, ensina-se, entre outros aspetos, a detetar situações de paragem cardiorrespiratória precocemente, a saber ligar o 112 rapidamente, sabendo dizer o que é importante, e iniciar manobras básicas, como compressões torácicas para manter alguma circulação e oxigenação dos órgãos vitais até à chegada de ajuda”, explicou o formador do INEM, Rui Rebelo.

The biosphere-atmosphere interactions mediate the largest exchanges in the global carbon cycle. Understanding the role of climate and other environmental factors on the carbon cycle of terrestrial ecosystems is key for assessing vulnerabilities and future feedback into the climate system.

A reportagem multimédia “Sonhar com o futuro” inclui testemunhos de candidatos ao ensino superior e que participaram na edição do ano passado do Dia Aberto.

Carla Nunes, Maria M. M. Santos e Carlos Baleizão

Os desafios que os novos mecanismos de financiamento suscitam apelam à criação de equipas multidisciplinares e complementares que incrementem o impacto da investigação desenvolvida.

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